A vida é pra ser Vivida ft PRECISAMOS DE AJUDA - Parte IV (fim do crossover)

Um conto erótico de Hyuuga5
Categoria: Homossexual
Contém 2700 palavras
Data: 04/08/2017 22:33:09

A Vida é pra ser Vivida #21 ft PRECISAMOS DE AJUDA

Parte IV (fim do crossover)

*Narrado por Antonio

Eu juro que não sei o porquê do João ainda não enlouqueceu. Ele passa por esses problemas sobrenaturais, tem pesadelos com essa mulher de preto e ainda tem aquele vizinho desconhecido e extremamente suspeito. Pra piorar ainda tem o seu companheiro traindo-o. Coitado.

Saímos do vilarejo e fui bem devagar, pois o João estava com muitas sacolas nas mãos e ainda por que aquela estrada estava muito escura. Era impossível ver algo a minha frente sem o farol da moto.

Depois de uns 30 minutos pilotando numa velocidade reduzida, chegamos na encruzilhada que leva para o sítio. Já era quase 6:40.

Achei aquela encruzilhada muito estranha. Primeiro que ela levava para a cidade de Várzea da Cacimba, mas não havia movimentação de carros, outra levava em direção ao Lagoa do Canto, a outra para a outra cidade próxima e a outra para o vilarejo. Contudo, 0 de movimentação de veículos.

Quanto íamos atravessar a encruzilhada a moto parou de funcionar. Logo pensei “puta que pariu”.

João: Por favor, não me diz que ela deu o prego!?

Antonio: É o que parece. Poxa, agora estamos na escuridão infinita.

João: Pega o meu celular que está no meu bolso de trás e liga o flash.

Peguei o celular e comecei a olhar a moto. Olhei os pneus, mas não estavam furados. Olhei o motor e estava tudo bem. Não havia nada que pudesse ter parado a moto do nada. Continuávamos a ver se encontrávamos o problema, mas nada.

Não havia sinal de celular, se tivesse poderíamos ligar para o Hugo vir ajudar, mas mesmo assim seria longe dele vir aqui sozinho. Poha, hoje tá sendo um dia que nunca vou esquecer. Primeiro o carro quebra, depois vimos aquele maldito casebre com aquelas marcas estranhas, presenciamos alguma coisa do milharal, depois vimos a maldita mulher de preto e agora a moto dá o prego no meio do nada. Literalmente. O que pode mais acontecer para esse ser o dia mais louco da minha vida. Louco, do lado negativo da coisa.

E quando parei de pensar isso, foi que ouvimos aquele som que jamais esqueceria na minha vida.

Um uivo estridente e melancólico. Um choro agonizante e agorento de uma fera selvagem que parecia estar bem próximo dali.

João: O que diabos foi isso Antonio?

Antonio: Eu não sei, mas parece estar muito perto daqui.

João: Minha mãe contava que, quando ela era criança, existia um lobisomem na região. Com esse uivo, acho que ela tinha razão. Antonio, eu não tenho vergonha de dizer, que estou com muito medo disso.

Num momento de esperança, a moto finalmente ligou. O farol acendeu longe, e imensos olhos vermelhos estavam fixados em nós dois, em meio a escuridão incessante.

Em um segundo liguei a moto, mandei João subir na moto, se segurar e partimos dali na maior velocidade que aquela moto poderia aguentar. O sítio não ficava tão longe dali, era apenas uns dois quilômetros, mas o medo que sentíamos naquele momento fazia com que o caminho se estendesse para uns 10 quilômetros.

E então, mais um uivo veio das matas próximas à encruzilhada. Eu sabia, eu tinha plena certeza. Seja o que for aquela coisa, ele está nos perseguindo. Eu conseguia ouvir de longe sua respiração furiosa, seu desejo de sangue era latente. Eu podia sentir a morte se aproximando...

CONTINUANDO...

Eu sabia que aquilo não era algum animal. Sabia que era algo ruim, algo inexplicável. Sentia um medo tão profundo do qual jamais esquecerei. João me segurava tão forte que conseguia ouvir minhas costelas trincarem (sim, exagerando aqui!).

Querendo chegar rápido no sítio e querendo me livrar daquela sensação, colocava tudo que a moto poderia aguentar e finalmente avistamos o portão da entrada do sitio. Aquilo foi um alivio e tanto para nós dois. E quando avistamos o portão de frente ali estava aquilo...

*Narrado por João

Eu não sabia se aquilo era real ou se era apenas coisa de minha cabeça confusa. Não queria acreditar naquilo que meus olhos viam, mas sabia que era verdade, visto os acontecimentos que haviam ocorrido comigo nos últimos meses. Aquilo era real.

Uma fera preta como a mais profunda escuridão, mas mesmo sendo preta, conseguia se destacar no meio da escuridão. Os olhos vermelhos como sangue pareciam brilhar como uma lua numa noite clara. Sua sede por sangue era perceptível.

Antonio havia percebido também e conseguia sentir seu coração batendo tão forte que estava assustado, mas eu também não poderia me impressionar com aquilo e se nem respirar eu conseguia! Então, numa meia volta rápida e num movimento que parecia com filme de ação, Antonio parou a moto e num segundo, deixando cair todas as nossas compras no chão, saiu em disparada no sentido contrário da fera.

Eu apenas segurava na cintura dele, fechava os olhos fortemente para ver se conseguia retirar aquela coisa de minha cabeça, mas mesmo com os olhos fechados eu conseguia sentir a presença dele em nosso encalço. E foi nesse momento que ouvimos outro uivo estridente bem atrás de nós.

Não adiantava. “Aquilo” estava atrás de nós ainda. E para piorar, a moto não parecia estar bem. De vez enquanto ela reduzia a velocidade sozinha. Quando ouvimos o barulho dentro da mata que estava próxima a rodovia em que estávamos. Sabíamos que “ele” estava ali.

E num momento repentino e de uma rara infelicidade, peitamos em algo que estava parado no meio do nada! Não me recordo de mais nada!

...

*Narrado por Antonio

Caralho! O que diabos foi isso!?

Tínhamos acabado de bater em algo no meio do escuro. Não entendia o que diabo era aquilo. De repente um farol se ascende. E dois caras e uma mulher saíram dali. Atrás havia outro carro!

Homem de terno: o que diabos é isso daqui? Quem é você seu merdinha!? O que tá fazendo andando de moto numa hora dessas!? Por que o farol dessa merda está desligado? – falava ele colocando a parte de cima do terno.

Homem sem camisa: Era só o que me faltava mesmo. Olha o que esse louco acabou de fazer no meu carro? Sacanagem, meu! Você não vai se safar dessa cara! Eu sou advogado!

Mulher seminua: Quem é esse cara que ousa atrapalhar a nossa diversão?

Eu não estava entendendo nada do que tava acontecendo ali, mas parecia que estavam transando! Era isso? – pensei. Foi quando me dei conta que tinha esquecido João.

Antonio: Cadê o João? – falei colocando a mão na cabeça. – acho que bati quando caí da moto.

Homem sem camisa: Quem? Do que você tá falando? – falava meio preocupado!

Foi quando ele viu João próximo a moto na margem da estrada. E correu em direção a ele. No mesmo momento corri também! Estava preocupado com ele.

Antonio: João!? João!? Acorda, você está bem? – ele estava meio sonolento, mas parecia estar consciente. Ufa. Ainda bem que ele não havia tido nenhum ferimento grave da queda!

Homem sem camisa: Eu posso saber pq você estava correndo com meu marido na sua garupa? Quem é você moleque?

E foi quando me dei conta! Aquele cara era o companheiro do João. Emanuel. Era seu nome! Foi quando eu me dei conta do que estava acontecendo ali. Uma traição. Ele estava traindo João com outro casal de amigos! Eu não podia acreditar naquilo, pois João sofria tanto sozinho naquele sitio achando que seu namorado estava trabalhando e sendo um bom companheiro, quando na verdade ele estava tendo um caso. Não podia esconder minha raiva, mas não deixei transparecer!

...

Saímos rápido dali. Emanuel mandou os dois que estavam com ele irem embora. E mandou que eu o acompanhasse até o sítio e disse que queria ter uma conversa séria comigo.

...

Chegando na casa do sítio Lagoa do Canto, Emanuel levou João nos braços até o andar de cima. JP e Hugo olhavam tudo que estava acontecendo sem entender nada!

JP: O que diabos é isso? O que aconteceu contigo amor!?

Hugo: Cara você está bem?

Antonio: Estávamos voltando do povoado com as compras. Estava muito escuro e víamos devagar. Quando chegamos próximo do portão vimos alguma coisa. – só de falar aquilo já me deu calafrios. Por um momento eu tinha esquecido daquilo. Lembrar não era legal.

Hugo: Viram alguma coisa? E o que isso tem haver com esse ferimento na sua cabeça e João chegar inconsciente?

Antonio: Eu acho que um lobisomem estava nos perseguindo! Eu sei que é algo maluco, mas eu vi alguma coisa que parecia uma grande fera preta, tão escura que parecia mais preto que a escuridão.

JP e Hugo entreolharam e preferiram não dizer nada. Hugo buscou um kit de primeiros socorros que havia no armário da cozinha da casa e me fez um curativo e passou álcool em mim.

Hugo: Seu primo é um homem de múltiplas qualidades. Faço faculdade de Economia, mas sou um ótimo enfermeiro. – falava sorrindo!

Ele acabou de fazer o curativo em mim e Emanuel descia as escadas. Ele parecia tenso e nervoso. Me chamou e pediu para falar comigo!

...

Emanuel: Agora que o João já está bem, posso saber quem é você e esses dois que estão na minha casa com meu marido? Vocês não são amigos dele da faculdade, pois conheço todos eles. Vai, fala!

Antonio: Não somos amigos da faculdade. Nosso carro quebrou próximo aqui e viemos até esse sítio pedir ajuda. João nos atendeu e nos deixou ficar aqui até que tu chegasse, pois ele disse que tu poderia nos ajudar!

Emanuel: Só o João mesmo para aceitar desconhecidos na minha casa! Esse cara ainda vai morrer por essa generosidade estúpida. E o que você tava fazendo correndo naquela velocidade de moto?

E então contei tudo. Ele parecia cético, claro! E quando cheguei na parte do carro, ele me mandou ficar calado!

Emanuel: Olha aqui cara. Eu não sei quem é você e estou pouco me lixando. Só quero que você fique de boca calada!

Antonio: Desculpa, mas do que tu tá falando?

Emanuel: Não faça de desentendido. Se tu abrir o bico para o João, tu vai se ver comigo!

Antonio: Fica frio colega. Eu só estou querendo ajuda para concertar meu carro e dar o fora daqui.

Se ele acha que eu vou ficar de boca fechada eu está completamente enganado. Não posso deixar o João ser feito de otário por esse cara arrogante e idiota!

De repente João chegou onde estávamos.

João: Antonio, você está bem?

Antonio: Estou sim. Só um pequeno ferimento na cabeça. Nada demais...

Emanuel: João, o que deu na cabeça sair de moto com um cara que você nem conhece?

João: Saí de moto com um cara que nem conheço pq meu marido não vai comigo comprar comida para abastecer essa merda de casa! – falava num tom sério...

Emanuel: Que jeito de falar comigo assim na frente dos outros amor!?

João: Emanuel você poderia ajudar Antonio e os outros a concertaram o carro deles? Eles precisam ir voltar para casa...

Emanuel: Claro amor... Eu faço tudo que você quer! – falou abraçando João. Que cara cínico. Eu não podia suportar aquilo.

Entramos todos dentro de casa e fomos dormir. Emanuel e João foram para o quarto deles. Hugo, JP e eu ficamos na sala. Colocamos algumas redes e dormimos ali mesmo. A noite passou num piscar de olhos!

...

Quando acordei já eram umas 9hrs da manhã. E por incrível que pareça fui o primeiro a acordar. Fui à cozinha beber água e João já estava por lá.

João: Bom dia Antonio. Dormiu bem?

Antonio: Bom dia. Depois daquela situação de ontem eu não sei mais de nada. O que seria aquilo?

João: Provavelmente um lobisomem. – falava olhando tenso para mim.

Antonio: Mas como João. Isso não existe! – falava fechando os olhos e relembrando.

João: O inimaginável acontece nesse lugar. Eu já presenciei várias coisas que ninguém jamais acreditaria em mim. Antonio, aquilo era real.

Antonio: João... Sabe... Depois que nós caímos de moto tentando fugir ‘daquilo’... – estava tentando encontrar as palavras certas... mas...

João: Fica tranquilo. – falou piscando o olho pra mim.

Aquele garoto é muito inteligente para ser enganado facilmente kkkkkk. Duvido que ele não saiba que esteja acontecendo algo com Emanuel. João, eu quero ser teu amigo para sempre, cara!

...

Tomamos um café básico e fomos até o carro junto com Emanuel. Nós pegamos nossas mochilas e fomos andando em direção ao local onde deixamos o carro dos pais do Hugo. Quando chegamos ao portão eu e João notamos algo estranho ali.

Existem duas pegadas estranhas próximas dali. Pareciam patas de um cão. Só que um cão de um tamanho grande. Entreolhamos-nos.

JP: Que pegada estranha! O que diabos seria isso?

Antonio: Não queira saber meu amor. Não queira saber.

...

Olhei para trás e fiquei admirando aquele lindo sítio localizado entre quatro estradas estranhas e rodeado de mistério. Um local chamado Lagoa do Canto, onde o inimaginável existe. Isso eu sei que é verdade!

Olhei para aquilo tudo e pensei: como um local tão lindo e tranquilo pode esconder tantas coisas inexplicáveis como aquela que vimos a noite!? Eu não conseguia respostas a não ser que algo de ruim está acontecendo ali. Só peço que Deus consiga ajudar João a se livrar de tudo que for ruim. E quando falo tudo de ruim, me refiro a esse cara que está traindo-o. Ele não merece isso.

...

Emanuel olhou o carro de Hugo e começou a mexer no motor. Com algumas ferramentas que trouxe consigo. Em 30 minutos ele já havia concertado o nosso meio de transporte.

Emanuel: Pronto molecada. Já podem dar o fora daqui em paz.

João: Cadê a educação? Perdeu foi!?

Emanuel: Foi mal. – falava com um sorriso cínico no rosto!

Hugo: Muito obrigado cara. Você foi de uma ajuda e tanto.

JP: Finalmente podemos voltar para casa. Hugo, eu não quero passar por outra aventura dessa. Se quiser nos visitar vá para Fortaleza cara.

Hugo: Pode deixar! Vou passar alguns meses sem me aventurar- falava rindo.

Hugo e JP se despediram do João e foram para dentro do carro. João pediu para falar comigo. Emanuel ficou nos olhando com uma cara de desconfiado.

João: Muito obrigado por tudo Antonio. Eu queria que vcs pudessem ficar mais um pouco, mas creio que vocês tenham a sua própria vida.

Antonio: Pois é. Mês que vem começo minha faculdade de Direito em Fortaleza. Tenho que me dedicar. As coisas ficarão mais complicadas a partir desse momento.

João: Não se preocupa, cara. Você é muito inteligente e esforçado. Aposto que vai ser fácil pra ti. Espero que dê tudo certo para ti.

Antonio: Obrigado por tudo. – falei abraçando-o.

Me dirigia ao carro quando João falou um pouco alto:

João: Antonio, mais uma coisa... Acho que alguém que você conheceu um tempo atrás vai voltar para tua vida. – falou sorrindo – Acho que ele vai te fazer sentir dúvidas, mas vai ter fazer muito feliz novamente. Um grande abraço meu amigo!

Fiquei intrigado com aquilo, mas apenas sorri e entrei dentro do carro. Hugo ligou o carro, demos a curva e fomos em direção à rodovia que nos levaria para Floresta Linda.

Olhei para trás e vi João e Emanuel de costas se afastando cada vez mais... E desejei toda a felicidade do mundo para ele. E que nada de ruim acontecesse com ele...

É incrível como a gente se apega as pessoas rapidamente. Já fazia falta conversar com ele. Acho que depois do que passamos ontem a noite, nós ficamos conectados para sempre!

...

CONTINUA...

É galerinha. Sumi, mas estou voltando aos poucos...

E aí. Como estão? Espero que lembrem do meu conto...

Esperem mais um pouquinho que a nova fase do conto “A vida é pra ser vivida vem aí”... Agora com a vida de Antonio e JP na faculdade de Direito. Um novo enredo vai ser desenvolvido e novos personagens serão inseridos.

Ah... E quem será esse personagem que vai voltar para a vida de Antonio? Será um antigo amor, ou apenas um garoto interessante? Só saberemos no próximo capítulo.

Ah, a reta final do conto “PRECISAMOS DE AJUDA” tá chegando. Apenas mais dois capítulos para concluir.

Um grande abraço para vocês!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Hyuuga5 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Listas em que este conto está presente