- Não Anderson, você acha que eu me cortei meus pulsos ou tomei remédios para me matar. Não eu não tomei. Você sabe que corte verticais nos pulsos não resolve e remédios vão me deixar no máximo sonolento, não fazendo o efeito.
- Amém, eu quase ligo para a policia para invadirem a sua casa.
Eu suspiro, uma coisa que odiava mais aprendi a amar em Anderson era esse drama que ele fazia. Ele se preocupava comigo e isso era bom.
- Eu pensei que por um milésimo... um milésimo de segundo, você fosse...
Anderson era grandão, porem seu coração não acompanhava o seu corpo, tendo ainda um coração de criança, que se magoa e se retrair a cada instante. Ele chorou, seus olhos vermelhos invadiram minha alma, que vagava por algum lugar que nem eu mesmo sabia, abracei meu amigo que se desmanchava em lagrima e tremia só com a ideia de eu ter tirado minha vida.
- Eu iria no inferno se fosse possível e eu mesmo lhe mataria seu idio...
Anderson correu para o banheiro e começou a vomitar, se ajoelhou no chão frio e molhado e com a cabeça dentro do vaso, despejava todo o seu café da manha e janta do dia anterior, numa mistura amarelada.
Você poderia até ri, porem com os avanços da tecnologia dos dias atuais, alguns homens poderiam engravidar se quise-se, o que ainda era um tabu e uma coisa as vezes estranhas. Olhei para Anderson que limpava a boca suja, com papel higiênico e se levantando para lavar as mãos e o restante da boa.
- Você não pode...
- Não sei, não venha com essa. Eu acho Julio fantástico e ele adoraria, porem não. Apenas deve ser uma virose.
Comecei a analisar o que via em um todo, e lembrei que vez ou outra até os cheiros de doce incomodavam meu amigo, seus olhos reviraram e um novo refluxo subiu a boca do estomago e indo para dentro do vaso.
- Prescisa ver se é verdade ou não.
- Eu vou fazer isso.
- Promete?
- Prometo.
- Agora me mudando o assunto? E esse velho atrás de você? O que esta rolando? – Anderson sentou na tampa do vaso e me encarou com aqueles olhos azuis.
- Só nos encontramos uns dias atrás, e isso foi por acaso. Nada demais, ele pediu desculpa por ter sido um arrogante e nada mais.
- Não acredito, desembucha logo, quero saber de tudo. Nem um seque beijo? – eu fiz um não com a cabeça. – Serio? Quem é você e o que fez com meu melhor amigo?
- Calado mamãe.
Seu rosto ficou vermelho de raiva e ele saiu batendo os pés no chão com raiva. Me deixando ali rindo, pela primeira vez em dias. Sai mais cedo, uma coisa que conversei com Yixing me ajudou, ele entendeu e sabia de minhas condições, porem ele tinha me liberado, dizendo com aqueles olhos escuros e o sorriso travesso que deveria mesmo distrair a mente. Safado.
Cheguei em casa e tomei meu banho demorado, andava colocando incensos pela casa, para poder pensar melhor e tira aquele cheiro de minha mãe da casa, mesmo relutando, precisava daquilo. Por um lado em sentia culpado em quere que o cheiro dela deixa-se sua casa, que fosse embora com o ar, porem precisava daquilo. Era o melhor para mim e para ela.
Meu celular vibra, era uma mensagem de Bernardo, preguntando onde era para ele me buscar. Como não queria que ele visse onde eu morava, para depois ficar perturbando minha mente em caos, pedi para ele me buscar um quarteirão antes dali.
Me arrumei e passei perfume, estava vestido a rigor, já que não sabia ao certo para onde o James Bonde ia me levar para sair. 19:30 em ponto e via um carro preto parando em minha frente, o vidro desligar e chego mais perto. Meus olhos saltaram quando vi como ele estava vestido.
Bernardo, estava vestido com uma camisa de flanela vermelha, com os punhos da mesma erguida ate os cotovelos, uma calça jeans na coxa rasgada e uns sapatenis, olhei bem para minha roupa e quase surtei quando entrei no carro.
- Porque não me disse que não precisava sair assim? – apontei para minhas roupas. Ele me da um sorriso, como se tivesse vendo um antigo amigo.
- Para falar a verdade, te pedi para sair hoje no improviso.
- Nossa, o que levou a isso?
- Voce.
Cara de pau, ele nem ao menos tremeu em responder. Rapidamente olho para ele. Tiro meu blazer e fico so de camisa social branca.
- Melhorou.
Seu comentário foi abafado pela musica que tocava em seu pen-drive.
- Você esta ouvindo o que?
- Musicas coreanas com inglês!Se não gostar me fala que eu troco.
- Não sabia que gostava. – disse colocando o cinto.
- Não sabemos muita coisa um do outro, mais espero conhecer tudo sobre você, Daniel!
Ele pronunciou meu nome como se fosse a palavra mais bonita de todas. Não, eu não vou cair nessa, ele provavelmente fez isso com todos ou todas.
- Então, vamos para onde?
- Segredo. Mais vai ter que colocar essa venda!
- Porque? – minha voz saiu três oitava acima do normal.
- Surpresa, e não se preocupe, não vou levar você para um matadouro.
- Esta bem.
Ele colocou a venda e me beijou no rosto, oque fez todo meu corpo se arrepiar. Ele ligou o carro e seguiu seu caminho, conversamos sobre tudo, gosto, livros e estilos de música.
- So I put my hands up, They're playing my song, And the butterflies fly away, Noddin' my head like yeah, Movin' my hips like yeah
- Não suporto essa música. Troca.
- Não, eu gosto.
Ele continuou cantando a música da Miley cyrus, o que me de deixou muito puto, não gostava dela e muito menos dessa música!
- Eu paro de tocar essa musica, so se você me beijar?
Eu ouvi ele dar um riso abafado e estalar a língua na sua boca. Não respondi e peguei seu rosto e beijei sua boca, não foi um selinho ou nem outra coisa rápida, foi algo que demorado, senti sua língua invadindo minha boca e a minha invadindo a sua e elas se entrelaçando. Senti meus pelos se arrepiarem, meu coração dispara, meu corpo respondia a cada toque de suas mãos pelo meu corpo.
Deixei ele ainda coma boca aberta e ele saiu do carro, ouço ele abri a porta do meu lado e me pegando.
- Venha, chegamos.
Ele caminhou do meu lado, estava nervoso, minhas mãos estavam suando e geladas.
- Supressa.
Ele tirou a venda do meus olhos e eu estava num restaurante todo decorado, so existia nos dois nele. Tendo a noite perfeita.