Após a consulta, não fomos relaxar em um bar, como eu gostaria e creio que ambos precisássemos. Papai estava ao volante e não podia beber. Mas o carro, no trajeto de volta à nossa cidade, acabou fazendo o papel de bar; nosso bar.
Na véspera, eu havia decidido que encararia aquela experiência maluca como um obstáculo ao qual não tinha escapatória e que teria de ser vencido. Nada mais do que isso. Papai tinha me currado logo após transarmos pela primeira vez: não seria a ida ao proctologista o maior preço a pagar para agradá-lo. Então, não estava irritado por ele ter me exposto tão desbragadamente.
Além do mais, como sempre, ele tinha mesmo razão: eu nunca mais veria aquele homem, exceto quando retornasse para novo exame. Estávamos em cidades diferentes, não tínhamos conhecidos em comum; nada que trouxesse alguma conseqüência além do tempo que passamos naquele consultório. O viadinho bocó, a cadela no cio, a mulherzinha do marido maluco tinham tido o tempo de vida correspondente ao tempo da consulta.
Então, quando chegamos ao carro, eu já estava bem-humorado, aliviado por ter cumprido bem meu papel. E, mais ainda, porque o desafio de última hora também havia sido superado: convencemos como amantes – embora, vá lá, esquisitos –, sem que pairasse no ar qualquer ideia de nossa consanguinidade.
Talvez o médico tivesse em algum momento notado que tínhamos certas semelhanças físicas. Mas, com certeza, não deu importância; elas não são evidentes. “Você se parece com seu pai” foi uma frase que ouvi algumas vezes, mas apenas de quem estava a par de nosso parentesco. Sem saber de antemão que um era pai do outro, a disparidade de nossos biótipos, o bigode e a cabeleira densa de papai, a diferença de nosso gestual e o próprio tabu que reveste a hipótese de incesto cuidavam de afastar qualquer suspeita que a relativa proximidade dos traços do rosto poderia causar.
Mas meu pai ainda não estava relaxado assim. Mesmo eu puxando conversa, ficou ainda uns vinte minutos calado, quando muito monossilábico; concentrado em si mesmo. Ele demorou a realizar internamente que a missão fora encerrada e que seu objetivo – pelo menos, o que havia traçado conscientemente – havia sido alcançado: agora, estava livre para acabar comigo na cama sem medo de estar fazendo mal à saúde do filho.
- Como tu acha que um homem se sente sabendo que pra se satisfazer está deformando o corpo de quem ele está fudendo?
- Pai, você não deformou meu corpo. Não faz drama com isso.
- Drama? Moleque, é que tu não olha teu cu. Eu te fiz uma buceta. Como é que você chama isso? Não é deformar?
Eu quis contemporizar:
- Moldar. Você não me deformou. Você me moldou, como faz com a madeira. E estou feliz com isso.
Ele ficou em silêncio; os olhos fixos na estrada à frente.
- O médico já te tranqüilizou, pai.
- Eu sei. É que ainda estou meio nervoso. Daqui a pouco passa; tu sabe como eu sou.
- As mulheres também têm a vagina deformada após terem filho. Nenhum homem se sente culpado por isso.
- Mas é da natureza; é natural.
- Tão natural como você alargar meu cu para poder caber nele. O filho faz isso pra sair da mãe; você fez isso pra entrar no teu filho.
Ele virou para mim, meio boquiaberto. Ficou me encarando por tantos segundos que cheguei a temer que perdesse a direção. Eu estava aprendendo a argumentar como ele.
- Tu tá maluco?
Eu comecei a rir:
- Estou. Teu filho é maluco. Ele dá a bunda pro próprio pai; é um tarado – alterei a voz, fazendo graça ao imitá-lo: - Sou maluco! Sou maluco! Teu filho é maluco!
Consegui que ele risse, desanuviando o ambiente. Aproveitei para brincar sobre aquela história de que eu não tinha gases. Ele levou na esportiva, discretamente encabulado.
- Eu estava meio nervoso, meu filho. Nessas horas, a gente acaba falando merda... – disse, num tom de quase displicência, como se justificando apenas protocolarmente. Dar o braço a torcer nunca foi a dele.
Mas o fato é que, embora tenha disfarçado fazendo-se de bobo, de marido doido, aquela experiência fora mais pesada para ele do que para mim. Eu tinha sido exposto como homossexual, como passivo, como sodomita compulsivo, como submisso e como um idiota – mas contava com uma espécie de anonimato e com o profissionalismo do médico. E, o mais importante: confiava na proteção dele. Mas ele enfrentara sozinho.
Papai havia decidido se expor como homossexual, e o fez. Apesar de toda a sua imponência, tinha consciência de que, acima de tudo, era dessa forma que o médico o havia encarado durante aqueles quase trinta minutos – porque ele mesmo encarava um viado como, acima de tudo, um viado. Demonstrando ou não, seu interlocutor o considerara doido, desinformado, talvez grosseiro, machista, mas sempre com a palavra “viado” antecedendo cada um destes adjetivos – mesmo que substituída por “homossexual”, ou “gay”. Para ele, fosse qual fosse ela, não era uma palavra qualquer: ela tinha um valor absoluto, sem qualquer possibilidade de relativização. Não a via para ele da mesma forma como eu a via para mim.
Eu me fiava na proteção dele, mas ele não contou com a proteção de ninguém para enfrentar o desafio descomunal de apresentar-se como viado, mesmo que “viado macho”, “viado marido” ou “viado companheiro”. Sua própria experiência de vida não tivera qualquer valia: aquilo era novo, inesperado, jamais sequer conjecturado. Havia feito sexo com outros homens, mas nunca se imaginou na mesma posição que eles; que pudesse se ver como um deles.
- Eu não entendi, pai. Não entendi. Não era para você ser meu pai e ter descoberto agora que eu era gay?
- Era.
Ficou um tempinho calado.
- Foi durante a viagem que eu resolvi. Eu sou homem, Mateus. Encaro as coisas de frente; comigo não tem essa. Não ia ficar me escondendo, quando eu é que sou o teu homem; eu é que te fiz uma buceta. Se tu foi lá, foi por minha causa. Só não falei também que sou teu pai porque o doutor podia achar que eu te como forçado e resolver não atender a gente.
Pensei na hora, pensei mesmo, em lhe dizer que ele quase sempre era assim corajoso, e quanto eu o admirava – e invejava - por isso, mas... que eu sabia de sua artimanha do aquecedor quebrado, meses antes. Não o fiz. E, neste caso, não foi tanto por medo de sua reação. Não sei, por carinho; talvez respeito, mas acho que por carinho. Ele nunca soube.
- Eu estou de saco cheio disso, garoto. De saco cheio.
Deu um leve batida no volante.
- Você é viado desde criancinha, Mateus. Já nasceu sabendo que tinha de se esconder. Eu nunca tive que ter vergonha de beijar uma mulher; que esconder onde metia a pica; que fazer cara de idiota engraçado para esquecerem o que eu faço na hora H.
- “Idiota engraçado”?
- É. Não é assim que vocês fazem?
- Eu não sou um idiota engraçado.
- Mas tu é diferente; é um viado classudo. Viado de luxo. Estudou, todo cheio das faculdades e tal.
Fez uma pausa e mudou o tom.
- Aliás, teu amigo viadinho me ligou.
- O Caio?
- Mandei ele trancar tua matrícula na faculdade e ele confirmou que fez.
- Sério, pai?
Ele riu da minha satisfação.
- Já tem tempo, isso. Tinha me dito que tu tinha deixado uma procuração com ele para se escrever numas coisas; não sei bem.
- Para me inscrever nas disciplinas. Tem que fazer todo o semestre. Fiquei com medo de perder a data, atrasar a volta para a capital, e deixei uma procuração com ele.
- Fez bem. O viadinho perguntou se podia usar para trancar a matrícula e mandei ele fazer isso. Está tudo certo lá.
- Ele liga pra você? Pra mim, nunca mais me ligou.
- Claro que não. Falei grosso e ele deve ter percebido que sou teu macho. Agora fala fininho e não fica mais atrás de você.
- Ele sabe que você é meu pai. Não acha que é meu macho coisa nenhuma.
- Pai ou tio, avô, viu que falava com um macho. Pôs o rabo entre as pernas. É bem mandado e resolveu teu problema; está ótimo. Vai enviar o recibo e tuas papeladas pelo correio.
Ficamos em silêncio. Eu me acomodei no banco e fechei os olhos. Não estava com sono, nem mesmo cansado, apesar da tensão do que tínhamos vivido. Mas simulei que adormecia. Queria pensar.
- Pai.
- Hum...?
- Eu gostei do que você fez.
- O que eu fiz?
- Me assumiu. Disse que era meu companheiro.
- Teu macho. “Companheiro” é frescura.
Eu ri, pensando no que mais diria. Mas foi ele quem falou, num tom intimista – e, por incrível que possa parecer, até um pouco frágil:
- Eu também gostei.
Fiz novo silêncio. Não sabia se podia avançar. Tive medo. Mas fui:
- Foi duro pra você, né, pai?
Ele não respondeu; não olhou para mim. Apenas bufou, como se naquele ar saísse toda a sua tensão; um peso se dissipando, pelo menos momentaneamente. Entendi que estávamos juntos.
Duas noites depois, ele ligou dizendo para eu jantar sozinho porque ele chegaria tarde. Não precisava guardar a comida para ele. Não vir para o jantar não era comum, mas já havia acontecido antes. Obedeci e, depois, fui ver televisão.
Era uma porcaria norte-americana, e minha atenção se desprendeu. Ri, lembrando das ratas dele no consultório. Estava tão nervoso que até se passou por burro diante do médico. E ele não era burro.
- Outro dia você me disse que sou mais inteligente do que você. Eu não acho você burro.
- Nem podia. Eu não sou burro – replicou, sem dar muita bola.
- Mas, às vezes, eu fico achando que você acha que eu penso isso.
- Tu ser mais inteligente do que eu não quer dizer que eu sou burro. E não me ofende isso: tu é mais inteligente, mas é palerma. Ficam elas por elas.
- Eu estudei; você não. Quer dizer, estudou pouco. Mas isso não me torna mais inteligente do que você.
- O que mais tem é doutor burro.
- É que...
- Mateus, você é inteligente – frisou o verbo. – Tu é mais inteligente que teu pai. Tu sabe melhor como são as coisas; percebe tudo no ar mais rápido do que eu; vê na frente. A gente está com a farinha e você vai com o bolo. Não faz muito com ele, mas já tá com ele na mão. Que nem esse teu pau durinho. Não sabe o que fazer com ele, mas ele é teu. Tu é inteligente desde pequeno; eu que chamei a atenção da tua mãe pra isso. Eu e ela vimos logo. Não foi o estudo.
O tempo passava, mas eu continuava ficando impactado ao ouvi-lo contar essas coisas; contar de um passado que eu não sabia que tinha existido.
- A tua sorte é que tu é viado.
- Como assim?
- É viado; pode ter um homem pra te proteger. Isso é uma vantagem que caras normais não tem.
- Como é, pai???
- “Normais”, Mateus. Você entendeu o que eu quis dizer. Não te chamei de anormal. “Normal”, que come buceta, que é homem mesmo.
Dessa fase eu já passara; não era essa a questão. Foi mais ou menos o que disse, com palavras mais dóceis.
- É uma sorte, sim. No teu caso, é uma sorte. Caras normais, mas que são que nem você, viram viciado; vivem se drogando porque não tem culhão pra enfrentar a vida. Ou vira corno. Ou lambedor de sola de patrão. Tu não. Tu é viado. Pode contar com um macho pra te proteger, pra te guiar, te dar um apoio no caminho. É só o viado encontrar o cara certo e pronto. Tu encontrou.
Eu ria sozinho, na sala de TV, me lembrando das palavras dele. Mas me enternecia também: naquela mesma vez, me contou outras coisas do passado; me devolvia agora a atenção que tinha me dado sem eu saber e em seguida me tirado das mãos.
- Nós combinamos: na tua frente, não.
- Por que não?
- Porque sou teu pai. E tua mãe achava que eu tinha que manter a aparência na tua frente, pra você me respeitar. Mas não era isso. Pra mim, não era isso. Eu era tão grande pra tu que me deu medo do que ia acontecer contigo quando descobrisse que eu não era tão grande assim.
- Você continua grande para mim.
- Eu sei. Mais ainda quando te esgarço...
A conversa era sobre os estudos e o esforço que teve de fazer para conseguir um mínimo de formação.
- Tua mãe teve mais chance que eu. Estudou mais. A família dela também era pobre, todo mundo capiau, mas os pais dela eram mais preocupados, tinham mais preparo. Os meus se preocupavam comigo; não tenho do que reclamar. Mas não tinham clareza. Quando a gente estava para casar, disse a ela: “Quero que tu me conserte. Tu vai ter que me consertar”.
- Consertar?
- É. Corrigir, como estava te falando. Queria que ela me ensinasse a falar direito. Eu ainda falo errado, mas era bem pior. O supletivo ajudou também, mas foi ela quem me fez.
- Você não fala errado assim.
Quase disse que, para alguém que fora peão, ele se expressava surpreendentemente bem; tinha vocabulário. Errava algumas concordâncias, mas era articulado. Mas não o fiz: ele poderia se ofender e não levar em conta que era natural que eu prestasse atenção nisso. Eu estudava Letras.
- Eu sei que não é tão errado como antes. Foi ela. As professoras também, mas foi ela.
- Mas eu me lembro dela te corrigindo.
Ele me olhou, com a sobrancelha franzida.
- Uma vez, Mateus. Duas, no máximo. Na tua frente ela não fazia.
- Eu me lembro, porque ela te corrigiu e vocês ficaram rindo muito. Eu não entendi, porque na escola, quando a professora nos corrigia, era sempre com um ar sério; como recriminação. E ela fez isso e começou a rir; riu muito.
Ele sorriu.
- A gargalhada dela...
- Você também riu. Eu via os dois rindo e até ri também, achando graça de vocês.
- Eu não me lembro disso. Mas deve ter sido porque era na tua frente. Quando ela deixava escapar uma correção na tua frente eu ria dela, porque ela era muito preocupada com isso, de não ser na tua frente; tinha vergonha de um dia fazer na tua frente. E aconteceu umas vezes. Mas já tinha feito; eu ria. Não tinha como não errar de vez em quando; esquecer e fazer na tua frente. Com os outros, ela nunca vacilou. Mas em casa, em família... Escapava. Era hábito nosso; do dia a dia mesmo. Eu falava “a gente vamos” e ela me remendava na hora; não dava sossego. Eu gostava.
- Essa sua preocupação toda... Você tem vocação para Letras, pai... – falei, bem humorado, sem pensar muito.
- Por isso que tu é meu filho.
Ele não evitava falar em mamãe; lembrar dela lhe fazia bem, e a mim também. Às vezes, não muitas, me incomodava um pouco: o amante falava mais alto do que o filho. Mas eu notava que ele se animava quando eu a mencionava e o provocava a contar alguma passagem, reviver momentos bons com ela. Eu fazia, também querendo saber mais do meu próprio passado, que era o dele, também.
A vida deles propriamente a dois era um assunto que eu evitava. Sabia que ele não iria gostar; que acharia falta de respeito. Mas um dia arrisquei perguntar se ele era com ela da mesma forma que era comigo.
- Tua mãe gostava de sexo, mas com ela era diferente – respondeu com uma voz muito dura, sinalizando que eu não deveria prosseguir.
Mostrei-me indignado; sinceramente indignado. Ele deveria saber que eu jamais perguntaria algo para saber da intimidade dela.
- Ela me obedecia, me respeitava, mas era diferente. Tua mãe não era uma puta; você é.
Meu rosto acusou o golpe. Ele fez que ignorou, mas eu sabia que não, porque deixou que ficássemos em silêncio por um bom tempo.
- Pai.
- Que foi?
Vacilei um pouco, mas fui em frente:
- Por que você fala assim comigo?
- Porque tu gosta – fez uma pausa. – Eu também.
- Você me magoa, pai.
- Deixa de frescura, Mateus. Esse teu pau que não baixa sabe que eu to certo.
- Meu pau não está duro!
- Até estranhei. Você deve estar com problemas. Quer que eu te leve a um urologista também?
Ri, mas ao mesmo tempo fechei as pernas, por reflexo. Inútil: completamente sem roupas, como agora era forçado a permanecer, eu não tinha mais como esconder as ereções, por mais inconvenientes que fossem. Eu não estava tendo uma, mas se ela viesse, ele iria desmascará-la com ou sem pernas para me proteger.
- Teu pau não tem dessas viadagens que tu tem. E não gosto quando você fica se comparando à tua mãe.
- Eu não...
- Tua mãe é tua mãe. Você é você. Ela é mulher e tu tem pau. Não tem como comparar porque vocês são diferentes; é quase água e vinho. Nem tenta ficar igual porque não tem jeito. Ela tinha uma majestade que você não tem.
Eu pendi a cabeça, sem perceber.
Ele me pegou pelo queixo. Foi doce:
- Ei! Isso não é ruim.
Esbocei um sorriso. Afastou-se um pouco e reacomodou o corpo:
- Mateus, presta atenção. Eu não comparo você com a tua mãe. Tua mãe tem o lugar dela e você o teu.
Pegou minha mão. Ficou olhando para ela.
- O que eu estou vivendo contigo é totalmente diferente. Tem coisa ruim, tem coisa boa; melhor, pior. Fui feliz mais de vinte anos com a tua mãe. Perdi ela de uma hora para outra, por uma desgraça; não foi porque tivesse alguma coisa sem funcionar entre a gente.
Brincava com meus dedos.
- Nunca vai ser igual contigo, porque essa coisa que a gente está vivendo, essa história maluca e ao mesmo tempo sensacional que estou vivendo contigo é uma outra história.
Ele falava muito seriamente. Quase didaticamente.
- Você não tem como tirar o lugar dela, porque você tem o teu lugar, que também não é o dela e ela não tem como tirar de você.
- Eu não estou competindo com a mamãe. Mas é que você pensa nela, tem o perfume dela e...
- Eu vou pensar nela a minha vida inteira.
Silenciei.
- Só não vou pensar em você também a vida inteira porque vou viver contigo a vida inteira. Só por isso.
Aquela frase tinha ficado na minha cabeça. Não conseguia desvendar o que queria efetivamente dizer. Foi quando o celular tocou, não mais do que duas horas depois do primeiro telefonema. Ele perguntou se eu tinha jantado e disse que eu não dormisse; que esperasse por ele. Estranhei, porque ele sabia perfeitamente que era mesmo o que eu faria.
- Mas hoje é diferente. Esteja com esse teu corpo bem preparadinho pra mim; cheirosinho e lisinho como sempre. É especial, hoje.
Ficou em suspenso por alguns segundos. Ele sabia que não custava muito para me pôr em expectativa; deve ter imaginado meu rosto à espera de um novo comando.
- Hoje te levo o presente que te prometi.
[continua na próxima parte, a penúltima]