Acasos acontecem –pt 4

Um conto erótico de Haz
Categoria: Homossexual
Contém 1909 palavras
Data: 15/06/2017 11:22:18

“Depois de uma noite bem dormida, as ideias ficam em ordem...”, minha mãe sempre me dizia isso quando estava me afogando nos livro do meu curso, porém, e quando o sono não chega, quando as ideias estão a todo vapor, quando um pensamento insiste em tirar o sono?

A resposta me veio com uma ideia, me pareceu incrível no momento, mais quando amanheceu, eu me vi eufórico tomando banho às pressas, escolhendo uma roupa que parecesse casual porem não desleixada, nisso acabei percebendo o quão besta era a tentativa de ir novamente ao parque simplesmente para ver se ele estava por lá, o homem que me deixara tão eufórico com tantas dúvidas e desejo.

Fiquei decidindo, ir ou não ir, acabei cedendo ao desejo de vê-lo novamente, não era um rapaz elegante, fino, pelo contrário, bruto, rustico, mais com um certo atrativo, a segurança que me fazia sentir, me sentia tão bem próximo a ele, conversando com ele, vendo suas expressões até mesmo me dando sermão, tudo isso me fez ter a vontade insana de ao menos falar com ele, tentar uma amizade, já que não vi nele ganancia assim como meu ditos “amigos”.

Já no parque sem nem tomar café, percebi que não deveria ter me apressado tanto, as 8:00 horas da manhã não havia muito movimento no parque, apenas algumas pessoas passeando com os coes e duas crianças com a mãe brincando no balanço.

Fiquei jogando no celular, coisa que faço com frequência, até que aquela voz roca, forte e branda, no susto me fez procurar de onde vinha, não podia ter ficado mais feliz naquele momento, quando me virei dei de cara com o André, que recuando perguntou o por que estava todo sorridente, na hora a vergonha me nocauteou, fiquei totalmente sem jeito com ele, mais não foi preciso minha iniciativa pra puxar assunto.

André pegou minha mão, levou até ele, e me entregou algo, era o dinheiro que havia dado no dia anterior quando ele me acompanhou, não era todo o dinheiro, mais a maioria dele. Quando ele me acompanhou até o hotel, dei 150reais que tinha na carteira, e sem que ele pudesse recusar me apressei sem olhar pra traz.

Quando contei o dinheiro, vi que do total que havia lhe dado, ele somente usou 20 reais, o que me espantou, porque olhando pra ele dava pra notar que ele tinha mais necessidades do que 20 reais pudessem dar conta.

- Por que? – não entendia a reação dele

- Tu exagerou, só andei do seu lado até o hotel, não fiz nenhum serviço pra ti.

- Mas eu quero que você fique com isso, usa pra comprar roupa ou calçado pra você, lembro que me disse estar procurando emprego, acho que pode te ajudar.

- Não quero seu dinheiro, ontem você já me deu comida, não sou nada teu pra depender de ti.

- Desculpa, não quis ofender, quero te ajudar... vejo que você usou ao menos um pouco, fico feliz

- Tu fica feliz quando gastam seu dinheiro, estranho você rapaz, mais vou te pagar, comprei umas comidas até eu ajudar de novo o dono do mercado a descarregar o caminhão.

- Ahh , já achou emprego então?

- Não.

- Mais ele não te paga pra ajudar ele?

- É uns trocados, pra não morrer de fome, tem que correr atrás, não tenho a vida mansa que você tem guri.

Quando ouvi ele dizer guri, eu ri fazendo ele ficar sério, era a primeira vez que tinha visto o sotaque tão forte nele daquele modo, mais não queria irritar ele, parei e continuamos a conversa.

- Nem sem o que dizer, mais ...-Fui interrompido

- Não tem o que falar, tu vive na boa e eu moro na rua.

- Eu sei, mais como ia dizer, posso te ajudar a conseguir um emprego, precisa ser nessa cidade?

- Ta me achando com cara de puta pra depender de marmanjo? – não entendi o porquê dele se irritar tanto, minha oferta ofendeu o ego dele, amis não foi a minha intenção.

- Não é isso que eu disse, só disse que quero te ajuda, só vou te indicar, você não vai depender de mim, quem vai pegar no pesado não vai ser eu, pra você receber você quem vai trabalhar, não vou te bancar.

- Nem te pedi isso moleque.

- Não era marmanjo? Enfim, você aceita?

- Tá, não ta fácil assim pra negar serviço

- Já é quase hora do almoço, conhece algum lugar aqui que posso comer alguma coisa gostosa?

- Já te levei em um ontem... – quando ele disse aquilo me veio à mente que foi um encontro ou algo do tipo, eu ri mais sem deixar ele irritado.

- Algum diferente, que não sirva só carne? Foi bom mais quero conhecer a cidade.

- Rapaz não sou seu guia, tenho que ir atrás do meu rango agora, mais tem um cara que faz uns lanches bom demais perto da loja de chocolate.

- Me leva? – Fiz questão de pedir me fazendo de turista perdido - não conheço a cidade ainda.

- Tá, mais não vou ficar de babá, vou atrás do meu quando te deixar lá.

- Combinado.

Quando chegamos, era um food truck de hamburguês e hot dogs, eu sempre gostei dessas comidas não saudáveis, nessa ele tinha acertado em cheio. Assim que chegamos em frente eu já pedi dois do que parecia ser o maior na foto do cartaz de preços, era também o mais caro, mais não chegava ser um absurdo, em São Paulo eram lanches menores com quase o dobro do preço.

- Nossa guri, tu come tanto assim? Ta varado é? Agora deixa eu achar meu rumo que o estomago já ta na costa, poderia comer uns dois desse também.

Quando ele disse isso eu chamei o homem que fazia os lanches, que era o mesmo que atendia, trabalhava sozinho, e pedi que aumentasse o pedido pra 3. Enquanto estava fazendo, tentava enrolar perguntando como faria pra chegar no hotel depois, não queria deixar o André ir embora, até q não deu mais.

- Entendido né guri, agora me deixa achar meu rumo que preciso comer também.

Quando ia falar que comprei pra ele também, o homem falou que estavam prontos, peguei os 3 paguei e corri até o André. Tirei o meu da sacola, entreguei pra ele q segurou sem entender nada e comecei a comer sentado no banco que tinha ao lado.

- Qual foi guri? Não sou sua empregada pra carregar sua sacola não, se toca.

- É pra você André, você disse que comeria dois, eu não consigo comer tantos mais é realmente bom. –respondi tentando no deixar ele mais irritado

- Não te pedi comida, para de pôr coisa na minha conta que não to com renda pra te pagar depois guri.

- Você prefere que eu jogue? Não gosto de desperdiçar comida. E quando foi que te cobrei algo? Senta aqui, come sei que você quer, estou ouvindo daqui o estomago pedindo.

- Rapaz para de ser abusado. Tá, mais para de me tratar como se eu dependesse de ti, se eu quiser alguma coisa eu me viro.

- Não to fazendo isso, só não é educado comer e deixar os outros olhando. – Quando falei sorrindo pra ele, tive a impressão de ter deixado ele envergonhado, mais ele se virou e começou a comer, não deu pra confirmar.

Ficamos ali comendo, ele realmente consegue comer dois daquele lanche imenso, quando terminamos eu perguntei se ele queria ir comigo ver as lojas da cidade, ele bufou negando na hora com a cabeça.

- Tu ta louco é, olha pra mim, não deixaria nem eu entrar rapaz, sai do seu mundinho da lua, olha pra vida moleque.

- Nossa, desculpa, não era pra te ofender, toma um banho, que com a roupa eles não vão dizer nada, confia.

- Só se eu me jogar na lagoa do parque guri, hoje não tenho onde tomar banho, tem os dias certos que quem mora na rua e recebe a ajuda da ong pode tomar banho.

- Nossa, mais é uma necessidade básica, eles deveria deixar todo dia.

- Ah e tu vai pagar a conta de agua e energia depois? Eles ainda fazem muito de deixar usar os banheiros.

- Já sei, toma lá no hotel.

Ele fechou a cara, bufou mais bruto que o normal, e nem se quer me olhava nos olhos quando me deu uma tremenda bronca.

- Guri aquele hotel é de gente de recursos, quando fui lá te procurar pra entregar o seu dinheiro, o porteiro me tirou quase a porrada, me esculachando falando que ali não era possível ter alguém com relação a um vagabundo de rua, tu acha mesmo que vou passar daquela porta? te deixo na frente das lojas, e tu se vira, faz o q sabe, gasta dinheiro atoa, vou fazer só pra agradecer o rango.

Quando ele me contou aquilo, me revoltou, não fui nem informado pela recepção que alguém havia me procurado, ainda mais sabendo que o trataram assim, mesmo ele dizendo que tinha assuntos comigo, não era do me feitio tolerar maus-tratos, ainda mais com alguém que não decência foi devolver algo que julgava não ser dele.

- Entendi, preciso de sua ajuda, prometo que é só mais isso que vou te pedir, depois se tu não quiser não precisa nem mais olhar pra mim, por favor me ajuda?

- Tá, parece importante.

Fomos andando calados até o hotel, quando chegamos na esquina, ele parou e ficou lá sem mexer nem mais um passo.

- Confia em mim, a única coisa que eu me atrevo a te pedir depois do que fizeram contigo.

Ficou ainda um tempo parado, me encarando, os dois sérios olhando um pro outro até que com uma bufada ele continuou andando. Chegando na porta do hotel, o porteiro já estava apostos quando viu ele, entrei primeiro, quando ele foi entrar o porteiro com a feição de raiva foi em sua direção, voltei e entrei na frente dele.

- Algum problema porteiro? Aconteceu alguma coisa?

- Desculpe senhor, mais é o indivíduo, cuidado, vou por ela pra fora.

- Espero q não faça, soube que ele me procurou ontem e foi escorraçado daqui como se fosse um lixo qualquer, pode me dizer porquê?

- Senhor, olha pra ele, é um mendigo.

- Entendo, e sem seu emprego o senhor também poderia ser, gostaria de ser tratado como lixo? Acredito q não, por favor se desculpe com ele e o receba bem quando ele vier nesse hotel, pode ser?

- Como senhor? Me desculpar?

- É, só pra evitar confusão com a gerencia do hotel.

O porteiro fez de imediato uma feição de ódio, mais por mais orgulho q tivesse, precisava do emprego e o fez, pediu desculpa. André me olhando com os olhos arregalados como se visse um fantasma, nem ao menos piscava.

- E por favor, não trate de qualquer forma as pessoas que eu gosto, porque não posso admitir isso quando ficar sabendo, tenha um bom serviço.

Fomos entrando, todos olhavam pro André, devido ao estado de suas roupas, um calçado todo furado, mais como ele ainda estava atordoado, foi fácil por ele no elevador, chegando no apartamento, já na porta, ele se tocou de onde estava.

- Por que a gente tá aqui? Guri você me da medo.

- Haha, falou o brutamonte com quase dois metro de altura, que me quebraria com um safanão.

- Jamais, não tem por que te agredir, nunca que faria isso com quem me ajudou desse jeito. Obrigado moleque.

Pela primeira vez estava presenciando a real gratidão do André, possivelmente ninguém antes havia o tratado de tal forma, com o devido respeito.

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Comentários

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MUITO BOM. REALMENTE AS APARÊNCIAS TEM UM VALOR ENORME NESSA SOCIEDADE. O DINHEIRO MUITO MAIS. ISSO É LAMENTÁVEL CONTINUE. TO AMANDO.

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Gente que lindo .. posta o mais rápido possível

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