Cheguei em casa da minha aula, ensino médio, com meus 16 anos, e meus pais me chamaram para conversar. Marcelo, sabemos que você tem muitas amigas e é interessado pelo universo feminino, mas queremos te ajudar. Quem sabe você não comece algum hobby para ver se se entretém com algo mais masculino, quem sabe caratê ou algo do gênero. Respondi que iria pensar no caso.
Após pesquisar algum novo hobby, uma amiga minha, a Marina, sugeriu que eu faça teatro. Disse: não sei, talvez meus pais não gostem da ideia, afinal de contas, fugiria da ideia inicial deles. Mas enfim, decidi aceitar.
Chamei a minha mãe e contei pra ela, para o meu espanto, ela até gostou, disse que me apoiaria na ideia.
No outro dia, após minha aula, fui com Marina até o teatro. Era uma turma de quase vinte pessoas e tinha mais homens do que mulheres. Comecei tendo algumas noções introdutórias básicas.. Fiquei feliz, pois a professora Regina disse que gostou de mim e que eu levo jeito.. Após esta primeira aula, voltei para casa bem feliz.
Eu sempre andei com as meninas, gosto dos papos delas, do mundo em que elas vivem, por isso me assumi gay para a minha amiga Mariana há alguns meses. Tenho 1,65m, peso 60kg, tenho cabelo até os ombros, liso, castanho, sou branca, portanto, tenho mais estrutura feminina do que masculina.
No segundo dia do teatro, meu mundo quase caiu (ou não), pois a professora Regina disse que precisava de uma pessoa para fazer um papel feminino na peça, e eu tinha as características ideais.
Não acreditei no que estava ouvido. Minha amiga Marina ficou muito feliz, ela disse que eu ficaria linda de vestido, fiquei envergonhado, mas gostei do comentário.
Disse para a professora que iria pensar, mas por dentro estava adorando aquela situação. Que sonho, pensei comigo mesmo! Ou melhor, mesma!
Chegando em casa minha mãe me perguntou como foi, disse que foi tudo ótimo, tinha feito várias amizades com alguns "caras", pois tinham vários homens lá. (Só não disse pra ela que era um mais bonito que o outro)
Eu sei que minha família desconfiava de mim, seria questão de tempo me assumir gay, mas, enquanto isso, a vida ia rolando.
No dia seguinte, ainda pela manhã, Marina começou a me incomodar, perguntando se a Marcelinha estava pronta para o teatro. Disse, encabulado, que decidi aceitar o papel.. Ela ficou estonteante, e disse que iria me ajudar com o que precisar.
Chegando no teatro a professora contou para os demais integrantes que eu faria o papel da MarcelA, todos aceitaram numa boa. Após isso me chamaram para uma sala mais reservada para preparar meu look..
Continua.