Os primos do interior. III

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 2000 palavras
Data: 20/05/2017 20:33:19
Última revisão: 20/05/2017 20:53:08

Alex tentou dar apoio total ao amigo, mas era impossível não chorar ao ver o cara que você gosta com outra pessoa.

- o que foi que ele falou?

- ele não sabe que eu vi. Eu saí de lá sem que ele me percebesse.

- então só tem uma solução.

- qual? - perguntou João.

- você fingir que nada aconteceu, e continua tocando a vida com ele.

- e tu acha que eu consigo? Minha vontade é de voltar la e estragar a foda dos dois. - dizia João com ira.

- seria se rebaixar demais.

- porra Alex, por que ele fez isso cara?

- não fica assim não mano. Ele não te merece.

- eu queria não gostar tanto dele.

João e Alex ainda não haviam saído do estacionamento. O primeiro não tinha condições de ligar o carro.

- da mesma forma que você gosta tanto, você aprende a esquecer.

- como Alex? Me diz como eu vou esquecer aquele cara?

- isso eu não sei João, mas não vai ser chorando aqui dentro de um carro. - Alex passava as mãos pelas costas de João.

- você tem razão Alex. Ainda quer ir ao shopping?

- querer eu quero sim. Mas deixa pra outro dia.

- O aniversário que tu vai né hoje?

- é sim.

- então vamos la. Eu te levo.

João ligou o motor do carro e foi deixando a faculdade.

- mas não vai te atrapalhar?

- não. É bom, ate que eu esfrio a cabeça. Se eu continuar pensando nisso, talvez faça uma loucura.

- certeza?

- sim. - confirmou João.

A chuva voltava a cair forte. Durante o caminho, Alex tentava entreter João para que ele não pensasse em Fabinho.

- se importa se eu te esperar aqui no carro? - disse João no estacionamento do shopping.

- claro que me importo. Quero que tu me ajude a escolher uma roupa maneira.

- na boa irmão. Hoje eu não consigo ajudar nem a mim.

- eu insisto João. Tua opinião é importante.

João sorriu sem graça.

- ta beleza. - disse descendo do carro.

concluindo as compras, João deixou Alex em casa, e pegou um caminho conhecido. O menino guiou seu carro ate o apartamento de Fabinho. Viu as horas no relógio, e ficou dentro do carro aguardando seu namorado chegar.

Impaciente, João não aguentava mais teclar pelo whats e o namorado não aparecia.

Já era tarde, quando João viu Fabinho entrar com o carro na garagem do prédio. Imediatamente, João saiu de seu carro, e foi em direção a Fabinho.

- João? - disse Fabinho saindo do carro.

- oi. Não esperava me ver aqui?

- pra falar a verdade não. Mas que bom que veio. Ia mesmo te chamar aqui.

- pra que? Ia terminar comigo?

Fabinho riu.

- papo mais doido João. Claro que não. Ia te chamar pra vir almoçar comigo.

- nós dois e mais quem?

- como assim João? Não to entendendo o que tu quer dizer.

- aonde tu passou a manhã?

- na faculdade. Você sabe que eu tinha aula hoje pela manhã. Eu te falei.

- mudou de curso? Agora tu faz odonto?

- eu não sei onde tu quer chegar, mas eu não to gostando do rumo dessa conversa.

- tu não tem que gostar de nada cara. Tu me sacaneou Fábio, e ainda ta tentando esconder.

- meu Deus do céu. Esconder o que João? Você ta assim porque eu não te liguei agora de manhã? O que eu fiz que te deixou tão irritado? - Fabinho se colocava como vitimizado.

- para cara, para. Eu vi tudo, porque tu não assume?

- assumir o que? - por dentro Fabinho sabia do que João falava, mas ele iria negar ate o fim.

- você vai mesmo continuar mentindo né!?

- eu não to mentindo João. Só não sei do que tu ta falando.

- ta Fábio. - disse João se afastando de Fabinho. - eu achei de verdade que você fosse me falar a verdade... Mas eu tava enganado.

- O que te contaram? - Fabinho tentaria esconder uma mentira com outra mentira.

- ninguém me contou nada. Eu vi... Eu vi cara. Se alguém contasse eu não acreditaria, pois eu confiava muito em você.

- e o que você viu?

- você quer mesmo que eu fale aqui? Bloco de engenharia, corredor com as luzes apagadas, banheiro vazio. Não te lembra nada?

- eu não quis aquilo. O Alan me forçou...

- e tu não podia dizer não? Ele colocou uma arma na tua cabeça pô?

- eu sou homem João.

João riu de sarcasmo.

- pra mim já deu. - disse João virando as costas.

- espera. Onde tu vai? - Fabinho segurou por seu braço.

- vou sair daqui cara, e nunca mais eu quero falar contigo.

- João, pra que esse drama todo cara? Foi só uma chupada.

- quantas?

- quantas o que?

- quantas chupadas ele já te deu?

- foi a primeira...

- não mente. - João o interrompeu.

- to falando a verdade. Foi a única vez, e nunca mais irá se repetir.

- por mim você pode fazer quantas vezes quiser. Tu ta livre velho. Vai la ''galinhar''.

- ta fazendo besteira João. Queria que eu assumisse, já assumi. O que mais tu quer?

- de tu eu não quero mais nada cara... mais nada.

- espera João. Vamos subir e conversar com calma. Daqui a pouco ta cheio de gente aqui,

- quero conversar contigo mais não.

- desculpa João. Eu errei, mas não te trai...

- não me traiu? - João o interrompeu. - porra! - exclamou o garoto. - nosso conceito de traição é muito diferente cara.

- eu te amo João. Traição seria só se eu tivesse ficado com outro por amor, e não foi assim. Foi só carnal.

- ta certo. - João tinha os olhos marejados. - eu espero que você encontre alguém que aceite esses teus rolos numa boa. Eu não sou trouxa não cara.

- nunca pensei, nem te fiz de trouxa. Só fui fraco, e to aqui assumindo. Vamos subir pra conversar.

- não!

Fabinho segurou o braço de João com força, mas este se desvencilhou.

- esquece a gente cara.

- não vou esquecer, e nem você vai. - disse Fabinho.

João saiu do estacionamento, e Fabinho o acompanhou ate a rua.

- deixa desse drama João. Vamos conversar com calma que a gente vai se entender.

- você sacaneia comigo, e ainda me chama de dramático? - João estava parado na porta do carro.

- não vou deixar você ir. - disse Fabinho parado entre o corpo de João e a porta do carro.

- a gente já falou o que tinha pra falar, Fábio.

- para de me chamar assim. O que custa você entrar um pouquinho somente?

- custa muito, cara. Você vai continuar mentindo. Vai tentar me convencer no gogó.

João abriu a porta do carro, e Fabinho voltou a fechá-la. João empurrou Fabinho, entrou no carro e deu partida. Agora ele já poderia chorar.

O menino parou o carro em uma praça, antes de chegar a sua casa. Desceu. Caminhou ate uma banquinha de cachorro quente, pediu um completo com suco de uva, e comeu desesperadamente.

- faz outro por favor. - disse ele ainda no primeiro.

- é pra já. - disse o vendedor.

João olhou para o sol, e depois para o pulso. Já passava das quatorze horas.

- aqui moço. - disse o vendedor lhe entregando o segundo cachorro quente.

- obrigado. - agradeceu.

- mais suco?

- tem de laranja?

- tem sim.

- quero um.

- é pra já. - disse o vendedor.

João, que estava sentado em uma cadeira plástica, de costas viradas para um barranco, não percebeu que um cachorro se aproximava. Quando deu fé, o animal já estava cheirando seu lanche. O susto foi inevitável, a cadeira girou e João desceu barranco abaixo.

No chão, sentia dores nas pernas e percebeu que o joelho sangrava muito. Tentou levantar, e sentiu uma profunda dor nas costas.

- ta bem amigão? - disse um homem tentando ajudá-lo.

- se eu to bem? Ta de brincadeira comigo né!? - João cuspia grama com barro.

- desculpa cara, meu cachorro se soltou da coleira, e eu não consegui segura-lo. Mas te garanto que ele não iria te morder. Ele só queria brincar.

- com meu cachorro quente né!? - disse João tirando o excesso de barro do corpo.

- eu pago outro pra você. - Disse o homem sento simpático.

- precisa não. Passou a fome. - João certificou-se de que o celular e a carteira não haviam sido arremessados com a queda.

O jovem, dono do cachorro, ainda acompanhou João ate o carro.

- você não precisa de nada? Eu moro aqui perto, se você quiser, te levo em casa, e minha mãe faz uns curativos. Não quer ir comigo?

- não. - João foi grosso.

O menino voltou para a estrada, e em pouco tempo estava em sua casa. A preocupação agora era em como ele iria subir ao quarto despercebido. Estacionou o carro, deu uma arrumada na aparência, e subiu as escadas correndo. A dor por fora não se comparava a dor interna.

Entrou no banheiro, trancou a porta, e olhou-se no espelho. Com certeza, aquele tinha sido um longo dia.

Momento atual.

João deixara Fabinho na porta do seu edifício.

- você não quer entrar? - perguntou Fabinho.

- não. - disse João. Eu to indo nessa.

- vai no meu carro. - ofereceu Fabinho.

- vou pegar um táxi.

- sem necessidade. Meu carro ta disponível, não vou sair mais hoje mesmo.

João continuou recusando.

- prefiro ir de táxi. - disse o menino.

- tudo bem. Você pode ao menos ligar pra dizer que chegou bem?

João pensou em falar algo, mas achou melhor evitar.

- ligo. - disse por fim.

- obrigado por ter vindo me deixar João. Obrigado mesmo.

- por nada. Agora eu vou nessa. Se cuida.

- ta bom. Você também.

Na noite movimentada, não demorou muito para João encontrar um táxi vazio. Fabinho viu João partindo. Talvez para nunca mais voltar.

João chegou em casa, e encontrou as luzes apagadas. Provavelmente todos já dormiam. Tomou um copo d'água na cozinha e subiu para o quarto.

No dia seguinte, João acordou depois das nove horas. Lembrou do aniversário da avó e levantou-se para fazer sua higiene matinal. Tomou um banho caprichado, colocou uma bermuda jeans, jogou uma regata no ombro e saiu do quarto. Sentia-se mal pela forma que tratara o primo na noite anterior e queria pedir desculpas.

- Diogo? - disse João entrando na cozinha.

- bom dia primo. - respondeu Diogo com um sorriso no rosto.

- bom dia. Sabe cade o Mateus?

- ele havia ficado no quarto. - respondeu Diogo tomando café.

- ta ok. Obrigado!

- nada. - respondeu o primo de vinte e um anos.

João subiu as escadas, e lentamente foi abrindo a porta do quarto. Olhou para a cama, e não encontrou o primo.

- Mateus? - chamou entrando totalmente no quarto.

- aqui primo. - disse Mateus saindo de dentro do banheiro. O rapaz de vinte e três anos escovava os dentes.

João ficou admirado ao ve-lo apenas com uma toalha na cintura.

- bom dia. - disse João.

- dia. - respondeu Mateus.

- eu queria conversar contigo, mas to vendo que tu ta ocupado. Volto outra hora.

- pode falar agora primo. Tô ocupado não. Tava só tomando um banho. Calor demais aqui na tua cidade.

- é... Aqui é um pouco quente mesmo.

- um pouco? Um pouco é de onde eu venho. - Mateus sorriu, arrancando uma risada do João. - Mas diga lá, o que ocê quer falar comigo?

- eu queria pedir desculpas por ontem. Fui grosseiro contigo, que só queria ajudar.

- precisa pedir desculpas por nada não primo. Você tava nervoso. - disse Mateus.

- ainda assim. Eu não poderia ter falado contigo daquela forma cara. Desculpa cara.

- bom... Já que é tão importante pra você, eu desculpo sim. Sem ressentimentos.

João sorriu.

- eu fico mais aliviado primo. Tava me sentindo mal.

- fique não. - disse Mateus deixando cair a toalha.

João não era acostumado a ficar nem ver outros homens pelados com tanta naturalidade. O menino ficou sem voz ao ver o pênis do primo balançando entre as penas.

- o que foi primo? - perguntou Mateus sem entender. - primo, cê ta bem?

João olhou para Mateus, e sua voz não saiu.

Mateus, ainda, sem entender deu uma coçada nos ovos e foi em direção a João.

- que tu tem? - disse ficando de frente para o primo.

- eu vou descer primo. Que bom que ta tudo certo entre a gente. - disse João suando frio.

João virou-se para sair do quarto, mas Mateus tocou em seu ombro.

- espera primo. - disse Mateus. - senta aí que eu quero levar um papo contigo.

Continua...

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Comentários

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SÓ SE MATEUS FOR MUITO IDIOTA PRA CONFESSAR QUE AMA JOÃO. JOÃO NÃO MERECE DE JEITO NENHUM. DESCULPA, MERECE SIM OS CHIFRES QUE FABINHO COLOCOOU NELE. MUITA SIMPATIA PELO MATEUS. SUJEITO SIMPLES, HONESTO, EDUCADO. MESMO SENDO DESTRATADO POR JOÃO AINDA O DESCULPOU. FOSSE EU TINHA MANDADO JOÃO SE FUDER.

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Quero ver esses dois logo juntos e o Monte de merda do Fabinho, sofrendo porque perdeu...

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fala a verdade sobre o amor que sente pelo primo.

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