Projeto Charlie - 21 "Qual é o plano mesmo?"

Um conto erótico de Mr. Charlie
Categoria: Homossexual
Contém 1816 palavras
Data: 25/07/2017 23:14:09

-não queria ver você realizar seu sonho desse jeito. -diz Marcelo arrumando o nó da minha gravata.

-eu estou nervoso, mas ao mesmo tempo estou em êxtase com tudo isso.

-me lembrei do dia que me falou sobre seu sonho de estar lá em cima, voando, só sinto por ser assim.

-esse era sim meu sonho, mas meus sonhos mudaram no momento que você se tornou parte de mim. -digo vendo o sorriso bobo dele.

-tudo pronto então, como não vamos usar armas, não precisaremos burlar o detector. -ele fez uma pequena pausa olhando em meus olhos. -Não acredito que você está em uma missão comigo. Fico me lembrando daquele garoto entrando no meu carro aos prantos, e agora, quase dois anos depois vejo este homem sendo meu parceiro.

-então vamos atirador. -lhe dou um beijo antes de irmos para o aeroporto.

-espera. -ele diz tirando algo do bolso. -Charlie, eu sei que é cedo, mas eu não quero esperar mais por isso, hoje vejo que você é o amor da minha vida e não consigo mais me ver sem você...-ele se ajoelha abrindo uma caixinha com duas alianças. -quer se casar comigo?

Eu não conseguia dizer nada, fiquei totalmente bobo, escorria uma lagrima por meu rosto acompanhado de um sorriso largo.

Antigamente eu não saberia definir o que era o amor, hoje o defino a cada acordar pela manhã, amar é querer bem, é estar presente, não é dizer, mas sim demonstrar. Não precisávamos dizer o quanto um amava o outro, era nítido no olhar, no sorriso e nas atitudes.

-sim, é claro que eu me caso com você amor. -o abraço lhe dando o melhor beijo que já tivemos.

-eu te amo. -ele diz colocando a aliança no meu dedo.

-e eu te amo incondicionalmente. - digo colocando a outra no dedo dele.

-e aí, vamos trabalhar ou não?! -Gabriel escancarava a porta. -estou atrapalhando algo?

-Gabriel seria meus olhos na missão e Bruna seria os olhos do Marcelo.

-estamos noivos amigo. -estendo a mão mostrando a aliança.

-serião? -ele fica nos olhando por um tempo achando que era uma brincadeira. -que felicidade por vocês dois, meu maninho vai se casar. Não acredito que tanta coisa tenha mudado em tão pouco tempo, mas esse noivado é o ponto alto. Só não vão morrer tá, porque o padrinho aqui quer ser padrinho.

-palhaço. -o empurro seguindo até a saída.

Quanto mais nos aproximávamos do aeroporto, mais nervoso eu ficava. Seria meu primeiro vôo como comissário e minha primeira missão, fora que eu ainda teria que matar uma pessoa em um avião com quase duzentas pessoas. Ai meu Deus, matar uma pessoa. A que ponto cheguei.

-vai ficar tudo bem. -Marcelo coloca sua mão sobre a minha no carro. -a gente se protege. Apenas entre no personagem, mas antes vamos revisar o plano. Eu vou estar na poltrona de corredor e o Tony irá estar duas ao lado, nas poltronas de janela, você irá servir o drink dele lhe causando nausea, quando ele entrar no banheiro você entra logo em seguida o nocauteando, depois fica vigiando a porta que vou o pegar pelo duto logo a cima do banheiro e levá-lo para o setor de bagagens do avião, guardando o corpo em uma caixa. Chegando no destino você será o último a sair, assim você vai até a caixa e coloca como sendo minha a bagagem, assim sumimos com o corpo. Viu como é simples? - ele dá um sorriso de canto de boca.

-aham, super. -fico o olhando com os olhos arregalados. - só preciso saber uma coisa?

-sim, o que?

-qual é o plano mesmo?

-voce é uma graça amor. -ele fica sorrindo da minha ansiedade.

Adentrando o aeroporto tive que me separar de Marcelo, o reencontrei apenas na hora que ele foi embarcar. Eu estava adorando ser comissário pela primeira vez, Gabriel sempre me auxiliando pela escuta.

Tony finalmente passará por mim na entrada da aeronave, não me notou em momento algum, simplesmente passou com um ar sério.

-isso aí maninho, hora do show. -Gabriel dizia do outro lado da linha. -aproveita e da uma olhadinha na asa do avião, até hoje isso me preocupa.

-palhaço.

-o que? -o outro comissário me olha com cara seria.

-ahh, desculpa, estou pensando alto. -respondo sem graça.

-Charlie temos um problema, o alvo não está no assento onde deveria estar. Assim que você puder transitar pelos corredores, preciso que você procure ele em algum outro assento. Vou procurando com você pela câmera ocular.

Assim que o avião se estabilizou comecei a procurar pelo alvo, Gabriel procurava comigo, mas eu não encontrava Tony em lugar nenhum. Suspeitamos que ele poderia ter descoberto e se escondido em algum ponto do avião, então Marcelo começou a transitar pela parte técnica da aeronave.

Um senhor acabou me chamando pedindo um drink, então fui até a cozinha preparar, um reflexo conhecido aparece por trás de mim, o vejo pelo vidro que estava acima da minha cabeça, então de imediato pego o vidro para acertá-lo, mas ele consegue segurar e me acerta um soco me levando ao chão, era Brandon.

-Gabriel aciona o Marcelo, é uma armadilha. -consigo dizer até levar outro golpe de Brandon que acaba fazendo eu perder o contato com Gabriel.

O espaço era muito apertado, o que dificultava um golpe mais aberto, então usei aquilo a favor de golpes fortes e curtos. Brandon veio para mais um golpe, então apoiei na bancada desviando e lhe dando uma pesada que o fez bater no armário e comecei a lhe dar vários socos.

-vai me dizer por quanto se vendeu? -digo parando os socos.

-não precisou de muito, Emily apenas me convenceu pelo obvio, nunca gostei da família Thompson. -Brandon consegue acertar minha barriga e me enforcar contra um armário. -você até que é delicinha Charlie, poderíamos dar muito certo, tenho certeza de que você iria gostar muito. -ele diz passando a língua na minha orelha.

Eu lembrava de quando fui enforcado no Rio por Sam, o que me deixou desesperado, mas mantive a calma e peguei uma tequileira de aço que estava a meu alcance e acertei sua cabeça, para deixá-lo mais tonto ainda eu lhe dei uma cabeçada.

-não sou para o seu bico idiota. É bom ser enforcado né?! -disse prendendo seu pescoço com minhas mãos. -só um minutinho senhor que já irei levar seu drink. -coloco a cabeça pela cortina acenando ao passageiro e vendo se viria algum outro comissário.

Brandon me deu um chute no saco que foi quase inevitável aguentar. Entre socos e chutes, eu tentava fazer o menor barulho possível para não chamar a atenção.

Brandon consegue me render e prender meu corpo ao chão de costas e fica por cima de mim.

-você realmente está bem mais forte agora Charlie, olha só que bunda gostosa, pena que seu namorado não esta aqui para assistir. -ele diz esfregando seu pau duro na roupa na minha bunda. -o que é isso no seu dedo? ...uma aliança de noivado. Você ficou noivo daquele idiota do Marcelo? -ele deu uma gargalhada baixa. -então vou ser seu amante só por uns minutos antes do Marcelo ficar viúvo.

-eu sou demais para você imbecil. -dou-lhe uma cabeçada na boca o fazendo recuar para trás, levando uma chave de braço de Marcelo, que aparecera logo atrás dele.

-não ouviu meu noivo não, você é demais para ele. -Marcelo aperta ainda mais o pescoço de Brandon, que tentava com dificuldades recuperar o ar. -quer mesmo fazer isso?

Vou me dirigindo até Brandon que me olhava com certa furia, olhei para Marcelo e voltei minha visão para Brandon. Eu estava com fogo nos olhos, cego por mais um idiota tentar me matar, mas alí eu não era o mesmo, não aquele Charlie com o olhar raso e meigo, mas sim o olhar de um assassino.

-não se preocupa não, logo vou mandar a Vadia da sua parceira Emily para o inferno fazer companhia a você.

Brandon então me da uma cuspida no rosto. Eu peguei um pano, me limpei e o olhei por um momento, até segurar seu pescoço e forçar para trás o quebrando.

Marcelo o solta e me puxa colocando minha cabeça em seus ombros.

-me desculpe por isso. -ele diz me dando um beijo.

-está me zuando? Esse desgraçado queria me estuprar e me matar.

-eu mesmo queria matar esse infeliz. -agora vou levar o corpo dele para o bagageiro junto ao de Tony.

-entao matou o Tony?!

-sim. Só continua fazendo o seu trabalho até Londres, para não dar bandeira.

Então organizei a cozinha e levei o drink até o passageiro.

-desculpe pela demora senhor, tive um pequeno equivoco.

-seu rosto está machucado, esta tudo bem? -o passageiro me olha preocupado.

-sim, apenas um pequeno acidente, estou indo cuidar disso agora mesmo. Obrigado por se preocupar. - me dirijo até o banheiro para cuidar dos ferimentos.

Segui o caminho até Londres normalmente, como se nem tivesse um corpo no bagageiro que eu acabara de matar. Antes de descer da aeronave coloquei a caixa com os corpos no nome falso do passaporte de Marcelo, então ao saírmos, seguimos até uma parte deserta e queimamos os corpos de Brandon e Tony.

Desde que eliminamos o alvo, Marcelo tem estado meio sério, mas eu não encontrava momento para perguntar, até agora.

-o que esta acontecendo?

-não podemos voltar para casa.

-como não podemos voltar, por quê?

-quando você perdeu o sinal com o Gabriel, eu ainda tinha contato com a Bruna. -ele me olha nos olhos e não consegue ser mais forte naquele momento e acaba soltando algumas lagrimas. -a ISE encontrou o esconderijo e matou quase todos os agentes e levaram meus pais. A Bruna, o Gabriel e outros que monitoram os agentes, conseguiram se esconder. Quando a Bruna se escondeu eu perdi totalmente o contato, por isso demorei a chegar até você.

-claro, ele sabia que não estaríamos lá na hora, foi tudo uma armadilha. Brandon esteve passando informações nossas para o Edward a muito tempo. -passo a mão no cabelo suspirando forte.

-ele sabia que meu pai nos mandaria para eliminar o Tony, ele não queria que impedíssemos ele de sequestrar meus pais, ele nos quer na palma da mão dele, no lugar onde ele pode saber de cada passo nosso.

-mas se ele nos quer tanto assim, por que colocar Brandon para nos matar?

-ele sabia que Brandon não conseguiria nos matar, Brandon nunca foi tão forte e ágil quanto eu e o Líder sabia disso. Ele era apenas uma isca para Edward saber o quão forte você está.

-então ele conseguia ter toda uma visao do interior do avião?

-tenho certeza disso. Vamos procurar um hotel até esperarmos o contato da Bruna para sabermos o que fazer.

-entao por enquanto estamos sozinhos?

Ele segura minha mão deixando as duas alianças juntas e as beija.

-sim amor, estamos sozinhos.

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