Há alguns anos atrás, minha tia e meu tio completaram 20 anos de casamento e resolveram fazer uma viagem para comemorar as bodas. Meu primo, Guilherme, na época com 17 anos, ficou conosco o tempo da viagem dos pais. Apesar de quase maior de idade, o Gui dependia muito da mãe, que não queria deixá-lo sozinho. Como minha família sempre foi muito próxima, inclusive eu e ele, não houve dúvidas de como resolver o problema e, no dia da viagem, ele apareceu em casa. Minha mãe não havia contado sobre a estadia dele ali. Então, quando o vi chegar de mala e tudo em casa, fiquei eufórico. Apesar da diferença de idade, a gente costumava se dar bem. O Gui, como eu o chamava, costumava ir em casa quando minha tia ia visitar minha mãe e nós passávamos o tempo jogando no computador ou coisas do tipo.
O Gui tinha mudado desde a última vez que o tinha visto, lembro de ter sido uma das primeiras coisas que reparei quando o vi e corri dar oi. A pele estava queimada de sol, o cabelo mais comprido caindo do lado da cabeça além de ter encorpado. No dia, ele apareceu em casa de regata branca, uma bermuda preta dessas de futebol, chinelo e um boné virado para trás. Cumprimentou educadamente a minha mãe, despediu-se da minha tia e zoou comigo quando fui cumprimentá-lo.
- E ai, Gab!
- Fala, Gui!
- Gabriel - minha mãe começou enquanto entrávamos para casa - o Gui vai ficar um tempo aqui em casa, tá? Gui, leva suas coisas pro quarto do Gabriel, já deixei um colchão separado para você lá.
O Gui acenou com a cabeça e foi até o meu quarto. Eu o segui e continuei seguindo ao longo do dia. Coisa de garoto mais novo querendo agradar o mais velho e ganhar aprovação, sentir-se mais maduro. Almoçamos, passamos a tarde jogando videogame, jantamos, cada um tomou seu banho e fomos dormir.
Eu estava sem sono, então demorei para dormir. Quando estava quase pegando no sono, já meio grogue, ouvi o barulho do lençol se mexendo. Na escuridão quase completa do quarto, não consegui ver nada, só ouvia o lençol se mexendo e a respiração mais pesada do Gui acordado. Não me importei e caí no sono. Mas a situação se repetiu por alguns dias: algum tempo depois de deitarmos, o Gui começava a se mexer e sua respiração ficava ofegante. Na quarta noite, quando isso começou a acontecer, estava eu quase dormindo, como sempre, quando o Gui soltou um gemido baixou. Eu, assustado, perguntei:
- Gui, tá tudo bem?
Gui se revirou na cama, apressado, antes de me responder.
- Tu tá acordado, Gab? Não, tá tudo bem sim, vai dormir.
Esperei ouvir novamente os barulhos de sempre, mas não ouvi mais nada. Adormeci. Acordei de manhã com a conversa do Gui e da minha mãe na cozinha, mas sequer abri os olhos. Ainda estava abobado de sono, só registrei, pela porta aberta, que ele estava acordado e que os dois conversavam. Fiquei nesse estado intermediário entre desperto e dormindo até que ouvi o barulho do carro saindo da garagem e o Gui voltando para o quarto.
Ao contrário do que pensei, o Gui não voltou a deitar no colchão. Ouvi o barulho do computador ligando e tentei espiar o que ele estava fazendo. Quando abri um pouco os olhos, vi de relance ele sentado, sem camisa, em frente ao computador, antes dele se virar para mim e eu fechar os olhos novamente.
- Gab? Gab, tá acordado? - Gui perguntou.
Me fingi de morto. Ele esperou um tempo antes de começar a digitar. Me arrisquei a olhar novamente e vi a página carregando. Abriram várias imagens de mulheres e homens pelados, depois de olhar direito, vi que eram vídeos. Gui procurou alguma coisa na barra de pesquisa e mais uma vez se virou para mim. Fechei os olhos e pude ouvir o barulho de tecido, espiando vi que ele agora abaixara o calção, estava só de cueca, boxer branca, contrastando com a pele bronzeada. O video que ele pesquisara estava rolando, nele dois caras, novos, magros, estavam de pé em uma sala, pelados, enquanto uma garota, aparentando a mesma idade, se revezava em chupá-los.
Eu já vira pornô antes. O que me surpreendeu com o vídeo foi que, em certa altura, os garotos começaram a se beijar e, mais para frente, enquanto um deles comia a garota, ele também chupava o pinto do colega. Até então, o Gui só acariciava a rola por cima da cueca, mas quando os garotos começaram a se pegar, pude perceber que ele tirara o pau e batia uma punheta. Não conseguia ver, por ele estar de costas, mas meu próprio pau começou a endurecer com aquela cena e comecei a passar a mão nele. Os movimentos do braço do Gui se intensificaram a medida que o vídeo avançava, até que, jogando a cabeça para trás e gemendo, supus que ele tivesse gozado. Nesse momento, porém, ele me viu ali, deitado, punhetando enquanto assistia ele batendo uma bronha.
- Puta que pariu, Gabriel, que cê ta fazendo!
Na pressa e no susto, o Gui levantou da cadeira e pude ver a sua rola meia bomba, enorme, pendendo antes dele subir a cueca e o shorts.
- Hein, que cê tá fazendo cara, fala!
- Desculpa, Gui, eu só queria ver o vídeo.
- Cê tava fingindo que tava dormindo, isso sim! - ele já não parecia tão bravo. Como eu disse, ele era um cara legal com todo mundo.
- Não tava, não, Gui, eu juro! Acordei, vi você e não quis te assustar, só queria assistir...
Gui passou a mão pelo rosto e saiu do quarto. Voltou minutos depois e sentou no pé da cama.
- Sério, Gab, desculpa... cê não devia ver essas coisas...
- Ah, para, né, Gui... eu não sou criança mais.
Apesar da tentativa, devo ter soado tão infantil que ele riu e a tensão se quebrou entre a gente.
- Desculpa aí, oh, adultão! Quer dizer que cê fica vendo putaria na internet?
Eu senti o rosto esquentar mas não quis deixar ele perceber.
- Faz é tempo.
Ele riu novamente e deu uns tapas amigáveis na minha perna.
- Seu safadão... tua mãe saiu, disse que volta só à noite e que é pra gente pedir comida, ok? Agora vê se levanta e vai tomar café.