Me explica uma coisa que eu não entendi muito bem, Matt - disse Thiago, enquanto lavavamos a louça da janta (O Vini estava na sala assistindo tv com meus pais).
Explico - respondi.
Tipo, tu não fala pra ninguém que tu é apaixonado pelo Ronan, tu não se abre com ele porque tem medo que isso acabe com a amizade de vocês. Mas daí tu transa com o Rafa, teu melhor amigo desde sempre, e ta tudo bem?
É que é diferente, sei lá. É exatamente como tu falou, a gente é amigo desde sempre…. Amor sempre fode com tudo, sexo não. Tipo, não tem como a gente se apaixonar saca….
COISAS DA ADOLESCÊNCIA
CAPÍTULO III – A VITÓRIA DE JULIANO
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>>>>POV* Rafael<<<<
“MERDA!!!!!”
Eu baixei a cabeça, colocando-a entre as pernas, enquanto todo mundo no ônibus me olhava estranho por ter gritado do mada.
“Pronto, agora além de fudido e apaixonado, sou o maluco no ônibus.”
Sim, apaixonado, hoje eu tivera certeza. Fazia ja alguns meses que eu andava sentindo alguma coisa entranha pelo Matheus, mas não sabia o que. Alguma coisa além da amizade dele. E hoje, depois de transar, enquanto eu dormia no colo dele, no telhado, eu sonhara que nós estávamos namorando. Não tinha sido um grande sonho, só sonhei que eu andava de mão dadas com ele na rua e ninguém nos julgava. E mesmo que julgassem, isso não importaria, pq Matheus Oliveira era o meu namorado. Mas o sonho acabou, fui acordado de volta pra vida real, tendo que esconder o meu amor por ele física e psicologicamente. E isso estava me corroendo por dentro.
Desabei.
Quando percebi, estava na porta de casa, lavado de lágrimas. Eu havia, inconscientemente, descido do ônibus e ido pra casa. Ouvindo a voz do Juliano lá dentro, provavelmente se gabando de algo que não me interessava nem um pouco, sequei minhas lágrimas, entrei em casa e subi correndo as escadas para o meu quarto. Encontrei o Rodrigo no corredor.
Iii, ta chorando, brigou com o namoradinho?
Cala boca diguinho, te fode.
Rodrigo me empurrou com força contra a parede, apertando meu pescoço com uma mão e erguendo o punho da outra na altura de meus olhos, como se fosse me dar um soco a qualquer momento. Ele odiava o apelido que minha mãe o dera.
NÃO ME CHAMA DE DIGUINHO!
Rodrigo? O Rafa chegou? Venham jantar! - dissera a minha mãe, ignorando o barulho e os gritos do meu irmão.
Eu não to com fome mãe - gritei.
Rodrigo me olhou com ódio, me soltando em seguida. Corri para o meu quarto e tranquei a porta, me atirando na cama logo em seguida, chorando até dormir.
Abri meus olhos vagarosamente, sentindo o torpor do sono se esvaindo. Estava muito cansado. Já era uma surpresa ter pego no sono sem ter tomado o meu remédio pra dormir, mas, mesmo assim sem ele, parecia que não tinha dormido nada. Pegando meu celular ao lado da cama, vi que já eram 7:25. Levantei assustado da cama e sai correndo me arrumar para ir a escola.
Porra maninho, tu ta horrível - disse Giovana, minha irmã mais velha, quando eu entrei na cozinha.
Obrigado, mana, realmente é uma ótima coisa pra se ouvir.
Tu entendeu… Tu tomou o teu remédio ontem? Não precisa correr, eu te levo pra escola.
Brigado… e não… cheguei em casa e fui direto pra cama. Nem sei como dormi, acho que eu tava cansado
Não mente pra mim, eu te ouvi chorando…. Eu sei que a coisa tá complicada com o Juliano por aqui, nem eu to aguentando, ele é um desgraçado. E a mamãe finge sempre que tá tudo bem… quer evitar brigas qnem era na época do papai.
Sim, pq ela levava um soco na cara cada vez que piava….
Exatamente. Era foda demais, mas o Juliano e o Rodrigo endeusam ele. Mesmo que a coisa esteja uma merda, ainda ta mt melhor sem ele. Tu já tomou o teu remédio?
Ainda não….
Porra, por isso que tu não melhora! Eu pago caro nesses anti depressivos…
TAAAA, eu só não tomei ainda, tu ta parecendo…..
Parecendo o que?
Uma mãe de verdade.
Giovana me olhou, meio chocada, meio chorosa. Se levantou e me abraçou, forte. Era ela quem cuidava de mim de verdade, comprava meus anti-depressivos, pagava minha psicóloga…. Ela, com os seus 26 anos, era a minha verdadeira mãe. Trabalhava duro de enfermeira em um hospital no centro, mas realmente não se importava de gastar metade do seu salário comigo. Ela era a única pessoa sensata nessa casa além de mim. No dia que a mamãe contou pra todo mundo que eu era um filho bastardo, mais ou menos quando eu tinha uns sete anos, ela, mamãe e o Pablo foram os únicos que não se voltaram contra mim. Me protegeram de todos, a vida toda. Até o dia em que o Pablo e o Jorge (meu “padrasto” pai dos meus irmãos) bateram naquela árvore e morreram, há uns 5 anos atrás. Esse dia foi o dia em que a minha mãe mudou de vez. O dia em que ela parou de pensar por si mesma e só querer evitar brigas, pra não perder mais ninguém.
Ta tudo bem maninho…. Ta tudo bem…. Logo logo isso vai acabar. Agora vamos que eu estou atrasada.
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Assim que passei dos portões e entrei no pátio do colégio, vi que todo mundo ainda estava ali, provavelmente pra festa de boas vindas da escola. A diretora Carolina se preparava para falar no microfone. Fui para a multidão, e vi o Matt (meu coração deu um salto) e o Ronan de longe.
Rafa, pq vc não entrou no Discord ontem? - perguntou Ronan - A gente te chamou, o Thomas queria contar uma coisa pra nós, mas disse que só falaria se todo mundo tivesse online.
Bom dia pra ti também, Ronan….
Nossa, que menino grosso! - respondeu o Matt, com uma risada de sarcasmo
Tu que é grosso - respondi, maliciosamente
Grosso e grande - respondeu o Matt, levantando um dedo como se fosse um professor me corrigindo.
Enfim - disse eu, dando risadas mas ao mesmo tempo querendo confirmar para o mundo a veracidade daquela informação - eu tava muito cansado, cheguei em casa e fui direto dormir, nem tomei meu remédio…. Falando no Thomas, cadê ele?
Ta ali, atrás da árvore, com a Roberta do segundo - disse o Ronan, displicente
Mas já? Faz o que? Meia hora que os portões abriram….
ATENÇÃO! - Disse a diretora Carolina, no microfone - gostaria de desejar uma feliz volta às aulas a todos os alunos do colégio Padre Miguel! Espero que seja um ano de muito aprendizado e crescimento a todos nós! Para começar, gostaria de comunicar algumas alterações no corpo docente este ano. A primeira, é que eu não irei mais cuidar da parte pedagógica dos alunos este ano, ficando restrita as minhas incumbências administrativas. Com isso, abriu-se uma vaga de coordenador pedagógico, que será quem vai cuidar da relação aluno-professor a partir de agora na escola. Ou seja, se vocês tiverem qualquer dúvida sobre suas notas, reclamar sobre alguma coisa errada ou se meterem em confusão (olhando diretamente para nós nessa última parte). É com ele que vocês irão conversar. Fico muito honrada em comunicar que o professor Juliano irá assumir essa função.
Houve uma manifestação geral da escola nessa última frase, quase 100% negativa. As conversas foram tantas que nem deu para ouvir o discurso do Juliano após estas palavras.
O QUE????? - veio gritando o Thomas, embora o barulho fosse tanto que ninguém notou - COMO QUE O IRMÃOZINHO QUERIDO DELE NÃO NOS CONTOU ISSO?
Mas e eu ia saber? - respondi - Olha pra minha cara de quem conversa com esse pau no cu em casa!
Caralho, esse ano vai ser uma merda…. - disse o Ronan.
Acho que você acabou de proferir uma pantomima, uma patuscada, um devaneio de uma noite de verão, señor Ronan - disse Thomas, pomposamente sarcástico - este, homens, vai ser o melhor ano das nossas vidas… Graças a isso aqui!
Thomas tirou a mochila de suas costas, abrindo o zíper da frente e puxando um molho gigante de chaves.
Chaves?
Tu não acha que já passa chaves demais no SBT? - respondeu Matt.
Nossa, puta que pariu hein, essa foi ruim…. E chaves nunca é demais - respondeu Thomas - isso aqui, meus senhores, é uma cópia exata e perfeita de cada chave, que abre cada fechadura que tranca cada porta desta digníssima escola na qual vocês estão pisando.
O QUE? - os três responderam juntos.
COMO TU CONSEGUIU ISSO? - perguntei.
Bom…. tu sabe que eu sempre consigo o que eu quero…. Era isso que eu ia fazer, quase toda noite dessas férias. Vim fazer um reconhecimento e testar cada uma dessas chaves. E caras, essa escola tem cada sala escondida foda…. Tem até a chave da porta da casa das irmãs, embora a gente não queira entrar lá… Sabe como é né, gente idosa e tal…
Porra…
Mas o melhor de tudo, são essas duas aqui - disse ele, puxando duas chaves de cores e diferentes tamanhos - A chave da sala da diretora Carolina e a chave da porta do terraço. Eu subi lá, e ninguém vai lá a tempos, a maçaneta tava até enferrujada. É um lugar muito foda, que poderia ser extremamente bem aproveitado por nós.
Caralho, que foda isso…. Mas sério, como tu conseguiu? - perguntou o Matt.
Um mágico nunca revela seus truques….
>>>> POV THOMAS <<<<
Oi, tudo bem? Estou com uma coisa que te pertence.
Um convite de amizade e uma mensagem no facebook. Foi assim que tudo começou, três meses antes, na quarta feira da penúltima semana de aulas. Obviamente, era um perfil fake, pela foto bizarra de perfil e o nome irreal. Mas eu sabia sobre o que aquilo se tratava. Algum arrombado havia aberto o meu armário na aula de educação física, na manhã anterior a da mensagem e roubado o meu bem mais precioso. Um canivete suíço que havia pertencido ao meu avô, que era inglês. Aquele canivete tinha ido pra guerra com ele e voltado banhado de sangue de nazistas. Meu avô me dera ele no leito de morte. Era o meu fiel companheiro em tudo o que eu fazia. Usei ele pra cortar os fios de luz e, consequentemente, a energia da escola para fugir de uma prova. Usei ele para desparafusar a mesa do Juliano um dia que ele vazou da sala para resolver problemas (ela desabou quando ele sentou, ele ficou putasso mas nunca descobriu). E eu precisava dele de volta.
Quem é?
Me encontre no banheiro do segundo andar, amanhã, no intervalo entre a quarta e a quinta aula.
Aquilo tava me deixando puto. Ninguém brinca comigo desse jeito. Mas a pessoa parou de responder. Nem visualizava mais. Percebi que iria ter que esperar até a manhã seguinte.
Chegando na manhã seguinte, fui direto para o provão de Física. Obviamente eu não tinha estudado, estava tacando o foda-se a muito tempo. Queria mais era estudar com o Rafa e o Ronan no outro ano. E, por mais que o Matt estivesse se matando de estudar, o ele nunca passaria, já tinha pego 8 provões (Eu pegara 10). Eu tava indo pra escola ainda só porque, nos intervalos das provas, eu e o Matt passávamos trotes pelo orelhão da escola pras prostitutas do jornal, marcando horário com elas sem aparecer. E pra atrapalhar todo mundo nas provas, resmungando alto dentro da sala ou explodindo rojões nos corredores desertos durante as provas que eu não tinha.
Esperei até chegar no horário combinado e desci até o banheiro. Estava vazio. Entrei e fechei a porta.
Thomas Wright, acho que eu estou com alguma coisa que te pertence.
Quem ta ai?
Do último box do banheiro, saiu o Carlos, um dos zeladores da escola. Ele era moreno, meio índio e não tinha mais de 30 anos.
Tu sabe as regras da escola quanto a armas brancas…. Se eu entregar esse canivete a diretora, tu estará expulso, na hora…. Porém, acho que nós dois podemos resolver e sair ganhando com isso…
Tu ta me chantageando?
Chame isso do jeito que tu bem entender. Eu só quero sair ganhando…. E tenho certeza que tu ficará feliz também com a minha proposta….
Filho da puta. Eu devia ter imaginado. Esse puto vivia de olho em mim, vivia me encarando. Eu sabia que um dia iria vir alguma coisa dele. Mas só a ideia de perder meu canivete me torturava. E, é claro, eu não podia ser expulso da escola. Filho da puta….. Eu não tinha saída, tava encurralado. E eu odiava me sentir assim. Respirei fundo e respondi:
O que você quer?
Carlos me olhou, bem fundo nos olhos, mordendo os lábios. Se aproximou, devagar. Recuei alguns passos. E se aquele filho da puta fosse um psicopata? Ia me esfaquear com o meu próprio canivete. “Se acalme, não precisa fugir”, ele respondeu, quando viu a minha reação. “Pronto, fudeu”, pensei.
Quando ele chegou bem próximo de mim, ele passou a mão no meu rosto devagar. Foi descendo ela pelo meu pescoço, passando pelo meu peito, barriga, até parar no meu pau, massageando ele suavemente. E foi então que a minha ficha caiu. Esse filho da puta queria transar comigo! Por isso ele me observava tanto. Ele aproximou seus lábios do meu ouvido e disse:
Venho te observando a tempos…. Sempre andando por ai com aquele viadinho loirinho e os outros 2 encrenqueiros…. Sempre rodeado de meninas…. Mas tu não sabe o que é bom de verdade, e eu quero te mostrar…. Quero que tu coma o meu cuzinho, aqui e agora…. Me arregace inteiro.... Faça isso, e eu te devolvo o canivete…
Meu pau subiu na hora. Olhei fundo nos olhos dele. E então tive uma ideia….
Agarrei o Carlos, beijando os seus lábios freneticamente enquanto o conduzia para uma das cabines. Peguei ele de surpresa, aposto que ele não estava esperando isso. Joguei ele contra a parede do box, apertando a sua bunda e atacando o seu pescoço. Empurrei os seus ombros para baixo, fazendo ele sentar no chão, enquanto esfregava a minha rola na sua cara. Carlos já gemia de tanto tesão. Baixou a calça do meu uniforme e a minha cueca de umas vez só, fazendo a minha rola saltar na sua cara, já soltando o meu pré gozo.
Caralho, quantos cm tem isso? Não sei se aguento….
22, e vai ter que aguentar, agora eu também quero - respondi, enfiando meu pau na boca dele.
tu qqqqquer égh? - tentou dizer ele, praticamente engolindo o meu pau num boquete levemente desconfortável - me dagh rola entãhhrg.
Penetrava violentamente e velozmente a sua boca, fazendo ele lacrimejar. Fazia ele engasgar, provocando ânsias, até ele me empurrar.
Vai com calma, garoto, tu quer me sufocar? Assim não consigo te chupar direito.
Respondi dando um tapa na cara dele
Cala a boca e vira esse cu pra mim, vou te arregaçar.
Tu curte uma violência então - ele me respondeu, me olhando com uma cara safada.
Não tem graça nenhuma ir devagar.
Ele se virou, enquanto eu buscava uma camisinha na minha mochila. Enfiei o meu pau com tudo no seu cuzinho, enquanto ele dava um grito. Senti o seu cuzinho se arregaçar ao redor do meu pauzão. Enquanto fodia ele com força e deixava a marca da minha mão na sua bunda, ele gemia baixinho. Comi o cu do zelador por quase 20 minutos, até gozar fartamente na sua cara.
Como o combinado então…. - disse Carlos, limpando o seu rosto - aqui está o seu canivete.
Muito obrigado…. me passa seu número, quero repetir isso outras vezes - respondi.
E realmente, nós repetimos, pelo menos mais duas vezes. Na última vez, foi na minha casa, no fim do primeiro mês das férias. Antes de ele chegar, instalei a minha Go Pro na estante do meu quarto, de forma secreta e filmei toda a nossa transa. Me fiz de difícil. Disse que não queria mais aquilo. Fiz ele me forçar a transar com ele (embora isso fizesse parte do plano). No dia seguinte, enviei um “teaser” da nossa transa para ele no whatsapp.
VC FILMOU? PRA QUE?
Pq agr o jogo virou. A gente começou com isso com uma chantagem. E vamo terminar da mesma forma. Eu qro uma cópia de cada chave da escola. Se caso vc não cumprir, vou levar este vídeo até a direção da escola e a uma delegacia. E se caso alguma coisa acontecer cmg, esse vídeo estará seguro e será enviado para as pessoas certas.
Filho da puta….. Eu sabia q isso ia dar merda.
Devia ter pensado melhor antes de se meter cmg. Tu sabe como eu sou, já me viu no colégio fazendo as minhas coisas. Nada cmg é de graça. Esse é o preço da tua liberdade. A n ser que tu queira ser preso por pedofilia. Aposto que na cadeia vc vai ter vários caras interessados no seu cuzinho. Amanhã, no parque da rua 15, as 18 horas. Molho de chaves da escola. Até te dou uma cópia do nosso vídeo.
“Pia de merda…. Combinado”.
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Espero que gostem deste conto. Críticas e sugestões na caixa de comentários e no email matt.casacontos@gmail.com.
Abraços a todos!
