Boa tarde pessoal, consegui voltar com mais um capítulo bem antes do esperado e por isso mesmo fiz algumas observações e decidi deixar o conto menos rancoroso e um pouco mais brando. Não me deixo influenciar por comentários, gosto de todos, sempre digo que críticas, sugestões e até ofensas são bem-vindas rsrsrs, mas percebi que não foi só eu que notei que o Fabrício estava ficando rancoroso demais, aí não dá né, por isso mesmo esse capítulo já vem com umas mudanças, espero que vocês gostem pois acho que fiz um bom trabalho. No mais bom fim de semana e boa leitura a todos.
Votos e comentários são sempre bem-vindos, agradeço a todos.
Respostas aos comentários.
Atheno: Realmente quem ama não faz o outro sofrer, mesmo que muitos digam, afirmem que sofrem por amor, eu mesmo já sofri. Luciano é o famoso enrustido, ou o tão temido bissexual, desses mesmo eu corro até por que muitas vezes me acho mais macho que eles, nada contra. Fabrício vai ter um tempo só dele, vai ser bom para ele, o ajudará a crescer, a amadurecer. Boa leitura.
Plutão: Luciano guardou por muito tempo, era um fardo que ele ficou aliviado em não carregar mais. Fabrício vai ajudar sim, eles são amigos acima de tudo, mas ambos têm que amadurecer. Abraços e boa leitura.
Leoky: Você falou uma verdade, tem que ter muita coragem para se assumir, as vezes vivemos com medo e a mercê de uma sociedade hipócrita baseada em valores retrógrados onde ser macho não é só no sexo, mas nas ações que é fácil se perder. Luciano esperou a hora certa, deixou passar algumas vezes e viu que dessa vez não era mais por capricho, era necessário. Boa leitura.
Regi1069: Gostei do seu posicionamento. Quem ama cuida, zela, valoriza, mas Luciano é bobão, tem muito o que aprender, não justifica, mas a vida não foi fácil com eles, basta agora eles acharem uma saída. Boa leitura.
Suara: Olá leitora, fico feliz que esteja gostando, para mim é um incentivo muito grande. Boa leitura.
The owl: Acredito que já tenha comentado sim, as vezes o site apaga alguns comentários, não entendo, mas lembro de você. Procuro escrever sempre com detalhes, sentimentos e sensações para não ficar uma leitura fria, nós somos amadores, mas não necessariamente temos que fazer algo porco, acredito que se o leitor reserva uns minutos para ler algo que eu postei eu no mínimo tenho que entregar algo bom para ele. Quanto ao João no próximo capítulo ele dará as caras e pior de que era, digamos que o ele ama o Fabrício mais do que a própria vida. Boa leitura.
nayarah: Luciano tem esse jeito ogro, bruto, mas é racional, tinha medo de se magoar e magoar Fernando.
Talles de Lima: Talles, fico todo sem graça com seus elogios, não tenho mais adjetivos para usar contigo, até por que já não preciso mais. Fabrício perdoa Luciano, mas não voltam a ter aquela amizade de novo, não no início...Ele está magoado e precisa crescer mais. Boa leitura.
Pedrolfm: Atendendo ao seu pedido estou postando antes, mas não prometo ser sempre assim, esse capítulo mesmo escrevi dentro do avião, mais tentarei me esforçar. Boa leitura.
ze carlos: Gostei da sua maneira de pensar. Boa leitura.
Coração Ferido - Capítulo XI
Luciano me olhava consternado, eu estava cansado desse olhar, eu não queria que tivessem pena de mim, não mesmo! Me fazer de coitado não mudaria o fato que eu tinha sido estuprado e que eu mesmo procurei isso quando eu aceitei ir para o motel com João aquela noite, eu ainda me sentia um lixo, sujo, mas pensar que eu não era tão vítima assim e que eu revidei quando pude estava fazendo com que eu me sentisse melhor.
- Eu nunca imaginei que algo assim aconteceria comigo, ele não era violento, só não demonstrava afeto, mas nunca me agrediu... – baixei a cabeça.
- Eles nunca são violentos Fabrício, geralmente são exemplares, pais de família, os supostos homens de bem... – Luciano descreveu o assassino de seu irmão.
- Eu precisava de você Luciano... – baixei a cabeça e chorei baixinho.
- Fabrício, tudo o que eu fiz contigo nesses últimos dias foi por que eu não aceitei que por minha causa eu estava te perdendo... – ele baixou a cabeça e gritou alto – eu me arrependi no mesmo instante em que propus ficarmos um tempo distante um do outro, eu não sabia como lidar com toda a situação, mesmo te amando eu tinha medo de assumir, foi mais fácil esconder...era melhor ter sua amizade e ter você por perto do que não ter você nem como amigo... – Luciano estava se abrindo de uma maneira que era difícil de acreditar.
- Doeu você dizer que suas amizades eram selecionadas, que você tinha mudado o nível elas, você sabe o que é se sentir um lixo? – Ele assentiu.
- Fabrício, eu sou ex presidiário, eu matei um homem, óbvio que eu sei o que é se sentir um lixo, outra coisa, eu me sinto assim desde aquele dia na porta do prédio onde você mora – ele confessou.
- Machucou demais... – não escondi minha tristeza.
- Eu queria te machucar! Você me machucou, por minha causa mesmo, eu estava tão confuso e alguns dias antes ver você entrando no motel com aquele desgraçado não ajudou... – ele estralou os dedos, sua voz carregada mostrava que estava com raiva.
- Você me viu entrar com ele no motel? – perguntei completamente envergonhado.
- Vi e me frustrei por não ser eu, queria ir lá dentro e tirar ele de tapa de lá, aquele direito era meu, eu que te amo...não um babaca que era seu colega de faculdade... – o ursão era ciumento, puxou o pai dele.
- Nós não somos preparados para algumas coisas... – era isso, eu precisava desabafar – como eu dizia a você eu nunca imaginei que ele ia fazer aquilo comigo... – Disse com pesar, Luciano se aproximou.
- Eu estou aqui...agora estou aqui...desabafa comigo Fabrício... – sem esperar uma resposta ele então me puxou junto com ele para o sofá, eu me deixei levar, ele respeitou meu momento e então eu relaxei.
- Eu sabia que não ia durar muito, eu era muito bocó mesmo... – Luciano alisou meu ombro – acho que eu não me dei valor e me conformei com o primeiro que me ofereceu seu pau... – eu era patético mesmo.
- Continua Fabrício...bota para fora, aliás, você não é patético... – Ele sorriu para mim.
- Eu era apaixonado por ele, nunca existiu amor, ele queria alguém para foder, usar, aliviar sua tensão e o seu tesão, eu queria alguém, um companheiro, mas com medo de ficar sozinho acabei aceitando a situação de puto, de objeto...você não sabe como eu me arrependo – não consegui olhar para Luciano, olhei para um ponto específico na parede.
- Desgraçado... – ele vociferou.
- Então eu descobri que ele tinha uma noiva e que essa noiva era uma colega de sala por quem eu tinha amizade, era do meu grupinho de amigos...eu me senti a pior pessoa do mundo, não iria de jeito nenhum passar de puto a amante e por isso mesmo confrontei ele – me lembrei do dia, o sorriso dele se desfez quando joguei a bomba, pela primeira vez ele não tinha a situação sobre controle – ele não gostou nenhum pouco da notícia que eu estava acabando...patético demais eu sou, não começamos nada para acabar... – ri triste.
- Você devia ter me contado Fabrício... – interrompi ele.
- Claro Luciano! – Exclamei - seria muito fácil, eu iria chegar para você e dizer: Luciano, você é meu melhor amigo, eu tenho que te contar, sabe aquele cara que eu te apresentei no churrasco da turma, aquele com presença, com feições árabes, então, fui seu puto, amante por quase dois anos e meio e quando eu quis acabar ele me bateu e me estuprou... – Luciano então vendo que eu iria chorar de novo me abraçou.
- Quando você me apresentou a ele naquele churrasco da sua turma eu sabia que ele te comia...ele fez questão de dizer isso para mim quando ficamos sozinhos, ainda pediu se eu era outro macho seu e me ameaçou dizendo que você era dele... – Olhei surpreso, não sabia disso, apesar que João na época me questionou quem era Luciano - fora isso eu via os olhares dele, não era de um homem que só transava contigo por diversão, era o olhar de um homem apaixonado, um homem que te ama e que recebia seu carinho mesmo não merecendo – Luciano tremeu de raiva – por respeito a você eu não acabei com a raça dele... – Interrompi ele.
- João aos poucos foi se mostrando quem era...só de pensar nele eu sinto nojo... – me encolhi.
- Você ainda pensa nele? – Um Luciano enciumado perguntou.
- Não da maneira que você está pensando... – ele me olhou ofendido – eu tenho ódio daquele maldito, por mim que um Catterpillar 797D passe por cima dele lá no Pará – Luciano franziu a testa.
- Como assim no Pará? Caterpillar? – ele me encarou.
- Sério Luciano! Um engenheiro civil que não conhece uma das maiores caçambas para movimentação de terra do mundo... – balancei a cabeça negativamente, ele revirou os olhos.
- Claro que eu sei o que é, mas não foi isso que eu perguntei, eu quero saber dessa história de que ele está no Pará? – entendi, ele estava se fodendo para a caçamba.
- A noite fatídica era nossa despedida em dois sentidos, eu sairia da vida dele e ele sairia da minha vida e da Valentina... – Luciano pareceu pensar por alguns segundos.
- Peraí...você está me dizendo que ele fugiu? – Ele me ficou pasmo.
- Descobri por ela que ele tinha pedido transferência para Parauapebas, ele tinha feito isso 3 meses antes – ele estralou os dedos – ele foi tão filho de uma puta que terminou o noivado com ela por telefone, o cara tem que ser muito pau no cu para fazer isso, comigo foi no motel...e ainda no outro dia ele teve coragem de me procurar lá no escritório e... – Luciano me segurou pelos ombros.
- Como? Ele foi atrás de você no escritório, eu vou matar esse cara! – E Luciano pirou de novo.
- Luciano! – Exclamei, ele me olhou com os olhos vermelhos de ódio.
- Você me fala assim na maior naturalidade que ele foi atrás de você no escritório – Luciano novamente se sentou, eu tinha que poda-lo.
- Foi no sábado que você me apresentou para Monica – ele deu um risinho constrangido - veio com um papinho que me perdoava, que eu tinha sido um veado desobediente que merecia um castigo, mas que não queria se desfazer de mim por que era difícil achar outro... – ele me interrompeu.
- Ele não quer outro, ele quer você Fabrício... – Luciano massageou a têmpora – me diz que você não cedeu a ele – sua voz saiu desesperada.
- Não, nunca mais ele vai me tocar sexualmente e nem de outra maneira, deixei isso bem claro, quando ele quis vim para cima de mim querendo bancar o machão eu dei uma joelhada em seu saco, ele caiu no chão e eu chutei suas costelas, suas pernas, ele me pediu ajuda e eu ainda cuspi nele... – Luciano riu, melhor, ele gargalhou – claro que ele me pegou pelo pescoço, quis me dar outra bofetada...aliás, por que vocês sempre dão bofetadas? Dói, queima – eu estava mudando de assunto.
- Não sei, nunca dei uma bofetada em ninguém a não ser em.. – Interrompi ele.
- Em mim... – Desarmei Luciano, ou melhor, acertei ele.
- Eu estava bêbado naquele churrasco onde eu te bati, não era minha intenção, a hora que eu falei aquilo eu me odiei, mas já tinha acontecido, a bofetada que a minha mãe me deu foi o mínimo...meu pai me deu outra em casa... – estranhei, Valmir não era de fazer isso.
- Por que você fez aquilo comigo? – perguntei me afastando um pouco dele, foi difícil me livrar dos seus braços, mas consegui, parecia um abraço de urso mesmo.
- Eu sabia que você ia embora por minha causa, eu queria fazer ciúmes em você, usei o André, sei que foi errado por que eu sabia que ele era afim de mim, mas depois percebi que você poderia estar indo embora para encontrar ele... – Luciano quando se referia a João tremia de raiva.
- Eu só queria sair de perto de você, eu já tinha sido estuprado, humilhado pelo meu melhor amigo, eu não precisava ser mais rebaixado... – Luciano respirou fundo, coçou os olhos.
- Droga, droga – ele levantou, estava nervoso – eu não faço nada certo nessa porra, minha vida é uma droga mesmo...por isso que eu estou sempre sozinho...eu afasto as pessoas de mim, eu vou morrer sozinho... – se era para me fazer ter pena dele então Luciano conseguiu.
- Luciano... – ele me olhou – você tem que parar de ter esses surtos de nervosismo, por causa disso você me machucou- ...alisei minha mão, Luciano respirou fundo, veio até mim, se ajoelhou na minha frente, pegou minha mão machucada e a beijou, era sério isso?!
- Para Luciano... – tirei minha mão, ele me olhou, se aproximou do meu rosto e encostou seus lábios nos meus... – empurrei ele - para Luciano! – odeio essas demonstrações de carinho dele, ele parece um ursão dócil carente.
- Por que não Fabrício... – ele pareceu se ligar no que estava acontecendo ali, ele então se ajeitou, me encarou – desculpa – e voltou a sentar no sofá.
- Ele luta boxe... – Luciano me olhou pasmo por causa da comparação.
- Foda-se! Eu sou maior, mais forte, jogo futebol e faço crossfit... – claro, meninos grandes, sempre se comparando, quase ri quando ele cruzou os braços frustrado – e pedalo...e sou engenheiro civil, ele não é... falo italiano e inglês... – Revirei os olhos e ri, Luciano realmente estava fazendo isso.
- Esqueceu de dizer que é infantil, mimado, ciumento, briguento... – ele riu e estufou o peito me interrompendo.
- Grande...gostoso, bom de cama e um bobão que te ama, mesmo sem merecer qualquer atenção sua, por que eu só faço merda e devo ser muito pau no cu mesmo! – ele não estava ajudando, o oscar de drama ia para ele, Valmir ensinou bem o filho a ser assim, até a cara de coitado do pai ele estava fazendo.
- Esqueceu de dizer que magoou o coração do melhor amigo babaca aqui que mesmo tendo todos os motivos para te odiar não consegue fazer isso... – ele entendeu que eu estava perdoando ele, Luciano então sem vergonha nenhuma começou a chorar e me abraçou, tudo nele era bruto, ganhei muitos beijos, tanto na boca como no resto do rosto e ainda fui envolvido por braços que teimavam em me puxar para junto dele.
- Para Luciano, eu te perdoei, mas mesmo assim eu quero ficar um pouco longe de você, eu quero ficar longe de todo mundo... – ele negou.
- Não me afasta de novo... – ele suplicou como se fosse uma criança – quanto mais você me der pancada tentando me afastar mais eu vou insistir em me aproximar de você, vai doer, eu aguentei muita pancada na vida, do meu melhor amigo não vai ser diferente... – caralho, Valmir ensinou bem o filho a ser dramático, pior que ele estava certo, no fim ele abriu seu coração para mim, confessou coisas e eu estava ali tentando ser frio com ele. Ele se levantou e foi para o quarto.
Ficamos alguns minutos ali sozinho em silêncio, então eu tomei uma atitude que poderia ser errada, precipitada, mas eu queria, precisava. Fui até seu quarto, ele agora estava sem camisa, olhava para o teto e não notou que eu tinha entrado.
- Luciano, será que eu posso falar mais uma coisa contigo... – cocei a cabeça um pouco envergonhado, seus olhos brilharam, ele sorriu a bateu com a palma da mão na cama.
- Vem – ele disse isso de uma maneira tão galanteadora e sexy.
Me ajeitei e quando vi estava deitado com a cabeça apoiada em seu ombro, sua respiração estava ofegante e seus dedos acariciavam meus cabelos, eu não precisava de um macho fodedor, muito menos de sexo, algo mudou entre eu e ele e foi em um tempo muito pequeno, mas naquela hora eu precisava do carinho e segurança do aconchego do meu melhor amigo...
- Entenda uma coisa...eu sempre vou te proteger... – Luciano me encarou, seus lábios encostaram nos meus em um selinho rápido, empurrei ele.
- Eu sei que vai, mas não confunda as coisas – ele me olhou sem entender - Luciano, eu não quero um macho, um namorado, um fodedor ou o caralho que seja, não quero que você confunda as coisas, o fato de eu estar tentando perdoar você e estar aqui contigo não significa que eu aceitei tudo o que você fez comigo, eu só quero que você entenda que não vai ser de uma hora para outra que vamos voltar a ter a relação que tínhamos, se é que vamos ter, quero que você entenda meu lado e me de tempo, espaço e principalmente me respeite...não sou nenhuma dessas mulheres que você pega por aí e não posso retribuir pelo amor que você diz ter por mim... – ele baixou a cabeça – não fica assim, eu fui estuprado a menos de um mês, não quero me envolver, tenho alguns fantasmas para enfrentar e nesse momento eu preciso mais da família, eu devo voltar para BH, vou voltar para o escritório e vou dar tempo ao tempo... – ele me interrompeu.
- Você não vai denuncia-lo? – Perguntou ele.
- Não... – ele me olhou pasmo – não me olhe assim, eu fui amante dele por quase dois anos, ele poderia muito bem dizer que eu e ele estávamos simulando um estupro ou então ele dizer que eu estava inventando, fora isso o constrangimento...os olhares de pena e repulsa para mim... – Ele me interrompeu.
- Mas eu estou aqui Fabrício... – ele se levantou, estava com raiva – eu vou lhe apoiar no que precisar, você não vai passar sozinho por isso... – ele me encarou.
- Eu sei que não, mas por enquanto eu quero paz e reorganizar minha vida... – ele sentou ficando de frente para mim.
- Eu vou te dar o tempo e espaço que precisa, só quero que você não se afaste de mim, eu errei muito contigo, estou pagando um alto preço por isso, mas não vou te perder de novo... – ele se aproximou e pegou em minhas mãos – vou lhe dar o que quer, mas não esqueça, eu sempre estarei por perto...se for necessário eu mato de novo por você... – um frio subiu pela minha espinha.
- Não quero que mate de novo! Nunca mais diga isso – fui ríspido com ele – quero que você entenda que toda ação gera uma reação e que nós dois estamos pagando por isso...eu não vou te abandonar, quero só meu tempo de digerir tudo, mas quero fazer isso eu mesmo – respirei fundo.
- Eu entendo... – ele se deitou na cama, me levantei e sai sem olhar para trás, eu era adulto e me portaria como tal – Fabrício...deita aqui comigo... – ele pediu, eu olhei bem para ele e segui em sua direção, ele entendeu me olhar – não quero sexo, só quero sua companhia... – ele então bateu na cama, eu assenti e deitei ao seu lado, a última coisa que me lembro é que adormeci olhando seus olhos e ele os meus.