Logo cedo eu e Robson estávamos no quartel, depois de muitas perguntas e repetir varias vezes o que me aconteceu, ficou combinado de eu terminar meus meses de exercito aqui em São Paulo, no inicio da próxima semana teria que me apresentar no batalhão.
Saímos do quartel e paramos numa padaria para tomar café e de lá Robson deixou-me próximo da casa da minha avó, quando me viram entrando parecia que estavam vendo uma pessoa estranha.
_ Não acredito é você JC, como você esta diferente moleque.
_ Oi tia sou eu mesmo, um pouco diferente mas sou eu.
Logo minhas outras tias vieram e alguns primos também e fomos para casa da minha avó, que ao me ver pôs a mão na boca e veio me abraçar.
_ Que saudades meu neto, nossa você tá diferente, mais forte.
_ É o exercito vó, estou servindo por isso ganhei mais corpo.
Ficamos todos conversando pondo o papo em dia, eu estava feliz por ver todos bem inclusive minha avó.
_ E sua mãe tem visto ela menino?
_ Não vó, a ultima vez que vi ela foi aquela vez que ela me quis prender dentro da casa e chamar o conselho tutelar para me levar.
_ O meu neto vai visita-la ela esta muito triste sem saber noticias suas, chegou entrar em depressão se não fosse a gente ela teria feito besteira.
_ Serio gente, ela tá mal assim?
_ Agora esta bem, mas a gente fica de olho sempre indo alguém lá para saber como ela esta.
_ Vó tenho medo de como ela vai agir, apesar que agora sou de maior eu ainda fico com receio do que ela pode fazer.
_ Toma café tem aquele bolo que você adora, depois a gente vai até lá eu vou com você.
Fiquei um tempo pensando enquanto comia bolo e conversava com eles até que decidi ir visita-la uma de minhas tias foi com a gente nos levando de carro, no caminho combinamos delas entrarem primeiro depois eu entraria e assim foi feito, minha avó e minha tia entraram deixando o portão sem trancar depois de uns cinco minutos eu entrei.
Todo receio que tinha sumiu com a reação da minha mãe, ela quando me viu na porta ficou paralisada parecendo não acreditar, lentamente veio em minha direção e quando se aproximou abraçou-me e começou a chorar, eu também chorei e aos poucos fomos nos acalmando e sentamos no sofá.
_ Meu filho como você esta lindo, com quase 19 anos esta um homem feito.
_ Ele esta no exercito, por isso que esta com esse corpão forte.
_ Serio filho, você esta servindo o exercito?
_ Estou mãe, falta poucos meses para pegar a despensa definitiva do quartel, agora me fala de você, como você esta.
_ Quero saber de você JC, como você esta onde esta morando , me diga filho?
_ Mãe eu estou morando perto do centro com um rapaz chamado Jorge, moro com ele desde aquela vez que...
_ Não precisa lembrar daquilo meu filho, o que mais quero ouvir de você é seu perdão JC, sei e estou vendo que você esta muito bem e se a vida que você escolheu esta te fazendo tão bem quem sou eu para atrapalhar você meu filho.
_ Mãe nunca em momento algum tive ódio de você, não tem porque eu te perdoar, mas se isso vai te fazer feliz eu te perdoo mãe perdoo você de coração.
_ Era isso que precisava ouvir de você JC, agora eu estou de coração limpo e consciência tranquila, só falta você...
_ Mãe se sua intenção é eu voltar morar aqui isso não vai acontecer, estou muito feliz com Jorge, nós nos damos muito bem não tem motivo para eu deixa-lo, mas agora que estamos nos acertando novamente eu vou vir aqui sempre, mas antes preciso saber de uma coisa.
_ É sobre o Anderson que você quer saber?
_ Sim, você esta com ele ainda?
Ela baixou a cabeça, eu já estava me preparando para escutar ela dizer sim.
_ Precisei perder você para ver de verdade quem ele é realmente meu filho, e tem mais eu descobri que ele estava comigo e com outra mulher que ele conheceu na cadeia do quartel e quando fui falar com ele sobre isso ele me agrediu lá dentro da cadeia.
Quando ouvi isso fiquei cego de ódio.
_ Como é, aquele filho da puta te bateu, mesmo você defendendo ele?
_ Não chegou a bater porque os policiais não deixaram mas ele me empurrou e me xingou dos piores nomes possíveis e foi aí que vi quem era ele de verdade.
_ Mãe, existe chance de vocês voltarem, você sabe que ele esta para sair, sabe que ele vai cumprir pena em liberdade provisória?
_ Sim sei o advogado veio me falar, não tem nenhuma chance de voltar com ele, Anderson tirou de mim o que eu mais amo que é você JC, aqui nessa casa ele não pisa nem na calçada.
_ Ele não me tirou de você mãe porque mesmo de longe eu continuei amando você.
_ Filho sei que não vai ser fácil para mim mas eu quero conhecer esse Jorge, preciso agradecer esse homem por te acolhido você não ter deixado você na rua.
_ Vou falar com ele mãe para a gente vir almoçar aqui com você.
_ E nós, não vamos vir?
_ Se conheço bem ele vó, se falar que é almoço com toda família ele não vai querer vir, deixa primeiro nós três depois a gente marca aquele almoço gostoso com a família toda, tenho certeza que vão gostar muito dele.
_ Estou brincando JC, esse almoço tem que ser só vocês três para poderem conversar ir aos poucos se acertando, eu e sua tia vamos indo, tudo bem para vocês.
_ Tudo bem vó, vou ficar mais um pouco aqui depois vou embora, tenho que ir atrás de bolsa de estudo em faculdades.
_ Vai fazer faculdade, vai estudar pra que?
_ Advogado e depois prestar concurso para juiz, mas antes tenho que conseguir bolsa de estudo porque é muito caro as mensalidades.
_ Pode fazer matricula numa paga filho, eu pago afinal você tem todo direito da aposentadoria do seu pai e eu trabalho da muito bem para pagar sua faculdade e ainda sobra.
_ Não mãe, prefiro tentar uma bolsa.
_ Por favor aceite JC, por favor filho diga que aceita.
_ Vou pensar depois te fala tá bom.
Minha avó e minha tia se foram e fiquei conversando com minha mãe e reparando o quanto ela estava acabada nem parecia aquela mulher que chamava a atenção cheia de vida, mas faria de tudo para ela voltar ser quem era toda vaidosa sempre bem vestida, ela preparou o almoço fazendo um prato que adorava quando morava com ela, almoçamos conversamos bastante e no inicio da noite despedir-me dela e fui embora prometendo voltar lá no final de semana, cheguei em casa junto com Jorge.
_ Nossa esqueceu de mim hoje em, nem para me ligar na hora do almoço.
_ Onde eu estava e com quem eu estava preferi não te ligar.
_ E onde e com quem você passou o dia todo?
_ Fui ao quartel, semana que vem vou me apresentar no batalhão, depois fui na minha avó e de lá fui na minha mãe.
_ Pelo seu jeito não deu nada errado né.
_ Vamos pro quarto, enquanto você se troca eu te falo tudo e se prepara para surpresas das ótimas meu querido.
Enquanto nos trocávamos fui contando tudo para ele até chegar na parte do convite da minha mãe.
_ Menino você não sabe como torci para isso acontecer novamente, você e sua mãe juntos como mãe e filho e não como dois inimigos e sobre ir na casa dela por mim vamos nesse final de semana, quero conhecer minha sogra, você já conheceu a sua.
Abracei ele de dei-lhe um beijo.
_ Tem como não amar você Jorge?
_ Não sei, você é quem tem que falar.
_ Eu achando que você não iria e me fala que quer ir nesse final de semana.
_ Lembra na minha mãe que te falei que tinha uma ideia e só ia falar quando a gente voltasse para casa?
_ Claro que lembro?
_ Minha ideia era ir com você na sua mãe para mostrar para ela quem eu sou, mas agora que fui convidado você acha que não vou querer ir, pode ligar para ela e marcar logo esse almoço.
_ Tem mais uma coisa.
_ O que?
_ Ela quer bancar toda minha faculdade, mas eu fiquei de pensar.
_ Porque você não quer JC?
_ Jorge minha vontade é arrumar um emprego, já passou da hora de não depender de você e de mais ninguém chega de dar prejuízo para os outros.
_ Só não vou falar o que deveria para não estragar esse clima legal, e quanto você trabalhar é só terminar o exercito para você ir arrumar um emprego, mas não repita que você me da prejuízo entendeu.
_ Desculpa foi maneira de falar, para não me olha com essa cara.
_ É a qual eu tenho, você me conheceu com ela.
_ Essa não, essa é de bravo, quando sua testa fica assim com esses vincos é porque você tá bravo.
_ Ah moleque, ainda coloco você no meu colo e dou uma surra de chinela igual meu pai fazia comigo e meus irmãos.
_ Assim me excita.
_ Safado, anda vai tomar banho, vou preparar o jantar.
_ Não estou com fome, comi muito na minha mãe.
_ A é, a comida da mamãe é mais gostosa, agora minha comida é ruim né.
_ Sua comida é deliciosa, principalmente quando você come com vontade meu querido.
_ Tu hoje tá quenga em, tá doido pra levar rola né safado, deixe mais tarde tu vai ver a comida que vou te dar.
Tomei meu banho, ele terminou o jantar e foi tomar banho, acompanhei ele comendo salada e carne, depois que jantamos liguei para minha mãe conversamos um pouco e falei que iriamos sábado na casa dela e assim ficou combinado, depois de vermos TV, fomos para o quarto onde levei uma bela comido de rola que me deixou acabado e dolorido, os dias passaram rápido e no sábado pouco antes do almoço lá estávamos indo para minha mãe.
_ Garoto estou com um frio na barriga.
_ Deveria ter trazido blusa.
_ Seu palhaço, você sabe muito bem o que quero dizer.
_ Quer voltar, da tempo.
_ Que nada agora que estou aqui não vou dar pra trás e também estou com uma fome da porra.
Chegamos, abri o portão e entramos, minha mãe me abraçou e depois o Jorge e pela primeira vez eu vi ele sem graça, fomos para cozinha e enquanto ele terminava o almoço ficamos conversando, assim que o almoço ficou pronto ela nos chamou para a sala, perguntou se Jorge queria tomar algo, ele ficou com vergonha então falei que ele adorava cerveja, ela foi pegar na geladeira e ele ficou me olhando serio e eu rindo da cara dele.
Minha mãe também acompanhou ele na cerveja e eu fiquei no refrigerante.
_ Quer dizer que você é o anjo chamado Jorge?
_ Quem me dera chegar perto de ser um anjo.
_ Para mim vice é, se não fosse você meu filho poderia estar largado por aí, mas graças a você Jorge meu filho além de estar ótimo esta feliz, confesso que para mim tá sendo difícil mas como falei pra ele, se ele esta feliz não vai ser eu que vou atrapalhar tudo outra vez na vida dele.
_ Eu até entendo você, mas eu e o JC, vivemos bem respeitando um ao outro e o mais importante não vivemos na promiscuidade o que fazemos dentro de casa fica dentro de casa.
_ Esse é um dos motivos que queria conhecer você Jorge, meu medo quando descobri que o JC era gay era ele entrar na prostituição, mas agora vejo que ele não é igual alguns que vejo perto do meu trabalho que se vendem usando o corpo entrando em qualquer carro sem nem saber quem é a pessoa, esse era meu maior medo.
_ Se depender de mim esse menino vai se tornar um home de respeito, ele sabe se resolver ir para prostituição ele pode pegar as coisas dele e ir embora de casa.
_ O papo tá bom mas vamos almoçar gente antes que esfrie.
_ Tá desviando a conversa né?
_ Quero que você saiba que minha casa esta aberta para você Jorge, obrigado por cuidar tão bem do meu filho.
_ Não precisa agradecer, e por favor não chora, posso abraçar você.
Me emocionei quando os dois se abraçaram e choraram um no ombro do outro, dei uma de garoto ciumento e separei os dois, falei umas bobeiras para eles rirem e fomos almoçar, mais uma vez fiz Jorge passar vergonha falando para minha mãe que ele estava morrendo de fome, ele me fuzilou com os olhos, almoçamos, depois teve sobremesa e ficamos conversando até começar anoitecer, para deixar Jorge com mais vergonha minha mãe preparou uma marmita para levarmos até porque sobrou muita coisa e ia acabar estragando, nos despedimos e fomos embora.
_ Você me paga JC, você me paga tu vai ver.
_ O que eu fiz meu querido.
_ Coloca bastante mãe ele esta morrendo de fome, deixe vai ter troco.
_Mas bem que você comeu tudo meu querido.
_ É claro, vou comer só a metade fazer desfeita na primeira visita.
_ Então o que você achou?
_ Cara sua mãe foi muito sincera pode acreditar menino que ela esta bastante arrependida do que fez.
_ Também achei Jorge, mas vou devagar para ter certeza.
_ Isso vai aos poucos até ter total confiança novamente.
Chegamos em casa fomos direto para o quarto e lá ficamos conversando e rindo sobre tudo que aconteceu até pegarmos no sono.
Continua.
