Dois irmãos - Cap 3
Abri os olhos com a luz da janela batendo no meu rosto, ia me mexer quando senti que o braço do meu irmão estava em cima de mim e o seu corpo bem próximo ao meu, ele estava me abraçando apertado e ainda dormia, como estávamos em mês de férias escolares, podíamos dormir até mais tarde todos os dias, mas eu não conseguia perder o hábito de acordar cedo. Eu não tinha coragem de me mexer, não queria acordar meu irmão, e por mais que eu tenha demorado alguns minutos pra admitir pra mim mesmo, eu estava gostando de ter ele tão perto de mim. Algum tempo se passou e ele se mexeu, se encostando ainda mais no meu corpo, foi quando eu senti algo que eu nunca havia sentido antes, seu pau estava duro e pressionando minha bunda, eu não consigo descrever a cara que eu fiz, na verdade eu levei um susto, a pouco tempo meu corpo tinha começado a mostrar esses sinais de excitação, que pra falar a verdade, eu nem entendia direito, mas sentir o membro do meu irmão pressionado em mim, fez o meu pau endurecer na hora, eu me senti estranho e errado, ele era meu irmão e era um homem! Tudo bem é verdade que até hoje, eu nunca me senti atraído por nenhuma menina, mas também não tinha me sentido atraído por nenhum menino. Eu era até zoado pelos meus amigos por já ter quase 15 anos e nunca se quer ter beijado alguma menina. Resolvi que não podia mais ficar ali, lentamente eu fui me mexendo e me desvencilhando do abraço do meu irmão, tomando muito cuidado pra não acordar ele, quando finalmente consegui, fiquei em pé ao lado da cama e o olhei dormir, como meu irmão era lindo! Ele estava apenas com uma samba canção e o volume nela era enorme, suas pernas eram grossas e uma fina camada de pelos cobria elas, eu sabia que ele se depilava por causa da natação, mas nunca tinha parado pra reparar nisso, sua barriga, seu peito, eram tão diferente dos meus, eu era magrelo, talvez um pouco definido, mas nada perto do meu irmão, olhei seu rosto e ele estava em um sono profundo, teve um momento que ele até chegou a sorrir, e eu fiquei muito curioso pra saber o que ele estava sonhando que o deixava tão feliz.
Acordei dos meus pensamentos, aquilo estava errado, ele era meu irmão e era apenas assim que eu poderia olhar pra ele, fui até o banheiro no corredor, joguei uma água no rosto e desci pra cozinha, onde achei um bilhete da mamãe em cima da mesa.
"Tive que ir socorrer um paciente de madrugada, se vocês acordarem e eu não estiver em casa provavelmente estarei de plantão, preparem o café da manhã de vocês e se arrumem, após o almoço vamos atras de um advogado. Amo vocês"
Era normal aquele tipo de coisa acontecer, já estou acostumado, minha mãe era médica desde antes de eu nascer, e mesmo quando ribeira pequeno, muitas vezes a minha avó vinha dormir aqui em casa porque ela ia ter que passar a noite trabalhando, mas o que mais me deixou surpreso foi a parte do advogado, quer dizer que ela ia mesmo fazer algo sobre o que aconteceu no dia anterior, aquilo me deixou preocupado, eu achei que aquilo seria apenas esquecido, mas claramente eu estava enganado.
“Bom dia irmãozinho” - meu irmão apareceu na cozinha enquanto eu estava com o bilhete na mão “O que é isso na sua mão?”
Eu o olhei lá parado só de samba canção, e por mais que eu tentasse não consegui deixar de reparar no seu corpo, eu já o tinha visto daquele jeito varias vezes, mas algo estava diferente.
“É um bilhete da mamãe, ela teve que ir trabalhar de madrugada, mandou tomarmos café e nos arrumarmos, nós vamos a um advogado” - eu olhei bem pra seu rosto pra ver sua reação.
“Que bom que a mãe barbearas brincando né Lucas, aquele filho da puta não pode ficar impune depois do que fez com você” - enquanto falava ele foi a geladeira e pegou 3 ovos, ele comia isso sempre no café da manhã, mas pude perceber que enquanto ele falava ele estava com muita raiva, sua voz estava mais incisiva e seus movimentos ficaram mais duros, aquele assunto realmente o deixava nervoso.
“Você acha mesmo que devemos fazer algo contra ele Pedro? Ele é seu professor desde que você é novinho, eu achei...”
“Seja lá o que você tenha achado, achou errado! - ele me interrompeu bruscamente - “eu odeio o Marcos, eu não gosto nem de me lembrar da cara daquele babaca olhando pra piscina enquanto você se afogava e não fazendo nada, seja lá o que mamãe quiser fazer, nós vamos apoiar tudo bem?”
“Tudo bem” - nem se quisesse eu poderia ter respondido outra coisa, não queria deixar meu irmão ainda mais irritado do que ele já estava “Eu já tomei café, vou subir e me trocar pra quando a mamãe chegar”
Subi as escadas direto pro meu quarto e tranquei a porta, coisa que eu não costumava fazer, na verdade eu não tinha comido nada, mas eu estava muito nervoso e passaria mal se colocasse qualquer coisa na boca, eu estava com medo, com medo dos meus pensamentos, com medo de estar olhando pro meu irmão da forma que eu estava, com medo do que ia acontecer com essa coisa de advogado... Mas eu não iria contrariar a mamãe e meu irmão, afinal de contas, eles sabem o que é melhor pra mim.
Mamãe passou em casa depois de umas duas horas depois da ultima vez que eu e meu irmão havíamos nos falado na cozinha, no tempo em que estive no meu quarto, ele não apareceu lá, eu me arrumei e fiquei deitado perdido nos meus pensamentos. Já no carro, só a minha mãe falava, ela não pretendia fazer nada contra o clube, ela iria processar o Marcos, meu antigo professor, e assim ela fez, chegamos no advogado e eu tive que contar toda história pra ele umas 3x, e algumas vezes eu era interrompido pelo meu irmão que com raiva acrescentava coisas que ele tinha visto de fora. Estava feito, formalmente havia um processo feito contra meu antigo professor, e isso pareceu deixar minha mãe e meu irmão felizes, já eu simplesmente me sentia triste, pequeno e indefeso, com as pessoas tendo que cuidar de mim, como se eu fosse um peso.
No carro de volta pra casa minha mãe ligou o rádio e todos voltamos em silêncio, meu irmão segurou a minha mão e a apertou, eu olhei pra ele que estava com o olhar fixado em mim “Está tudo bem, nós cuidamos de você porque te amamos” - e quase sussurrando ele acrescentou - “eu te amo”
Aquilo fez eu me arrepiar inteiro, parece que ele estava dentro da minha cabeça e estava lendo todos os meus pensamentos, mas ouvir aquilo me deixou muito mais tranquilo, eles me amavam, eu não era um fardo, o que eu esperava agora era que ele não pudesse ler os meus outros pensamentos, os pensamentos que envolviam ele, seu corpo, seu toque, esses pensamentos ele nunca poderia saber.
(Obrigado a todos pelos comentários e dicas, continuem porque é muito importante pra mim saber a opinião de vocês, ainda tem muita coisa pra acontecer nessa história! E respondendo a um comentário, esse conto é fictício)