"Vai sentar pros traficante, filho da puta!"

Um conto erótico de André Martins
Categoria: Homossexual
Contém 9279 palavras
Data: 02/08/2017 21:01:23
Última revisão: 12/01/2018 16:17:32

A você que veio ler este conto, três coisas importantes:

1- É pra quem gosta muito de um bom cafuçu, um macho parido pela favela;

2- Nesse texto não existem erros de português, é tudo proposital pra deixar o mais real possível;

3- Não vai ser como qualquer outro conto, com a dose tradicional de sodomia e submissão a um homem. Não quero dar detalhes, mas aviso que gostei de tudo que fiz e faria de novo se pudesse. Se você é moralista e julga o sexo e a dominação, melhor não ler.

Antes de ir direto ao ponto, falemos um pouco sobre a masculinidade e a sexualidade dos vários machos favelados, nascidos e criados no morro.

Primeiro de tudo, quem foi que falou que na bandidagem não rola viadagem? Bandido também come viado, e muito! Afinal de contas, homem é homem, só mudam mesmo as sociedades e seus conceitos do que pode ou não ser feito dentro dela à luz do dia, porque podendo ou não, o sodomita respira. Ele existe. No fundo, lá no fundo, a sodomia corre dormente no sangue de cada um, distribuída bem entre os músculos do corpo e estando somente a um impulso de acordar e mudar suas vidas. É questão de oportunidade e desejo até um puto safado perceber que está sendo manjado pelo cara ao lado no ônibus, enquanto vai apertado pro trabalho numa segunda-feira, sendo que no domingo a mulher não quis nem dar uma mamada e ele foi dormir puto, com o saco pesadaço.

- "Como pode um viadinho desse dando mole e minha mulé nem aí pra mim?"

Por mais que nós, os submissos, pensemos que os machos cafuçus estão ali pro nosso prazer, na mente deles também rola uma viagem de descobrimento do que é o universo da Sodomia. É todo um processo de aceitação do sodomita que cada um deles pode ser. No do exemplo, o pau dele ainda inventa de subir, mesmo sem querer. Ele olha pro viado e, na melhor das hipóteses, ganha um sinal qualquer de que a putaria vai rolar ali mesmo no ônibus lotado. Se tudo der certo, ele vai chegar no trabalho todo melado por quase currar o piranho em pleno transporte público. Quem nunca?

Eu devia ter uns 15 anos, filho de pais extremamente evangélicos, quando matei aula pela primeira vez na vida. Era tão bobo e curioso, que adivinhem pra onde fui? Exatamente, pra casa. Nem ônibus sabia pegar direito, quase me perdi, mas fui salvo por um vizinho que reconheci passando e o segui até onde morava. Foi nesse dia que escutei, também pela primeira vez, o dialeto do homem do morro, assim como vislumbrei sua melhor forma. Eu com 15, no auge da puberdade e sob total influência dos hormônios sexuais, virei à esquina da rua e os vi passar. Como sempre, macho anda em bando. Uns três ou quatro molecotes só de bermuda curta, as estampas das cuecas aparecendo, chinelões nos pés, os corpos em vários tons de moreno e negro, uns de boné na cabeça e carretel de linha na mão, arrastando pipas pelo chão. O suor quente escorrendo, os músculos no estado de transição entre o "menino" e o "macho", pra não falar no que mais se destacava em todos, muito antes daquela idade: o ego. O andar solto e desleixado, dando de ombros, despreocupados com qualquer problema, mas os olhos caçando tudo que estiver no alcance, com fome, vontade de possuir e de submeter. Dois desses moleques tinham esse olhar predador, justamente os que se zoavam.

- Só deram o papo que o CK tava comendo viado lá na Cetel!

Todos começaram a rir. Ao me ver, alguns ainda deram um risinho que só mais tarde entenderia o que significava. Mas logo após passarem, continuaram gargalhando e se zoando.

- Ah não, Erick! Comer cu de viado eu não admito, meu pacero!

O tal do CK respondeu destemido.

- Ih, comi mermo, no meio da praça ainda! Fumamo um baseado, tava de pau durão, tinha ninguém perto. Taquei-lhe pica debaixo da árvore!

- Tu tá que nem o Fael, daqui a pouco teu irmão tamém mete o pé de desgosto! HAHAHA

- Mané desgosto, cu é cu! O dia que cês provarem um viadinho vão se ligar no papo!

E as risadas altas. Eu morava com meus pais no pé do morro do Amarelinho, uma das várias favelas que complementam o complexo do Acari, na zona norte do Rio de Janeiro. Como se não bastasse estar no período da adolescência, acabara de presenciar o fogo proveniente do chão que percorre todo este lugar e se espalha através dos homens, externalizando-se em seu jeito, por entre seus corpos e se alastrando por suas intenções nada pudorísticas. Depois que eles descobrem o que é o sexo, se tornam dependentes de seus desejos físicos, mas nem sempre tem uma bocetinha por perto pra atendê-los. Aí começa o meu jogo.

Permaneci atento a todos os homens que apareciam ao meu redor, por mais que não saísse sempre. Desde os motoboys até os coroas que trabalhavam na feira carregando ferro pra cima e pra baixo, suando e ofegando pelo esforço, com as veias saltadas e bombeando sangue ao resto do corpo. Quando meus pais não estavam por perto, ficava no portão vendo os moleques jogando bola e até dava umas voltas pelas outras ruas, sempre com os olhos rápidos e os hormônios à flor da pele, doido pra ser notado por um daqueles caras. Como era só às vezes que tinha a chance de sair, o tempo foi passando até que rápido e meu espaço aumentando. Meus pais se tornaram cada vez mais ausentes e eu mais livre. Lá pros 16, 17, mais ou menos, estava no ensino médio e comecei a mentir pra eles compulsivamente, sempre na intenção de matar aulas e frequentar as festinhas que a galera da escola pública organizava. Foi aí que comecei a me juntar com as garotas que eram mais abusadas e tinham idade parecida com a minha, porque justamente elas que vinham interagir comigo.

- Tá bebendo não, colega? Traz o copo aqui que a gente enche pra tu, fica com vergonha não!

Comecei a beber por aí. Até nas mulheres existia um pouco daquele jeito dado do morro. Isso mesmo, as cafuças também existem! Mas elas, a gente reconhece mais facilmente. Bastou o funk começar.

- "Ooh, novinha eu quero te ver contente!"

Todas de vestidinho curto, bem decotado, as mãos nos joelhos e as bundas empinadas. E aí a linha de cafuçus se formou, obviamente, com cada uma daquelas minas sendo bem observada e avaliada por eles, que sequer hesitavam em disfarçar.

- Caralho, ó a raba da Dani! Cavala da porra!

- Podes crer, a bunda é uma bunda né?

- Ah, mas ela malha! Quer o que?

Eu percebi aí que homem gosta muito de mulher. As com peitões, então! Mas a paixão mesmo era no rabo, quanto maior melhor. Alguns não faziam questão de cintura fina ou não, mas o lombo tinha que ser grande.

- "Vinha aqui pra favela pra sentar! Pra sentar! Pra sentar no pau!"

Foi nessa onda de festinha com funk e contato com as amiguinhas abusadas que eu acabei me envolvendo nas três experiências que vou contar agora.

A primeira delas foi logo no começo desse período. Eu ainda era virgem e meio bobo, mas já tinha consciência disso, então sabia meu lugar. Andava no meio das garotas e conversávamos sobre tudo, mas ainda não me expunha como elas faziam. Na hora do funk, por exemplo, ficava sentado só observando. Não nego que a perninha nervosa mexia, mas tinha muito medo de ser julgado pelos outros e também de chegar ao ouvido dos meus pais, mesmo que frequentasse as festas escondido e ciente da possibilidade de ser pego.

- Vem dançar, André! É só mexer o bumbum, ó!

- Que nada, tô de boa aqui!

Elas até tentavam, mas não tinha jeito, eu preferia ficar bebendo, sentindo a tontura da vodka com energético fazendo efeito e só observando os caras babando nas rabas rebolantes delas. Na época, não fazia ideia de que já era visto por eles e que não precisava esconder o que era, porque já sabiam. Mais ainda, talvez eu ainda nem soubesse como ser um viado submisso, então estava prestes a ser ensinado. A servir.

- Ou! Tu não é aquele amigo da Fer?

Estava saindo da festa, crente que não tava sendo notado por ninguém e com aquela sensação ruim de quem está bêbado e ainda tem que entrar em casa sem fazer barulho. Virei pra trás e o vi.

- Rael?

- Issaí, menó!

O cabelo curto na máquina, um skate no chão ao seu lado, tênis, bermuda aberta e um cacete preto na mão. Era o Israel, amigo de uma amiga. Estávamos num jardim dos fundos, o puto tava mijando bem ali quando me viu e decidiu puxar assunto.

- Qual foi, tava indo pra onde tu?

O tom arrastado pela bebida, uma mão sacudindo a piroca e a outra na cintura, com a típica pose de bêbado mijão. Senti meu corpo esquentando e não soube disfarçar a manjada que dei nele, mas precisava de focar na resposta da pergunta que daria ao colega da Fer.

- Pra casa, se não vou entrar na porrada!

E ri, tentando disfarçar. A música alta nos fez falar alto, mas o que ele respondeu veio baixo, no meio de um sorriso.

- Vai entrar na porrada, é?

Continuei rindo e sem saber o que dizer. Por mais que o som estivesse notável, o barulho do mijo caindo ainda se fez presente e nenhum de nós disse mais nada. Senti as mãos suarem, me preparei pra sair, mas foi tarde. O meu primeiro cafuçu farejou meu cheiro no lugar certo e na hora certa. Predador e presa. Valeria a pena me atrasar.

- Qual foi, viado?

Um arrepio de quem é comido com os olhos dos pés à cabeça percorreu meu corpo. Olhei pra ele e o puto sorriu.

- Tá com a mão limpa?

- Sim-m..

Quase não saiu de tão nervoso.

- ..tão chega aí!

E me chamou com a mão, indo um pouco mais pra trás de um dos vários arbustos altos que havia no jardim lateral, onde não seríamos vistos nem de longe àquela hora. Nervoso, comecei a andar e o Rael permaneceu com o pau de fora. Parei ao seu lado e ele me olhou.

- Dá uma sacudida aí pra mim?

Com todo o cuidado, botei a mão no cacete morenão e fui balançando de um lado pro outro, sentindo o peso do saco abaixo. Ele suspendeu a blusa com uma mão, contrastando um relojão prateado no pulso negro e minha pele branca, e ainda mantendo aquele sorrisinho cafajeste no rosto.

- Pô, passei a festa toda na mão. Bebi demais, a rapaziada me abandonou. Ainda bem que tu me encontrou!

- Que nada..

O pau foi tomando vida conforme eu o sacudi e as últimas gotas do mijo escorreram, passando pelos meus dedos e me deixando ainda mais excitado. Foi aí que senti o mãozão quente cobrindo toda minha nuca, tomando o controle do meu equilíbrio e sustentação.

- É sério! Se tu quiser, pode até me mamar que eu finjo que não tô vendo!

E me olhou como se quisesse saber qual ia ser. Ao mesmo tempo, a mão me forçou ao chão, de forma que tive que ficar de joelhos na altura de sua virilha. Um pouco hesitante por provar um macho pela primeira vez, não tinha mais volta. Abri o bocão e aproveitei enquanto a vara ainda não estava no máximo, enchendo a língua de cabeça de pica e indo e vindo com insistência no atrito. Com medo de errar, babei só no limite pra deixar agradável pro Rael, controlando pra não usar os dentes.

- Hmmm!

No primeiro gemido, olhei pra cima e o vi virando os olhinhos. Isso me deixou alucinado e foi o gatilho pra que eu começasse a descobrir que a sodomia existia também dentro de mim, ainda que como passivo. O cu pegou fogo e começou a piscar, me dando uma sensação de que precisaria ser dominado naquele momento, se não permaneceria insatisfeito e mal comido. Por ter acabado de começar a mamada, empenhei toda a vontade no boquete, usando a mão pra ditar a velocidade como se tivesse total maestria naquilo. O gosto salgado do mijo recente dominando quase que o rosto por completo.

- Porra, viado! Assim não tem nem como eu fingir!

Tornei a olhá-lo e aí tive a certeza de que estava no lugar certo: o puto tava olhando pra mim, na pontinha do pé, fazendo biquinho e apertando minha cabeça contra a virilha, as mãos na nuca. Tudo isso ao mesmo tempo que o caralho invadia minha boca e se alojava na garganta, num movimento insistente de prazer e dominação entre homens. Seu quadril ainda começou a mexer e a vara engrossou, entrando em sua forma principal, a cabeça toda solta do corpo, tipo cogumelo e quase que roxa, viva, vibrante e voraz.

- Deixa eu foder essa boquinha, senão não vou gozar! Tô muito bêbado!.

Gostei que ele perguntou pra me dar opção, mas na verdade não deu escolha, porque pediu enquanto já foi tirando minhas mãos da caceta ereta e tomando seu controle sobre mim. Era mero objeto na mão do moleque Israel.

- Ghhrr!

Danei de engasgar, mas não tossi, porque senti a garganta fechar em torno do caralho e, quando isso aconteceu, ele gemeu alto e foi mais fundo com o quadril, até o ponto onde eu só babei, tomei sacada no queixo molhado e com cheiro de ovo e senti o odor dos pentelhos entrando pelas narinas. Objetificado.

- Caralho, viado!!

Tirou o cacetão todo molhado de mim e finalizou com um punhetão bem na minha cara.

- Abre a boquinha e bota a língua pra fora, anda!

Obedeci prontamente e ainda tomei um tapinha abusado na cara. Esperei com o saco pesado na minha boca, suado, azedinho e cheio de leite. O cheiro de macho se misturou com o de mijo e o de suor e eu me senti parcialmente completo, porque ainda faltava algo e eu soube bem o que era.

- SSSSS-

O primeiro jato de leite quentinho veio direto no meu olho esquerdo, que fechei a tempo de não ficar cego. Esperei os outros, mas a pica veio direto pra dentro da boca e o resto da porra eu fui tomando, espessa, colando por dentro, mas descendo do jeito que tem que ser. Gostinho levemente salgado.

- Que boquinha, ein! Deve mamar muito piru nesse colégio!

Ele terminou de se limpar com minha língua, espremeu o resto de leite na minha boca, deu outro tapinha de leve na cara, suspendeu a bermuda e foi andando todo torto pra dentro da casa, levando consigo o skate. Eu me senti meio puto por não ter dado o cu, mas pelo menos estava amamentado e ainda fui elogiado. Agora saberia o que fazer até à próxima putaria, pelo menos era o que pensava. Voltei pra casa com a garganta fervendo, gosto de porra na boca e um olho ardendo. Todo mundo tava dormindo, então não tive problemas.

A segunda experiência resultante das festinhas com funk e das companhias surgiu alguns meses depois disso tudo. Fiquei um tempo atrás do Rael, querendo que ele fosse o primeiro a me comer, mas não quis ser chato e desisti. Levei umas semanas pensando sobre o que poderia fazer pra uma nova putaria com qualquer daqueles caras que fosse, mas ainda não rolou. Um pouco depois dos 17, comecei a malhar numa academia com uma amiga e isso foi me ajudando a ficar mais solto e mais confiante em mim, no meu corpo, me sentindo mais à vontade pra mostrá-lo. Não era muito alto, mas fiquei com a cintura afinada e o rabo grande, coxudo. Dei atenção especial na malhação destas partes, porque já sabia do que homem gostava, então teria aquilo. Chegava cedo todos os dias e aquecia no funk com as meninas antes de malhar, na intenção de transformar meu físico no prato principal dos vários machos que dominavam minha mente até então.

- "DJ PK, bota elas pra tremer!"

E começou a malhação. Quando não malhava, ficava admirando a luta dos caras no tatame do ginásio, que era onde eles liberavam a raiva do dia a dia e eu podia simplesmente desfrutar das cenas de pegação no chão.

- Eu quebro sua cara, seu merdinha!

- Até parece!

Um trovão no céu e os dois se chocaram, parecia até filme, mas era só a Temporada de Chuvas no Rio começando, ao mesmo tempo em que um cafuçu e o chefe da polícia local trocavam socos no ringue. Um moreno e taludo, o outro branco, forte e tatuado. A coroa com o nome era evidente na panturrilha, dando até um certo ar de rei. "Arthur". Quando a coisa ia pegar fogo, entrou o terceiro marrento no tatame e separou os outros dois.

- Parou, parou, parou!

Um deles ainda ameaçou o cara, mas o resto da galera apartou a briga.

- Respeita, respeita o Patrick!

E de repente eu só tive olhos pro tal Patrick. Moreno de praia, só de calção de luta, tatuado e careca, mas barbudo e um jeitinho de marrento, com total moral pra impedir a luta que saiu de controle, apesar de ser menor que os outros dois. Ele levantou os braços pra zoar os brigões e ainda mostrou os sovacos socados nos músculos das asas, me hipnotizando por completo com o tórax tatuado, bem estilo praiano, típico carioca. Fiquei o resto dos dias de olho no cara, doido pra chegar nele, mas sem qualquer abertura. Numa das vezes em que eu e as meninas aquecíamos com o funk, o safado veio na cara de pau e ficou só vendo a nossa sessão. Nesse dia, por conta das chuvas, só havia eu e mais umas quatro garotas nas bicicletas, pedalando no ritmo da música.

- "DJ PK, solta o ponto!"

Aproveitei e me empenhei no fôlego, fazendo de tudo pra empinar a raba. O puto do Patrick olhou sem qualquer hesitação e ainda alisou o queixo, aquilo me deixou louco. Até minha amiga do lado viu e comentou.

- Viado, arrasou! Vai lá falar com ele!

- Ah, que isso! E se foi sem querer? E se foi de brincadeira?

- Ah, se tu não for eu vou!

Começamos a rir.

- Pode ir, sua boba! Vai lá!

- Olha que eu vou, ein!

- Vai, pode ir!

Sem hesitar, ela levantou toda animada e saiu na direção do cara. Eu só observei, mantendo o ritmo do funk e tentando fingir que não prestava atenção na conversa. Eles deram umas risadas, pareceram entretidos, mas não durou muito. Logo ela voltou toda sorridente e subiu na bicicleta.

- E aí, me conta!

- Tenho dois babados fortes, um é bom e outro é ruim.

- Primeiro o ruim.

- Ele tava olhando pra cá porque queria saber se a gente gosta do funk dele.

Não entendi nada e fiz cara de confuso.

- Funk dele? Como assim?

- O nome dele é Patrick, ele é o DJ PK, que toca aqui na academia e a gente dança.

Aí sim as peças se encaixaram e eu entendi porque a notícia era ruim, já que foi uma gafe enorme pensar que o puto tava me olhando.

- Mas tem a notícia boa!

- Qual é?

- Ele viu essa sua raba e disse que tu tá de parabéns, viado!

Não acreditei. Voltei a me empinar todo sorridente, deixando o safado ver que tinha adorado aquele galanteio. Estava mais perto do que esperava da segunda putaria, mas ainda nem imaginava como ela seria.

O PK foi direto e prático. E o que havia de direto era exatamente o que havia de atraente nele, assim como toda a luxúria desenvolvida. Primeiro porque eu achei que o cara fosse hétero e só tivesse brincado com a minha cara, já que às vezes ele saía aos beijos com uma mina da academia. Segundo que, na terceira semana de funk, quase ninguém apareceu, sempre por conta dos temporais repentinos que caíam à tarde, bem típico do verão. Eu tava praticamente sozinho aquecendo na bicicleta, quando o danado do Patrick entrou e veio diretamente em mim.

- Tu gosta de dançar, né?

- Eu gosto!

- Então vai, dança!

Deu um sorriso gostoso por si só e mordeu o beiço barbudo. Um pé pisou no outro e reparei nas pernas peludas e definidas. A pegada rápida na mala, como se tirasse a cueca das bolas. Eu manjando e adorando ser manjado. Fiquei dançando na bicicleta por entre pedaladas e todo me sentindo, observado por ele.

- Vou fazer um aquecimento pra tu, então!

Aquecimento são algumas faixas simples, com batidas pra "começar os trabalhos" na dança, ou seja, literalmente aquecer. Mas em outras palavras, isso significava que eu ganharia um presente daquele homem e nada é de graça.

- Pra mim? Como assim?

- Pra tu, ué! Tu gosta de funk, eu quero te ver dançar com o meu!

Era isso. Ele queria me ver dançando e mexendo a bunda com as batidas que ele mesmo fazia. O homem e o seu ego, nada de diferente. Um macho como qualquer outro, ansioso para ver alguém pagando pau pra sua criação no maios estilo.

- Quer ver, é?

- Eu quero. Vai dançar pra mim, se eu pedir?

Me empinei na bicicleta e não resisti.

- Mas e a tua namorada?

- Que namorada? Tá vendo alguma namorada?

Olhou ao redor e tornou a me observar e sorrir, inegavelmente muito safado.

- E aí, qual vai ser?

- Eu topo!

- Então já é, quero só ver!

Quase duas semanas passaram e eu mal esbarrei com o Patrick na academia. Até que, numa quinta-feira, ele apareceu de moto no meu horário de sempre e, debaixo de chuva, me fez o convite.

- Terminei tua montagem, tu tem que ver!

- Mentira!? Cadê?

- Tá lá em casa. Sobe aí!

E fez um sinal pra garupa. O corpo esquentou, mas não tive como negar. Subi, me empinei e só aproveitei a sensação de ser levado pra casa do macho de outra pessoa, na qual seria abatido e teria o cu deflorado, além de ouvir uma música feita especialmente pra mim, baseada nas minhas habilidades de dança. Logo o funk, que é todo sensual e remexe o corpo, o quadril, a bunda.

Em dez minutos nós chegamos. Eu tava ensopado, então ele inventou de me dar uma toalha e uma bermudinha curta, que acho que foi de propósito pra minha bunda ficar quase de fora.

- Certinho em tu!

Disse isso e foi me puxando pelo braço pra dentro de um quarto escuro, todo preparado com equipamento musical, seu estúdio de produção. Fechou a porta, ligou o globo de luzes e ficamos nas luzinhas coloridas. O Patrick sentou numa espécie de poltrona e abriu as pernas, só me observando de pé. Com o mouse sem fio na mão, ele deu um clique e a faixa começou a tocar. A primeira coisa que ouvi foi a vinheta.

- "DJ PK! Solta o tambor!"

O ritmo domina o corpo, ainda mais na situação em que eu estava. Diante de mim, um macho compromissado que não resistiu aos encantos da carne semelhante à dele, muito menos à possessividade de fazer uma música que explicitasse essa tara. Pensando nisso, botei as mãos nos joelhos, empinei a bunda e arrebitei o corpo na direção dele, olhando-o por trás.

- "Essa eu fiz para o Dedé, que vai mandá o macete. Sobe, desce, quica e pula na ponta do meu cacete!"

Conforme a música ditou, eu desci, subi, quiquei e pulei, chegando cada vez mais perto dele.

- "Desce, sobe, quica, quica, quica!"

Joguei o rabão saltitante bem na cara do Patrick e só senti as mãos firmes dele batendo forte na minha carne, nos meus músculos do traseiro. Fiz questão de arrebitar ainda mais, rebolando bem devagarzinho, mas isso só o deixou mais aflito. Sem falar nada, ele foi brincando com o shortinho de pano leve que me emprestou, passando os dedos por entre os elásticos e o puxando cada vez mais. Tornou a me virar e a admirar meu corpo dançando, mas ainda de cara pro lombo. Pegou então no tecido e o deixou bem enfiado entre as nádegas, como se fosse uma calcinha sendo mascada pelo cuzinho virgem, que piscou de nervoso pelo contato.

- Ssss!

Eu era manuseado de uma maneira tão gostosa que me abri facilmente ao toque. Ele percebeu isso e apertou cada vez mais, roçando a barba na minha bunda, dando tapas, lambidas, mordidas, beijos e deixando suas marcas, que nem o vaqueiro faz com seu gado. Se eu fosse um funk, aquela seria sua vinheta impressa em mim.

- "É o PK que vai mandá, Dedé tu se prepara. Vem quicando bem gostoso com a raba na minha cara!"

O verso veio junto com a língua dentro do cu virgem. Me segurei na poltrona pra não perder o controle, de tão intenso que foi o movimento. Rápido, ele só tirou o tecido da frente do anelzinho de pregas e veio de boca, linguando agressivamente e fincando o dedo na minha carne.

- Hmmm!

E ainda apertou o quadril, me fazendo rebolar conforme o ritmo, bem na sua cara.

Eu pisquei muito de tesão, sentindo as entranhas serem lambidas e o corpo desbravado de fora pra dentro, começando na boca do Patrick.

- Vou te comer, viado! Vou papar esse cu todinho!

Fomos virando num 69 gostoso e eu pude mamá-lo enquanto o safado não largou meu rabo.

- Se tem um bagulho que eu não consigo me livrar, é de lombo de viadinho assim que nem tu!

Ele ia falando e a faixa rolando, ao mesmo tempo que a boca era lotada de pica e o cu de língua. Eu engoli a vara preta até o talo, não era tão cumprida, mas era grossinha e veiuda, com sabor de macho suado, coube certinho na boca, só o saco ficou de fora. Enquanto o anel se expandiu na mandíbula do predador. Aí veio o primeiro dedo todo babado.

- Hmmmm! mm

Como se não bastasse o controle sobre mim, o DJ PK ainda aprimorou nosso 69: prendeu as pernas peludas no meu pescoço, pela nuca, não me dando escapatória de engasgar na rola, tal qual um movimento de artes marciais que o bruto praticava; mexeu o quadril de um lado pro outro pra esfregar bem o saco no meu queixo; enfiou o segundo dedo dentro do meu cuzinho e ainda sentiu ambos sendo comprimidos e agasalhados pela elasticidade jovial e pura do meu anel de carne.

- SSSS!

Aí começou o tira e bota que me fez reagir muito, só relaxando e contraindo, culminando no terceiro dedo simultâneo batendo na portinha, dando aquela coceirinha gostosa, proveniente do alargamento feito à mão por um homem safado e casado, de aliança e tudo.

- "Ain, PK, bota tudo!"

A voz na música pediu juntinho comigo.

Ele pareceu um animal nos movimentos curtos e todos voltados à putaria. Saiu do 69, me preparou de quatro e foi encaixando por trás de mim com experiência no que fez. Aquelas maneiras inegáveis de quem sabe banquetar um cu.

- Relaxa pra mim, vai?

Era uma ordem. Concentrei e senti a cabeça deslizando pra dentro facilmente depois de tanta dedada, sendo que contraí logo após. Essa contraída me fez sentir toda a entrada do resto do caralho, que atritou contra meu cu inteiro e pareceu rabiscá-lo pela beirola por completo, como se o arrastasse num papel que nem um rascunho. Lá no fundo, a cabeça abusada da pica bateu e pulsou, interagindo com algo dentro de mim que falou muito alto. A sensação foi tão extasiante que eu mal senti o elástico pegando fogo pelos movimentos, de tão ensandecido fiquei. O meu próprio pau endureceu um pouco e isso apertou ainda mais o cu na vara, mas eu não estava mais no meu corpo.

- Oohh!! Ssss! Caralho!

Não durou muito, ele foi caindo pro canto e ficamos de ladinho, mas ainda quase não pude sentir nada. Nessa posição, a cutucada no fundo de mim foi ainda mais intensa, como se a glande esbarrasse por completa naquela zona de prazer. Só soube suar e gemer, totalmente entregue ao seus toques, ao seu controle. Uma mão segurando minha perna no ar, a outra massageando um mamilo e até seus pés estavam por dentro dos meus, travando-os. Seu quadril empurrando minha bunda ferozmente e eu sentindo dois prazeres incríveis, tanto o interior, que fazia meu pau babar como uma torneira, quanto o do alargamento do cu, que era uma queimação gostosa e meio sádica, porque eu sabia que estava sendo alargado por um cacetão preto, mas adorei, era justamente isso que dava o tom.

- Vou encher esse teu cuzinho de leite, seu filho da puta! Nera isso que tu queria?

- Isso, PK! Fode esse cu mesmo, vai!

Com as mãos apertando meus pés no ar, o Patrick lascou a última estocada pra dentro do meu rabo e colou as coxas por trás das minhas pernas. Eu o senti galar muito lá dentro, ao mesmo tempo em que todo seu corpo suado encostou no meu e ficou rígido. Aquele era um macho com mulher que tinha acabado de jogar leitinho quente no meu cuzinho, direto da fonte, via piroca preta, um dos melhores métodos de pagamento.

- Ssss!

Depois das várias jatas de leite, ele ainda deu a última rebolada agarrado a mim e saiu. Senti o anel anal pegar fogo, até porque a porra começou a escorrer pra fora e passou por ele, mas foi tudo muito bom. De fora, ele virou pro lado e dormiu todo aberto. Sem saber o que fazer e pensando na mulher que poderia chegar a qualquer momento, pensei pelo Patrick e me vesti com a mesma roupa que cheguei. Pro meu próprio prazer e vaidade, voltei pra casa com o leite ainda dentro de mim.

Eu e Patrick voltamos a nos encontrar mais algumas vezes, mas nem sempre dava pra meter. Ele chegou a vir aqui em casa, só que meu pai quase o viu e o safado teve que ir embora pulando o muro. Lembro como se fosse ontem deu indo escovar os dentes pra não interagir com meus pais com a boca fedendo à porra dele, de tanto que passamos a nos encontrar pra fazer essas putarias. No entanto, sem qualquer aviso, o DJ PK foi chamado pra fazer uma apresentação numa formatura do ensino médio, em outra cidade. Foi o começo de seu despontamento artístico, que, por mais irônico que pareça, nos afastou em rumos diferentes da vida. Até hoje não esbarrei com ele, mas.. Voltemos ao ponto.

A terceira e última experiência que tive como consequência das companhias e do ritmo foguento do funk foi aquela que mais marcou minha vida e também a que proporcionou a frase que escolhi pra ser o título de todo esse conto. Comecei falando de como era tímido e na minha e agora chegamos ao ponto onde toda a experiência faz a diferença. Eu já tinha mamado, já tinha dado, então não pensava que ainda pudesse haver algo de novo dentro do universo da putaria. Até que, no exato dia que completei 18 anos, fui convidado por duas amigas pro baile funk na quadra do Amarelinho, a favela na qual morava próximo.

- Bora, viado! Vamo comemorar o dezoitão!

- Mas não tem perigo?

- O perigo é a gente!

Risadas.

- Ah, então vamo!

E foi nesse instante que meus passos em direção ao futuro começaram. Eu ainda não sabia, mas estava a um triz de ficar faladinho na roda dos traficantes da comunidade. Seria transformado na maior cadela e piranha que já sentou pra roda na favela, era questão de tempo até lá. A gente se arrumou aqui em casa mesmo, nem lembro onde meus pais estavam, então foi de boas sair. Coloquei uma bermuda curtinha, tênis e blusinha com a barriga de fora, estava pronto pra ser o que queria. No meio do caminho, ainda paramos pra encontrar uma conhecida das meninas e passamos na boca de fumo pra elas fazerem as compras básicas do rolé. Antes de encontrarmos a tal menina, o vento soprou tão forte que me senti num furacão.

- Narcisa!!

Elas trocaram beijos e aí entendi o porque da animação. A tal Narcisa era uma viada mais abusada que eu, de unha pintada e tudo, tamanha ousadia. De alguma forma, ver sua imagem me deixou ainda mais à vontade, me senti na minha melhor forma. Foi aí que o calor debaixo dos pés, proveniente do sol que queima o chão da favela ao longo de todo o dia, começou a subir pro meu corpo. Pra completar, um cafuçu que veio atender as meninas na boca de fumo ainda começou a assobiar. O amigo dele, ao lado, emendou o ritmo e foi cantando.

- "Tá me olhando por quê? Qué me dá?"

Inevitavelmente, acabei olhando pro safado e ele percebeu, dando um risinho de canto de boca que só eu vi, ainda levantou uma das sobrancelhas falhadas de propósito, no maior estilo bicho do morro. As meninas pensaram que foi pra elas e ficaram de risinho, mas ignorei. O cu chegou a piscar pela malícia do macho.

- Loló e erva. - pediu minha amiga.

- CK, pega a maconha aí pra mina!

- Opa!

Que nem urubu na carniça, os traficantes foram aparecendo por conta da presença delas, soltinhas pro baile. Pra mim, era muita coisa ao mesmo tempo pra processar, estava tão cheio de tesão que tinha que sair logo dali. Alguns ainda olhavam pra mim como se não soubessem que eu era homem. Não. Eles sabiam o que eu era, por isso olhavam. E continuavam a música.

- "Onde come um, come dois! Onde come dois, come o bonde!"

Elas terminaram de comprar a droga e fomos adiantando o passo em direção ao baile. Um pouco mais à frente, uma delas virou e puxou o assunto, entre risos.

- Cês tão ligada aquele pretin da tatuagem?

- Ah, o CK?

- Não, o di boné!

- Ah, é o TH. Mó safado, né amiga?

Olhei pra trás por curiosidade e percebi que uns dos traficas ainda tavam olhando pra mim, sem hesitação.

- Porra, fodi com ele semana passada. Saí com a xereca ardendo, ele ainda quis chamar um amigo pra gravar, mó filha da puta!

- Caralho, caô?

- Papo reto!

- Amiga, passada!

Então isso era a favela? Foda em grupo em plena luz do dia, sem qualquer compromisso, só pela simples vontade de meter? Eu tava feito.

Chegamos ao baile e logo arranjamos um local pra ficar. Não tava tão cheio quanto imaginei, mas porque ainda estava cedo. Vários tipos diferentes de pessoas, gente negra, gente branca, gente morena, todas as variações de tons de pele, estilos e comportamentos. O DJ já mandava ver no som altão, algumas garotas começando o aquecimento, abriram uma vodka pra beber.

- "A tropa do Amarelinho vai te arrastar pra treta. Vai mentir pra caralho, só pra comer tua buceta!"

Os primeiros goles desceram rasgando de tão quentes, as mãos foram se controlando pra não irem imediatamente aos joelhos e soltar o corpo. Era difícil manter a calma no meio de todo aquele clímax da favela. Quem curte um macho e já foi, sabe do que eu tô falando.

- "Tu vem aqui pra favela pra andar no diamante? Se prepara piranha, vai sentar pros traficante!"

Antes de me render ao ritmo, percebi que o lugar começou a encher. Ia dar 1h da manhã quando estouraram uns fogos e me assustei, achando que era algum tipo de sinal, mas na verdade abriram foi espaço no meio da quadra. Só alguns caras de colete e com armas pesadas no centro.

- "A tropa chegôôô!"

Aqueles eram os protagonistas, os caras do momento. Ao redor, a galera ainda se empolgou e dançou ainda mais, arriscando sarrada, passinho do romano, menor da favela e tudo mais, mesmo que a música tenha mudado pro tema da facção criminosa.

- "Quer andar de moto e pesada de ouro, piranha? Então tu vai suar o cuzinho! Aqui é só no cu! Só no cu! Só no cu, piranha! A tropa do Azulzinho é só no cu, só no cu, só no cu, piranha!!"

Tomado pela marra de cada um daqueles caras, fui entornando a bebida ainda mais rápido, me soltando completamente pra dançar. As mãos nos joelhos, a raba empinada e o cu sacudindo pra cima e pra baixo bem rápido. As meninas também se posicionaram ao meu lado e começaram a dançar, seguindo o ritmo. Em poucos minutos, já fizemos a primeira pausa e elas baforaram a loló. Eu nunca tinha usado, mas como estava morto de tesão e cheio de vontade de fazer várias loucuras, pensei que não seria nada de mais. Não sei descrever o cheiro, mas foi forte e subiu rápido pro cérebro. Quando bateu, foi temporário, mas deixou tudo dormente e mais gostoso de fazer.

- Ih! Bateu, a lá!

- Aguenta, viado!

Elas riam, mas eu tava bem. Cheirei outra vez o tubinho e a sensação voltou. Tornei a dançar com vontade, completamente distraído pelo efeito da substância, mas empenhado no que fazia. Até que, quando dei por mim, só reparei no cafuçu marginal que havia visto na boca de fumo, o tal do CK. Me observando de longe, rindo com os amigos, mas sem tirar os olhos de mim. A noite ia ser do caralho!

Ficamos ali bastante tempo, só enchendo a cara, chapando e dançando. E durante todo esse período, o mesmo CK gostoso me encarava, com uma espécie de fuzil atravessado no peitoral exposto. Tonto, não li direito a tatuagem no antebraço dele, mas pareceu um nome, talvez o da mãe, como era costume dos caras. Algumas das meninas já haviam dispersado pra beijar na boca e mamar alguém na encolha, eu tava quase sozinho e ainda aéreo, mesmo que na vontade. Foi aí que comecei a andar no meio da multidão, rumo em direção à boca de fumo. Precisava de mais. Não de loló ou maconha, mas de mais macho como aquele. Devagar e me apoiando pelos muros, desfiz o caminho que fiz até ali com as garotas e, sem perceber, passei direto pela biqueira. Aí escutei.

- Ou, ou, ou!

Parei e virei o corpo. Ele tava sem blusa, uma arma enorme pendurada no pescoço, boné pra trás, posição de alerta e chinelo no pé. O tal TH que minha amiga citou.

- Tá perdido, novin?

Eu estava ali pelo desejo, então não tinha mais volta, iria até o final, independente do que fosse acontecer. Caminhei na direção dele devagar e o puto sorriu, como se já matasse no meu andar o porquê de tudo.

- Tô. - respondi.

- Perdidin assim na minha favela?

Botou o dedo no meu queixo e suspendeu meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos pretos e maliciosos. Tremi um pouco de nervoso, mas me mantive forte. A pistola numa das mãos, apontando diretamente na minha cara e com aquela postura de dono da porra toda.

- Chega aí, menó!

Agarrou-me pelo braço e foi puxando pra dentro da boca de fumo, que era na entrada de um beco. Logo atrás de nós, apareceu o CK, que veio do baile até ali.

- Ué, TH? Não tava querendo me gastar outro dia aí?

- Ih, qual foi?

Entramos os três por uma salinha onde havia outro mavambo fumando um baseado e desfazendo pedaços enormes de maconha prensada.

- Aquele setô tá liberado, Sandrin?

- Tá suave, mas pra que?

O TH só me exibiu com um puxão no braço, me mostrando como razão pro tal setor liberado. O cafuçu deu a volta ao redor, como se analisasse uma carne num açougue, pronto pra levar pra mesa de jantar, pareceu que havia sentido o cheirinho. Alisou a barbicha no queixo ainda por cima.

- Tá maluco, chefe? Isso é viado!!

- Que que tem?

- Vai comer viado, caralho?

- Bagulho é tacar piru nesses cu, parceiro!

- Tá viajando, papo reto!

- Cu é cu, tem diferença não... né novinho?

O TH sorriu pra mim e alisou meu rosto com as costas das mãos rústicas. O cordãozão no pescoço e o relógio pesado contrastaram com o cenário e me excitaram na mesma medida que assustaram. Eu ri de volta e ele deu uma segurada no caralho por cima do jeans surrado.

- Que isso, chefe!? E se brotar alguém no setô?

- Pode meter o pé, Sandro. Vai, rala!

O capanga saiu e deixou nós três a sós.

TH tornou a pegar no pau e dessa vez apertou firme pra me mostrar, fazendo aquele semblante de macho faminto de cu que eu já havia presenciado quando mais novo, mas ainda não entendia na época.

- Dá uma pegada aqui pra tu ver como eu fico galudão num cu, seu filho da puta!

Sem medo, mas com o coração pulando, segurei a rola pesada dele por cima do tecido e senti o peso dos sacos que deviam ser enormes. Foi aí que o CK veio pela frente e meteu o dedo na minha cara, apontando sério.

- Tu é novinho aqui, né? Tá pensano que vai ficar com essa raba pra cima e pra baixo na minha favela e vai ficar por isso, viado? Hoje tu vai perder essa rabiola na minha vara, tá escutando?

Tomei o primeiro tapa na cara e ele abriu minha boca. Enfiou dois dedos pela minha garganta e senti o gosto salgado e a quentura proveniente deles. Estava começando meu processo final de submissão ao homem. Quando os dedos saíram, veio o cuspe direto na língua.

- Engole essa porra!

O TH me abraçou só pra cair com as mãos nas minhas nádegas avantajadas. Assim que o fez, deu de apertá-las como se fossem brinquedo, esquecendo que eu poderia me machucar. Era um objeto.

- Isso é teu mermo, novin? Puta merda, ein! Tá que nem as piranha do pornô, sua cadela!

Com uma só mão, ele desceu meu corpo e me pôs de joelhos em sua frente. Enquanto a outra segurou a arma presa no pescoço, a mesma mão que me desceu puxou o zíper da bermuda e liberou o caralhoso grande, preto e sacudo que me fez tremer de nervoso.

- Abre a boquinha pro pai, vai?

Hesitante, levei um tempo maior do que o normal e ele não teve a mesma paciência de antes, me puxando pela mão e colocando toda na vara. Eu senti a quentura e ela passou pro meu corpo, um cheiro forte de mijo. O trafica devia tá no plantão, o último banho deve ter sido à tarde, por isso o odor de macho suado.

- Subiu a favela atrás de pica e agora vai fazer doce? Meu pau não é diabético não, viado! Tu tá é fodido!

Tomei outro tapa e até o CK riu, posicionando-se atrás de mim e tirando minha bermuda. TH agachou e socou o pau na minha garganta a baixo, com o mãozão quente e firme na minha nuca, onipotente. O gosto salgado tomou conta do meu ser, comecei a me entregar. Sabia o que precisava de fazer.

- Mexeu com a tropa errada, boiola! Aqui tu vai tomar ferro até de manhã, se deixar!

- Passa vontade não, novin. Pode engolir mais que eu sei que tu aguenta. Tu tem cara de piranho, tu!

Falou e deu tapas na minha cara, indo mais fundo na garganta, enquanto o outro brincou de friccionar o dedo na porta do meu cu já exposto. Se fosse virgem, estaria oficialmente destruído, com toda a certeza. Senti dois dedos quentes e babados já atolados até o fundo no rabo e aí tomei noção de que estaria prestes a ser traçado. Foi aí que aconteceu. O radinho no bolso do CK fez barulho e o TH me deu mais loló pra cheirar.

- Qual foi, cria!? Tamo junto, porra! Tá ligado, cai aqui pro setozin que a treta tá rolando!

Alguém o respondeu e o safado nada de parar de me dedar. Suas necessidades vinham primeiro, assim como minha boca aguava pela mamada. O cafuçu que eu tava mamando ainda interagiu com o CK antes dele mandar o último rádio.

- Preparou pra mim?

Ele só fez que sim com a mão e deu a resposta.

- Tá vendo, pô! Brota sem noróse!

Comecei a pensar que não foi boa ideia ter entrado ali, mas agora já tava feito. Os pensamentos ficaram turvos pelo efeito da loló, mas eu me empenhei na mamada, porque queria satisfazer cada um daqueles machos. Poderia vir uma fila inteira, eu tava pronto.

- Vem!

- Opa!

Eles trocaram de posição e só senti a vara preta que acabei de mamar já se alojando na porta aberta do cu.

- Preparou essa rabiola do jeitinho que eu gosto, né?

- Só dois dedos, pra não ficar muito larguinha!

- Porra, tá no ponto! Prepara a rabeta, viado!

O molecote foi escorregando pra dentro sem dificuldades, mas eu senti muito o atrito da vara com o cu. Mal entrou, já foi saindo e entrando outra vez, não teve pausa, no pelo e na pele. Como minha raba era enorme, ele apoiou a mão de lado por cima do meu cóccix e falou entre gemidos.

- Caralho, aqui! Tu vê que é certin pra da o cu, a lá! Tem até apoio!

Os dois ficaram rindo e aí me dei conta de que, por estar chapado de loló, demorei a perceber o CK na minha frente, botando o cacete pra fora pela perna do short de futebol, já duraço e cabeçudo, quase roxo. Sem ele precisar segurar, a vara balançou e foi batendo na minha cara.

- Ainda não tá de boca aberta, filho da puta?

A mão travou firme minha nuca e a glande rígida do caralho forçou entrada pela boca. Como não abri de imediato, ela arrastou toda pela gengiva e senti o gosto e o cheiro forte de mijo, do jeito que gostava e mais me soltava. Era o que faltava. Comecei a mamar cheio de fome de leite, como se dependesse daquilo pra viver, ao mesmo tempo em que relaxei o corpo todo e rebolei o rabo pro TH.

- SSSS! Tá querendo me apaixonar, viadinho filho da puta?

Suspendeu o braço no ar e me soltou dois tapas bem espalmados no lombo, sacudindo as nádegas. Ousado, dei outra rebolada pra provocá-lo e ainda tentei olhar pra trás, controlando o boquete com a mão pra ganhar tempo.

- Aaah, não!

Só consegui ver o TH tirando a alça da arma do pescoço e virando o boné pra trás. Ajeitou-se certinho atrás de mim, reto, e, com as mãos entre minhas ancas, foi me afastando pra trás e pra frente devagarzinho, ao mesmo tempo em que investiu com o quadril num ritmo lento, porém fundo, bem lá dentro do cu. Em seu rosto, o semblante de ruim e a sobrancelha falhada.

- Tira a mãozinha, tira, viado?

CK pediu e já foi retirando minhas mãos do próprio cacete, tornando a afundá-lo em minha garganta.

- Isso, pode se fazer!! Sss

O TH botou uma das pernas de lado e foi metendo firme, acelerando sem dó. O barulho do choque dos nossos corpos foi crescendo ao mesmo tempo que o outro brincou de me foder a boca. A sensação de ser tomado por dentro explodiu junto com a onda de prazer pela presença da caralha dele em mim, entrando e saindo. Ele ficou na posição da rã por cima, de tão rápido que fodeu.

- OAH! SSSS

- HMMM!

- Soca fundo no cu dele, soca! Soca nesse filho da puta!

Um pediu pro outro, que obedeceu, enquanto meu maxilar dormente fraquejou de tanta investida e pentelhada na cara que tomei.

- Só vai metê o pé quando teu queixinho tivé com o cheiro do meu saco, sua cadela! Tá me ouvindo, ô putinha? Late pra mim, pra mim vê!

Travou minha nuca junto com os ombros e só foi fodendo. Eu era entalado por cima e por baixo. Senti ambas as varas engrossando ao mesmo tempo e tentei pedir mais droga pra aliviar as sensações.

- SSS! Troca comigo, se não vou explodir essa garganta hoje!

- Caralho, podes crê, tô quase enchendo esse cuzin de leite!

Entre os diálogos, eu apanhei e tomei cuspe na cara.

- Tu quer o que, pode escolher!

Numa das gavetas, várias drogas diferentes.

- Quero loló, quanto tá?

- Hoje tu tá com a tropa, viado. Por nossa conta!

- Pega a melhor pra ele aí, TH!

O CK foi pra trás de mim e, sem cerimônias, cuspiu no próprio pau e foi enfiando. Não levou três segundos, me pôs curvado com a raba pro alto e começou a socar no meu cu como se já fôssemos íntimos. Com as mãos, segurou meu pescoço e ficou me encarando, com cara de ruim e mordendo a própria boca.

- SSs!

O TH veio e me deu a droga já pra usar na mão dele, com a piroca balançando ao lado.

- Será se tu consegue baforar e chupar uma pica dessa ao mermo tempo, novin? Vamo só testá, rapidão!

Rápido, colocou o tubo e o caralho tudo ao mesmo tempo, me fazendo perder o fôlego e engasgar, mas sem tossir. A tonteira veio e eu me senti no paraíso. Agarrado ao meus quadris, um bicho que não sabia foder lento, enquanto a garganta era escalavrada pela cintura impulsiva do outro macho.

- Hmmm!

Nesse exato momento, a porta do quartinho escuro abriu e, no mínimo mais quatro cabeças entraram já fazendo barulho e gargalhando. Todos com a vestimenta rasgada, rústica, e fortemente armados. Negros, brancos, morenos, cabelos loiros, curtos, carecas. Bichos, machos, homens. Alguns deles com blusas e camisetas enroladas pela cabeça, pra não mostrar o rosto. Vários descalços. Predadores caçando presas ou preparados pra acasalar? Porque só isso poderia explicar o CK destruindo meu cu na frente de todo mundo, sem hesitar por um instante. Lá no fundo eu senti a vara dele quase que fazendo a curva e abraçando e apertando minha próstata. Estava chapado e entregue, adorando e sentindo tudo no extremo, por isso não havia o que fazer, só gemer e aproveitar. Mas não tava morto. Tirei o caralho do TH da boca e dei com ele na minha cara, lambi suas bolas e olhei nos olhos dele enquanto o domesticava pela vara.

- Assim que eu gosto de vê, novin! Olhando pra mim, aqui!

- Assim?

O encarei e veio o cuspe na língua.

- Bota tudo, bota!

Engoli tudo junto com a caceta e fiquei lá na garganta brincando. Em volta de nós, todo o restante de mavambos.

- Caralho, que treta é essa mermão?

- E essa raba, é original?

- É tudo meu!

Dei um sorrisinho.

- De fábrica, pô! Cês tem que vê o cuzin dele!

- Opa, cadê?

Mas nada do CK sair.

- Dá a vez aí, meu padrin!

Ele nem respondeu. Completamente concentrado, senti o caralho dele engrossando e soube o que estava por vir.

- ARGHH! FSSs!

Ele se esticou todo e tremeu. O cu pareceu explodir em porra quente, uma ardência me comendo firme, mas saciado.

- Caralho, a lá! Se acaba num viado! HAHAHAHA

Começaram a rir e o CK só relaxou por cima de mim. Durante esse tempo, senti muitas mãos me alisando e me apertando, dedando, limpando, como se fosse servido por machos, mas pro prazer deles. O TH aproveitou quando ele saiu e não deixou ninguém entrar antes dele.

- Agora que tá cheio de porra, vamo lotá né? É o que o viado quer!

Sorridente, tacou a piroca pra dentro no ritmo acelerado de mavambo, só querendo liberar leite. Enquanto isso, na minha frente, alguns dos cafuçus fizeram a festa revezando minha boca e atenção na mamada. Um ou outro ainda alisou meu cabelo, como se fizesse um carinho que faz numa piranha que o satisfaz.

- Boquinha gostosa essa, ein!

- Mama namoral mermo!

Deixei todos na pontinha do pé, as pirocas estalando de tesão, babando. Foi aí que, inimaginavelmente, a porta abriu outra vez e mais caras entraram, eu perdi as contas.

- Caralho, a lá! Tá rolando banquete no setô e ninguém chama?

- Chega aí, chega aí rapaziada!

Era muito homem diferente. Atrás, o TH travou as mãos e, assim como com o CK, senti a vara engrossar e tomar ainda mais volume, bem corpulenta. Ele jogou o corpo por cima do meu e usou os braços pra me prender, abraçado com minhas costas, mexendo só o quadril firme e me mantendo contra si.

- Hmmmmm!

A última estocada veio e outra vez eu fui porrado durante a curra. Era a segunda leitada em menos de não sei quanto tempo. O caralho deslizou ainda duro e o safado veio pra frente limpá-lo na minha boca.

- Mama tudin! Tá liberado, galera!

Em fila, os primeiros capangas que chupei se posicionaram atrás de mim e foram brincando de foder, cada um do seu jeito, cada um com seu corpo.

- Qualquer coisa tu manda me chamá, já é?

Deu um tapa na minha cara, vestiu a bermuda surrada e atravessou o fuzil de novo no peito, com a alça no pescoço. CK botou o colete, equipou a pistola na cintura, por dentro da cueca, vestiu o boné e me deu uma piscadinha. Fui deixado ali no meio de uns 13 malucos famintos, mas não me dei por vencido. Fiz várias pausas pra me limpar, usar mais drogas e até comi pra repor as forças, mas concluí a missão com a qual subi o morro naquele dia.

Lembro que acordei ainda zonzo, mas completamente consciente do que havia feito. Estava sozinho na mesma salinha, não tinha a menor noção do horário, mas o sol estava de fora. Senti o cheiro do churrasco e saí. Em cima, na laje, um mavambo aleatório me cumprimentou. Do lado dele, um outro virou e fez o mesmo. Só então senti o cuzinho assado pelo open bar realizado, dificultando um pouco os passos.

- A lá, ele acordou!

Tava rolando uma festinha e todo mundo reunido de novo. Do meio deles, CK e TH apareceram com o mesmo visual, bonézinho, cordão, armamento e jeito solto.

- Vai em casa?

- Sim!

- Pô, vai e volta, ein! Tamo de olho!

Era isso. Completamente assado e arregaçado, fui descendo o morrão com as nádegas deslizando, ainda com leite quente escorrendo por entre elas, pude sentir. Cheguei em casa e vi que era meio dia. Arranjei muita briga com meus pais, eles não sabiam onde eu tinha ido, mas não me importei com mais nada. Afinal de contas, aparentemente havia descoberto o tipo de vida que queria ter, por pior que fosse ou parecesse. Como disse lá no início, não me arrependi de nada que fiz, mas não posso ignorar tudo e dizer pra não terem cuidado. Usem camisinha e se protejam e façam sexo consciente, sem usar drogas, não sigam meu exemplo.

Anos depois, saí de casa e fui morar no morro. Não lembro da idade que tinha quando isso aconteceu, mas tudo foi parte da nova vida que tive, na nova realidade que escolhi viver. Virei a piranha oficial da tropa do Amarelinho, com quem os traficantes passavam mais tempo. Aos olhos dos outros, pude até ser o viado mal amado que nunca seria feliz, mas felicidade pra mim era isso, bem temporária. Foi nessa roda de machos que aprofundei ainda mais minhas práticas sexuais e me transformei no lanchinho da bandidagem, sem pudores ou restrições. Até vídeo a gente já tinha gravado, mas isso só contribuiu pra minha faminha e pra popularidade, atraindo ainda mais olhares. Até hoje eu vivo com o CK e o TH no Amarelinho. E até hoje, por mais que os anos tenham se passado, escuto a mesma coisa quando a gente cai pra treta:

- "Vai sentar pros traficante, filho da puta!"

__________________________________________________________

ACABOU!

Sétimo e último conto desta temporada.

NASCEU.

CRESCEU e se REPRODUZIU.

Mas antes de acabar, ele abre as portas:

'CDL' - Clube de Lolitos semana que vem!!

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Comentários

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Esse texto é tão bem escrito que me deu um tesão quase incontrolável. Meu lado puta ficou imediatamente aceso. Quero conhecer um cafuçu gostoso, de pau grande e grosso, pra me submeter aos seus caprichos sexuais.

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