Adriano Monteiro, 55, é um grande empresário do ramo hoteleiro, muito rico e conhecido no país todo e fora dele. Construiu sua reputação ao longo de mais de trinta anos de trabalho, transformando uma pensão a beira mar levantada por seu pai e tio em uma rede de hotéis luxuosos. Atualmente, é um homem realizado profissionalmente, extremamente respeitado pela concorrência e querido por funcionários e ex-funcionários. Um desses é Luis Carlos, que trabalhou como recepcionista de um dos hotéis por mais de 30 anos. Luis Carlos teve duas filhas e a mais velha, Monique, 23, foi escolhida para Adriano apadrinhar. Monique era uma garota de beleza simples, singela, ingênua e encantadora. Seu sorriso e seus olhos azuis iluminavam qualquer ambiente. Branca, cabelos castanhos claros, coxas grossas, peitos médios e bunda empinada. Essa beleza, contudo, era também a fonte das preocupações de seus pais. A família de Luis Carlos morava em uma cidade do interior e Monique era uma das principais atrações para os rapazes da cidadezinha. No seu aniversário de 23 anos, Adriano compareceu para alegria da família e da garota, que o adorava. Foi nesse aniversário também que a vida de ambos mudou, radicalmente. Vendo a preocupação de Luis Carlos com o futuro da filha, Adriano lhe fez uma proposta: se casaria com a garota e a levaria para a capital onde ela estudaria, se formaria e lhe daria um filho, a única coisa que faltava na vida dele. Luís Carlos conversou com a esposa e Monique e aceitaram a proposta.
O casamento ocorreu dali a um mês. Adriano fez questão de uma festa com toda pompa. Políticos, empresários, amigos e funcionários foram convidados. A cerimônia aconteceu na Igreja Matriz e foi tudo como qualquer garota poderia ter sonhado. Após o casamento, foram a um dos hotéis para a festa, no salão principal. Outro momento inesquecível. Monique estava nas nuvens, sempre agarrada ao braço do agora marido. Adriano a apresentava aos convidados, derramando-se em elogios. Próximo a eles, como uma sombra, estava Marcelo, o secretário especial de Adriano e a pessoa que sempre o acompanhava em todos os lugares. Formado em administração hoteleira e Direito, tinha 37 anos e detinha a máxima confiança de Adriano, sendo apontado por muitos como um possível sucessor nos negócios. Solteiro, reservado, tímido e muito gentil, Marcelo logo se colocou à disposição de Monique para o que ela precisasse, assim como Viviane. Ela seria a sombra da senhora Monteiro.
- Está gostando da festa? – perguntou Adriano à esposa. – Estou amando, padrinho. Quero dizer, meu marido. Acho que vou demorar um tempinho pra me acostumar a não lhe chamar de padrinho – respondeu com um sorriso. Adriano sorriu e a abraçou. – Quando estivermos sozinhos, pode me chamar como quiser – falou. Deu um beijo no rosto dela e foram dançar. A festa se estendeu até alta madrugada. Adriano estava exausto e foram à suíte nupcial. Os dois combinaram em adiar a viagem de lua de mel para um período em que o hotel não estivesse tão cheio. Monique concordou. Entraram no quarto e Monique foi ao banheiro trocar de roupa. Adriano aproveitou e foi ao quarto do lado conversar com Marcelo. Monique voltou com sua camisola e lingerie pretas, ambas compradas para a ocasião, com a ajuda de Viviane, e se deitou na cama para esperar pelo marido. Adriano demorava e Monique não entendia o motivo. Uma hora e meia depois, ele retornou e se desculpou pela demora, alegando assuntos urgentes para resolver com Marcelo. Monique o desculpou e começaram a se beijar. Adriano elogiou a roupa dela e se despiu, mostrando seu cacete estupidamente duro. Monique arregalou os olhos, assustada, e ele a tranquilizou. – Não se preocupe, minha menina. Sei que é sua primeira vez e vou fazer com muito carinho – disse ele, acariciando o rostinho dela.
Adriano tirou a camisola e a lingerie, delicadamente, beijou sua boquinha, mamou seus seios e a penetrou. Acomodou-se entre suas pernas e bombou algumas vezes até explodir e ejacular dentro dela. Deitou-se, novamente, ao seu lado e viu uma mancha na cama, de sangue e esperma. A transa toda durou cerca de vinte minutos e Adriano a acomodou no seu peito e dormiram. A estreia de Monique no campo sexual não foi grande coisa, ao contrário. No entanto, começou maravilhosa no sentido material. Adriano era um homem muito rico e agora a família dela também iria desfrutar desse conforto todo. Monique ganhou um carro de luxo, zero quilômetro, motorista, pois não sabia dirigir, Viviane como assessora particular e um guarda-roupa completo, além de joias e conta bancária. No dia seguinte ao casamento, ela conheceu aonde iria morar, uma bela mansão na área nobre da cidade, com inúmeros cômodos, empregados para ela administrar e cachorros, sua grande paixão. Ela passava os dias brincando com os cães ou passeando com Viviane. Viu pouco o marido, sempre às voltas com reuniões ou viagens de negócios. – Poxa, de novo trabalho? Todos os dias é a mesma coisa – queixou-se com Viviane após uma ligação de Marcelo, avisando que Adriano só voltaria tarde da noite. – O doutor Adriano trabalha muito e costuma dormir no escritório várias vezes na semana. Você terá de se acostumar, Monique – disse Viviane.
Pela manhã, Adriano levou o café para ela na cama como forma de se desculpar e prometeu que passariam o dia juntos. A levou para o zoológico, shopping e terminaram a noite em um restaurante luxuoso. Monique adorou tudo, especialmente, o fato de ter o marido só pra ela. No restaurante, Adriano avistou um conhecido em uma mesa próxima. – Quem é? Amigos seus? – perguntou ela. – Longe disso. São meus concorrentes. Venha, vou apresentá-los a você – respondeu. Eram Omar Abdul-Bari, 60 anos, e seu filho Samir Abdul-Bari, 32 anos, de origem árabe e com o biótipo típico daquela região, morenos de olhos escuros. Samir tinha cabelos curtos e uma barba muito bem feita e atraente. Os dois se levantaram diante da aproximação do casal e os cumprimentaram. Samir foi muito cortês com Monique, beijando sua mão e elogiando Adriano pela bela esposa. A conversa foi rápida e Adriano e Monique voltaram a sua mesa. – Simpáticos, eles – disse Monique. – O jovem é sim, mas o pai é uma cobra. Desconfie de tudo que ele disser – falou Adriano. Seu celular tocou e ele pediu licença para atender. Enquanto estava fora, Monique percebeu que Samir a olhava e sorriu, cumprimentando-a com um gesto de cabeça. Ela sorriu de volta e o rapaz se aproximou e perguntou se poderia lhe fazer companhia. - Shukrān lak – disse ele. Monique fez cara que não entendeu e ele riu. – Quer dizer ‘obrigado’ – traduziu. Ela pediu para ele repetir e Samir falou em árabe: – Eu queria me desculpar por não ter ido ao seu casamento. Papai e eu estávamos fora da cidade na data – disse ele. – Sem problemas, não se preocupe. Eu entendo – respondeu Monique, gentilmente.
Samir lhe fez companhia enquanto Adriano não voltava, falando várias palavras em seu idioma natal e contando um pouco da sua cidade, Beirute, a capital do Líbano. – Você conhece Beirute? – perguntou. – Eu? Imagina, Samir. Nunca saí do Brasil – respondeu, com um sorriso envergonhado. – É uma pena. Beirute é linda, você iria adorar. Peça ao seu marido para levá-la ou eu mesmo a levarei – brincou. Adriano voltou e Samir o cumprimentou. – Estava fazendo companhia a sua esposa para que nenhum indesejado se aproximasse – falou. Beijou novamente a mão de Monique e se despediu. - wadā'an, habibi (adeus, querida) – falou. – Nenhum indesejado como o pai dele, né? – resmungou Adriano. – Você não gosta mesmo do pai dele, não é? – perguntou Monique. – Se você o conhecesse como eu, também iria gostar. Aquele turco é um mau caráter da pior espécie – respondeu Adriano. Voltaram para casa às dez da noite e Monique foi ao quarto. Adriano foi ao escritório conversar com Marcelo. Monique colocou a mesma camisola da noite de núpcias e, disposta a transar com o marido, foi a sua procura. Bateu à porta do escritório e entrou. – Desculpe interromper, mas vim buscar meu marido. Posso levá-lo, Marcelo? – perguntou. – É claro – respondeu, constrangido. Monique tomou a mão do marido e foram ao quarto. – Você não devia ter feito aquilo. Nossa intimidade é coisa nossa. Não envolva o Marcelo – disse Adriano. – Amanhã, eu peço desculpas a ele. Digo que ele já teve você duas noites seguidas e que, hoje, você é meu – disse ela, abraçando Adriano pelo pescoço.
O casal começou a se beijar e foi tirando a roupa. Monique se deitou na cama, erguendo os braços e olhando para o marido. Adriano hesitou alguns segundos antes de se deitar junto com ela. – Algum problema, querido? Você parece meio nervoso, sei lá – comentou ela. – Nada não. É que eu vi você nascer - explicou. Começou a beijar e acariciar seu corpo. Logo depois, a penetrou e gozou, uma transa, portanto, muito semelhante à da noite de núpcias. – Eu preciso te falar uma coisa. Surgiu um problema em um dos hotéis e vou viajar com o Marcelo por uns dias. Mas, prometo que volto logo – disse ele. – Viajar? Posso ir também? – perguntou ela. – Não, Monique. É uma viagem de negócios, chata. Vou passar o dia inteiro no escritório e você, sozinha, no hotel – respondeu. – Não me importo. Entre ficar sozinha lá e aqui, prefiro lá. Ao menos, posso ver você pela manhã e à noite – argumentou ela. – Mas, eu me importo. Não vou conseguir me concentrar no trabalho, sabendo que você está lá sem nada pra fazer. Eu volto logo, já disse, e marcaremos uma viagem só nossa, prometo – falou Adriano, encerrando a conversa. Ele e Marcelo partiram no dia seguinte e só voltariam uma semana depois. Na hora do almoço, um dos empregados a procurou no quintal, onde ela brincava com os cães, e lhe entregou um ramalhete de rosas que havia chegado. Pensando ser de Adriano, abriu o cartão e leu de um fôlego só: “Mais uma vez, quero me desculpar pela falta terrível ao seu casamento. Gostaria que aceitasse meu humilde convite para um jantar esta noite, você e seu marido. Samir”. Seguia um número de telefone. Monique ficou um tempo contemplando as flores, lindas e cheirosas, e ligou pra ele. – Oi, Samir. Muito obrigada pelas flores. São lindas. Adoraria aceitar seu convite, mas o Adriano viajou hoje e só volta daqui a uma semana – falou. – Nesse caso, me permita levá-la para almoçar amanhã. Ficarei ofendido se recusar – disse ele. Monique aceitou.
O almoço foi marcado para o restaurante de um dos hotéis da família Abdul-Bari, um local muito aconchegante e com vasta decoração árabe. - Bom dia, habibi. Que bom que você veio – saudou Samir no saguão do hotel. - Bom dia. Obrigada – respondeu Monique. – Que tal, antes do almoço, eu fazer um tour com você pelo lugar? – ofereceu ele. Saíram os dois pelas dependências do hotel, com Samir apresentando Monique a todos os funcionários e contando histórias do lugar. – É tudo lindo. A decoração árabe é uma beleza – disse ela. – Que bom que você gostou, habibi. Mas, devo dar os méritos a quem merece, minha mãe. Ela é a responsável pela parte estética dos nossos hotéis – contou. – Só podia ter um toque feminino mesmo – brincou Monique. – Vou dizer a ela dos seus elogios. Tenho certeza de que mãezinha vai ficar muito orgulhosa e agradecida – afirmou. Chegaram ao restaurante e foram à mesa que ele havia reservado. – Você me permite escolher um prato típico do meu país? – perguntou. Ela permitiu e ele fez o pedido junto com a bebida. Nesse momento, Omar chegou e se juntou a eles. – Bom dia. Papai saber que tinha visita ilustre e veio cumprimentar – disse ele, dando um beijo longo e carinhoso na mão de Monique. – O marido dela viajou e eu a sequestrei pra almoçar – brincou Samir, arrancando um sorriso de Monique. – Marido viajou e deixou mocinha sozinha? Não pode. Filhinho fez certo em sequestrar. Se ele não tratar você bem, chama papai que papai resolve – disse Omar. Monique sorriu novamente e os três conversaram um pouco até o coroa se retirar.
Samir se mostrou uma pessoa, extremamente, alegre e carinhosa. Monique riu muito durante o almoço e ele lhe ensinou várias palavras em árabe. O “encontro” se estendeu até mais de três da tarde quando ela chamou o motorista para buscá-la. – Adorei ter você comigo. Você é encantadora. Posso te sequestrar outra vez? – perguntou ele, segurando suas mãos. – Pode sim. Só não peça um resgate muito alto – brincou Monique. – Não há resgate que pague você. Se for cobrar pela beleza de seus olhos, seu marido teria de vender tudo o que tem e ainda não chegaria a um terço do valor – afirmou Samir. O carro dela chegou, ele beijou suas mãos e se despediram. No caminho de volta, Monique foi lembrando das palavras de Samir e sorria para o vento. – Está tudo bem, dona Monique? – perguntou o motorista. – O quê? Sim, estou bem, Orestes. Estou ótima – respondeu. À noite, Monique conversou com o marido pela internet e, perto de dormir, recebeu uma mensagem de Samir: “posso sequestrá-la, amanhã, novamente para almoçarmos”? Ela respondeu, de imediato, que sim e marcaram em outro restaurante, na saída da cidade. Passaram a tarde, juntos, e, perto de voltaram pra casa, a intimidade já permitia que Samir fizesse pequenas carícias nos cabelos de Monique, nos seus braços ou segurasse sua mão aqui e ali. A garota estava adorando toda aquela atenção, especialmente, o fato de Samir ter deixado de ir trabalhar pra ficar com ela.
Na hora de ir embora, Monique pegou seu telefone para chamar o motorista, mas Samir não deixou. – Eu levo você, habibi. Assim, vamos conversando mais um pouco – propôs. – Ainda não se cansou de mim? – perguntou. – Eu jamais vou me cansar de você. Jamais. Como eu posso me cansar de alguém que me faz pensar nela desde o segundo que acordo até horas depois de ir dormir? – respondeu ele. Monique sentiu um estremecimento ao ouvir aquelas palavras. Samir abriu a porta do carro para ela entrar, tocando, levemente, em sua cintura. Ele próprio escolheu uma cantora árabe de sua preferência e ligou o som. Era uma música romântica e gostosa de ouvir. Samir atrasou o trajeto o suficiente para terminar o DVD e ouviram a última música já estacionados em frente da casa dela. – Que músicas lindas. Não entendi nada, mas amei – disse ela. – São muito bonitas mesmo. Falam de amor, paixão, cumplicidade do casal. Também gosto muito – respondeu. – Você nunca se casou, Samir? – perguntou Monique. – Não, habibi, ainda não conheci a mulher que vai abalar minhas estruturas e me fazer jogar tudo pro alto pra ficar com ela e só ela. Me casar e não poder me dedicar, exclusivamente, não me interessa – explicou. As palavras de Samir atingiram, em cheio, Monique. Ainda conversaram por mais uma hora, no carro, antes de se despedir com um beijo carinhoso no rosto.
A noite foi dos cachorros e de Viviane, que perguntou onde ela passou a tarde. Monique disse, vagamente, que esteve com amigas. Perto de ir dormir, já na cama, recebeu outra mensagem de texto de Samir, desejando-lhe boa noite, dizendo que havia adorado a tarde com ela e a convidando para o Jardim Botânico, no dia seguinte. Monique aceitou o convite e dormiu sua última noite de mulher fiel. No outro dia, no Jardim Botânico, Samir a abraçou efusivamente. Beijou seu pescoço, seu rosto e a ergueu do chão. - Que saudade, habibi. Contei os minutos para esse momento chegar - disse ele, enchendo-a de beijos. Monique também estava muito feliz em revê-lo, mas nervosa por conta dessa felicidade. Sentia-se estranha na companhia dele, algo que nunca sentira antes e, certamente, nunca sentira com Adriano. Caminharam, de mãos dadas, pelo Jardim, admirando as fontes, a flora e Monique se encantava com tudo. – Como é teu casamento com o Adriano? Me desculpe a pergunta, mas tenho essa curiosidade. Ele é bem mais velho que você e, sinceramente, não sinto alegria nos seus olhos quando você fala dele – perguntou Samir, surpreendendo-a com o questionamento. Monique parou o passeio e se encostou a uma árvore. – O Adriano é uma excelente pessoa, mas admito que nosso casamento não é como eu imaginava. Ele é meu padrinho de batismo e eu acho que isso atrapalha – respondeu. – Seu padrinho? E por que vocês se casaram? – perguntou Samir. – Eu queria vir pra capital, estudar e meus pais não podiam me manter aqui. Então, ele se ofereceu pra se casar comigo e cuidar de mim – explicou.
Samir a abraçou e sentiu que Monique se derreteu, deitando sua cabeça no peito dele. – Você merece ser feliz, habibi. Merece muito mais do que esse casamento fajuto. Merece que um homem olhe pra você e te deseje com todo o fogo de sua alma e não como padrinho olha para afilhada – Samir ergueu o rosto dela para encará-lo. – Você é linda demais e eu não consigo parar de pensar em você. Nesse momento, agora, o único pensamento que passa em minha cabeça é te tomar em meus braços, te sufocar com meus beijos, tirar tua roupa e te foder aqui mesmo, te fazer mulher de verdade, minha mulher. Eu duvido que ele tenha feito isso, mas eu posso e quero – disse ele. Monique tremia em seus braços, suava e seu coração estava a ponto de sair de seu peito de tão rápido que batia. Samir segurou seu rosto com ambas as mãos e a beijou, profundamente.