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Entramos na minha casa, e logo senti o chute nas minhas costas. Cai de cara no chão, Artur andou pela casa, e logo que deu a volta viu o estado que eu estava, ele sorriu e se sentou confortável na minha poltrona de leitura:
- Quem mandou levantar? – Eu assustado olhei para a cara dele. – Olha pro chão inútil, e fica de joelhos que aqui dentro só quem anda de pé sou eu. – Ele se jogou na minha poltrona, e eu sentindo uma eletricidade no meu corpo ajoelhei. – Vai buscar algo pra mim beber vai, que tenho umas regrinhas pra você ouvir.
Sem dizer nada, e de joelhos, segui para a cozinha. Pensei no caminho que eu estava ficando louco, que tudo aquilo podia ser só alucinação, mas quando o gosto de sangue que descia do corte no meu lábio desceu pra minha língua percebi que tudo era muito real, percebi relutante, que eu estava gostando daquela merda:
- Aqui... Ar...senhor...
- Muito bem viado, muito bem. Vou deixar tu lamber meus sapatos que estão sujos enquanto vou dizendo ás regras da sua vidinha nova. – Resignado, e explodindo na cueca, me pus como uma cadelinha a lamber o tênis dele, o gosto era o horrível, mas o tesão fazia tudo parecer a coisa mais certa do mundo. – Ouve bem, que odeio me repetir, primeira coisa que tu tem que entender pra essa parada dar certo, você cumpre ordens, não pergunta, não se queixa, não existe, eu sou o senhor das suas vontades a partir de hoje. Agora repete, sim senhor! Anda porra repete...
Me virei pra ele, e com a boca fervendo:
- Sim senhor.
- Sim senhor o que vidao?
- Sim senhor, seja o meu dono. – Selei com vergonha.
Ele me chamou com um estralo de dedos, eu segui com a bundinha empinada:
- Não tem volta. – Ele sorriu. – E se tu tá pensando que vou te comer assim, com essa barba de macho na cara tá muito enganado. Pode ir tamar um banho e tirar esse monte de pelo da cara e de onde mais tiver quero todo liso. Agora me dar seu cartão de credito e a senha que vou sair com seu carro...
Engoli em seco, pensei em não dar nada. Mas vi a mão imensa dele acertar meu rosto:
- Sim senhor... – respondi pegando minha carteira e dando a ele.
- E quando voltar quero você bem aqui na porta me esperando de cara no chão, se eu chegar e tu tiver em pé.... – ele sorriu – ah viado, tu não vai querer ter nascido. Agora, vem cá... – me aproximei mais dele – abre a boca. – abri, vi ele juntar cuspe na dele, e jogar pra minha – engole essa porra.
Com nojo – não vou negar – engoli, e mostrei a língua pra ele. Num passo firme, ele seguiu para a porta, e assim que a trancou com minha chave um desespero bateu em mim, me joguei no sofá onde ele tinha sentado e cheirei o lugar, o cheiro ainda era vivo. Me vi com medo de me erguer e por longos minutos fiquei na posição fetal com a cara no chão frio.
Aquilo tudo era loucura, doença, só podia ser. Mas, mas, era tão bom, tão intenso. Trôpego me ergui, da sala para o banheiro andei vacilante a todo momento o grito de “Viado!” me alvejava a mente, como se ele ainda estivesse ali.
Entrei no banheiro decidido a acabar tudo assim que ele voltasse. Não poderia aceitar aquilo, não, eu sempre fui feminista, sempre fui um libertário, não poderia deixar alguém me controlar.
Mas, conforme a agua caia no meu corpo, e eu ia lembrando da voz dominante dele, na mesma proporção o estojo ia me seduzindo, e o desejo de me depilar pra ele ia aumentando. Foi tal o ponto da minha angustia que dado momento me vi arregaçando ás pernas e rapando todo o pelo das minhas cavidades baixas.
Eu chorava, ao mesmo tempo que minha própria pele lisa ia me excitando, e meu pau aumentando. No fim sentei no chão do box, e acompanhei o ritmo dos pelo indo ralo abaixo.
Saí do box de joelhos, peguei a toalha e me seguei, vesti uma cueca box e me sentei no sofá, cheirei de novo o lugar onde ele tinha sentado, e quando ouvi o interfone, tomei um susto, meu coração deu saltos. Corri para a cozinha e atendi:
- Seu Raul?
- Oi Jairo.
- Tem um homem com seu carro que acabou de sair aqui...
- É... Ele é... Meu parente. – menti por medo.
- Ah, então tá tudo certo ai né?
- Tá sim Jairo, tudo certo.
Desliguei o interfone, me ajoelhei e segui para a porta, fitei o chão com uma mistura simbiótica de medo, prazer e culpa.
Ele custou e enquanto ele não vinha eu sentia um tesão inexplicável. Ao aabrir da porta e o ecoar da voz dele éla casa me fez sorri, e isso foi involuntário, percebi aturdido, que eu estava ansioso para ve-lo:
- Viadinho, cheguei. – Ele se aproximou. – olha o que eu comprei pra você.
Jogou uma sacola pra mim, eu a abri e minha boca fez um movimento:
- Essa vai ser sua nova roupa de hoje em diante, não quero você usando cueca nem quando sair. – Ele pegou meu queixo. – E dentro de casa é com a guia. Como teu rostinho de viado ficou mais evidente depois de barbeado em?... assim, que eu gosto, agora coloca uma dessas calcinhas, e vai preparar uma coisa pra teu dono comer anda viada...
Senti meu peito arder, e uma emoção nova surgir.