Era mais um dia na vida de Judas Eleazar.
O dia estava chuvoso, para falar a verdade, ele com a sua camisa xadrez azul, sua calça jeans e seu all stars Preto, que diga-se de passagem estava encharcado. Os cabelos castanhos estavam empapados de água, Manaus quando chovia era pior que o dilúvio e isso o garoto tinha que concorda. Judas era um típico manauara, a pele bronzeada pelo sol, os olhos castanhos e o corpo malhado do garoto fazia ser insuperável.
18 anos, passou na faculdade de direito na Martha Falcão, com bolsa integral a tarde. Queria fazer direito desde de pequeno, mas a vida sempre foi difícil para o garoto que era órfão e vivia num orfanato entregue às moscas. Judas, era um garoto divertido, Sim! Mesmo com tudo que acontecia de ruim em sua vida, ele tinha um sorriso no rosto, achando que a única coisa que poderia mudar ela era sua vontade de ver as coisas melhorarem.
Vida cruel? Sempre, Judas escondia alguns segredos de seus amigos, que vinha com algumas marcas pelo corpo. Quando a chuva caia e molhava suas costa, ele sentia um ardor profundo. Sua Costa estava novamente marcada, o diretor do orfanato tinha lhe batido. Tudo porque descobriu que ele tinha arranjando alguém. O prazer do diretor do orfanato era ver a dor e ouvir os gritos de pavor do garoto sendo torturado por ele.
A única coisa que o fazia ser prender naquele inferno de orfanato, era seu irmãozinho. Felipe era um garoto de cabelos loiros e olhos castanhos de 9 anos.
- Novamente me desobedecendo, Judas? – disse o diretor com um humor sádico na voz. – Eu já disse que odeio pessoas me desobedecendo. E você sabe disso.
- Mas eu não.. eu não.. – Judas choramingava pedido clemência para o diretor.
Seu irmão que estava no quarto encolhido, com seus pequenos olhos arregalados.
- Não foi culpa dele. Foi... Foi... – a voz do garoto morreu quando o chicote estalou no ar e se prendeu na costa de Judas.
O garoto gruniu, como um animal pego em uma armadilha, seu grito chegou em sua garganta e entalou ali morrendo. Judas contava. Um, dois, três. A cada chicotada que recebia, sentia seu corpo inflando de dor, sangue escorria pela Costa do garoto, o pequeno que estava em volta de seu abraço protetor chorava ao ver o irmão aguentar as chicotadas por seu irmão.
Judas sabia que se gritasse, o diretor pioraria as chicotadas, ele já estava na decima primeira, quando seu corpo não aguentou a dor e seu corpo expediu o grito que antes tinha morrido em sua garganta. As outras crianças tinham medo do diretor e sempre faziam o que ele mandava. Muitas que saíram do orfanato, preferiam mora na rua do que ser torturado por ele.
- Voce e tão bonito, tão belo. – disse o diretor olhando para Judas que escorria sangue. – Pena que prefere outros a ficar comigo, prefere me desobedecer a me ter. Eu disse que se ficasse comigo, tudo ia melhora.
O diretor era um antigo soldado, seus olhos eram tao negros quanto a noite, os cabelos sempre aparados social, o rosto era sério e marcado pelo Sol. Seu corpo era forte, com uma barriga de cerveja, o rosto triangular o que deixava seu nariz ainda mais grande. Ele encarava o garoto com aqueles mesmo olhares sádicos.
- Voce esta vendo Felipe? – disse ele num tom de aviso. – O que voce fez! O que ser enxerido demais causa, seu irmão está apanhando por voce. Para servi de aviso para nunca mais ir mexer em minhas coisas.
Ele foi ao banheiro e lavou o chicote. Oliver eram um diretor bondoso, antes de sua esposa morrer com câncer. Depois disso, sempre bebia e abusava das crianças, o que deixava Judas furioso e partia para cima dele, defendendo aquelas crianças.
Ele pensava em fugir, mas com o dinheiro que ele ganhava como cantor na boate, não dava para pagar um aluguel e se manter. E ainda tinha o Felipe, que era Novo demais para mora na rua ou passar fome. Então ele ajudava no que o irmão precisava. Já que a bolsa que ele tem foi integral entrando na faculdade.
- Me desculpa. Me desculpa. – era as palavras que o pequeno dizia ao ver o irmão marcado e sangrando.
- Já sabe o que fazer.
Judas ensinou o irmão a cuida dele, se ele fosse para o hospital seria feitos varias perguntas e como o diretor era conhecido e tinha contatos, estaria fora da cadeia e perseguindo o garoto ainda mais. Felipe limpava seu irmão com as mãos ágeis, porém ainda trêmulas. Felipe choramingava enquanto fazia seu trabalho, sempre falando desculpa, como amenizando a situação.
Antes dele cair na cama, Judas tomou um banho e Felipe terminou de cuidar seus ferimentos.
- Eu nunca ia deixar ninguém mexer com você. – disse Judas caído na cama.
Seu corpo coria o quanto antes Para cicatrizar as feridas abertas.
- Dorme aqui, maninho. – disse Judas não tentando chora.
Ele prometeu que na morte de seus pais, ele cuidaria de seu irmão, que nada ia acontecer.
Se deitou nas pernas do baixinho e dormiu.
Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.
Se não fosse a buzina do carro a sua frente o ter despertado, ele teria sido atropelado.
- Olha por onde anda Moleque. – respondeu grosseiro o dono do carro.
- Cala a boca. – rebateu irritado.
A boate era no centro da cidade, pra dizer na verdade, uma das mais bem frequentada, os primeiros minutos logo que aberta era de Judas, que cantava para as pessoas, qualquer tipo de música. Naquele dia era MPB.
A chuva o deixou todo molhado e logo foi se trocar, ele era tímido e não tinha muitos amigos na boate, apenas conversa com seu chefe que era o dono da boate e um grande amigo. Com uma calça apertada e uma camisa regata com outra por cima para completa seu look.
A cada casa estava lotada, as pessoas sentavam em seus bancos, para primeiro ouvirem o garoto cantando. Música era a única coisa que tirava o garoto dali e fazia ele sentir outra Pessoa, sem problemas, sem irmãozinho para cuidar, sem nada para lhe atrapalhar.
Não era o estilo dele, mas quando cantava, passava sua angústia e medo toda na letra, com o detalhe de transmitir o amor que tinha dentro de si. Naquele dia, ele cantou devolva-me da Adriana Calcanhoto. Ele segurou as lágrimas para não chora. As pessoas o observavam enquanto ele cantava com os olhos fechados.
Depois que terminava de seu show, ele ir para lista de dança. Ainda tinha que cumpri o horário, então preferia extravasar dançando. Judas tinha seu lado sensual o que ninguém via fora daquela boate. Sua dança era provocante e ao mesmo tempo misteriosa. Ele seduzia quem quer que fosse com seu olhar e seus movimentos.
Seu lema naquelas horas era pegar e não se apaixonar. Não Queria ter seu coração quebrado novamente e não queria ter ninguém arrastado para sua vida e para seus problemas. Ele queria alguém que por alguns minutos desse prazer para ele.
- Ola. Você bem sempre aqui? - perguntou um carinha ao seu pe do ouvido dançando de Costa para ele.
- Sim, porém nunca vi alguém bonito como você. – respondeu Dando um sorriso para ele.
Os dois dançavam, Judas dia e envolvia o garoto em sua dança, como um animal que prepara sua armadilha para dar o bote. O garoto era bonito. Não deveria ser da cidade, seus belos olhos azuis e cabelos ruivos os destacavam. Era mais alto e mais forte que o garoto. Seu rosto e estilo de roupa, denunciava que ele era rico. Um garoto egocêntrico e burro.
Esse era o estilo que Judas gostava, era esse que ele gostava de seduzir e manipular e depois jogar fora. Namora? Jamais, isso ia de contra a sua regra número dois.
Nunca em hipótese alguma, namora alguém rico. Nada de se prender. Judas se considerava um espírito livre nessas horas e já viu muitos deles prometendo rios e fundos para seus colegas da boate apenas para tirarem aproveitou da situação e depois jogarem fora.
Judas não era assim, o lado sociopata do garoto o fazia diferente de todos daquele lugar, ele gostava de jogar, gostava de ter o controle da situação e não o contrário. Ele gostava de mandar nos meninos ali, porque sabia que a maioria que ia atrás dele só o queria para o sexo e nada mais.
Príncipe como era conhecido pelas noites de Manaus, era assim. Um prêmio que muitos queriam, mas ninguém conseguiu. Houve proposta de sexo por dinheiro, o que ele aceitou para ajudar na escola do seu irmão e para compra coisas novas para o seu baixinho. Ele não se orgulhava disso e também nunca contou pra alguém.
O garoto tinha um sotaque gaúcho, chegou mais perto dele e roubando o beijo do pequeno Príncipe. Enquanto o beijava abriu seus olhos e viu seu chefe o olhando e rindo no bar tomando sua bebida. Pensava consigo mesmo. “mais uma vítima do Príncipe” ou como ele chamava o garoto de pinguim.
O gaúcho tinha um beijo insaciável e aquilo deixou Judas ainda mas curiosos. O que fez tudo para foi ao tocar a Costa do garoto.
- Voce está bem? – perguntou o garoto ao pé do ouvido.
- Sim. É so que já deu minha hora. – disse Judas olhando para o garoto.
- Podemos então sair daqui para algo mais privado. O que achas?
O gaúcho deu um sorriso safado para o garoto.
- Eu pago o que quiser. – disse ele aumentando seus argumentos. – Podemos ir?
- Eleazar. Venha aqui! – disse seu chefe na hora.
- Eu preciso ir. Mais quem sabe nos nós vemos por aí. – disse tirando o último beijo dele.
O gaúcho o pegou pelo pulso o forçando a voltar.
- Posso saber o seu nome? – perguntou ele. – Eu me Chamo Daniel.
Judas riu com o sorriso travesso que Daniel deu para ele. O deixando ali na pista.
- Eu estava curtindo, sabia. – disse Judas tomando um gole do copo de seu chefe.
- Está aqui seu pagamento. – disse ele entregando o envelope para seu o garoto.
Não era muito, já que ia uma vez na semana cantar na boate. Ele olhou para o relógio e saiu correndo. Que saco, que saco, que saco, mal dia, mal dia, mal dia. Ele correu para a parada de ônibus, sua sorte de que consegui pegar o último. O último 515 que saiu. O trajeto era, pegar o ônibus 22:00 horas, chegar no terminal 2 as 22:20 e depois chegar 22:45 no bairro. Mas a droga do garoto me deixou confuso e esquecendo da minha vida. Eu peguei o último 22:50 e isso me fez chegar em casa quase meia noite.
Judas entrou desfiando a lei do silêncio, não se movimentado, só que o chão de madeira Rangel, logo em seguida a luz do corredor se acendeu, lá estava o diretor na minha frente com seu chicote com pontas de ferro. Seus olhos emanava irá e uma loucura.
Em seu coração era uma escola de samba.
Felipe estava dormindo, Judas fechou a porta. O diretor estava atrás dele. O encochando, seu membro estava forçando contra a bunda do garoto. O diretor beijava o pescoço do menino. E Judas gemia.
- Eu quero você. – disse ele como se tivesse num limiar entre a consciência e o desejo. – Quero ter você.
Judas se virou e enrosco as maos em volta do pescoço do diretor, deu um sorriso safado e se inclinou para falar ao pe do seu ouvido. Gemeu ao ouvido vendo o diretor delira ao ouvir e sentir um beijo suave em seu pescoço. Quando viu que ele não tinha mas o chicote em suas mãos fez o movimento ser rápido. Chutou os ovos do diretor que se contorceu de dor, caindo de joelho, deu um murro na cara dele.
- Da proxima vez que chegar perto do meu irmão. Eu mato voce.
Judas não era um garoto tão indefesos assim. Ele se banhou e ficou pensando no gaúcho que encontrou na boate, se deu um sorriso alegre e viu seu irmão deitado na pequeno cama de solteiro. O acaraciou seus cabelos loiros e deu um beijo em sua testa. O garoto se remexe para achar um posição Boa e voltou a dormi.
- Tudo vai dar certo, minha corujinha.
Então fitou a luz da lua que iluminava o pequeno quarto dos dois.
Judas naquela noite chorou, em silêncio, dizendo para si mesmo que tudo ia mudar.