O desconhecido agarrava-o com força encostando o pau já duro em sua barriga, Arthur tentava se livrar a todo custo porém o cara era muito mais forte que ele e a cada segundo que se passava o medo só aumentava. Com a movimentação estranha começou a despertar a atenção de algumas pessoas que estavam mais próximas porém ninguém intervia. No meio do desespero por ter aquele homem quase arrancando a sua calça ali no meio de todos arthur ouviu uma voz grossa e imponente porém bem conhecida falar : " Não está vendo que o cara não quer nada contigo filho da puta? solta ele agora! " apesar de não ver seu herói ele sabia muito bem de quem se tratava.
DESCONHECIDO : - Vai dar uma passeada que não quero comer você também, esse viadinho aqui basta! ( falou virando o rosto pra falar com joca )
Essas foram as últimas palavras do cara antes de ser arremessado longe, joca deu um soco em seu rosto que o deixou tonto e por consequência soltar Arthur, mesmo desorientado o cara tentou avançar pra cima de Joca que emendou outro soco levando-o ao chão, já começando uma série de chutes no desconhecido que agora se contorcia. Joca estava possuído, murmurava umas palavras e continuava chutando o cara com toda raiva que lhe consumia por aquele indivíduo ter triscado em seu amor. Arthur por sua vez estava em choque, primeiro por aquele quase estupro, segundo por seu amor ter lhe salvado, e terceiro pela surra que joca estava dando no desconhecido, se ele não fizesse nada com certeza o outro mataria o cara. A pancadaria chamou a atenção do público que estava mais próximo e da segurança que não tardou a chegar.
ARTHUR : - Joca já deu! ( falou segurando no braço do outro )
JOCA : - Já deu um caralho, ele queria te estuprar. ( falou chutando ainda mais o cara )
ARTHUR : - Assim você vai matar o infeliz. ( puxando-o mais forte, nessa hora já se aproximava o alex que tentava também afastar o amigo )
ALEX : - Porra cara. ( conseguindo afastar joca de perto do desconhecido que a essa hora já estava desacordado e muito ferido ) - Que tu "ta" fazendo mano ? Quer matar o cara?
JOCA : - Quero! Aquele escroto vai morrer! ( tentando se desvencilhar do amigo e deu Arthur )
SEGURANÇA : - Que confusão é essa? ( falou o segurança se aproximando junto com mais outros dois e segurando no braço de Joca ) - Vai fazer arruaça la fora. ( puxando-o que se debatia a todo instante )
ARTHUR : - Solta ele. ( tentando impedir que levasse joca, mas ai o outro segurança também lhe pegou ) - Me solta quem causou tudo isso foi aquele miserável. ( falou apontando o cara desacordado no chão, que foi pego pelo terceiro segurança e levado para outro lugar para ser cuidado )
A confusão já tinha se formado e era grande, os seguranças puxavam Joca e Arthur em meio a multidão em direção a saída e Alex ia atrás tentando explicar o ocorrido sem muito êxito. A galera iam abrindo caminho assustadas vendo os seguranças passando com os meninos que se debatiam tentando evitar serem injustiçados com aquela atitude, afinal de conta quem deveria ser expulso era o tal cara. Chegando na entrada os seguranças jogaram os dois fora do local praguejando algumas palavras e fechando o portão. Arthur quase cai com tamanha violência com que foi arremessado mas felizmente foi amparado por joca que impediu a queda ficando bem colado a seu amado, cara a cara, olho no olho, sentindo o cheiro um do outro, seria uma cena bem romântica se não fosse as circunstancias.
JOCA : - Você ta bem? ( perguntou quase inaudível, olhando no olho do outro )
ARTHUR : - Estou ( pausa ) - obrigado. ( com os olhos fixos no do outro )
Era uma posição bem querida pros dois, joca com as mãos na cintura de Arthur que espalmava as mãos em seu peito, foram quinze anos desejando aquela posição por fim realizada pelo destino. Mesmo querendo negar dentro deles a saudade daquele toque era gigantesca, foram sonhos e mais sonhos até que finalmente estavam realizando. Devagar Joca foi aproximando sua boca á de Arthur que estava imóvel, por fim acontecendo o beijo mais esperado. As bocas ficaram um pouco coladas, meio que se reconhecendo, até que começaram a se degustarem. Um beijo calmo onde as lágrimas caiam de seus olhos sem que percebessem e se misturavam á aquele beijo terno. Parecia que tudo ao redor tinha parado pra contemplar aquela cena que transbordava amor, ainda que as poucas pessoas e os carros que ali passavam não dessem bola pra aquele momento. Era mágico demais. O encontro de almas gêmeas. Ao fim do beijo após alguns bons minutos ficaram com a testa coladas de olhos fechados e com a respiração ofegante como se tivesse corrido uma maratona.
ARTHUR : - Eu tenho que ligar pra Jú. ( afastou sua testa pra olha-lo mas ainda colados ) - Eu não vim de carro.
JOCA : - Eu te levo.
ARTHUR : Não precisa. ( falou se afastando mesmo a contra gosto de Joca que estava adorando ter seu amado em seus braços )
Arthur pegou o celular em seu bolso e ligou pra jú sem sucesso, foram várias ligações que chamavam porém logo caiam na caixa postal.
ARTHUR : - Droga! ( praguejou de costas para joca )
JOCA : - Deixa de ser mimado e orgulhoso, eu te levo. ( o repreendendo )
ARTHUR : - O orgulhoso aqui não sou eu! ( falou agora encarando-o )
JOCA : - Então vem comigo! ( ordenou já se afastando em direção de seu carro )
Meio a contra gosto mas sem saída Arthur acompanhou seu amado até o carro onde abriu a porta do passageiro sentando logo em seguida. Joca deu partida no carro em direção a mansão que ele conhecia muito bem onde ficava. Dentro do carro o silêncio imperava. O nervosismo do passageiro era grande, mesmo tentando esconder sua emoção virando o rosto pra janela, seu corpo lhe tria revelando seu nervosismo. Já o motorista apesar de estar no mesmo nível de nervosismo a todo momento fitava o outro a seu lado, a emoção de ter o amado em seu carro tão perto depois de uma década e meia era enorme e lhe atrevia a tirar um sorriso bobo. O trajeto até a mansão se resumiu a isso, em poucos minutos o carro estacionou na frente do casarão. Com o carro parado Arthur lembrou de um detalhe importante : não tinha as chaves de casa, pretendendo ficar pouco tempo no brasil não quis fazer as suas, e também não queria acordar sua mãe para poder abrir, quer dizer essa era a desculpa que ele dizia a si mesmo pra reprimir a vontade de ficar um pouco mais com seu amado.
JOCA : - Esta entregue. ( falou olhando para frente )
ARTHUR : - Eu... não tenho... as chaves. ( falou envergonhado )
Ao ouvir aquilo joca imediatamente virou o rosto pra olhar seu amado mas ele estava de cabeça baixa, ficou um tempo calado só contemplando aquela visão em silêncio até que teve a ideia de leva-lo ao apartamento que tinha adquirido a algum tempo que ficava próximo a empresa Tranntar. Na verdade ele só adquiriu esse imóvel na intensão de um dia topar "meio que por acaso" com o agora seu passageiro da noite. Então ligou o carro novamente chamando a atenção de Arthur que agora o olhava curioso e partiu rumo a seu "AP", apesar de achar estranho não foi dito nada, transformando novamente o trajeto em um silêncio ensurdecedor. Como a mansão ficava perto da empresa consequentemente também ficava perto do "AP" de joca sendo assim logo eles chegaram, adentraram a ampla garagem do prédio e estacionando em seguida.
JOCA : - Chegamos. ( falou encarando arthur que agora o encarava )
ARTHUR : - Onde estamos?
JOCA : - Minha casa.
ARTHUR : - Oi? com a marina?
JOCA : ( sorrio timidamente ) - Não, esse eu adquiri a pouco tempo, na verdade você é a primeira pessoa a saber dele.
ARTHUR : - O que pretende me trazendo pra cá ? ( inquiriu ainda encarando o outro )
JOCA : - Nada, você não tinha pra onde ir.
ARTHUR - Eu poderia ter ido para um hotel.
JOCA : - Se você quiser pode descer e pegar um táxi, ai fora é o que mais tem. ( falou desafiando arthur que não perdeu tempo e já ia abrindo a porta mas estava trancada )
ARTHUR : - Destranca a porta por favor. ( voltando a olha-lo )
JOCA : - Sempre marrento. ( afirmando com um sorrisinho de lado, típico de quem conhecia o outro muito bem )
ARTHUR : - E você sempre um idiota. ( devolveu )
JOCA : - Olha, não esta sendo fácil pra mim engolir meu orgulho, então porque você não cala a boca e sobe!? ( falou saindo do carro depois de destranca-lo e se dirigindo ao elevador )
ARTHUR : - Grosso! ( susurrou saindo do carro e o acompanhou )
E em mais uma sessão de silêncio entraram no elevador, Joca se encostou no espelho que ficava ao fundo com as mãos no bolso, já Arthur ficou no meio parado parecendo uma estátua. De onde Joca estava dava pra ver direitinho seu amado por trás e não pode deixar de reparar naquele corpo escultural que o outro possuía. Arthur usava uma jaqueta preta sobre uma camisa regata vermelha que o deixava extremamente charmoso, uma calça super esquine clara que marcava muito sua bunda farta e redonda, assim como suas pernas grossas e bem torneadas. Uma visão espetacular que fez com que o pau de Joca acordasse em segundos. O engraçado é que depois de se separarem Joca não se sentiu mais atraído por homem algum, mas diante do amor de sua vida e daquela bunda perfeita ele não conseguiu segurar a ereção.
JOCA : - Mais também com uma calça dessa tava pedindo pra ser comido. ( falou pra provocar o outro )
ARTHUR : Não sabia que você tinha virado um machista preconceituoso. ( falou olhando pra frente sem mover um músculo )
JOCA : - Você passa óleo pra vestir essa calça. ( apertando o pau discretamente )
ARTHUR : - Se não tem nada de proveitoso a falar, é melhor ficar calado. ( ainda encarando a porta do elevador que logo se abriu )
Arthur foi o primeiro a sair porém logo esperou com que o outro tomasse a frente pra mostra-lo o caminho, chegando ao "AP" Joca tirou as chaves do bolso abrindo a porta fazendo um gesto com a cabeça para que seu amado entrasse. O apartamento era razoavelmente grande, bem aconchegante, bem decorado fazendo com que Arthur duvidasse se realmente foi decorado por Joca, dois quartos com suite, cozinha ampla, um banheiro de serviço e uma vista linda da varanda.
JOCA : - Fica á vontade. ( falou se esparramando no sofá tirando seus sapatos e observando arthur se encaminhar á varanda ) - Lindo né?
ARTHUR : - Muito! ( respondeu contemplando a vista )
JOCA : - Você veio pra ficar?
ARTHUR : - Não!
JOCA : - Eu soube do seu pai, meus sentimentos.
ARTHUR : - Obrigado. A gente já não possuía uma relação de pai e filho a muitos anos, Mas enfim era meu pai.
JOCA : - Porquê cortaram relação?
ARTHUR : - O que você acha? ( falou se virando pra encarar os olhos do outro )
JOCA : - Eu não sou adivinha. ( encarando aqueles olhos verdes que jamais esquecera )
ARTHUR : - Mas é idiota. ( devolveu o risinho cínico )
Joca passou as mãos na cabeça bagunçando seus cabelos se sentindo extremamente atraído pelo outro.
ARTHUR : - Você está tão diferente. ( sentando em uma poltrona em frente ao sofá que joca estava esparramado )
JOCA : - O tempo faz isso com a gente.
ARTHUR : - Verdade.
JOCA : Já você não mudou nada, ta do mesmo jeito.
ARTHUR : - Você virou advogado mesmo?
JOCA :- Um dos melhores do brasil, e não foi eu quem me intitulou assim.
ARTHUR : - Que bom que conseguiu.
JOCA : - Foi difícil, mas sim, eu consegui. ( falou orgulhoso ) - E você, o que virou?
ARTHUR : - Administrador.
JOCA : - Legal. ( pausa )
ARTHUR : - Como chama seu filho ?
JOCA : Pedro.
ARTHUR : - Belo nome.
JOCA : - A menina ainda não decidi...
ARTHUR : - Você ama a marina ? ( perguntou receoso interrompendo-o )
JOCA : - Amor só tive um na vida. ( Pausa ) - Você casou?
ARTHUR : - Não.
JOCA : - Namora? ( insistiu )
ARTHUR : - Sim.
JOCA : - E você o ama?
ARTHUR : - Amor só tive um na vida.
JOCA : - Senta aqui. ( falou batendo ao seu lado no sofá )
ARTHUR : - Melhor não.
JOCA : - Não pensa muito, só vem.
Acatando o pedido ainda que receoso, arthur se levantou e se encaminhou até o sofá onde sentou bem próximo de seu amado com o coração bem acelerado. Joca por sua vez pegou a mão do outro e pôs em seu peito esquerdo.
JOCA : - Sente? ( perguntou encarando-o )
ARTHUR : - Bem acelerado. ( quase inaudível )
JOCA : - Apesar de tudo ele nunca te esqueceu. ( levando a mão do companheiro agora á sua boca depositando um beijo nela ) - Sua falta quase me fez enlouquecer.
ARTHUR : - Eu não tive culpa, acredita em mim. ( pediu )
JOCA : - Como eu queria acreditar. ( ambos já estavam com lágrimas nos olhos )
Ao ouvir isso Arthur puxou sua mão calmamente sem deixar de encarar seu amado, esse por sua vez sentiu medo de ter acabado com aquele clima, mas logo se surpreendeu com a atitude do outro......