Estamos juntas a algumas semanas apenas, mas sinto como se já fossem anos. Nossa conexão é forte, sempre sabemos o que a outra tá pensando apenas com um olhar ou gesto. Gostos semelhantes, e a melhor parte é que você é o contraponto perfeito ao meu temperamento. Sou muito impulsiva, agitada, enquanto você é calma, e sempre acaba me fazendo parar e pensar antes de fazer besteira. Mas nem sempre você consegue me frear, e acaba se deixando levar pela pimentinha aqui, conforme aconteceu na última sexta-feira.
Cinco e vinte da tarde. Céu aberto, mas com nuvens esparsas. Daqui a pouco começa o show de luzes, que terei o prazer de ver junto contigo hoje. Você acabou de chegar, cabelos soltos ao vento, vestido acinturado. Simples. Sua beleza não precisa de auxílio.
Quando nos vemos, você sorri pra mim, o brilho do olhar competindo com o do próprio sol. Nos damos as mãos, e subimos a rampa, até o lugar ideal. O rio ao nosso lado corre, caudaloso. O vento faz nossos vestidos e cabelos se agitarem, enquanto andamos em silêncio, até que a subida acaba. Chegamos.
Nos recostamos lado a lado na grade, bem de frente para o sol, que reflete em seus olhos, incendiando. Sua mão delicada sobre a minha faz um carinho suave, você me olha e sorri. Voltamos os olhos para o sol, e você mesma puxa minha mão para sua cintura. Fico assim, abraçado a você, sua cabeça em meu ombro, sentindo seu cheiro. Me traz um sentimento muito bom, de euforia e paz.
Te puxo para que fique na minha frente. Envolvo sua cintura no meu abraço, cheiro seu pescoço. Você ergue a mão e me acaricia a nuca, arranhando levemente, me fazendo arrepiar, sabe que adoro isso. Ficamos assim, pertinho, mesmo após o sol ter se posto já a muito tempo e a noite sem estrelas ter estendido seu véu sobre nossas cabeças.
Obviamente, estar tão perto assim de você, sentindo seu toque, seu cheiro, seu calor, me deixou, como posso dizer, animada, e você sente isso, meus bicos fazem pressão em suas costas. Faz aquela sua expressão de "ninguém merece", revirando os olhos e balançando a cabeça, mas seu sorriso de canto de boca não te deixa mentir, você gosta de se sentir desejada, de saber como tudo em você me excita.
Te imprenso contra a grade, pra que você me sinta mais. Minhas mãos estão suavemente acariciando sua cintura, e eu estou beijando seu pescoço. Sua respiração está ofegante. E é quando a energia acaba. Estamos agora no mais absoluto breu.
-Linda, quero te beijar.
-Vem cá.
-Não, você não me entendeu. Quero beijar os outros lábios
Me ajoelho rapidamente atrás de você, não te dando tempo pra pensar, me aproveitando da escuridão total da noite sem lua, e jogo seu vestido sobre minha cabeça. Abaixo dele, uma calcinha de renda confortável, linda, que escolhemos juntas. Beijo-a levemente antes de puxar para baixo com os dentes. Minhas mãos estão travadas em sua cintura, te impedindo de fugir, e você sussurra que eu sou louca, que não devíamos fazer isso, mas o faz enquanto reprime um sorriso, e rebola pra mim. Desculpa gatinha, não consigo te levar a sério assim.
Não tenho tempo a perder, a energia pode voltar a qualquer momento. Sinto o cheiro, seu cheiro, e estico a língua para sentir seu sabor. Pelo jeito que você geme, percebo que você está mordendo a boca, uma cena que eu sei que é linda de ver, mas no momento devo me concentrar nos lábios que estão à minha frente. E assim o faço, saboreando com força o néctar que você me dá, enquanto minha língua passeia por toda a extensão, sentindo os lábios, a entrada, indo mais além e pressionando o clitóris com a parte áspera da língua e fazendo movimentos circulares. Você mesma leva uma mão para trás e pressiona minha cabeça contra si
Aproveito que você está tão entregue, e me dou ao luxo de soltar uma das mãos de sua cintura, e introduzo meu dedo médio em você, que corresponde apertando-o. Seus gemidos agora são ganidos, e estão tomando um volume alarmante, o que só aumenta minha excitação. Movimento o dedo cada vez mais depressa, por vezes fazendo um movimento circular, e a outra mão agora também está sob o vestido, apertando sua bunda. Falando baixinho, você sussurra palavras entrecortadas de incentivo, em um tom cada vez mais agudo, que é cada vez mais difícil de controlar. Suas unhas se perdem em meio ao meu cabelo revolto, puxando. Sei o que isso significa. Retiro a mão e te chupo com força, me dê tudo, todo o seu prazer. Você dá um tranco pra frente, se contraindo, enquanto atinge um orgasmo silencioso, seu corpo quente sendo beijado por mim e pelo vento com cheiro de rio. Me levanto, puxando sua calcinha de volta para o lugar e te abraço novamente, ao que você puxa minha cabeça e me beija, ainda ofegante.
A luz volta. Essa foi por pouco. Rimos enquanto você me beija todo o rosto, me limpando. Nos sentamos em um banco e trocamos carinho, nós duas acariciando os cabelos uma da outra. Essa aventura foi ótima mas não foi suficiente. Quase te puxo sobre mim ali mesmo, mas você me refreia dando risada, e me puxa pela mão. Vamos andando até um beco. Você entra primeiro, e eu fico vigiando os arredores por um momento, e então te sigo. Agora sim, estamos num lugar mais escondido. Um lugar onde você vai me deixar dar vazão a todo o meu desejo.