Eu estava devastado, totalmente perdido, sem ninguém para poder me ajudar, as pessoas que mais amava, virou as costas para mim, quebraram em vários pedaços meu coração, mas como disse, não irei dar esse gostinho de deixar essas pessoas que humilharam sorrirem no final! Eu tinha o dinheiro que minha irmã me deu, peguei um ônibus sentido a estação ferroviária, eu precisaria recomeçar minha vida em outro lugar! Não sou estupido o bastante em pensar que um garoto com a idade que eu tenho conseguiria viver sozinho, vou para a capital! E lá começarei uma nova vida! Agora sim a música da Pablo Vittar fazia sentido para mim! Caia como uma luva!
Eu sei que tudo vai ficar bem,
E as minhas lágrimas vão secar,
Eu sei que tudo vai ficar bem,
E essas feridas vão se curar.
O que me impede de sorrir,
É tudo que eu já perdi,
Eu fechei os olhos e pedi,
Para quando abrir a dor não estar aqui,
Mas, sei que não é fácil assim,
Mas vou aprender no fim,
Minhas mãos se unem para que,
Tirem do meu peito o que é de ruim,
E vou dizendo tudo vai ficar bem,
E as minhas lágrimas vão secar,
Eu sei que tudo vai ficar bem,
E essas feridas vão se curar.
Eu sei que tudo vai ficar bem,
Tudo vai ficar bem,
O que me impede de sorrir,
É tudo que eu já perdi,
Eu fechei os olhos e pedi,
Para quando abrir a dor não estar aqui,
Mas, sei que não é fácil assim,
Mas vou aprender no fim,
Minhas mãos se unem para que,
Tirem do meu peito o que é de ruim,
E vou dizendo tudo vai ficar bem,
E as minhas lágrimas vão secar,
Eu sei que tudo vai ficar bem,
E essas feridas vão se curar.
Se recebo dor,
Te devolvo amor,
Se recebo dor,
Te devolvo amor,
E quando mais dor recebo,
Mais percebo que sou INDESTRUTÍVEL!!!
Chegando na estação de trem, vi que a fachada era de estilo colonial! Eu sabia que a estação de trem Santos-Jundiaí tinha sido a primeira ferrovia brasileira!, era linda, com arquitetura inglesa, fui em direção à bilheteria e ali mesmo já peguei meu bilhete! Virei para olhar para uma última vez a minha cidade natal e me despedi em pensamentos com a jura de um dia voltar e passei a catraca!
Nunca tinha andado de trem antes, não foi fácil fazer me parar de olhar as paisagens que iriam passando, conheci as cidades de Varzea paulista, Campo Limpo Paulista, o bairro de Botujuru e enfim Francisco Morato! Para quem não sabe, nessa estação temos que fazer baldeação para pegar outro trem que vai direto a capital, como eu não sabia como pegar o outro trem simplesmente segui as pessoas!
Quando cheguei na Barra Funda, ouvi muitas pessoas falando que era possível pegar o metrô gratuito, a palavra gratuito me chamou a atenção e logo já fui entrando no metrô, foi uma sensação única andar de metrô, afinal, é igual ao trem só que debaixo da terra, resolvi descer na estação da Sé, mesmo morando no interior, já tinha ouvido falar desse bairro, pensei comigo mesmo, que iria para a tão famosa praça da Sé!
Já era por volta das 19:00 da noite, comprei um cachorro quente numa carrocinha, devido ao fato que a fome falou mais alto do que minha consciência em economizar, tinha algumas pessoas na mesma situação que eu se ajeitando para dormir ali na praça mesmo, tentando afugentar o frio o máximo que conseguir, resolvi fazer o mesmo e fui procurar uma cama para mim também, fui em direção a um banco, precisaria me ajeitar bem, não tinha muito espaço, era estreito, mesmo magro, poderia cair facilmente se me mexesse muito durante a noite.
Passando um tempo, já ajeitado no banco da praça, comecei imaginar, pensando como me viraria nessa gigantesca cidade, vocês devem estar se perguntando, porque eu escolheria São Paulo? Bom, a capital paulistana não é somente conhecida como a terra da garoa, e sim, como a terra das oportunidades, bom, pelo menos para mim, que sempre ouvia falar na minha cidade que se quer se dar bem na vida, precisa se mudar para São Paulo!
Perdido em meios devaneios, não reparei que tinha uma senhora de meia idade, bem vestida, com cabelos negros como a noite, com um vestido verde que ia um pouco acima do joelho, um salto preto de mais ou menos 10 cm, descobri depois que ela era advogada e estava voltando para casa do seu escritório, bem continuando, ela estava me encarando com um ar de preocupação! Tinha muitas pessoas passando por ali, todos muito ocupados, demonstrando muito pressa, uns mexendo nos seus celulares, outros simplesmente correndo para não perder sua condução, todavia, ela estava lá, parada, me encarando.
Eu desviei o olhar e meio que abaixei a cabeça, não estava sujo, pelo contrário, sempre fui muito higiênico, só que desviei o olhar pelo motivo que não era motivo de orgulho para mim estar naquela situação! Ninguém escolhe se ajeitar a noite numa praça para dormir, correndo o risco de ser espancado ou podendo ocorrer algo pior, a vida meio que nos obriga estar nessa situação! Ninguém acorda de manhã desejando ser sem teto, ou quando criança, fala que seu sonho é ser morador de rua, simplesmente acontece. Mesmo assim, ela começou a caminhar em minha direção, eu não estava olhando para ela, entretanto, escutava cada passo dado por ela, cada vez mais perto, os sons do sapato ecoavam em minha mente, eu me perguntava porque ela estava me encarando? E porque está vindo em minha direção? Ela ficou bem na minha frente, se abaixou até ficar na altura de meus olhos, com sua mão, virou meu rosto para que voltássemos a nos olhar e educadamente falou comigo.
Laura: com licença, me desculpe, por alguma acaso você está perdido? - aquela voz de preocupação meio que me hipnotizou e me fez olhar para os seus olhos com mais fixação, não conseguia desviar mais meu olhar, ela realmente estava preocupada?
Rafael: não estou perdido senhora, somente sai de casa e momento não possuo um lar, mas não se preocupe comigo! Eu estou bem. - tentei manter a calma e transmitir confiança, mas aqueles olhos pareciam que lia a minha alma, comecei a tremer de nervoso, por que ela não vai embora?
Laura: não precisa me chamar de senhora, me chame de Laura, mas como assim você saiu de casa? É perigoso um adolescente dormir na rua sozinho! Você gostaria que eu te levasse para casa? Seus pais devem estar preocupados! - nesse momento comecei a rir debochadamente, meus pais preocupados? Talvez Rebeca, ela era muito ingênua, talvez vivesse em um mundo cor de rosa, ela provavelmente achava que todos os pais eram atenciosos para com os filhos.
Rafael: dona Laura, está vendo esses hematomas em meu corpo? Foi meu pai que causou tudo isso e minha mãe simplesmente assistiu e apoiou meu pai só porque falei que gostava de meninos e não de meninas! Eles me acham uma aberração, se a senhora pensa igual a eles, guarde para a senhora, não tenho mais lágrimas, o estoque já acabou! - ela colocou a mão não boca e ficou horrorizada pelo o que acabou de ouvir, vi também uma lágrima se formar em seu olho direito e depois outra no olho esquerdo, mesmo sem me conhecer ela me abraçou!
Laura: então eu choro por você! Não está mais só meu querido! Não sei como Deus permite pessoas como seus pais terem filhos e eu que adoraria ter um como você ser estéril! Como advogada sei que não devia, deveria chamar o conselho tutelar para você, mas você gostaria de vir comigo? Pode dormir lá em casa esta noite, não deixarei você dormir na rua, amanhã tomaremos providências sobre sua situação! - fiquei meio nervoso em ir para casa de uma estranha, mesmo ela ter me passado tranquilidade, mas seria melhor do que dormir na rua! Então fui com ela!
Ela não era rica, mas era a pessoa mais rica que tinha conhecido em vida! A casa dela era um sobrado, era lindo, estilo colonial, eu amo esse tipo de design, dois carros na garagem, um dos carros, um Honda Civic era o dela,e o outro que era um Fusion era do marido dela, o nome dele era Pedro um senhor de meia idade super gente boa, cabelos grisalhos e olhos castanhos, alto e com uma leve barriguinha saliente.
Tivemos um momento muito divertido naquela noite, conversamos, ela informou ao marido minha situação, inclusive de minha sexualidade e ele aceitou com uma naturalidade! E eu jurando que seria expulso novamente, descobri que eles tinham até uma empregada, o seu Pedro era médico, e possuía uma clínica e quando viu que eu estava interessado no assunto que ele estava contando, se empolgou em falar, e não parou mais, quando vimos já estava quase de madrugada, eles me deixaram ficar em um quarto de hóspedes, era uma suite linda, tomei um bom banho, Laura fez questão de me ajudar com os curativos, mesmo seu Pedro dizendo que ele era o médico da casa, eu ri muito com a discussão dos dois, logo se despediram e foram para seu quarto, eles estavam bastante felizes, e isso me deixou feliz também, mas logo deitei fui dormir!
De madrugada, me deu uma sede, precisava beber um copo de água, abri a porta do quarto, como não conhecia a casa não ascendi os interruptores, não sabia onde eram também, e comecei a descer as escadas, chegando na cozinha eu tomei um dos maiores sustos na minha vida! Um garoto de aproximadamente uns 15 anos estava tomando água de cueca, e quando ele me viu também tomou um susto, mas de vez de ficar petrificado como eu ele logo pulou em cima de mim! Começou me dando um mata leão e gritando que tinha um bandido na casa! Eu fiquei nervoso pelo fato dele estar tentando me enforcar! Mas, mais nervoso ainda era ele quase nu, de cueca, gostoso daquele jeito, todo malhado e com uma enorme potência nos países baixos, me agarrando por trás? Laura não era estéril? Onde fui me meter???
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sdkl: você vai ver o mundo girar! Te prometo hahahaha
Pedrolfm? Será? =p
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Olá pessoas queridas do meu coração! Está entregue a parte 5 de Angel and the Devil! Obrigado pelos mais de 500 leitores que estão acompanhando minha obra! Agradeço de coração! E como sempre faço! Até a próxima!!!!
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