Guilherme acordou passando mal naquela manhã, mas não falou nada. Aquele era o dia da formatura de Felipe. Todos estavam na expectativa daquele momento, afinal esse era o grande dia de Felipe. Guilherme entrou no banheiro e começou a vomitar, ele se assustou quando viu sangue. Sozinho, o jovem chorou copiosamente. Ele sabia que a cada dia sua vida estava sumindo.
Felipe: (batendo na porta do banheiro) – Amor? Tá tudo bem?
Guilherme: (se recompondo e desligando a água do chuveiro) – Sim amor. Estou ótimo.
Felipe: - Sua mãe me chamou lá na sala. Vou descer e já volto. Vai se arrumando, tá?
Guilherme: - Pode deixar. (levantando e se olhando no espelho)
Nariko também não esperava a hora de receber o diploma, afinal eles batalharam muito por aquilo. Ela e Wong decidiram estrear todos os cômodos do apartamento, mas apesar da alegria, a japonesinha se sentia triste pelo amigo.
Nariko: - Me sinto tão culpada…. (acariciando o peito de Wong)
Wong: - Fica assim não. O Guilherme não gostaria de ver vocês tristes, pelo menos não hoje.
Nariko: Fico pensando no Felipe. Ele vai ficar despedaçado.
Wong: - Ele ama muito o Guilherme, né?
Nariko: - Demais.
Wong: - Tá quase na hora. Vamos?
A formatura aconteceu na área externa da Escola de Intercâmbio. O jardim estava impecável. Felipe chegou acompanhado de Guilherme, Leopold, Anastácia, Tchubirubas, Celestina, Alfred, Kiran e Kiara. Infelizmente, a família de Keity não pode participar do evento, mas mandaram uma mensagem para a filha. Os pais de Nariko participaram através de uma transmissão pelo msn. A cerimônia iniciou e Felipe se lembrou de tudo que viveu para chegar naquele momento. Das horas de estudo, do trabalho que fez, dos amigos que cativou e de Guilherme que o ajudou em toda caminhada.
Felipe: - Obrigado Deus.
Todos se emocionaram com a formatura. Aquele foi um momento de celebração para todos os estudantes. Enquanto Felipe comemorava, Anastácia percebeu que Guilherme estava agindo de forma estranha.
Anastácia: - Tá tudo bem?
Guilherme: - Até que tá. Digo… a vida vai me privar de tudo isso.
Anastácia: (tentando não chorar) – Filho. Eu sinto muito.
Guilherme: - Não quero ir como um covarde sabe?
Anastácia: - E você não vai.
Guilherme: - Mãe. Promete que vai cuidar dele? { olhando para Felipe)
Anastácia: - Prometo.
Guilherme: - Quero que ele tenha uma vida maravilhosa. Que vai ser bem sucedido. Quero que ele tenha oportunidades.
Anastácia: (pegando no ombro de Guilherme) – Claro que sim.
Leopold: - Atrapalhando o momento mãe e filho?
Anastácia: - Claro que não.
Leopold: - O Alfred foi à frente, organizar a surpresa dos formandos.
Felipe se aproximou de Guilherme e lhe deu um beijo bastante demorado. O jovem ficou sem ar e perguntou o motivo do beijo.
Felipe: - Porque eu não quero nem por um segundo que você esqueça do quanto eu te amo.
Nariko: - Oi, meninos. Então? Onde vamos celebrar?
Felipe: - O pai do Guilherme pediu para nos direcionarmos ao apartamento.
Nariko: - Tá bom, mas vou com vocês, o Wong sumiu.
Kaity: - Vou sentir tantas saudades daqui.
Nariko: - Ei, reunião na casa do Guilherme.
Kaity: - Eu topo, o meu namorado me abandonou de qualquer jeito.
Guilherme: - Você decidiu perdoar de vez o Dylan?
Kaity: - Sim, mas ele ainda tá em condicional. (rindo)
Anastácia: - Crianças? Vamos...
Wong, Dylan e Alfred, organizaram todo o lanche da comemoração. Fotos dos formandos estavam espalhadas por todo o lugar. Felipe, Kaity e Nariko se assustaram quando viram que era uma festa para eles. Paris chegou atrasada, como de costume, e deu um abraço apertado em todos os amigos.
Paris: - Eu queria tanto ter ido, mas a vida adulta é muito difícil.
Leopold: - Eu que o diga. (abraçando a esposa)
Felipe: - Pelo menos você está aqui. Celebrando a nossa vitória. E aproveitando esse momento... que tantas pessoas que eu amo estão no mesmo lugar, eu gostaria de propor um brinde. (pegando uma taça)
Paris: - Espera aí. (enchendo o copo) – Agora pode fazer.
(Todos rindo)
Felipe: - Bem. Quero agradecer a todos os envolvidos na nossa caminhada. Eu, Nariko e Kaity, não conseguiriam sem a ajuda de vocês. Também quero agradecer ao amor da minha vida por toda a paciência, obrigado. Espero que seja mais um passo para uma vida maravilhosa. (erguendo a taça) – Saúde. (tomando)
Todos: (saúde)
Guilherme: - Eu também gostaria de falar alguma coisa. (falando bem baixo)
Todos: (rindo e conversando)
Guilherme: - Amor. (sem forças, tenta chamar a atenção de Felipe)
Felipe: (conversando com Anastácia e Leopold)
Guilherme: (coração acelerando) – Eu... eu... eu... (falando baixo)
Tchubirubas: (chega perto de Guilherme e começa a latir) – Ele tá passando mal.
Guilherme: (desmaia)
O hospital havia se tornado parte da vida daquela família. Naquela sábado chovia bastante em Londres. Os corredores daquele lugar pareciam frios. John chegou apressado no hospital, nem se importou com a chuva que caia naquele lugar.
John: - Como ele está?
Felipe: - Eles não falam nada. Ele... ele... (chorando)
John: (abraçando Felipe) – Calma. Você precisa se manter firme agora.
Felipe: - Eu não sei se consigo.
Nariko: - Eu me sinto tão impotente.
Dylan: - Fico pensando nos pais do Guilherme.
Wong: - Eu também. É de cortar o coração. Sabe... é a primeira vez que alguém próximo de mim vai morrer. (ficando com os olhos vermelhos) – Eu... eu vou até o banheiro, com licença. (saindo)
Dylan: (deixa uma lágrima escorrer no seu rosto)
Kaity: (limpando o rosto do namorado) – Pelo menos... ele... ele pode se despedir. Sabe que o Felipe vai ficar bem, a família está unida.
Nariko: - Verdade.
O médico chamou os pais de Guilherme para seu escritório. Infelizmente, as notícias não eram nada boas. O tumor de Guilherme havia crescido muito, e ninguém sabia se o jovem acordaria ou não. Leopold se desesperou e chorou copiosamente. Guilherme respirava com ajuda de aparelhos, e recebeu a visita rápida de seus amigos.
Anastácia: - Meu filhinho. Te amo. (beijando a testa de Guilherme)
Leopold: - Eu sinto muito filhinho. Desculpa se o papai fez algo pra você.
Nariko: (se abraçou com Wang)
Kaity: - Chorava de mãos dadas com Dylan.
Celestina: (passava as mãos na cabeça de Guilherme) – Eu te conheço desde menino, né? Obrigado por existir na minha vida.
Felipe: (sentado ao lado da cama, apenas chorava)
John: (estava com os olhos vermelhos, mas evitou chorar na frente de Leopold)
Felipe pediu para dormir naquela noite ao lado do namorado. Nariko chegou em casa, pegou uma dos cartões de memória de sua câmera, e começou a editar alguns vídeos, na maior parte do tempo, ela precisava parar para se recompor. Kaity pegou seus pertences na escola de intercâmbio e se mudou para a casa de Nariko.
Kaity: (chorando enquanto olhava para uma fotografia)
Nariko: - Amiga. (sentando ao lado de Kaity)
Kaity: (mostrando a foto) – Essa foi uma das primeiras fotos que tiramos juntos. Nunca vou esquecer vocês. (abraçando Nariko) – Obrigado por ser a minha melhor amiga.
Nariko: - Eu que agradeço. E não importa a distância... a gente sempre terá uma a outra.
Kaity: - Sim. Sempre teremos uma a outra. (abraçando Nariko)
Felipe estava abraçado com Guilherme, ele sentia o coração do esposo bater, mas sabia que seria por pouco tempo. Felipe lembrou de todos os bons momentos que passou ao lado de Guilherme, a viagem no avião, a explosão do aeroporto, os beijos, caricias e o sexo.
Felipe: (com os olhos vermelhos) – Você é lindo até mesmo morrendo. Eu fui o cara mais sortudo, pude te conhecer, amar você. Desculpa por não poder salvar você. Eu queria fazer alguma coisa, mas não sei. (chorando) – Me perdoa, Guilherme.
Leopold: (pegando no ombro de Felipe) – Eu me sinto da mesma forma. Eu não posso salvar o meu filho. Eu não posso.
Felipe: (levantando e abraçando o sogro)
Leopold: (se recompondo) – Desculpa. Eu não queria te atrapalhar, mas não conseguia ficar em casa.
Felipe: - O senhor não está atrapalhando. Eu... eu estava...
Leopold: - Conversando com o Guilherme. Eu sei. Eu posso?
Felipe: - Pode. Eu vou deixar o senhor mais a vontade. Vou pegar um café para nós. (saindo)
Leopold senta ao lado de Guilherme e pega na mão do filho. Ele sabe que no início foi muito duro com Guilherme, principalmente por muitas coisas que falou. O som dos aparelhos deixava Leopold tenso, ele não gostava da idéia de pensar na morte, e ali estava ele, de mãos dadas com o filho que estava prestes a morrer.
Leopold: - Desculpa. Desculpa se o papai foi um idiota. Eu esperava que você crescesse e tivesse seus filhos para ver como é. A gente só quer o melhor para vocês, se eu tive alguma reação negativa na época que você se assumiu foi por pura ignorância. Lembro que eu chorei muito, mas a sua mãe fez eu pesquisar sobre o assunto. (rindo e chorando) – Eu fiquei tão preocupado com o que as outras pessoas iriam falar, que esqueci o principal filho, você. Graças a Deus, eu tive tempo de me redimir. Só queria ter a oportunidade de dizer que eu te amo. (apertando firme a mão de Guilherme) – Eu te amo filho. Volta pra gente. Tem tanta coisa que eu quero dizer. (chorando)
Guilherme: - Ai.
Leopold: (assustado) – Guilherme?
Guilherme: - Pai? O que aconteceu? (com a voz baixa)
Leopold: (sem saber o que fazer) – Fi...filho... espera aí. (correndo até o corredor) – Um médico!
Felipe: (correndo) - O que aconteceu?
Leopold: - Ele acordou. Vá lá. (indo até a sala do médico)
Sim, Guilherme acordou para a alegria da família, mas nem tudo eram flores. O jovem estava cego, o tumor aumento do tumor causou várias seqüelas em Guilherme, e uma delas foi a perda da visão. Todos choraram muito com a notícia, o jovem estava assustado, mas não queria deixar transparecer para a família.
Médico: - Infelizmente isso vai só piorar. Muitos pacientes melhoram milagrosamente antes de... antes de...
Leopold: - Antes de morrer. Mas o Guilherme não está melhor...
Felipe: - Acho que ele veio se despedir. (com lágrimas nos olhos)
Anastácia: (chorando)
Celestina, o que podemos falar dela? Uma mulher que surgiu na vida dos Thompsons como um anjo. Sempre protegeu o Guilherme, mesmo nos momentos de tribulações. A mulher estava ciente que o ‘filho’ poderia ir embora em qualquer momento.
Celestina: - Filho. Acho que a minha missão aqui está quase se cumprindo. Você cresceu, e como cresceu, virou um homem lindo, uma pessoa do bem. Eu não tenho mais o que fazer aqui sem você. Eu sei que o Felipe vai ficar bem, ele se inspira tanto em você. Espero que você faça uma boa passagem.
Guilherme: (acordando) – Quem... Celestina?
Celestina: - Sou eu filho. (pegando na mão de Guilherme)
Guilherme: – Você disse algo?
Celestina: - Não.
Guilherme: - Cadê o pessoal?
Celestina: - Foram tomar café. Já voltam.
Guilherme: - Desculpa por preocupar vocês.
Celestina: - Não fale bobagens. Isso é culpa dessa doença, não sua.
Guilherme: - Preciso te contar uma coisa. Eu escrevi meu testamento... (rindo) – Desculpa, mas eu pareço um velho falando assim. Enfim, eu deixei uma boa quantia em dinheiro para você, e a casa de praia de Porto Estrela. Sei que você adora aquele lugar. Você não está desamparada. Meu pai também vai te ajudar. Você cuidou tanto de mim, agora é a nossa vez de retribuir.
Celestina: - Eu não preciso de tudo isso. Eu sou feliz com o que tenho.
Guilherme: - Faça isso por mim, por favor. (apertando a mão de Celestina)
Celestina: - Tudo bem. (cruzando os dedos) – Eu faço.
Guilherme não podia ver, mas sentia todo o amor que recebia das visitas. Até os primos que não tinha muito contato foram o visitar, alguns tios, porém a avó do jovem não compareceu. Na verdade, o jovem nem se ligou a esse detalhe. Felipe decidiu levar Tchubirubas para o hospital. O cachorro ficou muito feliz quando viu Guilherme.
Guilherme: - Garoto bonzinho. Ei. Fica aqui entre nós... cuida do Felipe, ta?
Tchubirubas: (lambendo Guilherme) – Você precisa ir né? (chorando) – Obrigado por tudo. Eu sempre serei grato.
Guilherme: - Eu sei. Vou sentir saudades de você. O único e melhor cachorro que eu tive na vida.
Kiran: (correndo) – Guilherme.
Kiara: - Guilherme.
Guilherme: - Olha só.
Kiran: - Eu não quero que você vá. (abraçando o irmão)
Kiara: - Não é justo. A mamãe nos contou tudo. Eu não entendo. (abraçando Guilherme)
Guilherme: - Meus amores. (beijando os irmãos) – Faz parte da vida. Agora a mamãe e o papai vão precisar bastante de vocês. Espero que vocês sejam bonzinhos e sempre obedeçam eles, por favor.
Kiara: - A gente promete.
Kiran: - Eu prometo.
Anastácia: - Agora vamos deixar o Guilherme descansar?
Kiran: (abraçando Guilherme e o beijando no rosto) – Te amo.
Guilherme: - Também te amo pequeno.
Kiara: - Te amo. (abraçando forte o irmão)
Guilherme: - Também te amo.
Anastácia: - Vamos. (levando os filhos)
Guilherme: - Deixa o Tchubis ficar um pouco mais. (pegando no cachorro)
Tchubirubas: (lambendo Guilherme) – Isso mesmo.
Paris não queria visitar o amigo. Ela ainda não estava preparada para perder o Guilherme. A jovem pegou um álbum e lembrou de todos os momentos que havia passado ao lado do amigo. Eles se conheceram na escola e não se desgrudaram mais.
8 anos antes
Jimmy: - Você é um maricas, Guilherme. (empurrando Guilherme)
Paris: - Ei. (pegando o braço de Jimmy e dando um golpe de jiu-jitsu) – Quem é o mariquinha agora?
Jimmy: - Me solta garota. Eu não quero te bater.
Paris: (dando um mata leão em Jimmy) – Você me bater?! Agora me fala... quem é o maricas? (apertando forte)
Jimmy: - Eu sou o maricas. Eu sou.
Paris: (saindo de cima do garoto) – Ótimo. (ajudando Guilherme se levantar e o beijando na boca)
Guilherme: (beijando Paris)
Paris: - Vamos. (pegando na mão de Guilherme e o levando embora)
Sim. A forma como Guilherme e Paris se tornaram amigos foi bem peculiar, eles se tornaram grandes companheiros. Steve chegou em casa e encontrou a noiva deitada sobre um monte de fotos. A situação era grave, uma vez que Paris tomou sozinha dois potes de sorvete.
Steve: - Vamos. Levanta.
Paris: - Eu não quero. Eu não vou.
Steve: - Ele é o teu melhor amigo. Você precisa estar ao lado dele.
Paris: - Você parou para pensar que ele não vai estar no meu casamento? Ele não vai ser o padrinho?
Steve: - Paris. Amor. (sentando ao lado da noiva) – Ele precisa de você. E não tem muito tempo. Ele quer você lá.
Paris: - Eu não sei. (levantando e indo até o quarto)
John. John foi um dos primeiros namorados de Guilherme. Eles ficaram juntos por pouco tempo, mas foi o suficiente para o empregado de Leopold se apaixonar. Ele fez muitas coisas para tentar conquistar o amor de Guilherme, mas resolveu desistir para buscar a própria felicidade.
John: - Eu ainda não gosto desse cachorro.
Tchubirubas: (rosnando)
Guilherme: - Ele é um amor.
John: - Guilherme. Vim te pedir desculpas. Eu sei que não fui um ex-namorado muito saudável, mas quero que saiba que você me fez muito feliz.
Guilherme: - Fico feliz em ouvir isso. Eu sei que sou inesquecível. (brincando)
John: - Bobo. Sempre um bobo. (abraçando Guilherme)
Guilherme: - E cuida bem do Wallace. Ele é um cara muito legal.
John: - Eu vou.
Nariko e Kaity choraram bastante ao encontrar Guilherme. Elas que conheceram o jovem através de Felipe não conseguiam suportar a idéia de ele morrer. Eles ficaram conversando por horas.
Guilherme: - Meninas obrigado. Vocês foram demais.
Nariko: - Vamos ficar um pouco lá fora. Os meninos estão lá também. Mandaram um abraço.
Kaity: - Sim, Guilherme. Obrigado por ensinar muitas coisas boas para gente. E, por ter sido um amor... até... até o fim.
Guilherme: - Vocês tiveram notícias da Paris?
Kaity: - Não. Ele deve tá vindo.
Nariko: - Sim.
Guilherme: - Kaity? Posso ficar sozinho com a Nariko?
Kaity: - Claro. Vou lá com o Felipe. (abraçando Guilherme e o beijando na testa) – Te amo. (saindo chorando)
Nariko: - Eu fiz tudo o que você me pediu.
Guilherme: - Eu deixei uma carta com a Celestina. Você vai seguir tudo que está lá, ta?
Nariko: - Sim. (abraçando Guilherme) – Te amo demais.
Já pensou como é para um pai perder o filho? Anastácia e Leopold estavam desolados, eles receberam mensagens de vários amigos e familiares, mas nada conseguia diminuir aquela dor. Eles pediram um momento a sós com o filho mais velho.
Leopold: - Você... você pode fazer um tratamento... algo diferente.
Guilherme: - Pai. Olha pra mim. Eu estou acabado. Eu não agüento mais. (chorando)
Anastácia: (chorando) – Se eu pudesse... eu trocaria de lugar com você.
Guilherme: - Eu sei disso. Mãe, pai. Tomem de conta dos meus irmãos. Eles são tão especiais. Fiquem juntos deles. Apóiem eles de todas as formas, não importa o que.
Anastácia: - Nós vamos.
Leopold: - Eu prometo que vou amor. (pegando na mão do filho)
Guilherme: - Eu deixei a minha herança... para o Felipe e a Celestina, mas queria que vocês os ajudassem a gerenciar tudo. Pai, mãe... (chorando) – Vocês não sabem como os dois foram especiais na minha. Eu quero que eles tenham tudo. Ajudem o Felipe a entrar em uma boa universidade, a gente nunca chegou a conversar sobre isso, mas sei que ele quer fazer uma. A Celestina merece descasar depois de me acompanhar por 18 anos.
Leopold: - Nós vamos cuidar de todos.
Guilherme: - Também deixei coisas para os meus amigos, só para eles lembrarem de mim.
Anastácia: - Você precisa descansar. Não precisa se preocupar com essas coisas.
Guilherme: - Eu sei, mas preciso.
Leopold: (beijando o filho e começando a chorar) – Você está sendo muito valente. Obrigado por me ensinar a ser uma pessoa melhor.
Felipe estava cansado, principalmente por ver o marido sofrer daquele jeito. Ele entrou no quarto, e deitou ao lado de Guilherme. Eles ficaram deitados por quase 20 minutos, em silêncio.
Guilherme: - Eu nunca te agradeci.
Felipe: - Por quê?
Guilherme: - Por você me deixar sentar ao seu lado no avião. Lembra que o bebê vomitou e a aeromoça pediu para eu sentar ao seu lado. Você foi tão gentil comigo...
Felipe: (chorando) – Eu fui, né? Fique tão bobão quando você me deu confiança.
Guilherme: - Pensei... meu Deus... como alguém pode ser tão desastrado? (rindo e tossindo)
Felipe: - Vou sentir muita falta de você. Do seu cheiro. Da sua voz. Da sua parceria. Eu não sei se vou me apaixonar por alguém.
Guilherme: - Não fale isso. Você tem 19 anos. Precisa encontrar alguém, que te ame, que respeite e te faça feliz.
Felipe: - Queria ver você na minha situação.
Guilherme: - Só me prometa que vai ser feliz?
Felipe: - É algo muito difícil de prometer. Eu te amo. (beijando o rosto de Guilherme e deitando com a cabeça encostada no peito do namorado) – Posso ficar assim?
Guilherme: - Pode.
Felipe: (chorando)
Guilherme estava cansado, os médicos precisaram colocar o aparelho de oxigênio nele. Os pais não saíram do lado dele, assim como Felipe e Tchubirubas. Celestina ficou cuidando de Kiran e Kiara. De repente, os aparelhos começaram a apitar, todos se levantaram.
Guilherme: - (respirando com dificuldade) – Pai, mãe, Felipe... obrigado...
(Nariko, Wong, Dylan, John, Steve, Kaity entram atrás de Paris)
Steve: - Amor...
Nariko: - Paris.
Paris: (abrindo a porta com toda força) – Espera. (pegando nas mãos de Guilherme) – Não vai, por favor. Eu preciso tanto de você. Quero que você participe do meu casamento. Tenho tantas dúvidas sobre isso. Não pode me deixar. (chorando)
Guilherme: - Paris. Minha... minha vadia preferida. (tossindo) – Olha em volta.
Paris: (olhando para os amigos e a família de Guilherme)
Guilherme: - Você não está sozinha. Nunca estará. De alguma forma... eu... eu sempre vou estar com você...
Felipe: (chorando e segurando a mão de Guilherme) – Eu te amo.
Guilherme: - A melhor parte é que eu também não estou sozinho. (fechando os olhos) – Estou com vocês.... só estou cansado... eu... vou... dormir....
Anastácia: (chorando abraçada com Leopold)
==
Boa noite, boa noite
Já é hora de dormir
A lua está vigiando
Você e seus sonhos
Boa noite, boa noite
Meu pequeno doce
Amanhã seus olhos
Eles irão acender o sol
==
Felipe: - Não. Por favor. Guilherme. (chorando)
Paris: (abraçando Steve)
Nariko e Wong: (chorando abraçados)
Kaity e Dylan: (abraçados)
Kaity: - Deus. (chorando)
Dylan: (chorando) – Calma amor.
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Mas boa noite, boa noite
Doc]
e sonhos por enquanto
Desça para dormir
No seu travesseiro de nuvens
Boa noite, boa noite
Meu doce amigo
Aventuras de amanhãs
Em breve começarão
As aventuras de amanhã
Em breve começarão
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Celestina: (olhando para a lua no céu) – Vá em paz meu filho. (chorando)
Felipe: - Adeus, meu amor. Te amarei para sempre!