Continua...
-Como sentir alegria,se dentro de mim só há medo e angústia?-Perguntei baixinho,mantendo minha cabeça apoiada em seu peito,respirando devagar seu perfume.
-Esse é um assunto pra outra hora,Felipe!-Meu tio disse,enquanto levava seus dedos a minha nuca e massageava delicadamente.
-Tudo bem!-Concordei.
Por mim,teria permanecido em seus braços,sentindo seus dedos correr pelos meus cabelos,enquanto todo meu corpo se acordava para apreciar,aquele simples gesto.Mas nesse momento ouvimos uma batida suave na porta,e ao vê-la se abrir nós afastamos rapidamente,se colocando a uma distância segura um do outro.
Uma mulher de longos cabelos cacheados na cor castanho claro entrou,carregando em suas mãos uma bandeja,a qual depositou em cima da cama.
-Trouxe um pouquinho de sopa,filho!-Ela disse,enquanto me lançava um olhar amoroso.
-Tá bom mãe,obrigado!-Disse,um pouco envergonhado pela forma como ela me olhava.
-Fiquei bastante surpresa Alexandre de ter vindo aqui hoje,afinal fazia um tempo que andava sumido.-Ela disse,se virando e encarando meu tio,que estava do outro lado do quarto.
-Muita correria Angelica,e ai acabou não dando para fazer uma visita.-Disse meu tio.
-Hoje a Adriana passou aqui,e ela me falou que você está namorando.É verdade?-Minha mãe perguntou em tôm alegre.
-É verdade,já têm um mês que estamos juntos.-Meu tio confirmou,agora desviando o olhar dela e olhando preocupado em minha direção,mas fiquei de costas para ele.
Meu tio Alexandre estava namorando,mais qual era a novidade nisso?Ele era jovem, bonito e com tantas outras qualidades,que um dia acabaria conquistando alguém.Eu deveria me mostrar alegre e perguntar mais sobre a mulher que tinha conseguido esse feito,porém isso ficou apenas no deveria,pois a verdade é que saber que ele estava namorando,fez meu estômago revirar e uma mistura de raiva com tristeza nascer dentro do meu peito.
-Felipe?-Minha mãe chamou,me arrancando dos meus pensamentos.
-Sim!-Respondi.
-Quero que jante direito hoje rapazinho,então coma tudo.-Ela disse com um sorriso largo,saindo logo em seguida e deixando eu e meu tio a sós novamente.
-E então Felipe?A onde a gente estava?-Meu tio perguntou parecendo aliviado,caminhando em minha direção.
A sensação que eu tinha,era de que se abrisse a boca,iria vomitar.Por isso mantive o silêncio,e em passos lentos fui até a minha cama,aonde me sentei e abracei minhas pernas.
-Felipe,está sentindo alguma coisa?-Meu tio perguntou,perto o suficiente para eu notar a preocupação em seu olhar.
-Tava pensando...Têm um mês que você namora e têm um mês que você não vinha me ver,mas eu achei que era porque tivesse trabalhando muito e não tivesse tempo.-Disse após alguns minutos em silêncio,tentando não deixar transparecer o que estava sentindo e falhando miseravelmente nesta missão.
-Felipe a última vez que eu te vi,tivemos uma discussão feia e...-Ele tentou falar,se aproximando um pouco mais de mim.
-Eu achei que eu era importante pra você!-Disse,mais para mim do que pra ele,ignorando o que ele ia falar.
Meu tio me olhou de uma forma desesperada,e me surpreendendo mais uma vez aquela noite,se sentou ao meu lado,na minha cama.Atitude que ele nunca havia tomado!
-Felipe você é importante pra mim,muito mais do que têm idéia.-Ele disse,colocando uma mão em meu ombro,tentando fazer com que eu olhasse pra ele,mas passei a enncarar meus pés com bastante concentração.
-Tio Alexandre,vai embora por favor.Quero ficar sozinho!-Pedi,sentindo a tristeza aumentar ainda mais após suas últimas palavras.
-Felipe eu estava com tanta saudade,e você me dispensa assim?...Poxa,eu te...eh...eu te adoro tanto.Você é...eh...meu sobrinho favorito,sabe disso.-Ele disse rapidamente,sua voz saindo triste,com um pouco de angústia.
-Sua namorada deve ta te esperando,vai lá ver ela.Talvez daqui a um mês,a gente se veja de novo.-Disse irritado,ao ver novamente em minha mente,as palavras dele confirmando o tal namoro.
-Felipe...-Ele tentou falar,pegando com mais firmeza no meu ombro
-Eu já te pedi pra ir embora,Tio!Por favor,me deixa sozinho.-interrompi,enquanto me arrastava para longe dele.
Demorou alguns minutos,mas ele se colocou de pé.Me olhando de um modo que não consegui decifrar,percebi que ele ainda tinha algo pra falar,mas o ignorei antes que começasse e voltei a olhar meus pés fixamente.Como se admitisse a derrota,em passos lentos se encaminhou para a porta e saiu.
Sozinho,afastei a bandeja e me deitei,encarando o teto acima de mim,tentando compreender o que havia ocorrido dentro e fora de mim.Buscando uma explicação para aquela raiva e tristeza pela única pessoa,capaz de me compreender sem julgamentos.
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Olá gente boa noite!
Problemas pessoais aos montes e acho que não me sai bem neste capítulo, mesmo assim espero que gostem.
Martines não prometo postar todo dia,mais um dia sim e um dia não, pois como sou pai então já viu, pouco tempo,mais garanto não demorar tanto.
Valter SÓ o próximo pretendo fazer maior,então desculpe por esses dois serem tão pequenos.
Obrigado pelo incentivo e notas rapazes...
Até a próxima...
