No domingo, quando minha mãe comentou sobre o churrasco, não perguntei a ela muitos detalhes. Assim, quando saímos de casa, tudo o que eu sabia era que era uma reunião de amigos dela. Tentei não ir, mas ela insistiu, dizendo que teriam outros "aborrecentes" com quem eu iria interagir, que a gente precisava passar um tempo juntos, enfim. Não rolou. Acabei indo. No caminho, conversávamos sobre aleatoriedades da vida, eu falando sobre a escola, ela sobre o trabalho, mal prestei atenção no caminho. Não demorou muito, mal saímos da cidade e entramos em uma chácara que eu já visitara algumas vezes, de um doutor conhecido dela. No gramado em frente a casa, já havia outros cinco carros parados. Lembrei da piscina que tinha no lugar e, considerando o calor que fazia, fiquei chateado por ela não ter me avisado aonde iríamos.
- Po, mãe, nem pra me falar pra tazer uma bermuda... - falei, descendo do carro.
- Ah, Gab, separei tuas coisas enquanto cê tava no banho, garoto. Tá tudo no banco de trás.
Olhei pelo vidro e vi minha mochila estufada.
- Quanto tempo vamos ficar aqui? Uma semana?
- Gabriel, mais respeito, por favor?! - ela respondeu, séria. Achei melhor trazer uma muda de roupa caso fique muito tarde.
Minha mãe bebia bastante, o que justificava a precaução. Demos a volta na casa para chegar a área da piscina e a festa já estava rolando solta: em volta da churrasqueira, cinco dos amigos dela. Sentadas em volta da mesa, as esposas dos médicos. Na piscina, a "criançada". Fui reconhecendo um conhecido aqui outro acolá, até que ele virou de frente e notei. Só de bermuda e chinelo, o Dr. Marcelo era exatamente como eu imaginara: a pele mais escura, os pelos fartos por todo o peito e pernas. Daquele jeito, o cabelo seco, desarrumado, levemente soado, fiz força para não deixar o queixo cair. Ele me reconheceu de longe e acenou com a mão, voltando a atenção para a conversa.
Passado os cumprimentos e a despeito do que minha mãe tinha dito, só havia eu e mais uma guria da minha idade ali, a Sara, filha do Dr. Marcelo. Os outros eram todas crianças, incluindo o Henrique, filho do Dr. Marcelo também, de 10 anos. Após aquele momento constrangedor em que o adolescente fica no canto, mexendo no celular, minha mãe me incentivou a entrar na piscina. Como não tinha mais nada para fazer, fui até o carro pegar as roupas para me trocar e entrei na casa. No banheiro, tirei a calça, tenis e camiseta e vesti o shorts de tactel. No corredor, a Sara passou por mim: de biquini, uma cabeça mais baixa que eu, o corpo escultural, os cabelos escuros e longos molhados, os peitos redondinhos e a bunda empinada, até eu tive de admitir que ela era uma delícia. Meio afetado, entrei na cozinha e trombei com alguém.
- Oh, paciente, calma lá! - o Dr. Marcelo brincou, me segurando pelos ombros.
- Ah, foi mal, dr.
- Que isso, é Marcelo, pô. Vai lá na sua piscina que daqui a pouco vou dar um pulo - ele disse, me deixando e indo pelo corredor pelo qual eu viera.
Resisti ao impulso de seguí-lo e espiá-lo no banheiro e fui para a piscina. Fiquei nadando de um lado para o outro, mergulhando. Só quando o Dr. Marcelo apareceu que percebi o tempo que ele demorara lá dentro. Sem dar muito mais importância que o pensamento repentino, voltei a nadar. Um pouco depois ele correu pela borda da piscina e pulou na água, começando a brincar com o filho e com as outras crianças. Pude perceber que eu não era o único que observava a cena: todas as mulheres pareciam ter dificuldade em tirar os olhos da piscina. Não que seus maridos fossem feios. Todos eram pelo menos meia década mais velhos, as barrigas já mais saliente, mas todos belos espécimes de homens maduros pais de família.
Logo em seguida foi a vez da Sara voltar para a piscina, ajeitando o biquini e atraindo os olhares e sorrisos amarelos dos maridos. Dr. Marcelo, por outro lado, nadou na minha direção e encostou do meu lado na piscina, puxando conversa.
- Tudo certo, garoto?
- Tudo sim, dr... Marcelo - eu travei.
- Ah, que bom. Conversei com a sua mãe sobre a consulta, para tranquilizar ela, sabe.
Mieo constrangido, não sabia o que responder.
- Mas fica tranquilo que eu editei as cenas - percebendo meu constrangimento, ele disse, rindo. Deu um aperto na minha mala por debaixo da água e continou - Deixa eu ir senão esse churrasco não sai hoje!
- Amor, a bermuda de tactel está no quarto! Tira essa e pendura em algum lugar, senão vai ficar sem roupa para ir embora amanhã - a mulher do Dr. Marcelo disse.
Para a alegria da nação, ele saiu da água e abaixou a bermuda, revelando ainda mais daquele corpo. A sunga molhada marcava, atrás as duas polpas muito bem divididas e torneadas da bunda dele, na frente a mala que prometia esconder um instrumento tão bom quanto aquele do meu sonho.
Conforme o dia foi passando, as pessoas foram bebendo e se soltando. Almoçamos e, já no final da tarde, quando a churrasqueira estava novamente abastecida, era difícil dizer quem estava mais alto ali. A música já estava mais alta, assim como as risades. Ninguém mais estava vestido - todos estavam de roupa de banho, os homens de sunga, as mulheres de biquini, mesmo depois de escurecer e ninguém mais entrar na água há um bom tempo.
Estávamos sentados em roda e eu tentava - falhando - não secar a mala dos homens à minha frente, a do Dr. Marcelo principalmente. Comecei a notar, contudo, alguns olhares insistentes à minha frente. Eu não lembrava o nome dele, talvez fosse Manuel ou algo assim. Estava na casa dos 40, branquelo, troncudo, com uma barriga que já não era mais tão plana, peludo mas nada comparado ao Marcelo. Estava sentado exatamente à minha frente e era o mais quieto de todos, bebia a sua cerveja e só sorria para as conversas. Notei, contudo, que a mão esquerda estava caída sobre a virilha e vez ou outra coçava o saco, bebericando a cerveja e olhando para mim.
Eu e o desconhecido ficamos nessa. Aos poucos, o pessoal foi indo tomar banho para dormir. Mesmo depois da sua mulher tomar banho, dar banho nos filhos e dizer que estava indo dormir, ele continuou ali mais um tempo. Estavámos agora só eu, ele, Dr. Marcelo, sua esposa, um outro homem e minha mãe. Comecei a sentir a vontade de ir no banheiro mas segurei, sabendo que iria ficar cada vez mais frequente conforme eu fosse. Quando estava começando a ficar difícil segurar, o desconhecido levantou e foi para dentro. Não quis levantar imediatamente e segui-lo, então continuei ali, me esforçando para segurar, até não conseguir e pular da cadeira.
Esperando encontrar o banheiro vazio, corri pela cozinha e respirei aliviado quando vi a fresta de luz pela porta entreaberta. Sem nem hesitar, escancarei a porta e levei um susto. O desconhecido estava ali, pelado, se enxugando com a toalha. Quando me viu entrar, nem sequer estremeceu, só ficou parado, enxugando o cabelo enquanto a rola mediana meia-bomba pendia na sua frente.
- Desculpa, achei que estava vazio - eu disse, fechando a porta.
- Ah, que isso, piá. Ia mijar? - ele perguntou. Sua voz era daquelas "simpáticas", de quem você espera sempre ouvir uma piada e, na hora do sexo, sempre uma safadeza pesada.
- Sim, mas tudo bem - eu comecei.
- Entra aí, pô, a gente é macho, não tem dessa não - ele falou, se afastando do vaso e abrindo passagem.
Sem saber como recusar, entrei, puxando a porta sem bater. Parei em frente ao vaso e tirei o pau para fora. O homem continuava atrás de mim, entre eu e a parede. Pelo espelho, vi que ele continuava enxugando a cabeça, os olhso baixados para a minha bunda e a rola agora dura a poucos centímetros de encostar em mim. Ele ergueu então a cabeça e me viu olhando. Abaixou a mão, acariciando o pau, depois as bolas e a virilha e repetindo o movimento no sentido contrário.
- Bom, acabei aqui - ele falou, se enrolando na toalha e saindo do banheiro.
Quando voltei para a roda lá fora, notei que ele não estava lá. Peguei as chaves do carro e fui buscar minhas coisas para tomar banho. Como minha mãe previra, ela não estava em condições de dirigir até em casa. Tomei meu banho e voltei para o grupo lá fora perguntar onde poderia dormir. O homem que estava lá, dono da casa, disse que tinha separado o primeiro quarto da direita. Quando abri a porta, percebi que não estava sozinho: as crianças maiores e a Sara, além de mim, já estavam ali acomodados nas beliches. Fechei a porta e deitei, cansado. Impossibilitado de bater uma, peguei no sono rápido.
Acordei no meio da noite com o barulho da porta do quarto abrindo e fechando. Tentei voltar a dormir mas a vontade de mijar bateu forte, o que me fez levantar. A luz do corredor estava acesa o que, quando fechei a porta, me fez notar que a cama de Sara estava vazia, provavelmente ela tinha saído. A porta do banheiro, contudo, estava aberta e o cômodo escuro e vazio. Entrei, mijei litros e resolvi ir até a cozinha tomar água. Enquanto chegava, ouvi a conversa em susurros. Tentei me esconder e espiar lá dentro o que acontecia.
Dr. Marcelo estava encostado na pia com um copo de água na mão. Vestia uma bermuda curta de malha e chinelos, uma ereção bastante aparente marcando no tecido fino. Mexendo na geladeira estava a Sara, só com uma camisola listrada de malha, as alças finas sem sutião e na altura da bunda. Fiquei consternado quando vi que os olhos do Dr. Marcelo não saiam da polpa da bunda própria filha servindo água.
- Você faz isso para me provocar, não é? - ele falou, baixo, depositando o copo vazio em cima da pia.
- Eu? - Sara respondeu, sorrindo em um tom inocente enquanto fechava a geladeira. Com a mão livre, ela abaixou a alça da camisola e deixou caí-la do ombro, revelando o seu peito.
- Sara... - Dr. Marcelo sussurrou, fazendo cara de sofrimento e agarrando a rola por cima do shorts.
Ela se aproximou, colocou o copo na pia e abaixou a outra alça, agora com os dois peitos de fora, claramente excitada pelos mamilos rijidos. Dr. Marcelo puxou-a para perto, agarrou a bunda dela com uma mão e a outra enfiou por debaixo da camisola. Ela fechou os olhos e gemeu baixinho. Na mesma hora, Dr. Marcelo tapou a mão dela com a boca e olhou assustado para os lados. Me enfiei atrás da parede no instante em que os olhos dele varreram a entrada da cozinha. Por um momento, achei que ele tivesse me visto e fiquei esperando ele aparecer, meu coração palpitando forte, dividindo o fluxo sangúineo com a minha rola. Em vez disso, ouvi a porta da cozinha abrindo e olhei. Vi os dois andando pelo jardim em direção ao pomar ali próximo. O mais silenciosamente o possível, eu os segui.
Ouvi os dois antes de conseguir enxergar onde estavam. Pelos gemidos, ele já tinha começado a foder a filha. Fui me escondendo de árvore em árvore até notar, atrás do tronco de uma mangueira, o vulto dos dois se mexendo. Aparentemente ela estava encostada na ávore enquanto Dr. Marcelo chupava os seus peitos. De repente, ele a virou de costas, encostando seu rosto no tronco. Aconteceu rápido: ele a virou, ela abriu os olhos por um instante, nossos olhares se encontraram e Sara gritou.
O impulso de Dr. Marcelo foi tapar novamente a boca dela e procurar no escuro a razão do grito. Lá estava: eu, só de samba canção, assistindo a ele comer a filha. Ele sussurrou algo no ouvido dela, os dois se ajeitaram e vieram na minha direção. Eu fiquei congelado no lugar. Sara passou por mim e correu para dentro da casa, mas Dr. Marcelo parou do meu lado, a rola ainda dura, verificando se ela tinha entrado. Esperou um tempo ainda, acho que confirmando que ninguém acordara, antes de me pegar pelo pescoço e empurrar contra a árvore.
- Então resolveu sair xeretando, foi?
- Eu... não... desculpa... não... falar nada... - eu tentei falar.
- Claro que você não vai falar nada, não é, ou eu te quebro em dois, pirralho.
Fiquei assustado. Sempre tão brincalhão e simpático, vê-lo daquele jeito me fes tremer. Não duvidava de que ele fizesse aquilo.
Dr. Marcelo me soltoue e se afastou, passando a mão pelos cabelos, preocupado. Apesar de ter sido pego, não conseguia esquecer da cena, o que mantinha meu pau duro feito pedra. Mas eu não era o único: notei que o volume no shorts do Dr. Marcelo não abaixara um milímetro sequer. Ele se virou para mim e me pegou olhando a sua mala. Fixou então o volume que eu mesmo exibia e deu um sorriso, agarrando o pau e se aproximando.
- Olha só... achei que estivesse de rola dura por causa da minha filha... eu te vi lá na cozinha. Achei que seria legal ver um guri comendo ela, mas parece que você tava gostando de outra coisa, han?
Ele chegou perto de mim, apoiando a mão no tronco às minhas costas.
- Não, eu... - tentei falar, escondendo o volume com as mãos.
- Não, é? - Dr. Marcelo me cortou. Tirou as minhas mãos da frente da minha rola e começou a acariciá-la. Gosta? - ele perguntou e, sem esperar resposta, abaixou o shorts até as coxas e colocou minha mão em cima da sua rola - E disso aqui, você gosta?
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FEEDBACK:
Caro Bom de Amasso, acho admirável que tenha se dado ao trabalho de apresentar essa classificação da teoria literária acerca do gênero conto. A questão é que, primeiro, não sou eu quem nomeou o site como 'Casa dos Contos' ou quem deu início a tradição de 'continuação'. Se pensarmos em gêneros, o que produzimos aqui são romances de folhetim: narrativas mais extensas que o conto, cujos capítulos são publicados periodicamente, sempre finalizados com um "gancho" para o capítulo seguinte a fim de criar expectativa no leitor e garantir o consumo (no caso das publicações do século XIX) do próximo exemplar. Em segundo lugar, perceba que cada conto que publico é, em sua maioria, independente do outro. O conto se resume a um conflito, enquanto o romance, a conflitos seriados que, juntos, constroem o grande conflito da narrativa. No caso dos contos que publico, cada conflito de cada conto é independente: não há relação deles na construção de uma narrativa maior. Isso porque são contos eróticos: pensando nos tipos de contos existentes, o conto erótico apela muito mais para a katarsis do leitor, ou seja, o prazer, do que para aspectos de linguagem, conflito, tempo, espaço ou aprofundamento psicológico dos personagens. Por fim, Bakhtin, um estudioso que primeiro tratou da noção de gênero e da categorização dos elementos que compõem um gênero discursivo, trata desses como "tipos RELATIVAMENTE estáveis de enunciado", com ênfase na plasticidade dos gêneros. Geraldi, leitor brasileiro de Bakhtin, fala em intergenericidade. Ou seja, cada gênero, apesar de ter categorias estáveis, modifica-se conforme os usos que se faz dele, inclusive adquirindo característica de outros gêneros. Posso, por exemplo, escrever um conto erótico usando a estrutura de uma receita de bolo: a finalidade dialógica do gênero, ou seja, a katarsis do leitor, continuará a mesma. Obrigado pelo feed e espero ter esclarecido um pouco as coisas para você! Continue lendo.