Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 18 - CONFRONTOS

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 3174 palavras
Data: 01/06/2017 12:48:55
Última revisão: 30/11/2024 03:27:28

Guilherme sentia-se devastado; olhar no espelho havia se tornado um desafio doloroso. Cada fio de cabelo caído era um lembrete amargo de sua luta contra o câncer, de como o tratamento o sugava. As forças escapavam-lhe aos poucos, a esperança parecia longe, e nem lágrimas restavam para chorar. Em torno dele, a família o apoiava, unida, mas o peso da situação tornava-se cada vez mais esmagador. Finalmente, chegou o momento de enfrentar os médicos, e as notícias foram ainda mais sombrias.

— Como assim? — Leopold, o pai de Guilherme, questionou o médico, a voz marcada pelo medo.

— O tratamento... não estava funcionando? — Anastácia, mãe de Guilherme, interrompeu com um choro silencioso que transparecia seu desespero.

Felipe, de pé ao lado deles, balançou a cabeça em negação, tentando conter as lágrimas.

— Não... ele... ele não vai morrer — murmurou, lutando para manter a esperança. — O senhor precisa fazer alguma coisa.

O médico respirou fundo, lutando para manter a serenidade diante do pedido desesperado de Felipe.

— Gostaria de poder fazer mais — disse o profissional, a voz pesarosa. — Mas o tratamento, infelizmente, não está conseguindo impedir o avanço do tumor. Ele se multiplicou. Podemos remover os que surgiram agora, mas serão apenas paliativos. É uma questão de tempo até novos aparecerem.

Leopold prendeu a respiração, caminhando de um lado para o outro.

— Não pode ser. Eu preciso de mais tempo... Quanto o senhor precisa para desenvolver outro estudo, ou qualquer coisa? — questionou o pai de Guilherme.

— Sr. Thompson — começou o médico com a voz trêmula. — Não se trata de dinheiro ou de recursos... Eu também sou pai e nem imagino o tamanho da dor que está sentindo. Só posso aconselhar que aproveite cada momento com seu filho.

Desesperado, Leopold voltou a sentar ao lado de Anastácia, apertando a mão da esposa em busca de apoio.

— Quanto tempo? — perguntou ela, a voz quase sumida.

— Não quero saber — Leopold disse, tentando se afastar da realidade, mas a esposa segurou seu braço, determinada.

— Espere, eu preciso saber. Eu não posso passar por isso sozinha.

Após um longo silêncio, o médico respondeu.

— É difícil precisar... talvez dois meses e meio. — as palavras atingiram a família de Guilherme como pedras.

— Desculpa... — murmurou Leopold, o rosto umedecido pelas lágrimas. O médico tocou seu ombro em solidariedade.

— Não se preocupe.

Sem conseguir mais conter a dor, Felipe saiu do consultório, precisando de ar, de um espaço onde pudesse processar tudo. Ele sgostentou na sarjeta em frente ao hospital, as lágrimas caindo livremente. Pouco depois, Leopold o seguiu e sentou-se ao lado dele.

— Ele está tão confiante no tratamento, Sr. Thompson. — A voz de Felipe soava frágil, como se a esperança se esvaísse a cada palavra. — O que vamos fazer?

Leopold olhou para o jovem, uma mistura de arrependimento e tristeza em seus olhos.

— Eu... eu não sei. Há tantas coisas que eu queria dizer ao Guilherme, Felipe. Pedir desculpas por tudo que fiz, dizer o quanto ele é importante para mim... Como posso compensar todos esses anos de distância em apenas dois meses? — questionou o empresário.

— O senhor tem tempo mais que suficiente — respondeu Felipe com firmeza, tentando confortar o sogro. — O Guilherme ama o senhor, e ele sabe que é amado. Qual pai aceitaria o namorado do filho de braços abertos? O senhor apoiou nosso casamento. O senhor é um pai que, apesar dos erros, tenta corrigi-los.

Leopold, tocado pelas palavras de Felipe, suspirou fundo.

— Vou tirar Kiran e Kiara do internato. Não quero cometer os mesmos erros. Esse é o último ano deles lá... não quero.

Felipe assentiu, compreendendo.

— E eu? Como vou ficar sem o amor da minha vida?

— Sinto muito, filho. — Leopold o puxou para um abraço apertado.

— Eu... eu não sei o que fazer... — Felipe confessou, sua voz embargada de desespero.

— Estamos todos aqui, um para apoiar o outro — disse Leopold, tentando manter a calma.

Felipe fechou os olhos, deixando-se ser acolhido.

— Obrigado, senhor.

Aquelas palavras carregavam mais do que gratidão; eram um pedido mudo para que enfrentassem juntos a jornada, cada um com sua dor e seu amor, enquanto ainda podiam aproveitar a presença de Guilherme.

Naquela manhã gélida, Kaity reuniu toda a sua coragem para confrontar Rebecca. Ela sabia que precisava fazer a rival confessar sua farsa para Dylan. Rebecca, surpreendentemente, se manteve calma diante das acusações de Kaity, como se já esperasse por aquele momento.

— Você está louca... Eu estou grávida do Dylan. Aceite isso — retrucou Rebecca, com um tom despreocupado.

— Você está mentindo. Eu te vi pegando uma barriga falsa naquela loja de gestantes. Como pode? — insistiu Kaity, sem esconder a indignação.

Rebecca suspirou, como se fosse a vítima na situação, e, forçando um choro falso, disse.

— Garota, o que eu te fiz? Por que você me odeia tanto? — aumentando o tom de voz para chamar a atenção de Dylan, que estava no quarto fazendo um projeto da faculdade.

Kaity ergueu as sobrancelhas, surpresa com a atuação ridícula.

— Está tentando chorar?

A expressão de Rebecca mudou instantaneamente para um sorriso cruel.

— Minhas lágrimas só caem para quem merece.

Kaity sentiu um arrepio de raiva percorrer seu corpo.

— Você...

— Muito bem, Sherlock. Demorou até para descobrir a verdade, sua idiota. — Antes que Kaity pudesse reagir, Rebecca a empurrou com força.

Kaity se recompôs, tentando manter a calma.

— Pare. Eu não quero brigar. — disse a intercambista russa. — Só quero que você conte a verdade para o Dylan.

— Mas eu quero — disse Rebecca, com um brilho ameaçador nos olhos. E, sem hesitar, empurrou Kaity ao chão, lhe desferindo um tapa enquanto sussurrava um insulto. — Sua vadia desgraçada.

Foi nesse momento que Dylan entrou na sala, alarmado pela cena. Kaity, reunindo suas forças, deu um tapa em Rebecca.

— O que significa isso? — perguntou ele, visivelmente confuso e decepcionado.

Rebecca, rápida em inverter a situação, começou a chorar novamente.

— Me ajuda, Dylan! — se aproximou de Dylan e o abraçou. — Essa louca me atacou! Ela começou a falar coisas sem sentido...

— Kaity? — Dylan olhou para ela, desiludido.

— Ela está mentindo, Dylan! A barriga dela nem é de verdade! — Kaity tentou se defender, mas a expressão de Dylan revelava que ele já não sabia em quem confiar.

Rebecca se jogou nos braços dele, chorando ainda mais alto.

— Ela disse que arrancaria meu bebê com as próprias mãos! — afirmou a americana, enquanto soluçava.

Kaity engoliu em seco, vendo Dylan envolvê-la em um abraço protetor.

— Kaity, acho melhor você sair. Depois conversamos — disse ele, desviando o olhar.

Rebecca, aproveitando o momento, sussurrou para Dylan com uma expressão exausta. — Eu preciso me sentar. Me ajuda...

— Dylan... — Kaity, com lágrimas escorrendo pelo rosto, balbuciou.

Mas Rebecca, fingindo um desespero teatral, continuou. A cabeça de Dylan estava um turbilhão, no fundo, ele queria ficar a sós com a namorado, mas a atuação de Rebecca surtiu efeito.

— Dylan, por favor, tira essa menina daqui. Estou assustada...

— Calma, Rebecca — disse ele, tentando acalmar a mãe de seu filho, mas ainda sem olhar para Kaity.

— Por favor... — Rebecca implorou, afundando mais ainda no papel de vítima.

Kaity olhou uma última vez para Dylan, o coração quebrado, antes de sair do apartamento. Assim que a porta se fechou, Rebecca deixou escapar uma risada de vitória.

— Ela me machucou... Preciso de uma água com açúcar — disse, fingindo exaustão.

— Eu... Vou preparar — respondeu Dylan, claramente desconcertado, enquanto ia para a cozinha.

Rebecca, sozinha por um instante, ajeitou a barriga falsa, rindo para si mesma.

— Tá vendo, vadia? Mexeu com a mulher errada — murmurou, acariciando a barriga falsa com um ar sádico. — Fica quietinho, meu amor, tudo está sob controle.

Felipe vagava pelas ruas de Londres, perdido nos próprios pensamentos naquela tarde sombria. Cada esquina e vitrine parecia refletir a dor que ele não conseguia expressar. Quando chegou ao parque, ele se deixou levar pela tranquilidade do cenário: casais de mãos dadas passeando, uma senhora alimentando os pombos, uma criança rindo e perseguindo bolhas de sabão. Ele sentou perto de uma fonte, olhando para o movimento com uma sensação de vazio. Nem percebeu quando um senhor idoso se aproximou.

O homem usava um sobretudo marrom. Em uma das mãos carregava uma bengala e no rosto um óculos estiloso.

— Uma ótima tarde, não é? — a voz tranquila quebrou o silêncio.

— Oi? — Felipe respondeu, surpreso.

— Eu disse que é uma ótima tarde — repetiu o senhor, com um sorriso que mesmo os óculos escuros não conseguiam esconder.

— É... — Felipe suspirou.

— Você não parece tão animado, meu jovem. Algum problema?

Felipe hesitou antes de responder, olhando para as próprias mãos. — Vou perder o amor da minha vida.

— Complicado — disse o senhor, assentindo como se entendesse a profundidade daquela dor. — Vocês jovens se apaixonam rápido demais hoje em dia.

Felipe deu um leve sorriso, quase imperceptível. — É. Isso é verdade.

— E por que você acha que esse alguém é o grande amor da sua vida? — perguntou o homem, com uma curiosidade gentil.

Felipe coçou a nuca, um pouco desconcertado.

— Não é uma moça.

— Ah, entendi. Perdão — o senhor sorriu. — Ele deve ser um rapaz de sorte. Mas por que você vai perdê-lo?

Felipe sentiu um aperto ainda mais forte no peito.

— Ele vai morrer. Descobriu que tem um tumor inoperável.

O senhor ficou em silêncio por um momento, apenas acenando de leve com a cabeça.

— Sinto muito, filho. Eu sei bem o que é perder o grande amor da sua vida. Fomos casados por 41 anos. — ele revelou.

— Ela deve ter sido uma mulher de muita sorte. — Felipe o olhou surpreso, um leve sorriso de admiração em seu rosto.

— Oh, não era uma moça. — o senhor soltou uma gargalhada suave. Felipe riu, se pegando desprevenido. — Tirei um sorriso de você? Acho que estou no caminho certo — disse o senhor, divertido.

— Como sabe que eu sorri? O senhor é cego? — questiona Felipe, intrigado. O senhor deu uma risada bem-humorada.

— Ah, é verdade, né? Os óculos escuros e a bengala. Sou cego, sim. E muito teimoso também.

Felipe, curioso, perguntou: — O que houve com o seu parceiro?

O sorriso do senhor murchou um pouco, mas ele manteve o tom leve.

— Aquela bicha alcoólatra caiu da escada e quebrou o pescoço. — disse o idoso.

— Ele também era deficiente visual? — quis saber Felipe com os olhos arregalados.

— Que nada! — riu o senhor. — James tinha a visão de uma águia. Era praticamente o meu cão guia.

— Devem ter sido felizes. — Felipe sorriu, imaginando a relação deles. — O senhor ergueu a bengala para o alto e bateu de leve na cabeça de Felipe.

— A gente se infernizou! Ele fez cada dia da minha vida ser horrível. Nos conhecemos na Marinha, em 1970. Fomos para muitas missões juntos, depois decidimos sair. Dois homens juntos naquela época, ainda mais na Marinha... Era praticamente proibido. Lutamos muito para ficar juntos, enfrentamos nossas famílias e tudo mais. Foram 40 anos. Mas o danado teve a audácia de ir embora antes de mim. — lamentou o idoso.

Felipe ouviu a história com admiração e, ao mesmo tempo, um toque de inveja.

— É uma história e tanto. Pelo menos, apesar de tudo, o senhor conseguiu ficar tanto tempo com ele. — afirmou Felipe.

— Então o que você está fazendo aqui? — perguntou o senhor, dando outra batidinha com a bengala na cabeça de Felipe.

— Ai! — exclamou Felipe, coçando a cabeça, surpreso. O senhor riu.

— Vai ficar junto do seu namorado. Agora. Esse é o seu tempo.

Felipe suspirou, sentindo a gravidade das palavras. Ele se levantou, olhando para o homem com gratidão.

— Tá bom. Obrigado, senhor.

Com um último sorriso, ele deixou o parque, decidido a estar ao lado de Guilherme, ciente de que cada momento juntos era o que realmente importava.

Kaity desabafou com as amigas, tentando controlar a raiva que ainda fervilhava dentro dela ao lembrar da humilhação que passara. Nariko e Paris a observavam com curiosidade, embora um pouco apreensivas. Afinal, estavam vendo um lado de Kaity que jamais haviam presenciado: a versão dela determinada a buscar vingança.

— Você tem certeza que deseja fazer isso? — perguntou Nariko, franzindo a testa.

— É verdade, até eu estou com pena da Rebecca agora. — Paris deu de ombros, mas parecia um pouco hesitante.

— Ela me humilhou... na frente do Dylan. Kaity bufou, seu olhar fixo e sério. — E aquele desgraçado ficou do lado dela. — ela murmurou algo em russo, fazendo as amigas arregalarem os olhos.

— Isso foi um palavrão? — Nariko piscou surpresa.

— No mundo da Kaity... talvez. — Paris soltou uma risada divertida.

Kaity se permitiu sorrir, mas seu tom ainda era duro.

— Ela vai pagar, e caro. Só quero saber... vocês vão me ajudar?

— Estou dentro. — Paris não hesitou mais, levantando a taça de vinho com um sorriso audacioso.

Nariko olhou de uma para a outra, fingindo resignação, mas havia uma faísca de empolgação em seu olhar.

— Tenho outra opção? — perguntou Nariko. — Vi a Kaity vingativa, e definitivamente não quero ser sua inimiga.

— Ótimo. — Kaity riu, satisfeita. — Vamos mostrar para ela o que acontece quando se brinca com fogo.

Naquela mesma tarde, Leopold foi ao internato onde estudavam Kiran e Kiara. Lá, ele explicou para a equipe disciplinar sobre a situação delicada de Guilherme. Animados, os gêmeos abraçaram o pai. Gentilmente, Leopold pediu para os filhos arrumarem as malas, pois passariam uma temporada em Londres.

Leopold suspirou profundamente enquanto os gêmeos saíam em disparada pelo corredor, aliviados por não estarem encrencados e animados com a ideia de irem para casa mais cedo. O diretor, sentado ao lado dele, observava a expressão séria no rosto de Leopold, uma dor silenciosa que ele tentava mascarar por trás de um sorriso que não convencia.

— Não é fácil, né? — comentou o diretor, com uma expressão de solidariedade.

Leopold engoliu em seco, desviando o olhar para a janela, onde podia ver outras crianças correndo no pátio, alheias às dificuldades do mundo dos adultos.

— Agora me diz... como contar para duas crianças que o irmão mais velho deles vai morrer?

O diretor abaixou a cabeça, compreendendo a gravidade da situação. Não havia palavras que pudessem aliviar a dor que Leopold carregava. Ele sabia que, quando os gêmeos chegassem em casa, mais cedo ou mais tarde, teriam que enfrentar a verdade, e o momento exigiria mais força do que qualquer coisa que já houvesse enfrentado na vida.

— Eu não sei, Leopold... Mas eles têm sorte de ter um pai como você.

Por causa da doença de Guilherme, Leopold confiou os principais projetos de suas empresas para John, que estava vivendo o seu melhor momento profisisonal. Em uma tarde, ele pegou um táxi para encontrar alguns acionistas. Ao chegar perto do local da reunião, John esbarrou com alguém do seu passado.

— Olha só. — disse Nick. O antigo parceiro de armações de John estava barbudo e com os cabelos grandes.

— Como? — John questionou a si mesmo, levantando a sobrancelha.

— Você fica um gato quando tá com raiva. — provocou Nick se aproximando e tocando no queixo de John.

— Sai fora, cara. Eu não sabia que a polícia de Londres deixava os bandidos soltos na rua. — retrucou John.

Entre os pedestres estavam Paris e Wallace. A patricinha havia contrato os serviços do advogado para reaver alguns bens que estavam na posse de seus pais. Porém, a aproximação de Nick e John chamou a atenção dos dois. Paris explicou para Wallace o envolvimento de John com Nick. De repente, um exaltado Nick empurrou John, que quase caiu no chão, mas não deixou barato e deu uns bons socos no rapaz.

Desesperados, Wallace e Paris correram para apaziguar a situação. Ao olhar para o advogado, Nick riu e começou a debochar. Mais uma vez, John brigou, mas, dessa vez, foi para defender a honra de Wallace.

— Ninguém mexe com o meu namorado. — disse John, antes de desferir o último soco contra Nick.

— Olha só. — soltou Nick, cuspindo no chão e levantando. — O viadinho tá criando culhões?

— Vai embora daqui, Nick. Eu liguei para a polícia! — exclamou Paris, fazendo uma ligação para a polícia de Londres.

— Vão se foder! — gritou Nick. Ele mostrou o dedo do meio para o trio e saiu andando com dificuldades.

— Eu sou um babaca, Wallace. É esse cara que você quer namorar? — perguntou John com vergonha da confusão que causou. Algumas pessoas passavam e comentavam sobre a briga.

— Ei, o babaca me defendeu. — Wallace se aproximou e tocou no rosto do namorado. — Todos nós temos um passado. O importante é o que você está fazendo para mudar as coisas.

— Amo os casais apaixonados. — brincou Paris.

— Acho que quebrei a mão. — anunciou John ao mostrar um grande hematoma para o namorado e amiga.

— Vamos para o hospital. — pediu Wallace, que arrastou o namorado ao médico.

Ao chegarem no hospital, a suspeita estava certa. Os murros em Nick foram tão intensos, que quebraram a mão direita de John. Ele precisou colocar um gesso e tomaria alguns remédios para dor. Ao saírem do hospital, eles esbarram com Guilherme e Anastácia. John se assustou ao ver Guilherme careca, mas tentou disfarçar o máximo que conseguiu.

Eles foram para o quarto de Guilherme. Lá, John contou toda a história e, mais uma vez, pediu perdão a Guilherme.

John respirou fundo, lembrando das provocações de Nick, mas tentou simplificar a situação para não preocupar Guilherme.

— Ele mexeu com o meu namorado, — disse, dando um leve sorriso e apertando a mão de Wallace, que estava ao seu lado.

Guilherme, surpreso, abriu um sorriso caloroso ao ouvir a palavra "namorado".

— Sério? Que bom, John! — ele respondeu com sinceridade. — Fico muito feliz por vocês dois. — Inclusive, Wallace. Eu queria te pedir um favor. Como você é advogado, será que poderia fazer a minha cerimonia com o Felipe?

— Claro. — afirmou Wallace com um sorriso no rosto. — Eu adoraria.

Como dar uma péssima notícia para crianças? De uma maneira cuidadosa, Leopold e Anastácia, explicaram para os filhos mais novos sobre a doença de Guilherme. Apesar da pouca idade, os gêmeos entenderam a gravidade da situação.

Leopold suspirou e colocou a mão no ombro de Kiran, tentando encontrar palavras que pudessem amenizar o medo nos olhos dos filhos. Anastácia precisou respondeu várias dúvidas dos filhos, mesmo aquilo a dilacerando por dentro.

— Sim, levamos ele no médico — disse Anastácia, mantendo a voz firme apesar das lágrimas contidas. — Eles estão fazendo tudo que podem. Ele está recebendo o melhor tratamento.

Kiara, ainda abraçada à mãe, soluçou.

— Mas... ele vai ficar bem, né? — quis saber a pequena.

Leopold trocou um olhar significativo com Anastácia, sentindo o peso de cada palavra.

— Não sabemos exatamente o que vai acontecer, mas estamos todos aqui para ele. E ter vocês por perto, fortes e carinhosos, vai ajudar muito o Guilherme. — disse Leopold.

Kiran, ainda agarrado ao pai, olhou para Leopold com determinação, enxugando as lágrimas.

— Então vamos ser fortes para ele. Ele vai saber que estamos aqui.

Anastácia, emocionada, abraçou os filhos junto com Leopold, sentindo a união e a esperança, mesmo diante da incerteza.

O clima de união foi rapidamente interrompido pela voz cortante de Dorothy, que surgiu à porta, rígida e com uma expressão de desgosto. Anastácia, ainda abraçada aos filhos, olhou para a sogra com surpresa e um certo pesar.

— Que história é essa de casamento? — Dorothy continuou, sua voz cheia de desdém. — O Guilherme vai manchar a honra da família Thompson!

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VIXE, NEM NA IMINENTE MORTE DO NETO ESSA BRUCHA NÃO DÁ SOSSEGO?

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