Rafael é um jovem com seus 23 anos, alto, magro mas não atlético, apenas magro. Seus cabelos eram volumosos, atirados meio ondulados de cor loiro escuro, seus olhos castanho cor de mel. Rafael morou parte de sua vida em outra cidade longe de seus pais para estudar. Voltou para a casa dos pais depois de alguns anos. Morava em uma vila pequena onde todo mundo conhece todo mundo, seus amigos que tinha contato na infância, já haviam crescido e dado rumo em suas vidas. Alguns casaram, outros estavam morando no centro da cidade, enfim, não tinha mais muito contato com eles. As pessoas com quem se relacionava no seu dia a dia, eram já pessoas adultas. Por ter esse contato com essas pessoas, passou a conhecer seus filhos que estavam com seus 13~14 anos. Um deles se chamava Henrique. Menino tímido, que no início apenas cumprimentava por educação, depois de algum tempo passou a conversar um pouco mais com Rafael.
A amizade começou a se solidificar, mas Rafael não tinha nenhuma intenção extra nessa amizade, apenas precisava ter algumas pessoas com quem conversar e passar um tempo, afinal, havia "perdido" vários amigos pela distância e pelo tempo. Estando com o Henrique, passou a conhecer outros meninos que eram do grupo de amizade de Henrique. Em certa ocasião, era 31 de Outubro, noite de Halloween. Rafael estava em casa no computador. Seu cachorro começa a latir desesperadamente. Sua mãe entra em seu quarto e anuncia:
Regina: Tem alguns garotos ali fora querendo falar contigo!
Rafael: Ué, quem são? Não lembro de ter marcado nada com ninguém!
Regina: Não sei, vai lá atender eles, deixa de ser mal educado!
Rafael: Tá bom!
Rafael vai até a porta e vê alguns garotos fantasiados e logo que eles vêem Rafael gritam:
Coro: DOCES OU TRAVESSURAS? KKKKKK
Rafael: Ihhhhh não tenho nada!!!
Coro: Então vai ser travessura!!! KKKK
Rafael: Mas quem são vocês?
Henrique tirou sua máscara e então Rafael o reconheceu. Os outros garotos também tiraram as máscaras, mas Rafael não reconheceu nenhum deles. Henrique os apresentou ao Rafael. Dona Regina apareceu na porta para ver o que estava acontecendo.
Regina: Rafael, quem são eles? O que eles querem?
Rafael: Ah mãe! É o Henrique e os amigos dele. Eles estão brincando de noite de Halloween, se não dermos algum doce, eles fazem alguma travessura... Mas não temos nenhum doce então...
Regina: Travessura na minha casa, não!! Garotos, não tenho doces, pode ser um litrão de Coca-cola?
Coro: Pode!! Pode!!! Eba!!!
Dona Regina vai até a geladeira e pega um litrão de Coca-cola e volta até a porta.
Regina: Tomem garotos, está aqui. Mas não me aprontem nada na minha casa, por favor!
Coro: kkkkkkk
Os garotos pegam o litrão e vão em direção à rua. Apenas Henrique e um dos outros garotos permanecem ali com Rafael. Os outros os chamam para seguir para outra casa, mas eles não vão. Dizem que vão ficar um pouco mais. Rafael os convida para entrar. Eles perguntam o que ele estava fazendo. Rafael explica que estava no computador quando eles chegaram. Bernardo, o outro garoto, gostava muito de computador e então pede para ver o computador de Rafael. Todos foram para o quarto e Rafael mostra o PC. Bernardo logo se senta e começa a olhar, não encontra nenhum jogo. Pergunta se pode instalar um jogo para que Rafael pudesse jogar online com ele. Rafael diz que sim e então Bernardo instala o jogo, cria uma conta e mostra como jogar. Passado uns 30 minutos eles decidem ir embora. Bernardo pede para que Rafael ficasse online para que quando ele chegasse em casa o adicionasse no jogo e assim poderiam jogar juntos.
Rafael ficou explorando um pouco o jogo, com seu personagem saiu explorando fora da cidade e acabou sendo morto por um monstrinho. Ficou meio chateado, mas tentou explorar novamente e morreu de novo. Estava quase desistindo de jogar quando recebe uma mensagem no jogo. Era o Bernardo que passou a dar orientações de como jogar, onde ir, deu alguns equipamentos para o personagem do Rafael. Com isso, Rafael passou a explorar novamente o mundo e não morria mais para os monstrinhos de antes e isso o animou. Bernardo o adiciona num clan e com isso Rafael passa a conhecer outros jogadores. Todos eles da mesma vila que Rafael vivia, e todos eles com idades entre 12 e 14 anos.
Rafael ficou feliz por estar fazendo novas amizades. Certo dia marcaram de se encontrarem todos na praça da vila para conhecerem o Rafael. Rafael foi com um pouco de medo de ser rejeitado pelos demais garotos pois ele já tinha 23 anos e eles tinham até 11 anos menos. Chegando na praça, viu o Bernardo e ele veio a seu encontro e o levou até o grupo. Eles o receberam muito bem. Ficam um tempo conversando e alguns vão para casa. Ficou apenas Rafael, Bernardo, Natan e Bruno. Eles decidem ir ate a casa do Rafael para ensiná-lo a jogar mais.
Rafael ouve as explicações e começa a jogar como eles orientam. Bruno decide ir para casa para jogar e Bernardo também vai. Natan prefere ficar com Rafael e orientar estando junto. Eles ficam ali jogando, algumas vezes Rafael jogava, outra vez Natan jogava. Assim se passou a tarde. Natan decide, no fim da tarde, voltar para casa. Ao ir embora dá um abraço em Rafael que fica surpreso pelo abraço. Natan era o menor entre Bernardo e Bruno, em tamanho, o chamavam de tampinha, tinha cabelos negros longos até o ombro, olhos negros, magrinho, pele branca.
Rafael, Bernardo, Bruno e Natan passaram a jogar sempre juntos à noite. Inventavam aventuras no jogo e estavam sempre juntos. Como o Rafael tinha menos nível que eles, não podia entrar em mapas que eles jogavam, então as aventuras sempre aconteciam em mapas que o Rafael jogava. Passavam horas se divertindo assim. Durante a semana, eles estudavam de manhã exceto Natan que estudava à tarde e o Rafael que não estudava e nem trabalhava. Acordava tarde, começava a jogar para tentar subir de nível. O jogo já estava ficando chato para eles. Até o dia que o Bernardo encontrou outro jogo e falou com todos para jogarem esse jogo novo. Todos aceitaram e dessa forma todos estariam em níveis próximos, com isso ninguém ficaria para trás.
Com o passar das semanas eles foram crescendo no jogo. Rafael tinha mais dificuldades pois o personagem que tinha escolhido não era muito forte e não tinha encontrado equipamentos bons para ele. Jogava à noite com todos e de manhã jogava com o Natan. A amizade entre ele e Natan passou a crescer pois jogavam mais somente eles dois. Natan percebia que Rafael tinha mais dificuldades e então passou a ir de manhã na casa do Rafael para o ajudar a jogar melhor.
Passaram-se semanas e o por mais que o Rafael já tivesse aprendido a jogar, Natan passou a frequentar quase que diariamente à casa de Rafael. Natan chegava cedo e ia embora quase na hora do almoço. Os dois ficavam juntos toda a manhã sozinhos em casa. Muitas vezes, Natan chegava, Rafael abria a porta e voltava para a cama. Natan ligava o computador e ficava jogando enquanto que Rafael permanecia na cama assistindo ele jogar. Assim se passou um tempo. Rafael passou a sentir por Natan uma afeição que não sentiu por mais ninguém. Qualquer coisa que fizesse, Natan sempre estava em seus pensamentos.
Quando chegou as férias escolares, o contato entre Rafael e Natan aumentaram. Natan passou a ir à casa de Rafael, de manhã, ficava até a hora do almoço, voltava para casa e à tarde voltava para a casa do Rafael e ficava até anoitecer. Rafael adorava a companhia do Natan. Os dois pareciam irmãos, estavam sempre juntos. As férias escolares foram assim. Na volta às aulas Natan trocou de turno, agora passaria a estudar de manhã. Rafael conseguiu um emprego de meio turno, trabalharia à tarde. Ficou meio chateado pois não teria mais a companhia do seu amigo Natan com quem aprendera a dividir seu tempo. Sobrava apenas os sábados e domingos. Natan ia todos os sábados e domingos na casa do Rafael, mantendo a rotina de almoçar em casa.
Bernardo havia trocado de escola, havia entrado para o Ensino Médio. Nessa nova escola, o ensino era integral. De manhã as matérias escolares e à tarde tinha ensino técnico. Nas tardes que não tinha ensino técnico, ele frequentava outras atividades de esportes, já não mais jogava online. Bruno parara de jogar também pois seu companheiro de jogo era sempre o Bernardo e como ele não jogava mais, desistiu. Sobrou apenas Rafael e Natan.
Assim se passou o ano. No fim do ano, a turma de oitava série do Natan havia organizado um passeio de fim do ensino fundamental. Segundo a direção da escola as três turmas de oitava série daquele ano, eram as turmas mais bagunceiras que a escola já teve até então e para piorar, abriram a oportunidade de ir para o passeio ex-alunos, o que fez com que a direção da escola quase não permitisse que o passeio acontecesse.
Natan queria muito que o Rafael fosse no passeio, mas Rafael sequer havia estudado nessa escola. Ele ficou um pouco triste, mas perguntou para a direção da escola se o Rafael poderia ir junto. Como ele era conhecido pelos pais de alguns alunos e também pela direção da escola, era muito respeitado pela gurizada, e além disso, alguns professores não quiseram ir, a direção aceitou que Rafael fosse junto, assim ajudaria a cuidar de uma parte do grupo.
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Está um pouco acelerado, por enquanto, pois vou apenas contextualizar nesse momento.