TLK - Distopia III

Um conto erótico de Bryan
Categoria: Homossexual
Contém 1996 palavras
Data: 29/08/2017 14:42:50

Em cinco minutos descemos até meu andar. Agarrado pelo soldado, sendo beijado no pescoço, tentei abrir a porta da cabine. Na segunda tentativa, consegui. Entrei de costas com o corpo dele vindo para cima de mim. Sentia seus lábios grandes e macios junto com a aspereza da sua barba.

Amava soldados. Amava barba. Amava estar com aquele homem. Com um empurrão, ele me inclinou sobre a escrivaninha e arrancou minha calça. Seus lábios, imediatamente encontraram meu cú. Pela primeira vez sentia um beijo grego, sua língua passava úmida e habilidosa ao redor do meu anel. Gemia alto, meu coração acelerado. O soldado parou o cunete e me ergueu no colo para me deitar na cama de solteiro.

Ele ficou em cima de mim e me deu um beijo antes de ficar de pé e tirar a calça. Seu pau, ainda maior fora da calça, apontava em minha direção. Me sentei rapidamente na cama e segurei a base dele. Sorri e comecei a chupar a cabeça grande e com baba de porra. Entre gemidos, o soldado inclinava sua cintura para frente, me oferecendo todo o seu pau.

Continuei a chupar, oscilando entre movimentos rápidos e lentos com a boca. Em poucos minutos, a rola inteira dele estava na minha boca. Sentia o gosto salgado da pré-porra do soldado no fundo da minha garganta. Depois de alguns minutos, comecei a bater uma punheta na rola do soldado enquanto minha língua brincava com a cabeça. Eu amava sentir o formato da cabeça do pau dele dentro da minha boca, é uma sensação que sempre gostei. Ainda mais com os pequenos fios de baba que davam aquele sabor de pau...

Depois de alguns minutos masturbando e chupando o soldado, ele anunciou que gozaria. Acelerei os movimentos, até sentir a primeira convulsão do corpo do soldado. A mão dele agarrou minha cabeça e com uma força descomunal empurrou o pau em direção a minha garganta. Com três idas e vindas rápidas, ele enterrou o pau no mais fundo da minha garganta e gozou. Senti os jatos quase me afogarem enquanto escorriam garganta abaixo. Seu pau enorme e grosso latejava dentro da minha boca e, com movimentos mais leves, eu continuava chupando enquanto cinco jatos de porra me amamentavam.

Chupei seu pau até amolecer e só depois de me certificar que não havia mais nenhuma gota de porra, eu parei. Voltei a deitar na cama e suspirei exausto. Eu olhava para o teto enquanto o soldado vestia a cueca e a calça.

–Por que me fez gozar tão rápido?– Reclamou o soldado– Queria comer essa sua bundinha antes.

Meu corpo estremeceu, não de prazer, mas sim de medo e repulsa. O soldado sorriu, imaginando que o tremor do meu corpo tinha sido um arrepio que a ideia dele me penetrando me causava. Totalmente enganado, ele aproximou-se de mim e me lascou um último beijo.

–Fica para a próxima, então.

Ele virou-se e foi embora. Sozinho na minha cabine, me virei para o lado. Aos doze anos, um mês depois da separação da minha mãe, um vizinho meu me estuprou. Não exatamente um estupro, já que meus pedidos de “PARA” e “NÃO” só tinham escapado da minha boca antes do ato ter sido consumado. Enquanto tentava me penetrar eu pedia para parar. Apenas tinha aceitado tentar transar com ele para saber porque os adultos gostavam de sexo. Queria me sentir mais velho, adolescente. Meu vizinho, cinco anos mais velho que eu, já compreendia bem sobre sexo e, conforme seus pensamentos, estava dando prazer em mim sentir seu pau no meu cú. Por isso, quando me silenciei após ser penetrado, ele interpretara aquilo como prazer.

Sentia vergonha de contar isso para qualquer pessoa, sentia ainda mais vergonha de comparar isso com estupro, já que, apesar de forçado, eu poderia muito bem ter gritado e tentado fugir dele. Depois da minha primeira vez, nunca mais fiz sexo anal com qualquer homem. Até hoje espero que o próximo que me foder, seja homem de verdade.

Suspirei e me encolhi na cama da cabine. Não foi ruim ter transado com esse soldado que se quer me disse seu nome. Ao contrário, foi muito excitante e extremamente bom. Mais do que o sexo, eu gostava de me sentir desejado. Gostava de sentir o pau duro do cara na minha boca e até desejava sentir o pau dele na minha bunda apesar de ter medo.

No entanto, apesar de sentir atração pelo soldado, eu jamais teria feito sexo com ele na primeira vez que o vira. Era estranho, sou do tipo romântico. Mas também sou inteligente o suficiente para dançar conforme a música. Eu faço o que as pessoas querem que eu faça enquanto mascaro minhas verdadeiras intenções. Depois do súbito ataque de fúria que houve na proa, do interesse do soldado pela Dra. Tess Lirian, não me restava dúvida que, pressionado contra o guarda-peito de metal, ou me fingia de apaixonado ou desafiava o soldado armado e mais preparado fisicamente do que eu. Era óbvio que uni o útil ao agradável.

Toc toc.

Alguém bateu na porta da cabine, pulei assustado da cama e fiquei de pé. Será que o soldado já tinha voltado para uma nova rodada? Pensei com malícia. Com três passos eu já estava de frente para a porta, abrindo-a para a Dra. Tess Lirian. Com surpresa, a convidei para entrar.

–Olá, Christian– Ela murmurou, firme enquanto entrava na cabine. Me perguntei por um instante como ela descobrira meu nome, já que eu não dissera.

–Dra. Tess– Cumprimentei.

–Tess, por favor. Apenas Tess– Ela encostou a porta e continuou a falar– A palestra do Dr. Slomman já vai começar. Talvez não lhe interesse, mas já que estava por perto, pensei em lhe acompanhar mais uma vez.

–Não, quer dizer, sim, estou interessado na palestra– Me perguntei se ela conseguia me analisar e perceber que falava com sinceridade– Qual será o tema?

–Provavelmente vírus, cepas e vacinas que estão sendo desenvolvidas– Tess abriu mais uma vez a porta, inclinando-se para mim, ela murmurou– O ego dele é grande o suficiente para falar apenas dos assuntos em que está envolvido.

Eu ri apesar de não ter certeza se era uma piada o que a doutora havia falado. Caminhamos até o primeiro andar, atravessamos um enorme salão oval (que lembrava algo saído do Titanic) e prosseguimos para o auditório, grande para um navio, e cheio de assentos. Bastante pessoas acompanhavam a palestra já iniciada do Dr. Slomman, Tess me acompanhou até a porta.

–Apesar do ego, Dr. Slomman tem uma gama de pesquisas e vacinas que, certamente, serão interessantes de se aprender. Seu trabalho mais recente, uma vacina contra o surto recente do ebola fora um total fracasso, mas ainda assim, ele é responsável por grandes avanços da ciência.

Concordei com a cabeça. Para mim, se não tenho nada de pertinente para falar, permaneço calado. Entrei no auditório e ocupei um dos últimos bancos, já que os mais pertos do palco estavam ocupados. O auditório lembrava algo universitário, como se aquela palestra fosse uma aula ministrada pelo cientista que, até então, eu pouco conhecia.

–Minha obra prima, como vocês podem ver pelas imagens do telão, foi a ressuscitação de um gigantesco vírus pré-histórico. Não se assustem, apesar de gigantesco, o vírus sequer podia ser visto à olho nú.

A plateia riu. O cientista era baixo e corpulento, com cabelos totalmente grisalhos e uma camisa social branca por baixo do agasalho de lã que usava. A palestra, como podem supor, era totalmente em inglês.

A palestra durou cerca de três horas, ou seja, acabou no meio da tarde. Saí do auditório morrendo de fome. Com a orientação das outras pessoas que acompanharam a palestra do egocêntrico cientista, consegui chegar no refeitório (era depois de descer as escadas do salão oval por onde passei).

Almocei às três da tarde, morria de vergonha toda vez que alguém passava pelo salão cheio de mesas e me via almoçando enquanto as poucas pessoas em outras mesas já começavam a tomar um café da tarde.

––Posso me sentar?

–Caralho– Murmurei enquanto pulava da cadeira com o susto. Me virei já envergonhado pelo susto e por ter sido pego almoçando solitário. De todas as pessoas que poderiam estar atrás de mim, estava o soldado loiro em que esbarrei de manhã. Minha vergonha agora estava estampada na minha cara.

–Desculpe incomodar– Disse o soldado antes de virar-se para ir embora. Claramente interpretara meu palavrão como um “NÃO”.

–Hey– Falei, alto o suficiente para que as poucas pessoas do salão erguessem a cabeça. O soldado parou e virou-se– Me desculpe a indelicadeza. Por favor, sente-se.

Meu rosto queimava, ardia de tanta vergonha. Sentia o rubor me avermelhando. O soldado sentou-se e colocou na mesa uma bandeja com um prato. Agora eu não era o único a almoçar de tarde.

–Sinto-me sufocado nesse navio– Comentou o soldado, olhando ao redor. O salão ou refeitório, para ser mais preciso, era cheio de mesas de carvalho com toalhas brancas, ao redor das paredes, cristaleiras de mogno mostravam reluzentes taças de cristais e, no teto, um enorme lustre de cristal emitia um milhão de cintilações ofuscantes– Não odeio todo requinte do século passado presente nos salões, mas me sinto... Desculpe, não deveria estar comentando essas coisas.

Eu ri. Gostava de ouvir a voz dele, observar seus lábios finos se mexendo enquanto falava. Era fascinante observá-lo, talvez mais fascinante do que a maioria dos humanos que eu observei até então. E isso era péssimo, pois me desconcertava e confundia.

–Mais cedo saí apressado, depois de nos esbarrarmos– Voltou a falar o soldado, após alguns minutos– Aliás, me chamo Aaron.

–Christian– Disse em resposta. Ele sorriu.

–Como é viver no Brasil?

Eu ri, pego desprevenido pela pergunta.

–Viver aqui... É horrível e bom. Não, mais do que horrível. A única coisa que gosto são as pessoas. E, ainda assim, algumas pessoas nos decepcionam com seus pré-conceitos– A última frase foi dita num fiapo de voz. Era sobre meu pai que falava. As pessoas que convivemos e parecem alegres, festivas, boas... Até mostrarem quem são. E esse seus lados são tão sombrios quem os conhece não pode confessar o que viu para as pessoas que não o viram. Seriam loucos se dissessem que a doce mãe fazendo as vontades do filho mais novo, tinha expulsado seu filho mais velho de casa. Ou que o pai trabalhador e divertido com todos, espancava e humilhava seu filho por causa da sexualidade.

Fechei meu olhos, sentia os anos negros depois da separação dos meus pais voltarem. E subitamente, a dor do que tinha acontecido com meu vizinho, toda a pressão e tortura psicológica na convivência com meu pai depois da separação da minha mãe e o sexo casual e sujo que tinha tido para entrar no jogo do outro soldado... Tudo simplesmente se acumulara e, ao abrir os olhos, uma lágrima silenciosa escorria do meu olho esquerdo, marcando minha pele com o ardor salgado.

Tão inesperada quanto a lágrima, foi sentir os macios e másculos dedos de Aaron limpar minha face. Ergui o olhar para vê-lo, imediatamente mergulhei no azul profundo do seu olhar.

–Filho da puta– O grito irrompeu do outro lado do salão, da entrada principal. Levantei meu olhar, e ainda magoado e emocionado, vi o soldado que tinha chupado aproximar-se a passos largos. Nesse momento, Aaron já estava de pé, pronto para a briga.

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Hey, pessoal. Eu tinha começado a publicar essa história ano passado, mas acabei parando por achar que não seria interessante para vcs esse conto já que ele não é focado em sexo e sim nas tramas do protagonista. Essa história já foi escrita em 2015, portanto, vou deixar para vcs o link de um arquivo pdf (com capa) caso vcs queiram ler tudo de uma vez:

https://www.dropbox.com/sh/yqdnoym4c4a1axk/AACn_umpe_FfNL-MuVpsfXM4a?dl=0

TLK será publicado de segunda a sexta-feira as 3:00 da tarde. Sábado e domingo sem hora definida.

Espero que gostem,

Com amor, B.

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Cristian se acha tão superior aos outros, mas é um ninguém.

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