Dama de Honra - parte 5

Um conto erótico de Lari
Categoria:
Contém 1984 palavras
Data: 01/05/2017 07:08:32
Assuntos: crossdresser

- Não acredito! Quem vai fazer nosso cabelo e maquiagem é o Stefanini, o maquiador das estrelas??? - gritou empolgada Luciana.

- Sim, darling, obrigado pelo 'maquiador das estrelas'. Modéstia à parte, meu portfolio de artistas e celebridades é bastante vasto... - disse Stefanini, sem muita modéstia.

- Pois então, Lu, falei que a produção pro meu casório seria no capricho, não? - falou Renata, toda cheia de si.

Eu realmente não sabia quem era ele ou mesmo se ele era cabeleireiro ou maquiador de pessoas famosas, só sei que ele parecia bastante seguro de si e provavelmente se tratava de um excelente profissional.

- Mas não se empolguem, meninas, eu farei apenas a produção da pessoa mais importante da noite, qual seja, nossa linda e simpática noivinha Renata. Vocês duas serão produzidas pela minha equipe, que também sem falsa modéstia, fazem jus a estarem em minha equipe. Ronaldo, Murilo, podem entrar...

E adentraram à sala dois homens, bem vestidos, altos e esbeltos e, ao contrário de Stefanini, não parecendo nada delicados e afeminados.

- Boa tarde, garotas - disse Ronaldo, loiro e bem em forma.

- Boa tarde! - dissemos as três, em uníssono, o que fez com que os três maquiadores se olhassem e rissem contidamente.

Não sei se era o efeito do champagne ou mesmo todo aquele ambiente feminino que estava experimentando, mas achei aquele rapaz muito bonito, mais do que gostaria de achar até.

- Qual você quer? - perguntou em cochicho para mim Luciana.

- O Ronaldo... - disse, estranhamente sem pestanejar.

- Safada... era o que eu queria... mas o Murilo não é de todo mal. - completou Luciana, mais com ironia do que com raiva.

Porém nem foi preciso que escolhêssemos: como se fosse pré-determinado, cada um deles se direcionou na direção de cada uma nós: Murilo foi até Luciana e Ronaldo até minha direção.

- Sentem-se, meninas - sentenciou Stefanini.

E então cada uma de nós se sentou em sua cadeira, sem muita cerimônia.

- Que comecem os trabalhos! - falou, novamente em tom de ordem, o tal 'maquiador das estrelas', que de pronto iniciou com Renata.

Olhei para o lado e Luciana conversava animademente com Murilo, inebriada, descrevendo minuciosamente como queria sua produção. E então ouvi ao pé do ouvido:

- E você? Vai querer como, linda?

Não gostaria de admitir, mas aquela voz máscula e macia ao pé do meu ouvido me fez arrepiar todos os pelos do corpo - os que me sobraram de todas aquelas depilações as quais fui submetido.

- N-não tenho muita ideia, Ronaldo. O que você acha?

- Olha, quando vi você, parece que me veio aos olhos sua produção. Se você confiar em mim, tenho certeza de que não irás se arrepender.

- Então tudo bem... como você quiser.

- Nossa... não fala assim que eu me apaixono... tenho uma queda por ruivas que você não faz ideia...

Mordi o lábio inferior e respirei fundo. Errado ou não, aquilo me deixou excitado.

Então logo senti suas mãos fortes mas gentis em meus cabelos, escovando, penteando e tateando minhas madeixas com inegável carinho. Como da vez em que acabei adormecendo enquanto secavam meu cabelo, acabei meio que ficando em transe, quase que não reparando o tempo passar. Porém, fui despertado daquele estado zen pelo grito eufórico de Luciana:

- Oh, my god!!! Ficou divino!!!

Olhei para o lado e entendi a empolgação dela: seus cabelos estavam lindos mesmo, com um coque na frente e madeixas encaracoladas à volta. Renata, por sua vez, continuava nas mãos de Stefanini, que provavelmente não tolerava que seu trabalho fosse perturbado por manifestações eufóricas como a da prima da Renata.

- O seu está pronto também, princesa. Quer ver ou prefere ver depois do make?

Inegável que estava curioso pra ver como ficara meu cabelo, porém também pensei que o impacto seria ainda maior se visse a produção completa. Ademais, não queria demonstrar para Ronaldo minha ansiedade, então, tentando demonstrar calma e controle da situação, falei quase que com desdém:

- Não, não... prefiro ver sua produção completa mesmo.

- Boa menina. Assim que eu gosto. - e tascou um beijo estalado em minha bochecha, quase no cantinho de minha boca, o que me fez ruborizar de pronto.

- Hahahaha... não precisa ficar vermelha: eu trouxe blush pra aplicar. - disse rindo ele, o que me fez desejar que aquela cadeira afundasse e eu nunca mais aparecesse na face da terra.

Como não afundei e segui na superfície, Ronaldo iniciou os trabalhos:

- Maquiar um rostinho lindo desses é até um pecado: você já é linda por natureza.

- Er... obrigada... aposto que você fala isso pra todas... - disse, tentando demonstrar um mínimo de dignidade.

- Não. Só para as que merecem mesmo... - retrucou ele. Agora fecha esses olhinhos lindos que vai começar a magia.

Não precisou que ele ordenasse de novo e logo estava eu, sentadinho com a cabeça encostada, de olhos bem fechados: tal qual um avestruz enfiando a cabeça no buraco, aquele fechar de olhos parecia dissipar um pouco daquela vergonha que exalava de cada poro do meu corpo.

Mal fechei as pálpebras e já os trabalhos iniciaram: um creme gelado foi passado por ele em meu rosto, que em seguida foi espalhado quase que como uma massagem por toda minha face:

- Tá gelada a base, lindinha?

- Um pouco...

- Na próxima eu dou uma aquecidinha nela pra você. - e riu.

Após, senti um pincel delicioso passando por toda minha tez, o que me deu uma certa cocequinha e me fez abrir um leve sorriso:

- Nossa... esse sorriso é pra mim ou pro pó que estou passando?

- Pros dois. - falei sem pensar, arregalando os olhos surpreso comigo mesmo.

- Huuuummm... gostei. - e deu mais uma pincelada na ponta do meu nariz.

Aquilo estava evidentemente fugindo ao meu controle.

- Que cor você quer o blush?

- Não sei. - falei sinceramente, não só por não saber o que era blush mas também por não saber quais suas cores.

- Pensei em algo mais puxado para o marrom, para o rosto ficar mais longilíneo.

- É, pode ser... - falei sem nenhuma convicção.

E então senti minhas bochechas sendo massageadas novamente, porém agora bem de leve.

- Agora, fecha os olhos novamente, mas não com muita força, bem de leve, pra eu poder fazer seus olhos.

- Tá bom... - disse, quase sem ação.

Passei a sentir então aquelas deliciosas pinceladas em minhas pálpebras. Um vai-e-vem que durou minutos e era inegavelmente maravilhoso.

- Deu... abre e olha pra mim.

Olhei em seus olhos.

- Meu Deus... esses olhos verdes nunca estiveram tão lindos, tenho certeza.

E, mesmo tapado de vergonha, não consegui desviar meus olhos dos dele, ficando um encarar que durou minutos em minha mente, mas que deve ter durado alguns segundos na vida real.

- Ok, lindeza, agora só mais o delineador e os cílios postiços e tá prontíssima.

- Eu pensei em não colocar cílios, sei lá - falei, assustado com os tais cílios postíços, que não pareciam ser algo muito agradável de se usar.

- Hahahahaha... você é uma graça. Dama de honra sem cílios postiços? Faça-me o favor. Fecha os velhos e deixa com o Ronaldão aqui.

Seguiu para o delineador (que para minha infelicidade não era aplicado em delicados pinceis, mas mais parecendo com uma caneta) e depois para os tais cílios, que, após ele colar, me mandou piscar delicadamente algumas vezes e olhar pra cima:

- Tá incomodando?

- Não. - menti. Estava e muito: eu olhava para cima e parecia que havia uma sombra negra sobre meu olhar, de tanto cílio que tinha.

- Ótimo. Agora só o lápis e o batom.

- Certo.

Batom eu sabia obviamente o que era, porém lápis não. Acabei descobrindo quando senti aquele objeto sendo passado na parte de baixo do meu olho, quase adentrando meu canal lacrimal. o que quase me fez chorar:

- Não chora que estraga tudo! Deixa pra cerimônia - ordenou de forma bem-humorada Ronaldo.

Enfim, aquela tortura ocular acabara, com ele olhando mais uma vez fundo em meus olhos:

- Olha pra mim.

Olhei.

- Nossa... - Ronaldo suspirou.

- O que? - perguntei

- Seus olhos... você...

- Que isso, Ronaldo...

E quando me dei conta, nossos rostos iam se aproximando, até pararem a centímetros:

- Uhuuum... hellooo... Ronaldo?!

Era Stefanini, com uma cara furiosa, como a de um pai repreendendo um filho.

- Hehehehe... o que? - disfarçou ele.

- Foco no trabalho!

- Ué, estou focado, Stef. Apenas me distraí um pouco.

Eu ouvi todo aquele diálogo, mas estava em tamanho estado de choque que sequer esbocei qualquer reação. O que era aquilo que quase havia acontecido? Eu teria permitido Ronaldo me beijar? Ou pior: eu queria que ele me beijasse?

- E então, que cor vai querer emoldurando essa boca carnuda e linda? - falou Ronaldo, galanteador, porém tentando demonstrar mais simpatia do que interesse devido o puxão de orelha de seu chefe.

- O que você acha? - perguntei, ainda me recuperando.

- Olha, pensei em algo bem vermelho, pra combinar com essas suas madeixas ruivas maravilhosas.

- Ótimo. Pensei em vermelho também - eu realmente havia pensado em vermelho, até porque era das poucas cores de batom que conhecia.

Logo comecei a sentir minha boca sendo pincelada delicadamente, como se Ronaldo fosse um artista da Renascença pintando a boca de uma moça em um quadro. Achei que o batom seria aquele tubinho que as mulheres usam, mas pelo visto em casos excepcionais era passado com pincel mesmo.

- Voilá! Prontinha! Pode olhar!!!

Quase que com medo do que iria ver, fui lentamente me levantando da cadeira, até o ponto de poder ver minha imagem no espelho. E, mais uma vez, lá estava diante de mim outra pessoa que não o Lucas que durante 19 anos me acostumei a ver. Meu cabelo estava preso em um lindo coque com delicadas flores brancas, ornado por fitinhas brilhosas da mesma cor. Algumas madeixas pareciam escapar ao penteado, assentando delicamente sobre meu pescoço e ombros, lindamente encaracoladas. A maquiagem era algo que não conseguiria descrever: em minhas pálpebras havia uma mistura de cinza com branco, que ornavam perfeitamente com meus olhos delineados em preto. O rosto parecia afinado, feminino, assim como minha boca vermelha, carnuda, que parecia inegavelmente desejável.

- O que achou?

- A-achei... lindo. - disse, sem mentir.

- Obrigado. Mas a modelo ajuda. E muito, se me permite dizer - disse Ronaldo, meio que olhando para Stefanini, receoso.

- Jesus! Ficou divina! - exclamou Stefanini.

- Hey! E eu??? - gritou enciumada Luciana.

- Está igualmente linda! - falou Stefanini, sem muita convicção.

- Obrigada. - disse Luciana, acreditando.

- Vocês estão magníficas, mas nada se compara a esta noiva aqui! - e virou a cadeira de Luciana, lentamente para nós.

- Meu Deus!!! - exclamamos Luciana e eu, em coro.

Renata esta magnífica. Coque alto, cheio de flores (parecido com o meu, só que mais charmoso, afinal, ela era a noiva), com o resto do cabelo encaracolado até o meio das costas. Uma maquiagem linda, com batom rosinha, super delicado - o que até me fez pensar se não gostaria daquela cor em mim, mas enfim.

- Ficou bom, meninas? - perguntou ela?

- Você não vai se olhar? - indagou Luciana.

- Não. Quero ver com o vestido.

E saiu correndo da sala. Depois voltou até a porta, acenou e disse:

- Obrigada, Stefanini! Não tenho como lhe agradecer.

- De nada, linda. E tem sim: com cheque ou cartão. - e riu sarcasticamente.

- Bom, vamos, Lari? - falou Luciana.

- Vamos, claro.

- Tchauzinho, Murilo. Muito obrigada. Tchau, Ronaldo! - e se foi sem muita cerimônia.

- Tchau. - disse Murilo sem muito entusiasmo.

Então, num momento de estranha despedida, olhei para Ronaldo e disse:

- Tchau, Ronaldo. Muito obrigada pelo trabalho e pela dedicação.

- De nada, Larissa. Você com certeza é a mulher mais bonita que já produzi.

- Nossa... obrigada. - disse já não tão sem-graça como outrora.

- Isso é um até logo ou um adeus? - indagou ele, baixinho, meio que não querendo que seu chefe lhe ouvisse.

- Acho que um até logo... - disse, estranhamente.

- Que bom... posso te ligar um dia?

- Claro...

- Ok... eu dou um jeito de te achar.

- Assim é que eu gosto.. - alguém deveria me parar, mas eu estava flagrantemente flertando com ele.

E saí da sala, não sem antes dar uma última olhada para Ronaldo e mandar um sutil beijinho.

Essa brincadeira de dama de honra definitivamente havia saído do meu controle.

CONTINUA...

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Comentários

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Gente... Que demora pra continuação desse conto Maraaaaaa... Lari ficou realmente linda. Tomara que ela beije o seu gato na festa!

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Desculpa a minha sincera opinião, mas acho q nada saiu do controle, na verdade só aflorou a feminilidade q ja existia em vc, e vc sempre se negou a aceitar.

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Esse conto está cada vez melhor. Aguardo anciosamente pela continuação

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