Comecei minha jornada no quartel e logo os meses se passaram e peguei minha dispensa definitiva estava livre daquilo tudo, fiquei uma semana em casa descansando, na semana seguinte fui tentar a sorte atrás de emprego e pesquisar faculdades que davam bolsa de estudo.
Logo na primeira agencia que fiz uma fixa fui indicado para uma vaga de auxiliar de escritório numa casa de cambio onde fiz a entrevista e fu contratado para começar trabalhar na próxima semana, fiquei feliz por conseguir meu primeiro emprego ter meu próprio dinheiro não ficar dependendo do Jorge, agora era ir atrás de faculdade, quase todas tinha bolsa de estudo selecionei três que achei melhor e mais fácil para ir, peguei informações e voltei para casa, assim que cheguei liguei para o Jorge e contei que eu estava empregado, Jorge ficou tão feliz quanto eu.
_ Agora meu menino vai ser independente.
_ Nem estou acreditando meu querido, vi também algumas faculdades e vou estudar firme para não precisar de cursinho.
_ Você vai conseguir passar, você é bastante inteligente, a noite a gente se fala.
_ Tá bom meu querido, vou fazer o jantar para quanto você chegar já esta tudo pronto.
Dei um tempo até a hora de preparar o jantar, quando ele chegou estava tudo pronto, depois dele tomar banho jantamos e conversamos.
_ Então tá feliz com seu primeiro emprego?
_ Muito Jorge, não vejo a hora de começar trabalhar.
_ Já vai planejando o que fazer com seu salario, já começa abrindo uma conta para depositar um pouco todo mês, eu fiz isso quando comecei trabalhar e até hoje guardo um pouco no banco.
_ Vou fazer isso também, a partir de amanhã cair nos estudos para passar na prova da faculdade faltam só dois meses para a prova e me falaram que a concorrência é grande em todas a três que escolhi.
_ E vai mesmo fazer direito, não tem nenhuma duvida sobre isso?
_ Sim Jorge, é isso que eu quero fazer sem duvida nenhuma.
Ficamos papeando até a hora de irmos para o quarto dormirmos, naquela semana conversei bastante com minha mãe por telefone e a cada dia achei que realmente ela estava arrependida de tudo mas claro que eu não demostrei estar acreditando totalmente sempre procurava mostrar que estava com um pouco de medo.
Comecei na empresa, por sorte todos lá eram gente boa não achavam ruim em me ensinarem meu serviço e logo peguei pratica em tudo que era do meu setor, logo no primeiro salario fiz questão de ir jantar fora com o Jorge e de dar um presente para ele.
Chegou a semana de fazer a prova, prestei a prova e fiquei aguardando o resultado que sairia em duas semanas, assim que soube que saiu o resultado fui conferir se tinha passado, em duas fiquei em quinto lugar e numa passei em terceiro, Jorge estava comigo e comemoramos muito minha aprovação.
_ Te falei que você conseguia menino, agora é focar nos estudos.
_ Porra não acredito que passei nas três sem nem fazer cursinho Jorge.
_ Em qual delas vai ficar já decide logo.
_ Mesmo sendo um pouco mais longe vou ficar na segunda que passei todos falam muito bem dela.
Ai começou minha jornada de trabalho e estudo, nos finais de semana eu ficava estudando quase o dia todo claro que tirava umas horas para curtir com Jorge, depois de muita insistência dele acabei dando total confiança novamente para minha mãe que estava de namoro com um colega de trabalho que á anos gostava dela e esse namoro trouxe a linda mulher de volta.
Eu e Jorge sempre nos dando bem, claro que as vezes saia uma discussão mas nada que fizesse a gente ficar com raiva um do outro, era até bom porque na hora das passes acabávamos na cama transando feito loucos, meu amado amigo Robson resolveu nos deixar, teve um infarto fulminante, ficamos muito tristes com a morte dele afinal ele ara o único amigo que tínhamos para conversar assuntos relacionados á nós gays fora ele não tínhamos outra pessoa, demorou mas superamos a perda dele.
Anderson resolveu aparecer e justo num dia que estávamos na minha mãe.
Tínhamos ido para lá no sábado jantar com ela e seu namorado, como ficou tarde e no domingo teria um churrasco resolvemos ficar por lá, no domingo cedo acordamos com minha mãe falando com um homem que gritava com ela no portão.
_ Jorge conheço essa voz, é o Anderson.
_ Será menino, depois de todo esse tempo essa cara resolveu aparecer?
_ É ele sim tenho certeza.
Jorge que estava de bermuda levantou-se e foi ver o que estava acontecendo, depois que me vesti fui também e realmente era ele e aparentava estar bêbado.
_ Olha só o veadinho da família esta de volta.
_ Vem mãe deixa este cara aí.
_ E esse aí é o macho que tá comendo o filho e a mãe junto.
Jorge tentou ir falar com ele mas eu segurei ele mas Anderson estava afim de briga.
_ Solta ele veadinho, deixa esse filho de uma puta sem vergonha vir que acabo com ele.
Só me lembro de ter praticamente sido arremessado no chão, quando me levanto vejo Jorge em cima do Anderson socando a cara dele com murros por todos os lados, corri para separar os dois o que foi muito difícil, se Jorge calmo tinha muita força imaginem ele fora de si, na verdade ele só parou porque minha mãe implorou que ele parasse, Anderson levantou-se todo ensanguentado e foi para seu carro, nós deveríamos ter entrado mas resolvemos espera-lo partir, só que ao invés dele partir ele pegou uma arma e veio feito um louco em direção ao Jorge.
_ E agora valentão, quem é o bom aqui em, fala filho da puta quem é o bom aqui ?
Segurando Jorge eu sentia seus músculos tremerem de raiva.
_ Cara vai embora deixa a gente em paz, você não tem mais nada com a gente.
_ Por sua causa fui preso filho da puta, eu devia ara atirar na sua cara seu veado de merda.
Jorge ameaçou ficar na minha frente.
_ Via salvar seu veado, machão, quer mesmo levar um tiro no lugar dele então toma.
Só escutei o disparo e o Jorge desmoronando enquanto Anderson correu para o carro partindo feito louco, todo peito do Jorge estava coberto de sangue, eu entrei em desespero gritando o nome dele e pedindo por ajuda, rapidamente um vizinho que era enfermeiro veio nos ajudar, colocamos Jorge no carro e levamos para o hospital, por sorte a bala atravessou sem atingir nenhum órgão vital, naquele mesmo dia ele foi liberado para ir embora.
_ Vou fazer uma sopa para você comer meu querido.
_ Não estou com fome menino, só quero dormir e esquecer o que aconteceu.
_ Você tem que comer um pouco Jorge, você perdeu muito sangue.
_ Depois eu como, fica tranquilo eu estou bem, vem cá deita aqui comigo.
_ Cara achei que você tinha morrido, você ficou todo mole e não abria os olhos.
_ Só lembro do barulho do tiro e mais nada menino.
_ Desgraçado ainda encontro ele.
_ Esquece agora é com a policia, você não vai fazer nada tá me ouvindo.
Não respondi fiquei deitado ao seu lado e logo ele pegou no sono, Jorge se recuperou logo e tudo voltou ao normal, passaram-se rápido os anos e lá estava eu recebendo o diploma de advogado comemorando com Jorge e minha mãe e para ficar melhor me formei em segundo lugar na faculdade, justo no ano que me formei completamos dez anos de união e Jorge esperou eu entrar de férias no trabalho para também sair de férias e me presentear com uma viagem para sua terra natal, fomos para Piauí onde passamos dez dias.
Estávamos numa praia junto com outras pessoas vendo o inicio do por do sol, só que estávamos distante dessas pessoas, Jorge tira uma pequena caixa do bolsa da bermuda e me entrega.
_ Presente uma hora dessa, que bom.
_ Abre para ver o que é.
Quando abri vi um par de alianças gravadas nossos nomes.
_ Então, aceita ou não?
_ Claro que aceito meu querido, já sou seu a muito tempo.
Peguei sua mão para por a aliança.
_ Calma aqui não, isso tem que ser feito onde esteja só nós dois, fica ai já venho.
Ele voltou me levando até um carro desses de levar turistas, entramos no carro e fomo para uma praia distante de onde estávamos bastante deserta, Jorge combinou para sermos pegos uma hora depois e o rapaz foi embora.
_ Só nós e a natureza para testemunhar esse momento meu menino, agora pode por a aliança no meu dedo.
Coloquei nele e ele em mim, como não havia ninguém além de nós na praia nos abraçamos e no beijamos, e ali fizemos um sexo muito gostoso tanto na areia como dentro do mar.
_ Sabe que você acabou de realizar uma fantasia minha de transar na praia.
_ Que bom menino, eu relembrei meus tempos de moleque para adolescente.
_ Era na praia que você trepava safado, deve ter tirado muito cabaço de veadinho né?
_ E de menina também e primos também.
_ Olha que safado você era Jorge.
_ Safado nada eu estava quieto vinham mexer comigo então metia vara mesmo quem mandava mexer com quem estava quieto, teve um moleque que ficou com raiva de mim depois que arrombei ele nunca mais falou comigo espalhou pros outros veadinhos que eu era bruto não sabia meter.
_ Coitado imagino o que você fez com ele para ficar com raiva de você.
_ Não fiz nada de mais só enfiei no cu dele, foi ele que mandou enfiar tudo então enfiei.
Ficamos conversando até o rapaz nos pegarmos de volta, voltamos para São Paulo, resolvi fazer mestrado e passei na OAB, com isso comecei receber convites para trabalhar em escritórios de advocacia e aceitei um convite de um juiz que dava aulas na faculdade e isso foi o empurrão para montar meu escritório, com muita mais muita insistência Jorge saiu da trabalho para vir trabalhar comigo fazendo serviços de fórum e cartórios para mim e todo dinheiro que entrava era dividido entre nós.
Certa vez ele passou mal no escritório corremos ao hospital e constatou que ele estava com problemas no coração mas nada que fosse grave bastava se cuidar, num final de semana ele foi visitar sua família, anoiteceu e nada dele chegar e nem dar noticias as horas foram passando e comecei me preocupar então liguei para sua mãe que me falou que ele tinha saído de lá no inicio da noite, isso deixou-me mais preocupado fiquei de retornar assim que tivesse noticias dele.
Era tarde da noite quando o telefone toca.
_ É da casa do senhor Jorge?
Perguntei quem estava falando, era do hospital avisando que ele estava internado e era para eu ir lá, me troquei e fui, entrei querendo saber onde ele estava, o que tinha acontecido, me acalmaram e falaram que ele teve um infarto e estava no quarto para ser operado mas que eu poderia ir vê-lo antes da cirurgia.
_ Que bom que você esta aqui menino.
_ Como isso aconteceu, porque não me avisou antes meu querido?
_ Só lembro da dor muito forte no peito, parei o carro e não lembro mais nada JC.
_ Você vai ser operado, fica calmo que vai dar tudo certo.
_ Agora com você aqui estou calmo, não queria que acontece o pior sem poder te ver pela ultima vez meu menino.
_ Para de falar merda Jorge, você vai sair dessa.
Tive que deixar o quarto para prepara-lo para a cirurgia, foram horas de agonia até que terminou, o medico falou que correu tudo bem e que ele estava bem só não poderia receber visitas até ele ir para o quarto, avisei sua família e a minha e pedi que por enquanto apenas a mãe e pai dele fossem no hospital, depois que ele acordou podemos vê-lo e vimos que estava tudo bem e essa ficou sendo nossa rotina revezando as visitas no hospital.
Estava trabalhando quando me ligaram pedindo para ir urgente ao hospital, cheguei lá a mãe dele falou para ir ao quarto Jorge estava muito mal, corri para o quarto deixaram-me entrar.
_ Bom que deu tempo de você chegar?
_ Calma não fala para não se cansar.
_ Te amo muito menino, tinha que te ver antes...
Ele desmaiou e fui posto para fora do quarto o quadro dele era gravíssimo devido uma infecção, novamente passou por outra cirurgia que demorou horas e desta vez ele entrou em coma ficando uma semana nessa situação e quando acordou não reconhecia ninguém, foram meses assim sem ele saber que éramos, mas com o tempo ele foi voltando ao normal.
Hoje estamos juntos por mais de duas décadas, adotamos duas crianças irmãs de sangue que foram abandonadas pelos pais, vivemos felizes em todos sentidos, minha mãe e eu estamos muito bem como deveria ter sido sempre, hoje ela esta casada vivendo muito feliz, e assim foi minha trajetória com muitas tristezas que levo com lição, sou juiz e todo caso de abuso de menores não penso duas vezes em dar a sentença e não tenho dó nenhuma em saber que estou pondo na cadeia mais um desgraçado tipo o Anderson.
FIM