Vou contar a vocês uma experiência que minha esposa e eu tivemos ano passado, durante o carnaval. Lá em casa é praticamente uma regra viajar pra praia em feriados prolongados. Mas no carnaval do ano passado, como a grana tava curta, acabamos indo acampar na Serra do Cipó, próximo à nossa cidade (Belo Horizonte). Bom que seria uma oportunidade de fugir da bagunça e descansar de verdade, que era o que precisávamos no momento. Nossa filha adolescente, que está na fase de só pensar em farra, foi pra Diamantina com as amigas, o que pra mim e minha esposa foi até um alívio, pois poderíamos curtir alguns dias sozinhos.
Eu não tinha experiência com acampamentos (e nem era muito fã da ideia), mas era a melhor opção, considerando o custo x benefício. Ficamos dentro de uma área de camping, que cobrava super barato e ainda tinha uma estrutura razoável, com banheiro e churrasqueira. Ao chegar lá, ficamos admirados com o tanto que o local estava lotado. Havia barracas por todos os lados, sobrando pra gente apenas um lugar bem afastado, o que acabou sendo até bom, pois queríamos sossego.
Após armarmos a barraca, fomos dar um passeio pra conhecer a área de camping e comer alguma coisa na lanchonete que havia lá dentro. Quando voltamos, já havia várias outras barracas armadas bem próximas à nossa. Fiquei um pouco incomodado, pois imaginei inocentemente que teríamos aquele cantinho sossegado só pra nós. Mas o camping estava tão lotado, que isso não foi possível.
Nas barracas próximas, só havia homens, aparentemente amigos de faculdade. Como minha esposa estava de biquíni, não tiraram o os olhos dela, que logo foi se cobrindo com uma canga. Percebi que ela passaria o Carnaval sendo assediada, o que me preocupou um pouco. Mas confesso que aquilo também me excitava, saber que estávamos rodeados de homens e apenas minha esposa de mulher. Ela também pareceu gostar da situação, tanto que em pouco tempo voltou a ficar só de biquíni. Voltamos pra barraca e tiramos um cochilo, pois ainda estávamos cansados da viagem de carro.
Á noite, ao sair da barraca, encontramos os rapazes tomando cerveja e jogando truco na grama. Eles se apresentaram, todos muito educados e atenciosos, principalmente com minha esposa. Depois disso, passamos a noite em um barzinho que ficava próximo ao camping, e bebemos bastante, afinal era Carnaval! Ao voltar pra barraca, encontramos os rapazes fazendo uma verdadeira festa, regada a muita bebida e música alta.
Eles nos ofereceram cerveja, mas eu já estava mais pra lá do que pra cá, então não quis. Mas minha esposa não pensou duas vezes e foi logo pegando uma latinha. Eu queria dormir, estava exausto, mas ela ainda estava com toda a energia do mundo e queria curtir a noite. Como eu não poderia deixar minha mulher sozinha no meio daquele bando de machos, fiz um esforço e fiquei acordado. Não saia de perto dela um segundo, pois sabia que se desse brecha, alguém poderia chegar mais junto, principalmente porque estavam sob efeito da bebida.
O sono falou mais alto, não aguentei acompanhar. Agradeci pela cerveja, dei boa noite aos nossos novos amigos e já fui puxando minha esposa pra entrarmos na barraca. Mas, pra meu espanto, ela não quis me acompanhar: "ah, amor, tô sem sono, vou ficar aqui mais um pouco". Fiquei com raiva e lhe disse: "mais 10 minutos no máximo, então". Fui me deitar e fiquei de olho no relógio. Se ela demorasse, buscaria ele e a traria pra dentro nem que fosse à força.
Mas o sono estava tão pesado que adormeci. Quando acordei, já haviam se passado mais de duas horas! E ela ainda não tinha voltado pra barraca! Quando abri a porta da barraca, não havia mais ninguém lá fora. Foi quando percebi que tinha continuado a festa dentro da barraca de um dos rapazes! Eu não acreditava no que via, minha esposa estava dentro de uma barraca apertada com um grupo de homens!
Dentro da barraca, dava pra perceber que estavam acordados, pois dava pra ouvir o som de música e de gargalhadas. Já nervoso, gritei, pelo lado de fora: "você não disse dez minutos???". Nisso, ela sai da barraca, meio cambaleando por causa da bebida, e vai pra nossa, sem falar nada. Chegando lá, fui tirar satisfação: "o que você foi fazer na barraca com esse tanto de homem e só você de mulher?". Ela teve um ataque de risos, o que me deixou ainda mais furioso.
Falei sério com ela, pedindo que me explicasse o que tinha acontecido. Ela disse, com a cara mais lavada do mundo: "não tenho culpa se você fica com sono fácil, eu ainda queria curtir a noite".
"E você chama isso de curtir, ficar sozinha com outros homens dentro de uma barraca?", perguntei. Ela disse: "relaxa, ficamos lá só batendo papo". Não me convenceu. Eu sabia que aqueles rapazes não se contentariam em ficar só de papo, até mesmo porque estavam todos bêbados. E, pior, ela também estava bêbada e, quando fica assim, ela perde a noção das coisas.
Mas ela jurou de pés juntos que nada havia acontecido. Só me restou acreditar em sua palavra, já que não poderia provar o contrário. No dia seguinte, preferir sair da área de camping e acabei conseguindo uma vaga de última hora em uma pousada na região. Não queria correr o risco de minha esposa voltar a entrar na barraca daqueles homens, por mais que nada tenha acontecido.
Até hoje, me pego pensando sobre esse dia. Será que não aconteceu nada mesmo? Enfim, nunca vou saber. Mas admito que gosto de imaginar que muita coisa aconteceu dentro daquela barraca, só não conto isso pra ela, claro.
Espero que tenham gostado.
Erick
Abraço