ze carlos, bom saber disso, estamos juntos então.
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Guigo, obrigado meu querido.
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VALTERSÓ, so dois personagens que não presta. O Rodrigo é impulsivo, faz primeiro pra depois ver se vai dar merda ou não, mas ele não é uma pessoa má, pelo menos não agora. Pelo visto você esta com raiva de tudo e de todos.
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Geomateus, o Antônio errou ao decidir pelo Rodrigo, mas ele sempre esta disposto a aprender com seus erros.
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Plutão, no próximo capitulo o Marcio e a Simone irão botar o terror e um deles irá passar a perna no Antônio.
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Gabilobs, nos próximos capítulos será barraco atrás de barraco.
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Leitorexigente, que bom que está gostando e espero poder lhe ver mais vezes aqui. Acredito que esse seja meu último conto e já está dando um trabalho pra termina-lo.
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Medina_13, espero que continue gostando, os próximos capítulos trarão muitas surpresas.
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Antônio – Fazia tempo que não me divertia assim.
Lucas se aproximou de Antônio, acariciando seu rosto, beijando sua boca.
Lucas – Eu te amo Antônio.
Do outro lado da cidade Fabio fazia o mesmo com Rodrigo.
Fabio – Eu te amo Rodrigo.
Antônio e Rodrigo tinham tido uma noite agradável mas a grande surpresa ainda estava por vir. Como se tivessem combinado, Lucas e Fábio deram um passo a diante em relação a eles.
Fábio – Rodrigo, você quer namorar comigo?
Rodrigo – O que?
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Lucas – Antônio, você quer namorar comigo?
Antônio – O que?
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Capitulo 78
Antônio – Namorar?
Lucas – Sim, namorar.
Lucas sorria enquanto Antônio fazia uma expressão de surpresa.
Antônio – Nossa, não esperava por isso.
Lucas – Eu te amo Antônio.
Lucas – Da outra vez não deu certo, mas sei la, se nos reencontramos acho que porque tem que acontecer algo.
Lucas – Eu confesso que nunca esqueci você, mas fiquei com receio de lhe procurar. Eu fui tão duro contigo, injusto.
Lucas – Você é um cara maravilhoso Antônio.
Lucas não parava de falar, tamanho seu nervosismo. Para acalma-lo, Antônio pegou sua mão e a beijou.
Lucas – Isso é um sim?
Antônio – Não estou preparado pra isso, não seria correto com você se eu aceitasse.
Antônio – E também sou um pouquinho mais velho que você.
Lucas – E dai? Isso é mais uma coisa que me atrai.
Lucas – Bom, pelo menos vai considerar?
Antônio voltou a sorrir, afinal Lucas era um rapaz adorável e com certeza existia milhões de rapazes a fim de receber um pedido de namoro como aquele.
Lucas foi pra cima de Antônio que meio tímido aceitou o beijo. Sem ter como fugir, Antônio colocou Lucas em seus braços e ficou conversando com ele, enquanto tinha seus cachos acariciados.
Rodrigo também declinou do pedido de Fábio e conversando com o amigo contou sobre sua história com Antônio.
Fábio – Incesto?
Fábio olhou horrorizado, surpreso e até um pouco decepcionado. Rodrigo levantou-se e foi até uma janela, ele esperava ser expulso pelo rapaz mas passado o susto inicial Fábio se aproximou e o abraçou.
Fábio – Você não teve culpa de nada, você não sabia que ele era seu irmão.
Fábio – Deixa eu lhe ajudar? Eu gosto tanto de você Rodrigo.
Rodrigo ficou sem saber o que fazer e antes de dizer qualquer coisa recebeu um beijo de Fábio, retribuindo em seguida.
Sem dizer sim ou não no pedido de Fábio, Rodrigo se despediu, deixando o amigo ainda mais confiante num futuro romance.
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Alice vibrou ao saber que seu plano havia dado certo.
Sidney ouviu sua conversa atrás da porta e ficou acreditando que realmente ela estava falando com Rodrigo.
Telma – Demorou querido. Algum problema no escritório?
Sidney – Eu estava la e escutei a Alice falando no celular com o Rodrigo.
Sidney – Aquele sem vergonha esta se relacionando com o irmão novamente.
Telma – Com o Antônio? Você deve estar enganado.
Sidney – Eu ouvi muito bem Telma, você já parou pra pensar na má influencia que o Rodrigo está dando para os nossos netos?
Telma concordava com o marido mas não admitia publicamente justamente para botar mais lenha na fogueira.
Sidney – Que tipo de coisas que os meninos não devem ver dentro daquela casa?
Telma – Calma querido, não podemos nos precipitar e tirar conclusões...
Sidney – Será que não basta termos perdido a Elisa e agora vamos ter que ver nossos netos exposto a esse tipo de comportamento condenável?
Telma – Cuidado com o que você vai fazer, não podemos correr o risco de nos afastarmos ainda mais dos meninos.
Sidney – O advogado já entrou com um novo pedido de guarda mas se dessa vez não der certo prometo a você que vou tomar outro tipo de medidas, nem que pra isso eu tenha que cometer uma grande loucura.
Telma – Sidney...
Sidney – Já basta tudo que o Rodrigo nos tirou, dessa vez quem vai perder é ele, eu lhe prometo isso.
Durante o trajeto pra casa Rodrigo não parou de pensar no pedido de Fábio, mas só de pensar em ser feliz com outra pessoa vinha em sua cabeça a imagem de Antônio e ao mesmo tempo uma raiva por ainda ama-lo.
Ao chegar em casa notou que a luz da cozinha ainda estava acesa e ao ver a mãe caída no chão ficou desesperado.
Rodrigo – Mãe!!!!
Rodrigo pegou Maria pelos braços, tentando acorda-la.
Rodrigo – Mãe, acorda!!! O que houve? Acorda mãe.
Rodrigo pegou Maria no colo e a levou até o sofá balançando seu corpo.
Sem saber o que fazer resolveu colocar a mãe no carro e leva-la até um hospital. Ao ser tocada novamente Maria despertou, muito zonza, com o corpo fraco.
Rodrigo – Mãe, o que houve? Você está bem?
Maria – Rodrigo? Eu cai.
Maria foi despertando e Rodrigo foi ficando mais calmo, sem deixar de se preocupar.
Rodrigo – Eu vou leva-la a um hospital.
Maria – Não, foi só uma queda de pressão, já estou melhor.
Rodrigo insistiu mas Maria praticamente suplicou.
Rodrigo acatou a decisão da mãe mas ficou muito desconfiado.
Rodrigo – Você foi ao médico recentemente e seus exames estavam ok. O que foi isso mãe?
Maria – Foi só uma queda de pressão, acordei muito cedo hoje e não parei um minuto. Não se preocupe.
Rodrigo ficou sério e ajudou a mãe ir para o quarto, não ficando nem um pouco convencido com a explicação.
Maria – Já estou melhor, prometo que se sentir algo eu lhe chamo.
Maria – Vai para o quarto, os meninos podem acordar e se não ver você la vão chorar.
Rodrigo – Tudo bem!!!
Rodrigo beijou a mãe e ainda ficou um tempo no quarto até ter certeza que ele dormia sem nenhum problema.
Ao chegar na sala deu de cara com Antônio.
Antônio – Ainda acordado?
Rodrigo pensou em fazer um comentário sobre a hora que o irmão chegava mas a preocupação com Maria falava mais alto.
Rodrigo – A Mãe passou mal, encontrei ela desmaiada na cozinha.
Antônio arregalou os olhos e correu para o quarto desesperado. Rodrigo foi atrás o impedindo de fazer barulho.
Antônio acariciou o rosto da mãe que já dormia, não disfarçando nem um pouco sua preocupação.
Antônio – Ela esta bem? O que estava sentindo?
Antônio bombardeou Rodrigo de perguntas, o deixando ainda mais desconfiado.
Rodrigo – O que esta acontecendo aqui Antônio?
Rodrigo – Tem alguma coisa que eu não sei?
Antônio engoliu a seco e desconversou enquanto Rodrigo o encarava de braços cruzados.
Antes de ser ainda mais pressionado pelo irmão, Antônio foi para o quarto.
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Stela – Bom dia Alice. Nossa que cara é essa?
Alice – Estou morrendo de dor de cabeça?
Stela – Bebeu ontem a noite?
Alice – Que isso mãe, você sabe que não bebo. Fui a um jantar de negócios e voltei bem tarde.
Stela – Filha, eu acho que você esta trabalhando muito.
Stela – Ultimamente tenho ficado tão sozinha nessa casa, todo mundo foi embora.
Stela – Tenho que confessar que sinto até saudade dos meninos com aquele cachorro latindo o dia todo.
Stela – Pensei que poderíamos almoçarmos juntas hoje.
Alice – Impossível, tenho uma reunião hoje.
Stela – Jantar então.
Alice – Não tenho hora pra voltar para casa hoje.
Alice – Mãe, porque não vai ao shopping ou ao salão de cabelereiros, isso vai ajudá-la a lhe distrair.
Stela ficou um pouco triste, sua solidão estava cada vez maior e a cada dia que passava sentia Alice cada vez mais distante.
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Maria – Não foi a faculdade hoje filho?
Antônio – Não, vou com você ao médico. Esqueceu que hoje começa seu tratamento?
Antônio – Mãe, o Rodrigo já esta desconfiado.
Antônio – Eu fiquei com muito medo ontem quando ele me disse que você havia desmaiado.
Antônio abraçou Maria, beijando sua cabeça.
Maria – Ah meu filho, queria tanto lhe poupar desse sofrimento.
Antônio acompanhou a mãe até o hospital e foram recebidos por Dr. Alexandre.
O médico explicou todo o procedimento e Antônio ficou o tempo todo dando apoio a mãe.
Maria ficou muito fraca com a sessão de radioterapia e chegando em casa foi direto para o quarto descansar.
Cris – Como sua mãe esta?
Antônio – Ah Cris, é difícil responder.
Antônio – A gente não vai percebendo mas a cada dia que passa ela está ficando cada vez mais fraca.
Cris – E até quando você acha que vai esconder isso do Rodrigo?
Antônio – Eu não sei, na verdade eu não sei, estou tão perdido.
Antônio sentou-se no sofá, colocando as mãos na cabeça.
Antônio – Parece que o mundo esta virando de cabeça pra baixo, que as coisas estão escorrendo das minhas mãos.
Cris – Ei, você sabe que pode contar sempre comigo não é?
Cris – Foi por causa da doença da sua mãe que você terminou com o Rodrigo?
Antônio – Eu não posso dar esse desgosto a ela, ainda mais nesse estado.
Cris – Você esta errado Antônio.
Antônio – E o que eu poderia ter feito Cris?
Cris – Você não pode decidir sobre a vida do Rodrigo, tomar esse decisão por ele.
Cris – Será que você não aprendeu nada? Quando o Rodrigo descobriu que vocês eram irmãos, ele deixou você acreditar que ele e o Gustavo eram amantes só pra afastar você, e pelo que vejo você esta agindo da mesma forma.
Antônio – Eu só quero proteger minha mãe, meu irmão.
Cris – Você quer proteger quem você ama ferindo eles e ficando triste por isso?
Antônio sabia que a amiga tinha razão mas por outro lado não sabia qual outra atitude tomar, ficando ainda mais confuso.
Cris – Bom preciso ir, mas você sabe que pode sempre contar comigo não é?
Um tempo depois Rodrigo chegou da rua com os filhos e se espantou de ver o irmão em casa.
Rodrigo – Está de férias? Não foi a faculdade, nem ao trabalho.
Antônio – Tive que resolver umas coisas.
Rodrigo – Cadê a mãe?
Antônio – Está dormindo.
Rodrigo – Ela passou mal de novo?
Antônio – Não, ela esta bem, só esta descansando. Estou cuidando dela.
Rodrigo – Sei, igual ontem né?
Antônio – O que você esta querendo dizer?
Rodrigo – Se eu não cismo de entrar na cozinha ela estaria la até agora. Se você não tivesse na gandaia...
Antônio – Ei, espere ai, eu só estava com um amigo.
Rodrigo – Ah sei, até posso imaginar que amigo é...
Antônio – Eu não tenho que lhe dar satisfação nenhuma.
Os dois começaram uma discussão do nada.
Rodrigo – E nem quero, pra mim pouco importa o que você faz na rua.
Antônio – Pode ter certeza que eu não faço nada que me envergonhe.
Antônio – E eu estava com o Lucas sim.
Rodrigo ficou mordido de ódio e inflou o peito olhando feio para Antônio.
Rodrigo – Ótimo, quando for sair com seu namoradinho, avise então pra que a mãe não fique acordada até tarde lhe esperando.
Antônio – Está dizendo que a culpa do desmaio dela é minha?
Rodrigo – Pense como quiser.
Antônio – Pode deixar, quando eu sair com meu namorado, eu comunico você antes.
Rodrigo – Então está namorando mesmo?
Antônio confirmou, embora fosse verdade. Rodrigo não quis se sentir humilhado e tratou de inventar uma mentira.
Rodrigo – E eu que achei que eu estava indo rápido demais com o Fabio.
Antônio – Você e o Fabio???
Rodrigo – Pois é, não esperava encontrar um cara tão maravilhoso assim como ele, gostamos das mesmas coisas, estudamos e trabalhamos juntos, realmente tirei a sorte grande.
Antônio disfarçou mas por dentro estava destroçado. Um estava mentindo para o outro e se machucando gratuitamente.
Antônio – Felicidades ao casal.
Antônio encerrou a discussão e foi para o quarto.
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Se sentindo muito sozinha Stela resolve aceitar o convite de Shirley e vai até o orfanato.
Shirley – Realmente estou surpresa de você ter vindo até aqui.
Stela – Eu tinha um compromisso, mas foi cancelado, dai estava sem nada pra fazer hoje e resolvi dar uma passada aqui.
Shirley – Sei.
Shirley – Mas me fale mais, como esta tudo na sua casa?
Stela – Esta indo, na medida do possível.
Shirley – E seu casamento?
Stela – O Carlos fez um papelão na audiência, não quer assinar. Então vamos para o litigioso.
Shirley – Prima, agora que a poeira baixou, será que não seria o caso de você repensar sua decisão?
Stela – Minha decisão é irrevogável.
Shirley teve que se afastar mas Stela não ficou muito tempo sozinha. Distraída sentiu sua saia sendo puxada.
Ritinha – Oi.
Stela – Oi.
Ritinha – Você vai trabalhar aqui também?
Stela – Não, só estou de passagem.
Ritinha sentou-se ao lado de Stela e colocou sua boneca no colo da madame.
Ritinha – Segura pra mim tia, tenho que dar mama pra ela.
Ritinha abriu uma bolsa com uns brinquedos velhos, colocando tudo na colo de Stela, que estava retraída, incomodada.
Stela – Muito bonita sua boneca.
Stela segurava com nojinho o brinquedo.
Ritinha – Minha boneca é igual você tia.
Stela – Igual eu como?
Ritinha – Ela é igual você, bem perua.
Stela – Stela ficou ofendida, mas não fez nada porque a garota falou numa naturalidade.
Shirley estava voltando mas recuou ao ver as duas conversando, aparentemente bem entrosadas.
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Antônio estava bem chateado com Rodrigo e só saiu do quarto quando escutou uma movimentação na sala.
Os advogados estavam falando com Rodrigo e foi possível ver a preocupação nos olhos dele.
Antônio – O que houve.
- Como vai Antônio?
Rodrigo – Aquele velho novamente!!!
- O Sidney pediu para apressar o processo da guarda dos garotos com uma alegação muito forte.
Antônio – Que alegação?
O advogado ficou um pouco sem graça, mas repetiu o que já havia falado a Rodrigo.
- Ele disse que você e seu irmão possuem um envolvimento amoroso.
Rodrigo – Eu já disse que isso não é verdade.
- Mas isso com certeza irá pesar contra você, e o advogado do Sidney falou com muita convicção.
Antônio – Reafirmo o que meu irmão acabou de lhe dizer, tudo isso não passa de um grande absurdo.
- Não foi só pra isso que eu vim. Sobre a morte do Gustavo a autopsia foi inconclusiva mas a promotoria vai pedir que você seja acusado Antônio.
Antônio – O que?
- Caberá ao juiz aceitar ou não.
Antônio – Se ele aceitar?
- Se ele aceitar você irá a júri popular pela morte do Gustavo.
Antônio olhou assustado para Rodrigo.
Antônio – Eu não fiz nada.
- Precisamos de algo que sirva como prova cabal.
Rodrigo queria abraçar o irmão mas algo o segurava.
Antônio – Que prova é essa?
Rodrigo – E se essa prova for a descoberta do verdadeiro responsável pela morte do Gustavo?
- Bom, se houver um culpado pela morte dele e se tivermos prova disso, o Antônio estará livre de qualquer acusação.
Rodrigo sentiu uma ponta de esperança mas Antônio só via preocupação.
Antônio foi para o quarto e ficou pensativo.
Rodrigo apareceu logo em seguida e o instinto de proteção de irmãos falou mais alto.
Rodrigo – Ei, não se preocupe, vamos conseguir provar sua inocência.
Antônio – Achei que já estava livre desse pesadelo.
A discussão que tiveram a horas atrás ficou totalmente esquecida. Rodrigo tocou a mão de Antônio, que olhou em seus olhos, agradecendo.
Antônio – Obrigado.
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Por incrível que poderia aparecer Stela tinha tido uma tarde maravilhosa, tinha saído de sua rotina de shopping, festas, futilidades.
Ao chegar em casa deu de cara com o ex marido plantado no meio de sua sala.
Stela – O que esta fazendo aqui?
Carlos – Boa noite Stela.
Stela – Não temos mais nada pra conversar, se tiver alguma coisa a falar procure meu advogado.
Carlos – Não vim aqui falar com você, quero falar com a Alice.
Alice não demorou e chegou logo em seguida.
Alice – Pai!!!
Embora não estivesse trabalhando no escritório, Carlos sabia de tudo que acontecia la.
Carlos – Eu estou sabendo que você está fechando contrato com algumas empresas de caráter duvidosos.
Alice – Não pai, quem lhe contou isso?
Stela – Era só o que faltava, você vir aqui questionar o trabalho da minha filha.
Stela – Se fosse aquela Simone, ela poderia botar aquele prédio no chão e você acharia lindo.
Carlos – Stela, o assunto é sério.
Carlos – Alice, você pode estar sendo enganada. Essas empresas que você está fechando contrato possuem credibilidade duvidosa.
Alice – Pai, eu consegui aumentar o lucro da empresa nesse último mês.
Carlos – Mas a que preço? Você ganha por um lado mas perde muito depois.
Alice – Mas até que estava demorando você vir depreciar meu trabalho, afinal tudo que eu faço é pouco.
Stela – Carlos va embora.
Carlos – Não filha, só quero lhe proteger. Não quero que ninguém use sua ingenuidade para lhe passar a perna.
Alice – Eu sei o que estou fazendo e a mamãe tem razão, se fosse a Simone você não ousaria dizer uma única palavra.
Carlos tentou argumentar mas Stela praticamente o expulsou de casa.
Alice ficou irritadíssima e tratou de fazer a cabeça da mãe.
Alice – Eu achei que ele veio aqui tratar do divórcio. Mãe você tem que ir ao advogado em tratar disso o mais rápido possível.
Stela – Calma filha?
Alice – Calma, será que você não viu? Não percebeu?
Stela – Percebeu o que?
Alice – A Simone, é logico que ela e o pai devem ter voltado. Os dois devem estar tendo um caso novamente.
Stela – O que!!!!
Alice – Mãe, você precisa agir se não ela vai destruir tudo que é nosso.
Stela – Jamais vou permitir isso.
Alice – Mas se nada der certo então só resta...
Alice fez uma pausa deixando Stela curiosa.
Stela – Só resta o que?
Alice – Dói meu coração ter que dizer isso, mas acho que a única solução é interditar o papai.
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A trégua entre Rodrigo e Antônio durava pouco, os dois só se aproximavam quando as coisas apertavam para o lado de um deles.
Rafael – Vovó a gente vai pra casa do vô Sid hoje?
Maria – Vão sim, daqui a pouco o motorista vem pegar vocês.
Arthur estava brincando na sala e levou um susto quando a porta se abriu. O garoto ficou olhando sério para o homem que cruzou os braços olhando também sério.
Arthur – Você é o papai?
Rodrigo pegou o filho no colo beijando sua bochecha.
Rodrigo – O que você já está aprontando hein?
Arthur – Papai você ficou careca de novo?
Arthur passou a mão na cabeça do pai, espetando seus dedinhos.
Rodrigo – Sim.
Arthur – Você estava com piolho?
Rodrigo – Vai la se arrumar, a múmia do seu avô daqui a pouco vem lhe pegar.
Antônio também ficou surpreso com o novo visual do irmão.
Antônio – Voltou a raspar a cabeça?
Rodrigo – Pois é, fico melhor assim e o Fábio pediu, não tive como dizer não.
Antônio ficou sem graça mas Rodrigo não estava nem ai, queria era feri-lo mesmo.
Rodrigo – Não foi a faculdade hoje de novo?
Antônio – Não tinha nenhuma aula importante.
Rodrigo – Acho um desperdício a mãe pagar a faculdade pra você e você ficar com esse descaso todo.
Antônio – Não fala o que você não sabe.
Rodrigo – E o que eu não sei? Eu sei é que você não vai mais a faculdade.
Antônio – Eu sei dar valor as coisas, não fui criado em berço de ouro tendo tudo ao meu alcance sem fazer o mínimo esforço.
Rodrigo - Pelo menos não sou um covarde, corro atrás do que eu acredito, mesmo que seja pra quebrar a cara.
Antônio – Está me chamando de covarde?
Rodrigo – E não é o que você é Antônio? Um covarde.
Os dois se encararam, Antônio estava a um passo de contar toda a verdade.
Antônio – Você não sabe de nada.
Rodrigo – Quer saber, pra mim já deu. Depois que meus filhos voltarem da casa do mala do avo deles eu vou embora dessa casa.
Rodrigo – Não consigo mais olhar pra você.
Maria apareceu e pôs fim a discussão.
Maria – Vocês estão brigando?
Antônio – Não mãe, não estamos brigando.
Rodrigo saiu de casa e Antônio preferiu o silencio.
Rodrigo ficou muito nervoso e parou o carro numa rua qualquer. Por mais que não aceitasse o rompimento com Antônio, ele detestava ver o irmão sofrendo.
Muito arrependido das coisas que falou ele resolveu se desculpar e voltou para a casa.
Ao chegar na rua viu de longe o irmão e a mãe entrando no carro de Cris.
Rodrigo – Ué, o Antônio não vai trabalhar? Mas o que está acontecendo?
Rodrigo seguiu o carro e ficou ainda mais preocupado quando o irmão parou no hospital.
Rodrigo seguiu os dois e ficou de longe vendo toda movimentação.
Abordando uma enfermeira Rodrigo ficou em choque quando descobriu o que estava acontecendo.
Rodrigo – Por favor, aqueles pacientes estão aguardando o que naquela sala?
- Alie são os pacientes que estão fazendo radioterapia.
Rodrigo – Radioterapia?
Rodrigo sentiu um nervoso, algo ruim e no mesmo instante muitas coisas vieram a sua cabeça.
Ele lembrou de todos os maus estares da mãe, seu desmaio, a preocupação e o jeito tenso do irmão e tudo foi ficando claro.
Rodrigo – Não pode ser.
Dr. Alexandre acompanhou Maria e Antônio ficou o tempo todo lhe dando apoio.
Rodrigo aproveitou uma saída do médico e o abordou.
Rodrigo – Dr. Como esta minha mãe, a Maria.
Dr. Alexandre – Ah você é o outro filho dela?
Dr. Alexandre – Ela está reagindo bem ao tratamento.
Dr. Alexandre – Apesar da gravidade do estado dela temos que ser confiantes, o câncer...
Rodrigo – Minha mãe está com câncer?
Rodrigo olhou sério para o médico que ainda não tenha se tocado que ele não sabia de nada.
Antes mesmo do médico dizer algo Antônio apareceu e ficou branco ao ver o irmão. Rodrigo o encarou e saiu andando rápido.
Antônio – Rodrigo!!!
Antônio correu atrás do irmão e conseguiu alcança-lo no estacionamento.
Rodrigo – O que está acontecendo aqui?
Rodrigo – A mãe está com câncer?
Antônio – O que você está fazendo aqui?
Rodrigo – Por isso os desmaios, por isso que ela está abatida...
Rodrigo – Foi por isso que você terminou comigo?
Antônio já estava com os olhos cheios de lagrimas, sem saber por onde começar.
Antônio – A mãe precisa muito de nós Rodrigo.
Rodrigo – Porque me enganaram?
Antônio – Rodrigo o estado da mãe é muito grave. Os médicos não deram muitas esperanças eu não aguentava mais carregar isso sozinho.
Rodrigo ficou assustado ao ver o estado do irmão e se deu conta que o problema era muito mais sério do que ele pensava.
Totalmente atordoado, Rodrigo entrou no carro e foi para a casa.
Sentindo uma tristeza profunda, sentou-se no sofá e segurou o máximo que pode para não desabar. Sua tristeza era tanta que nem percebeu que não estava mais sozinho.
Carlos – Rodrigo!!! Esta tudo bem filho? A porta estava aberta.
Carlos – O que foi? Que cara é essa?
Rodrigo não conseguiu mais suportar e se atirou nos braços do pai, caindo no choro.
Carlos – O que foi filho?
Rodrigo abraçou o corpo do pai, chorando sem parar. Carlos ficou assustado mas não fez mais perguntas, apenas abraçou o filho, o confortando em seus braços.
Rodrigo – Pai!!!
Carlos – Conte o que houve.
Rodrigo – Minha mãe pai, ela esta doente, muito doente.
Carlos – Calma filho, eu estou aqui com você.
Carlos também ficou emocionado, depois muito tempo o filho estava ali a sua frente, totalmente desarmado, pedindo seu carinho.
Carlos passou a mão em sua cabeça, segurando forte sua mão.
Carlos – Tente se acalmar, eu estou contigo.
Rodrigo – Obrigado, obrigado.
Rodrigo colocou a cabeça no peito do pai que o abraçou. Os dois ficaram em silencio, na verdade Rodrigo nem precisava ouvir nada, sentir a presença do pai ao seu lado já era mais do que suficiente para conforta-lo.
Depois de muito tempo Rodrigo despertou e levantou-se do sofá.
Rodrigo – EU preciso ficar sozinho.
Carlos – Você não achar melhor eu ficar.
Rodrigo – EU preciso ficar sozinho.
Carlos – Tudo bem filho, você sabe que pode contar sempre comigo.
Carlos já estava saindo quando o filho lhe chamou.
Rodrigo – Pai!!
Rodrigo foi até ele e voltou a abraça-lo.
Rodrigo – Obrigado.
Carlos beijou sua cabeça, segurando seu rosto.
Carlos – EU te amo meu filho, nunca se esqueça disso.
Maria chegou com Antônio e foi direto falar com o filho.
Os dois se abraçaram, Rodrigo passou a mão em seu rosto, beijou sua face.
Maria – Meu menino, eu tentei tanto poupar você e seu irmão.
Rodrigo – Porque você escondeu isso?
Rodrigo – Mãe, nós vamos dar um jeito eu tenho dinheiro, tenho como levantar uma grana, nós vamos procurar os melhores médicos, vamos para os Estados Unidos.
Maria não quis desanimar o filho e deixou ele falar tudo que queria.
Antônio achou melhor deixar os dois sozinhos, pra ele era como se um peso tivesse saído de suas costas.
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Sidney – Oi meninos, o vô quer falar com vocês.
Rafael – A gente não fez nada vô.
Sidney – Eu sei, eu só quero saber como é la na casa da sua outra avó.
Rafael – La é maior legal vô.
Arthur – É, a gente brinca com o Chico no quintal, o tio Tonio faz as coisas pra gente comer.
Sidney – E o seu pai e seu tio, como eles são?
Telma – Sidney, por favor.
Rafael – O papai e o tio Tonio cuidam da gente e mais do irmão, porque o irmão não obedece.
Arthur – Obedeço sim.
Arthur – Vô, o papai falou que você é uma múmia.
Rafael – Não pode falar pro vô que o papai chama ele de múmia.
Rafael reprendeu o irmão e o que era pra ser uma conversa séria virou um chilique de Sidney.
Sidney – Esta vendo Telma, olhe o que o irresponsável do pai deles fala de mim.
Telma – Calma, eu vou conversar com o Antônio.
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Rodrigo ficou no quarto até a mãe dormir e finalmente pode ter uma conversa com o irmão.
Rodrigo – Então era isso?
Antônio – Me desculpa.
Antônio – Você nem imagina o que eu tenho passado desde que eu descobri.
Antônio – Me desculpa.
Os dois se abraçaram e choraram juntos.
Rodrigo – Nós vamos enfrentar isso juntos.
Antônio – EU tenho tanto medo de perder a mãe.
Rodrigo – Isso não vai acontecer.
Rodrigo – Nós vamos superar isso juntos, meu irmão.
==
No dia seguinte Rodrigo não foi a faculdade e saiu sem dizer aonde ia.
Antônio – Acordou bem Dona Maria?
Maria – Sim, estou bem disposta.
Maria – Seu irmão, onde foi?
Antônio – Nem imagino.
Maria – O que você esta fazendo filho?
Antônio – Estou lendo o processo do caso do Gustavo.
Antônio – Eu preciso achar algo, alguma coisa que me livre dessa história.
Maria – Confie em Deus, vai dar tudo certo.
Antônio – Parece que tem algum fio solto, é como se tivesse algo bem na minha frente mas que eu não consigo enxergar.
Antônio nem imaginava mas esse fio solto estava preste a aparecer na sua frente.
Cris havia ido atender uma cliente muito rica na área nobre da cidade e enquanto bebia algo numa lanchonete teve uma visão que a deixou eufórica.
Cris – Não pode ser, é ele!!!
Cris – Claro que é ele, é o Marcelo.
Saindo feito uma louca do bar, Cris correu pela rua atrás do vigarista, disposta a fazer o maior barraco. Antes de alcança-lo, Marcelo entrou em um taxi.
Sem pensar duas vezes, Cris se atirou no primeiro taxi que apareceu.
Cris – Siga aquele carro!!!
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Antônio já estava cansado de pensar em algo quando sua campainha tocou.
Antônio – Deixe que eu atendo mãe.
Para sua surpresa era um vizinho de sua antiga casa.
- Nossa, finalmente achei onde você se esconde.
Antônio – Que surpresa você aqui!!!
- Você se mudou de repente e nem deixou aviso.
Antônio – Pois é, aconteceu algumas coisas inesperadas.
Antônio – O senhor não quer entrar?
- Não Antonio, só queria lhe entregar essas correspondências, o correio foi deixando la na sua antiga casa e antes que ela fosse ocupada eu peguei.
- Como não sabia onde você estava morando, deixei la guardada, até que vi você por acaso por essas bandas e acabei lhe descobrindo.
Antônio – Poxa, obrigado. Obrigado mesmo.
- Bom, tenho que ir, foi um prazer revê-lo.
Antônio se despediu do homem e ficou olhando as correspondências.
Maria – Algum problema filho?
Antônio – Nada, só um vizinho la da outra casa, ele guardou umas correspondências.
Antônio já ia deixar de lado aqueles envelopes quando algo lhe chamou atenção.
Antônio – Tem uma carta aqui, do Gustavo.
Maria – Do Gustavo?
Antônio rasgou o envelope e ficou surpreso com o que encontrou.
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Rodrigo havia saído bem cedo e um tempo depois estava no prédio do Grupo Santarém.
Alice estava sentada na cadeira que tanto amava e teve que disfarçar sua cara de felicidade quando o irmão entrou em sua sala sem ser anunciado.
Alice – Rodrigo, você aqui.
Alice – Como esta meu irmão?
Rodrigo – Oi Alice, desculpa vir assim sem lhe avisar mas quero muito falar contigo.
Alice – Pra você estou sempre disponível.
Sem rodeios, Rodrigo disse logo o motivo de sua visita.
Rodrigo – Alice eu quero minhas ações de volta.
Alice – O que!!!!
Rodrigo – EU quero tudo que é meu de volta.
Continua...