O encontro com Cauã na festa de noivado perdurou em meus pensamentos por muitas horas. Revivi incalculáveis vezes os momentos registrado pela memória durante os curtos instantes perante o homem que desde a minha adolescência considerei ser o amor da minha vida. Mas a razão me obrigava a destruir a afetividade mantida até então. O casamento fazia parte da apunhalada que recebi, deixando-me sangrar a ponto de permanecer entristecido em meu quarto sem ter ânimo para levantar da cama em nenhum momento durante o final de semana.
O único companheiro da “solitária” criada dentro do quarto foi meu notebook. A internet é uma das melhores invenções do homem, sem dúvidas, através dela podemos ter acesso a milhões de informações em apenas um clique. Na época em que estive a procura de Cauã, vivíamos a fase do Orkut como principal rede social. Em questão de pesquisa, essa plataforma era muito limitada pois você deveria digitar o nome correto do usuário para encontra-lo. Logo uma pesquisa “Cauã Audebert”, rastreava diversos correspondentes e nenhum deles era o correto, o perfil dele provavelmente deveria estar escrito de outra forma. Desde a migração total para o Facebook e êxodo do Orkut, as opções de pesquisa tornaram-se mais refinadas, e mesmo assim não consegui o encontrar, foi nesse período que gradativamente fui perdendo o interesse em procura-lo.
Refiz a pesquisa: Cauã Audebert. Nada encontrado. Decido buscar por parentes próximos, “Eliane Audebert”. Por sorte, um dos primeiros resultados exibia uma loira usando óculos escuros e um sorriso fácil de reconhecer. Cliquei em seu perfil e apareceram algumas informações, vou na sua lista de amigos e pesquiso “Cauã” e então um rapaz sorridente se apresenta como primeiro resultado.
Quis vomitar ao ver as fotos do ensaio de casamento, tudo pronto e arranjado para dali duas semanas o casório ser concretizado. Foi inevitável pensar que, em um mundo onde não existe preconceito, eu deveria abraça-lo nas fotos e não a tal Milenna. Quis desligar o computador na mesma hora, não suportava vê-lo daquela maneira, mas antes de isso acontecer um detalhe chamou-me a atenção: ele usava um colar por cima de uma camisa social azul. A estrela de Davi podia ser vista nitidamente nas fotos profissionais. Sim, era o meu presente para ele anos atrás. Não poderia me iludir e de qualquer forma isso não significava nada, ele poderia ter comprado outro colar em alguma joalheria.
Na segunda-feira, na hora do intervalo enquanto eu tomava café na sala dos professores meu celular vibrou. Pensei em ignorar pois com certeza seria uma notificação desnecessária, mas meu Whatsapp indicava uma mensagem não lida de um número desconhecido. Seleciono e vejo o rosto de Cauã na foto de perfil.
Cauã: Oi
Eu: Oi
Cauã: Desculpe encher o saco, fiquei de entrar em contato, lembra?
“Como poderia esquecer?” penso.
Eu: Sim, eu me lembro.
Cauã: Farei um churrasco com uma turma aqui em casa, você gostaria de vir? Obs: meus pais estão fora dessa.
Eu: A única coisa que espero de você é uma conversa.
Cauã: Prometo que conversaremos. Você vem?
Eu: Quando?
Cauã: Próxima quarta, sete da noite.
Um churrasco no meio da semana, ousado, assim como a proposta em me convidar para ir até sua casa em uma comemoração entre amigos. Repeti a mim mesmo “Só vou porque preciso de respostas”.
Três dias andaram arrastados. Na quarta-feira não tenho mais unhas para roer, aguardava apreensivo as surpresas que a noite me reservava.
Cuidei da aparência, foi quase automático, perfume, roupa, cabelos... Quando vi já tinha me vestido o melhor que poderia. Logicamente meus pais perceberam algo diferente em mim, contudo não disse onde ia.
Dirigi meu carro ao som de Belle & Sebastian, correndo pelas estradas, coração a mil, medos e receios no bolso. Essa seria a noite para pôr tudo em pratos limpos, saciar meu desejo por respostas, caminhar rumo à liberdade. Não demorei a chegar, às sete e quinze buzinava em frente à nova mansão Audebert.
Ele abriu o portão como se esperasse a minha chegada. Entrei, nos cumprimentamos formalmente com um aperto de mão. Não entendia se a minha mente embriagava-se com as lembranças do passado, ou estava sentindo o cheiro do perfume de ervas. Respiro pela boca.
- As pessoas estão no quintal, é meio que uma mistura de alguns membros da família e amigos. Veja bem John, eu sei o que você está esperando, preciso fazer todos se entrosarem, servir o jantar e após isso a gente arruma um canto reservado e conversa.
- Tudo bem, desde que isso aconteça hoje.
- Vai acontecer.
Trocamos olhares, me sacudo interiormente pois sei que ainda existe algo nele. Meus olhos descem um pouco mais e vejo o colar.
- Vem, acho que alguém quer te ver!
- Eu? – Pergunto, distraído.
- Uhum.
Fui conduzido para o interior da casa, na cozinha, a qual dá de frente para o quintal, vi Vitor com uma mão no bolso e a outra segurando um copo grande de cerveja, magro e mais alto que quando adolescente.
- Eu não acredito no que meus olhos vêem. – Disse, rindo. – Quanto tempo, Brother, dá cá um abraço. – Me aperta e chacoalha com toda a força que tem.
Zonzo, me soltei dos braços de Vitor, ele fez algumas perguntas cobertas de nostalgia. Parecia levar uma vida boa, após a formatura iniciou os estudos em uma ótima universidade privada, se formou e comprou um apartamento no centro da cidade.
- E a sua amiga Mariana?
Solto uma gargalhada.
- Está ótima, estudando nutrição.
- Sabia que ela tinha cara de médica.
- Mas nutrição não é bem medicina...
Andei pela cozinha, estão presentes a noiva de Cauã e uma mulher de idade, imaginei ser mãe da moça. Cumprimento Milenna primeiro, ela é simpática e pede para que eu me sinta em casa, já a velha foi pouco amigável.
- Tia, esse é Johnny, meu primo. – Diz Cauã para a mulher.
- Prazer John, sou Sônia – Cospe, depois de eu a apertar a mão, enquanto isso tentava imaginar ela dando um sorriso e não consigo.
- Johnny, estive esse tempo todo na casa dela, ela me abrigou durante esses anos.
- Eu fui sua segunda mãe. – Salientou a mulher.
Cauã vira a cara e pede para eu o acompanhar.
No quintal estavam alguns rapazes, presumi que eram tios e amigos. Sou apresentado a alguns colegas de universidade de Cauã, aos mesmos senhores do dia da festa de noivado e ao primo antipático, André.
As carnes foram distribuídas por Cauã e a tia, fiquei comendo em um canto reservado, ora conversando com Vitor, ora Renan. O papo terminou e desejei que as horas passassem rápido. Mas o jantar ainda seria servido, então algo só aconteceria depois dele.
A mesa da sala de jantar comportava seis indivíduos, o restante almoçava em uma mesinha nos fundos. Cauã sentado ao lado de Milenna não tinha olhos para outra pessoa além de mim. Tentando decodificar suas mensagens podia entende-lo “Calma, isso vai terminar, me dê mais um tempo”.
- Acho essa carne muito salgada, deveria ter sido temperada com mais cuidado. – Disse Sônia, rabugenta.
- Me desculpe tia, acho que errei a mão. – Cauã se desculpou, bebendo uma taça de vinho.
- Nem mesmo você aguenta, não é? Precisa molhar o bico toda hora. – Reforçou a velha, repreendendo-o.
- Gosto de vinho e picanha. – Cauã falou, sem graça.
- Sem contar que essa peça está muito estranha, esses açougueiros daqui... – Sônia cutucou a carne.
- Para mim está ótima, o tempero é divino e a peça não tem problemas. – Cortou Milenna, desconfortável com as colocações da mulher.
De fato, a comida não tinha defeitos, provavelmente Sônia possuía um paladar apurado ou buscava algo para criticar.
- Menino, me fale um pouco de você. Trabalha com o quê? Já tem alguma pretendente para casar igual seu primo?
Filha da mãe! A mulher sabia tudo a respeito da minha relação com Cauã no passado, e forçava um interrogatório para me pôr na parede.
- Sou professor em uma escola pública. E não, não tenho nenhuma pretendente.
Cauã pigarreou.
-John, você é formado em qual curso mesmo? – Disse, antes que a tia pudesse retomar a palavra.
- Letras.
- Admiro muito pessoas formadas em letras, é um curso que eu faria se já não fosse formada em direito. – Interferiu Milenna.
- Nada impede, amor. – Cauã fala e o carinho com que se dirige a ela me atinge.
No fim do jantar, Cauã e Milenna recolheram os pratos rapidamente enquanto Sônia passeava pela cozinha, me espiando vez ou outra. Vou para a sala de estar, sinto-me inquieto com as olhadelas da mulher. Não demora muito até Cauã ir até mim e pedir para darmos o fora o quanto antes.
Saímos da casa sem sermos percebidos. Dei partida no carro e senti o cheiro de ervas do perfume de Cauã circulando dentro do ambiente fechado. O olho por um segundo e o vejo roendo as unhas.
- Pega uma estrada qualquer, depois paramos o carro para conversar. – Ele sugere.
- Ok.
Ando com o carro por três quarteirões acima, próximo dali existia uma área reservada e uma pequena praça iluminada por postes, dessa forma poderia ver o rosto de Cauã com mais clareza. Decidi parar.
- Acho que aqui está ótimo.
Ele concorda, nervoso.
- Cauã, o passado para mim é inútil, entendo a nova fase da sua vida e a respeito. Mas eu sofri demais por te perder, o único motivo de eu querer uma explicação sua é entender se o sofrimento foi em vão. Quando você partiu para o Rio, eu precisei de intenso acompanhamento psicológico, meus pais acreditavam que eu estava depressivo. Gastava dias inteiros no meu quarto, sem sair, comer ou fazer qualquer outra atividade, até noites de febre e delírios cheguei a ter.
- Johnny eu lamento, e dos mesmos males seus eu também sofri. Hoje à noite você conheceu a mulher responsável por mim no Rio de Janeiro. Parecia que papai havia encomendado um tratamento militar. Ela e o filho fizeram da minha vida um inferno. Eu não podia ligar para ninguém, só circulava de casa para a escola e da escola para casa, ainda assim sob supervisão de André. Eles buscavam saber com quem eu me relacionava e filtravam as minhas amizades. Uma vez por semana tinha constantes sessões de terapia com um psicólogo que me atendia em casa, era um amigo da família. Constantemente conversávamos sobre meus interesses sexuais e me aconselhava a esquecer meu passado.
- Isso durou oito anos? – Questionei, sem plena convicção.
- Não. A Milenna foi meu refúgio. Depois de uma amizade sincera nós evoluímos para o namoro. Foi a única vez que titia me apoiou em algo, papai me ligava todos os dias perguntando como ia minha relação com ela, André pela primeira vez se orgulhava de mim. Milenna era a pessoa certa e eu conseguia a aprovação de todos. Eu ia para a casa dela e ficávamos dias a fio dormindo juntos, minha sogra me tratava como filho e assim eu esquecia a casa da tia Sônia.
“Aceitação” perdurava entre os maiores desejos de Cauã, da mesma forma como no passado Diana poderia proporcionar a ele conforto.
- Uma vez você me disse que se sentia um mostro por iludir uma mulher.
- Mas não estou iludindo Milenna, de fato eu a amo. Claro que nossa relação é revestida de conforto e aprovação, mas além disso sinto pureza nesse sentimento, me apaixonei pouco a pouco.
- Tudo bem Cauã. Acredito ter ouvido tudo o que precisava. Não vou interferir na sua vida, jamais, aliás, gostaria de desejar tudo de bom. – Fiz força para não chorar.
- Se as coisas fossem diferentes talvez tivéssemos dado certo.
Olhamos um no olho do outro. Eu poderia jurar: o amor dele por mim não estava morto. As coisas nos separavam: Casamento, noiva, casa, dinheiro, psicólogo, pai, família... Mas o sentimento permanecia em nós, tão intenso e forte quanto ao que possuíamos na adolescência, quando fomos jovens corajosos lutando por um ideal chamado liberdade.
- Eu tentei Cauã, Deus sabe como...
- Eu também. Pouco depois que parti buscava formas de me comunicar contigo, jeitos de mandar ao menos um recado, mas nada no mundo parecia cooperar. Eu cheguei a apanhar da Sônia por ficar tristonho e falar que gostava de você. O pior disso é perceber meu pai a incentivando e enchendo os bolsos dela de dinheiro.
Sentia asco de Sérgio mais do que nunca na vida. Sua super-proteção não é e nunca foi amor de pai.
- Muita ousadia da sua parte me convidar para esse churrasco. – Falei.
- Tudo esquecido. Eles não te veem mais como uma ameaça.
- Por falar nisso, precisamos voltar ou irão desconfiar de nós.
Num repente tudo mudou. Cauã jogou seu corpo sobre o meu e segurou a gola da minha camisa me puxando até ele. Nos atracamos e um beijo aconteceu, forte, intenso e em meio a suspiros profundos, como se o ar fugisse do carro. Ele me empurrava com o corpo até eu estar completamente deitado no banco, e me meteu mais alguns beijos ardentes e fugazes. Nossas virilhas e coxas tocavam-se e raspavam umas nas outras, inquietas. Segurava a cintura de Cauã para o compressar contra meu corpo e assim senti-lo mais.
Paramos dois minutos depois para tomar fôlego. Voltei a me sentar no banco.
- Desculpe Johnny, desculpe mesmo... Eu não quero te confundir...
- Sério mesmo? – Pergunto. – Você disse que amava sua noiva há uns minutos atrás e agora faz isso.
- Eu não menti. Gosto dela de verdade.
- E por que fez isso?
- Existe algo mal resolvido entre você e eu. Não sei, uma carência, uma vontade reprimida.
- Concordo, mas não sei se quero carregar isso comigo. Essa culpa de ficar com você estando comprometido.
- Fica entre nós dois, ninguém precisa saber. – Ele balançou a cabeça.
- E como eu fico depois? Hun? – Questiono. – Quer me arruinar por completo?
- Desculpe Johnny, é melhor voltarmos para a minha casa.
Ligo o carro e não falo mais nenhuma palavra, no meio do caminho, paro de súbito e decido pegar outra direção.
- Quer saber, foda-se, vamos para a minha casa. – Falei.
Ele sorri. Dirigi o mais rápido possível. Ambos contávamos os minutos para finalizar o ato que tinha se iniciado naquele carro.
Estacionei em frente de casa, meu vizinho Flávio voltava da igreja: camisa social azul, calça preta, bíblia na mão e olhos atentos em mim. Aceno.
- Boa noite Flávio!
Ele levantou a mão, sem graça. Parecia sentir ciúmes, na hora que Cauã saltou do veículo Flávio franziu o cenho.
Entramos. Mamãe lixava a unha sentada na sala de estar e papai lia uma revista acadêmica. Voltaram a atenção para mim e à visita inusitada.
- Olá tia Marisa, olá Gregório. – Cumprimentou ele, sem jeito.
- Oi... – Responderam quase em coral, com um grande ponto de interrogação pairando sob a cabeça.
- Vem, vamos subir. – Sussurrei.
Subimos a escada de madeira, entramos no quarto. Tranquei a porta à chave. Cauã contemplou o quarto, deslumbrado.
- Foi aqui que a coisa começou. Parece estar do mesmo jeito, sem alterações.
- Exceto pelas pilhas de livros. – Eu disse, apontando para uma estante.
Suas mãos passaram pela minha cômoda e rumaram para minha coleção de discos a qual permanecia no mesmo lugar.
- Como É Que Se Diz Eu Te Amo, Legião Urbana? O que tem a me dizer sobre essa relíquia?
Coloco o CD no aparelho de DVD e ligo a televisão. A faixa “Será” começa a ser reproduzida. Cauã tira a camisa rapidamente como louco e eu imito seus movimentos. Nossas roupas voam pelo quarto, calça para um lado, cuecas para outro e caímos na cama, aos beijos.
Por um instante era como se nada tivesse sido alterado em nossas vidas e continuávamos dois meninos se descobrindo na cama, apenas as diferenças físicas somavam nas tensões de prazer. O peitoral de Cauã estava maior, inchado, definido, coloquei a boca sob ele, lambendo as aréolas cuidadosamente.
-Ah! – Disse, segurando minha cabeça.
- Te machuquei?
- Não, é que está muito gostoso, nunca mais tive isso.
Nenhuma mulher poderia explorar o corpo dele como eu, dois homens tem formas próprias de se curtirem. Toquei seus braços com firmeza, apalpando alguns músculos e massageando-os. Ele contrai as pernas, sinto seu pau ficar enorme e ir de encontro ao meu. Os dois roçaram, fortes, briguentos e sedentos no calor.
Minha boca desceu, dos mamilos para o abdômen, e seguiu em linha reta chegando ao púbis e enfim o pênis. Chupei-o e Cauã elevou os braços até a cabeceira da cama, deixando à mostra os pelos das axilas.
Com o tempo observei que pelos no corpo masculino realçam a masculinidade, e dessa forma me provocavam um prazer abundante. Cauã mantinha o peitoral liso, essa característica combinava perfeitamente aliada à pele macia. Seus pelos concentravam-se no púbis e nas axilas, lugar onde, ao parar para contemplar, meu tesão aumentava consideravelmente.
Subi novamente, apertei os mamilos dele, Cauã se contorceu de prazer, sem descer os braços. Minha língua passou pelos bicos rosados e caminhou com destino às axilas masculinas peludas, passeando por entre os fios cobertos de cheiro masculino. Estou tonto de tesão, e ele curte cada instante, gemendo próximo ao meu ouvido e ao mesmo tempo sendo cuidadoso para o som não sobressair ao volume da música.
Cauã me abraçou e seu pênis forçou a entrada do meu ânus. Ajudei-o a entrar, encaixando. Começamos o vai-e-vem. O sexo aconteceu de maneira fervorosa, os dois gemendo de forma contida, loucos de tesão. O calor se espalhou no quarto e suados transamos por vários minutos, naquela posição, até o orgasmo chegar.
- É incrível como isso ainda pode ser muito bom. – Ele exclamou, olhando para o teto do meu quarto.
- Sem dúvidas.
- Você esteve com outros homens depois de mim?
-Sim, e você?
Ele se contorceu.
- Não... na verdade nem mulheres, além da minha noiva é claro.
...
Rimos juntos da rapidez com que tiramos as roupas, a calça jeans de Cauã havia voado e caído sob a minha cômoda.
- Será que seus pais não vão desconfiar do que fizemos aqui? - Questionou Cauã, vestindo a roupa.
- Acredito que não, e se sim, vão fingir que não sabem de nada. Eles são bem discretos.
- Isso é loucura. Eu não esperava fazer sexo com você, assim... Eu odeio o fato de ter traído alguém que gosto.
- Me sinto sujo por participar disso, mas meus sentimentos por você não me permitiram ser racional, deixei as coisas fluírem. – Admiti.
- Com o tempo um dos meus maiores medos era retornar a Campinas e encarar você. Mas meu pai achou que o tempo havia chegado, e o casamento seria arranjado aqui.
- E agora que as coisas aconteceram, qual resolução você acha viável?
Cauã sacudiu a cabeça.
- Eu não sei. Pode não parecer, mas tem alguma coisa dentro de mim doendo muito. Eu acho que preciso pensar.
- Não tem tempo para pensar, o casamento é semana que vem!
- Johnny, eu não posso jogar tudo pro alto por causa sua. Estamos há bastante tempo planejando minha vida nos próximos anos. É muito difícil chegar aqui e ver o quanto você me afeta e o quanto isso pode trazer de danos aos meus planos, estou em um dilema.
- Tudo bem, está tudo em suas mãos. Eu não vou insistir, não quero ser um influenciador igual ao seu pai. – Eu disse, chateado, levantando da cama e colocando uma camisa.
Cauã andou até mim e me abraçou por trás. Duas ou três lágrimas escorreram dos meus olhos, estava no melhor lugar do mundo, dentro dos braços dele, quentes, protetores, fortes. Mas isso não servia para nada, em muito pouco tempo seríamos história, e a partir do momento em que o casamento fosse consumado, por princípio próprio, eu jamais teria coragem de tocá-lo novamente enquanto estivesse com Milenna.
- Johnny, eu te amo... – Sussurrou na minha orelha.
- Eu não te entendo..., mas também te amo.
...
IMPORTANTE: Peço desculpa a todos que esperaram por esse capítulo. Infelizmente inspiração não vem a toda hora e o processo de escrita muitas vezes é complicado pois o autor passa por certos bloqueios. Também estive uns dias viajando e fiquei impedido de continuar a escrever durante o final de semana e feriado. Agradeço a compreensão.
Agradeço aos leitores que vierem a dedicar um tempo para realizar a leitura, e gosto de receber críticas de toda natureza (me refiro as construtivas), então, não deixe de comentar o texto, isso é muito importante para mim.
Também disponibilizei o texto no Wattpad, que proporciona uma leitura mais confortável, não deixarei o link pois o site Casa dos Contos Eróticos pode o censurar. Busquem no GOOGLE por "Os Primos (Romance Gay)" e cliquem no primeiro link.
Obrigado a todos!