Há muito tempo atrás a vida e a morte se apaixonaram, desde então a vida envia intocáveis presentes para a morte, e ela os guarda para sempre.
Cheguei em casa depois daquilo, a sorte foi que meu pai não estava em casa. Me tranquei no quarto e chorei, de raiva, de felicidade, de medo. Todas as lembranças dos traumas que sofria e escondi de todos agora eram uma tempestade e eu estava no olho do furacão.
As mensagem de Arthur chegavam uma atrás da outra, todas sobre o jantar.
Lembrei de Victor me dizendo que era uma má ideia. Ele me puxou na cantina dizendo que era errado em eu aceitar. A família Black era diferente da família Sollath, mesmo DNA mais pessoas diferentes.
Meu dia já estava péssimo então não poderia piora.
Era sete horas quando Arthur batia na porta de casa. Eu estava arrumando com uma camisa com listras, uma calça jeans é uma bota.
- Você não vai assim. - Arthur me olhou de cima a baixo novamente. - Vá se trocar.
Ele me deu um roupa posta em um saco adequado para roupas. Fui para o quarto me troca, enquanto ele ficava na sala.
- Uau você está lindo. Você é lindo, mais ficou mais lindo.
Usava um blazer branco, com um leso dourado, substituindo a gravata, a calça social era do meu tamanho da mesma cor, os sapatos pretos e brancos e a camisa branca e a jaqueta dentro amarela apagada.
- Você não está feio também.
Arthur usava uma camisa vinho, seu blazer era marron e a calça jeans azul escura. Seus cabelos estavam penteados para trás e a barba tinha sumido deixando ele mais novo do que era.
- Porque eu preciso ir como um pinguim e você está assim?
- Primeiro, eu sou filho do dono, segundo quero você como homem mais bonito da festa.
- Para onde você está levando meu garoto? - Papai parou na frente da geladeira encarando o Arthur.
Eu e ele estávamos namorando de porta.
- Estou levando seu filho, para um jantar em família. Papai tem que conhecer meu futuro esposo.
Meu Papai apenas riu de seu genro, até eu ri dele.
Tinha um novo dilema que martelava minha cabeça, contar ou não contar sobre a volta de minha mãe.
Sei que ele agora fazia parte da família e prometemos nada de segredos. O carro ia devagar, mesmo não tendo trânsito.
- Arthur, tenho algo para te contar.
- Sim. Pode falar, filho.
- E complicado, sério, espero que fique bastante calmo...
- Fala logo, sabe que odeio quando demora...
- Minha mãe voltou.
Ainda bem que paramos num sinal vermelho, porque se não ele poderia ter batido o carro.
- Como assim, sua mãe voltou? Ela não estava desaparecida?
- Estava, mais acho que o peso na consciência foi maior, então ela me encontrou depois que sai da escola.
- E como foi? - perguntou Arthur.
- Você quer a forma embelezada ou real?
- A real claro.
- Ela me levou a um restaurante e conversou comigo tentamos justificar o erro de ter saído como se fosse algo bom para ela para mim.
A conversa parou quando estávamos nos portões da casa. Relembra cada detalhe me fazia querer matar aquela mulher.
A casa dos Black era bonita. Por algum motivo estava diferente, estava alegre.
- Você já viu a sua nova mãe? - perguntei saindo do carro.
- Já, algumas vezes, quando meu pai me mostrou ela estávamos numa viagem para a Europa. - ele deu de ombros naquele comentário.
Ele segurou minhas mãos e mesmo assim tudo estava me deixando nervoso. Não sabia se toda a família Sollath e Black estariam juntas, mais eu seria o intruso.
Se você já vou alguém branco, desmaiando, você tem uma ideia de como Victor ficou quando nos viu juntos.
- Vocês estão loucos? - Victor perguntou nos empurrado para escada.
- Boa noite primo, estou bem, obrigado por perguntar.
- Para com a graça Arthur. Sabe muito bem porque não poderia trazer o Daniel para cá. - Victor estava mais assutado e preocupado do que eu. - Nada pessoal Dan, mais isso não vai acabar bem.
- Eu gosto de sua preocupação, primo. Mais sei o que estou fazendo!
- Sabe mesmo. Ou está chutando?
Victor ganhou esse round porque Arthur me puxou para longe dele.
A família de Black estava lá.
Perto da lareira, Murilo e Richard estavam conversando, Rafael estava conversando com uma senhora que ria com ele.
Tinha mais gente, Black foi me apresentando cada um.
- Esse é Judas e sua esposa. Irmãos de Murilo.
A mulher era bonita, estava com cabelos loiros e olhos verdes, os cabelos cacheados e um vestido que realçava seu corpo, era um toma que caia com pedras brilhante.
O cara já era forte e alto, seus cabelos castanhos e olhos azuis, estava com uma roupa formal, ele ria com um menino que estava ao seu lado, menino não um senhor, cabelos grisalhos, alto e forte, sua pele era igual a dos outros filhos, pele parda e de rosto de um touro.
- Aquele que está rindo com Judas, é o senhor Magno, pai de Murilo, Judas e o novo irmão perdido Caleb. Aquela que rindo com Rafael é a mãe de Murilo e dos outros meninos.
Chegando atrasado entra um asiático e um ruivo.
- O ruivo é o Caleb e o Asiático é o Lay, seu namorado.
- Mais dois gay na família?
- Sim. E não comente isso, a família demorou para aceitar. - alertou Arthur.
Lay o asiático era simpático, seus cabelos pretos, liso que estavam destacando seus olhos da mesma cor, sua boca quase não parecia, mais seu corpo era um mostro, não sei bem o que ele fez que deixava seu corpo bem distribuído.
Caleb era um cara inglês completo, cabelos ruivos e olhos verdes, pele branca e refinado, apenas de olhar para ele, sabíamos que era inteligente e refinado, que corrigia você com delicadeza e sem perde a classe.
Todos estavam formal. Se eu tivesse vindo da forma como estava, estaria lascado.
- Então quer dizer que viraram amigos? - aquela voz eu conhecia.
- Richard.
Ele sorriu para mim. Abraçamos forte, como velhos amigos.
- Eu e Arthur sim. Ele é uma boa pessoa.
Black tinha me deixando ali na sala de estar enquanto foi buscar algo para tomar.
- Pensava que ele ia trazer uma menina para o jantar ou que nem vinha. Victor me contou algumas coisas.
Gelei só de pensar no que Victor poderia ter contando sobre eu e Arthur.
- Contou? - perguntei desconfiado.
- Sim. O que fizeram com você. Ninguém faz, ainda bem que eles te ajudaram. - ele me deu um tapinha na costa. - Obrigado por ser amigo do Victor e ter juntando ele com o primo.
Richard me abraçou novamente.
- Aproveite a festa.
O pai de Arthur desceu as escadas ele estava sozinho. Quando observou todos e me notou perto de seu filho. Ele sutilmente chamou Arthur para conversa.
A noite começou a piora quando Arthur sentou do meu lado na mesa, ele estava com raiva, alguma coisa seu pai disse para ele.
O senhor Black entrou na sala de jantar. Arthur olhava atravessado para seu pai.
- O que aconteceu? O que ele disse?
- Nada amor, não se preocupe.
Eu tinha que me preocupa.
- Então meu irmão. - disse Magnos. - Cadê a nova senhora Black?
Ele ficou agitado, olhou o relógio e deu um sorriso seco.
- Ela está atrasada. Deve está se preparando ainda. Me disse que ia resolver uma coisa primeiro a tarde.
Sabe quando uma voz na sua cabeça diz que você está ferrado, essa estava batendo na minha cara.
A porta da casa bateu e o mordomo foi abri-la.
Todos se levantaram para ver quem era. A mulher apareceu na sala.
- Boa noite família, eu me atrasei porque fui conversa...
Ela me olhou e quando percebi que ela estava assustada, surpresa e feliz. Todos me olharam logo em seguida.
- Essa não. - disse bem baixinho.
- Senhoras e Senhores. Mamãe. - Disse O senhor Black - Essa e Mariana, minha nova esposa.