"Vou gozar, vou gozar" (Parte 1)

Um conto erótico de Beal Balestrino
Categoria: Heterossexual
Contém 2214 palavras
Data: 22/11/2017 18:36:19
Assuntos: Heterossexual, Sexo, Amor

“Vou gozar, vou gozar”

PARTE 1/2

Beal Balestrino

Estava manobrando para entrar numa vaga, mas o espaço tinha sido diminuído por alguma anta que tinha estacionado errado, quando dei uma apertada na lateral de uma BMW branca. Parei, desci e fui verificar. Era nada, passei a mão, nem sinal. De repente, atrás de mim ouvi o barulho de uma sandália, tec, tec e uma voz de mulher irada se aproximando e falando duro:

- Hei, hei? Hei, você aí, o que está acontecendo? Raspou meu carro, seu barbeiro? Não sabe dirigir? Não viu meu carro? Não sabe estacionar? Algum dia fez baliza na vida? Vou chamar o trânsito, pode se preparar e...

Como eu tinha me agachado, levantei-me devagar, de propósito, e de propósito fui me voltando bem devagar. Acho que estava até rindo, mas curioso para ver a cara da dona da mulher quase desbocada e paciência zero. Imaginei uma bela encrenca.

Fui subindo o olhar, da sandália preta de laço na perna, vi o vestido que ela insistia em puxar pra baixo e que descia pelas pernas sem obedecer; passei pelo cinto preto e subi: a dona tinha belos peitos, e deles movi meus olhos para a cara dela.

Era uma mulher linda, de olhos pretos. Tudo bem, tudo preto, pensei. Como em câmera lenta, nossos olhares foram focando um no outro. Eu sorria meio debochado, mas meu queixo caiu com a beleza dela.

- Senhorita - eu disse, aprumando-me e empurrando a camisa e ajeitando a gravata e penteando os cabelos com os dedos. Chamar de senhorita era uma tática de cafajeste, e logo me arrependi pela baixaria. Ela pareceu compreender e tirou partido da situação.

- Senhorita, não, doutor...

Entendi a extensão da provocação, já que não sou doutor de nada. No máximo, um quase professor dessas coisas que pequenas morenas piel canela de vestidos colados e cabelos com luzes costumam dizer que não gostam

- Bem, estou disposto a pagar o estrago que fiz, mas primeiramente gostaria de pedir à Sra. que olhasse aqui, passasse a mão pra verificar se tem um risco, um calombo... Não tem nada, não houve nada, apenas houve um pequeníssimo contato e nem sinal de tinta, já que meu carro também é branco, embora mais modesto e...

- Não precisa ironizar e nem venha com auto piedade - ela aparou no ar. Está tudo bem, então. Se o Sr. diz, não vou aí passar os dedos em nada, até porque mesmo aqui dentro está um poeirão do inferno, neste calor...

Foi minha vez.

- Pois é, estava pensando neste calor infernal de Goiânia que nos sufoca... E pensava mesmo em sair daqui, atravessar a rua e ir àquela padaria tomar um suco triplo de laranja com adoçante e depois um cafezinho e então aconteceu isso e a Sra. apareceu me parecendo muito raivosa e agora penso que tenho coragem de convidá-la para irmos láque nojo!

- Desculpa, nojo de mim, do suco, do café ou da padaria?

- Do adoçante!

- Bem, confesso que fui mal. Vou só no suco natural e vou dispensar o café...

- Não! O café não. Não tira o café. O meu será spresso...

Mulheres! Quando me recobrei perguntei:

- A Sra. acentuou spresso... por acaso é italiana?

- Não, apenas sei que se diz assim, spresso. Expresso está errado. Ademais, sou nutricionista, e tenho obrigação de saber.

Armei a clássica piada sobre nutricionistas, que gostam de verduras, de ver duras, mas...

- Hei, a Sra. então aceitou meu convite?

- Não disse que aceitei. Apenas vejo que está na hora do meu suco de laranja e depois meu café spresso diário. E é aquela padaria que frequento.

- Então me ofereço para acompanhá-la. Venho pouco aqui, nunca a encontrei.

- Sim, não há outro jeito, se o Sr. está indo ao mesmo lugar neste instante. Mas com uma condição: cada um paga a sua conta.

- Não, assim não aceito. Eu pagarei a conta, pra compensar o incidente com seu carro e...

Ao atravessar a rua, atrevi-me a segurá-la delicadamente pelo cotovelo dobrado como se fosse Humphrey Bogart segurando elegantemente Ingrid Bergman em Casablanca. Do braço dela pendia uma pequena bolsa. Ela estava calma e eu não sabia sequer seu nome.

- Marisa, mas já vou avisando que odeio que me chamem de Marisinha - decretou.

- Mas Marisinha é tão bonito, tão bonitinho... Tão carinhoso - E ela franziu as sobrancelhas.

- É que tirei da minha vida toda inha, tudo que se fala assim. Mas pode me chamar de Má, então, porque é isso que eu sou. Má. Você parece um rapaz decente, sabe conversar, é bem-apessoado, não é um galã, parece inteligente. E aqui está meu cartão, marque uma consulta pra que eu te passe um sistema alimentar decente, capaz de eliminar este seu prenúncio de barriguinha...

Estávamos na porta, cada um ia para um lado. Barriguinha... Que doutorinha metida, prenúncio de barriguinha... Ela pensa que não vi o montinho disfarçado sob seu vestido, que não vi a curva de suas pernas quando ela as cruzou, que não senti seu cheiro de flor de laranjeira quando me aproximei pra fazer um daqueles malditos trocadilhos que gosto ou quando citei a porra de um frase latina sobre glória terrena.

Na mesa, eu desejei, mas felizmente, policiado por aquela figura imponente de menos de 1,63 de altura, e olhar profundo, mãozinhas pequenas de anel 16 não fiz outra tradicional e infame piadinha com o ketchup. Mas pensei em perguntar se ela queria que a chupasse ali mesmo. Fiquei com receio que ela me esbofeteasse.

Não consegui voltar à padaria por três dias.

No quarto dia, arranjei um tempinho na Redação e corri lá no mesmo horário.

Estava com a imagem, o cheiro e a delicadeza do sorriso da Má. Estacionei mas não vi o carro dela. Atravessei a rua correndo e ela estava lá, iluminando o lugar, florida numa blusinha, um jeans preto, uns argolões nas orelhas, uns aneizinhos pequeninhos curiosamente no primeiro terço dos dedinhos.

Ela lia um jornal.

- Boa tarde! Você por aqui, Dona Má? Que coincidência danada, eu ia passando e...

- Ia passando, né? Senta aqui. Depois daquele dia o Sr. não apareceu mais...

Ela tinha notado a minha ausência, o que era, por si só, um fato extraordinário no meu caso. Então encetamos uma bela conversa adulta contemporânea, sei lá, durante a qual falamos de nossas coisas um pouco, nossas vidas, nossas coisas, nossas dores um pouco, nossos desejos, não confessamos nossas confissões mais inconfessáveis. Ela brincou, disse que não era uma senhora, tinha quase sido, mas era senhorita. Só que não gostava de ser chamada assim.

E nos vimos sucessivamente nas semanas seguintes. Até que comecei a fazer minha mudança de apartamento e sumi. Quando voltei, ela estava lá, com olhar de censura e tez franzida e me deu uma dura.

- Então sumiu, não me ligou, não foi ao consultório. Então é isso. Acho que não consegui nada com meu novo amigo interessante que sabe conversar... É assim mesmo na minha vida, na porra da minha vida sem graça e...

Atalhei prontamente.

- Marisa, não diga isso. Você é tão bonita, tão jovem, tão iluminada, tão cheia de vida, pra que falar merda assim, Má...

- Você não sabe nada, seu tolo. Eu não sou uma menina, sou uma mulher mais que mediana e desafortunada. Estou destruída por dentro. Não consigo ruminar minhas coisas, meu coração é uma pedra de gelo, minha vida é uma merda, mesmo. Expulso todos de perto de mim, pode ser preparar que vou fazer você chorar um dia. Tudo o que eu quis foi a paz, a alegria, o amor. Tudo isso passa longe. E cada um que passou, dos pouquíssimos, foi embora sem dizer nada, pararam de mandar flores, tenho trauma de rosas, de alianças de noivado, de festinhas bobas de noivado, a sociedade aprova e desaprova e depois fica me culpando sem saber o que aconteceu e...

Ela começou a chorar.

- Calma, Má! Acalme-se. Olhe que vai borrar a porra da sua maquiagem... Vamos conversar mais sobre isso, mas você não pode achar que está tudo acabado...

- Você não sabe de nada, meu amigo...

- Tá, eu não sei, mas você vai me contar, não vai? Aliás, vamos embora daqui. Eu me mudei agora pra perto da padaria, veja você, e ainda tá meio bagunçado lá, que não deu tempo de arrumar minhas coisas, e gostaria que você desse uma olhada, que você pode ir lá e iluminar a porra do lugar, dar uma ideia sobre a disposição dos meus livros e dos meus discos, minhas camisas, e deixar lá a marca do seu espírito curado e me fazer feliz pra sempre...

- Ela enxugou o nariz e me olhou firme.

- Então você quer me comer!

- Não, meu bem. Antes de te comer quero te chupar inteirinha, cada pedacinho teu...

- Tarado! Eu também quero te comer, nunca vi isso em mim, que coisa, seu coiso...

Levantamo-nos, paguei a conta, ela queria dividir, eu disse “quando chegarmos você divide tudo o que é seu comigo” bem cafajeste e fomos embora.

Beijei seu rosto no elevador. Acariciei sua fronte, acalmei sua franja e ela sussurrou, fechando os olhos: “Gostoso, mas olhe a câmera”. Contive meu impulso de agarrá-la.

Abri a porta do apartamento e nos empurramos um ao outro, arrancando nossas roupas, nossos traumas, nossos fracassos, brindando nossas expectativas, nossos nervos, amparando nosso tesão comum um pelo outro, falando coisas, dizendo coisas.

Paramos na sala, levei-a para a poltrona branca de curva que a abrigou como mãos postas e ela se aninhou dizendo que estava um frio gostoso. Depois eu a puxei pela mão e a levei pro meu quarto e a joguei de costas na minha camna. Ela fez um muxoxo e me puxou. Caí sobre ela, boca a boca, pele a pele, cheiro a cheiro, e fui tirando seu jeans.

- Espere um pouquinho, já volto - ela disse, só de camiseta e calcinha e colocando sua mãozinha no meu peito.

- Já volto, é só uma chuveiradinha - disse. Fui atrás e ofereci uma toalha limpa, indiquei que no banheiro havia sabonete líquido, sabonete, o que quisesse. E fiquei ouvindo o nada pelo barulho do vento, até que ela voltou, embrulhada na toalha e dizendo como era gostosa a minha ducha, e eu me senti seguro.

Estava com os braços, as pernas, o pau, o coração agarrados firmes àquela bela mulher e eu sabia que dali não havia volta. Sentado à borda da cama, deixei de lado todos os meus fracassos quando puxei a toalha e revelou-se uma Má que eu não imaginava, perfeita, de seios perfeitos, ventre perfeito, pernões de academia, e bem abaixo do umbigo perfeito, um caminhozinho perfeito de penugens indicava que por ali se chegava ao paraíso, e o paraíso tinha uma entrada perfeita que eu já divisava.

Ela suspirou quando a abracei pela bunda e beijei seu ventre e fui descendo a minha boca ávida. Senti seu cheiro e pedi que ela me aguardasse. Na ducha, minha emoção se manifestou ao sentir a água jorrando forte e batendo no seu cabeção, que lavei muito bem como sempre fazia. Meio molhado, embrulhei-me e saí. Má estava deitada sobre meus quatro travesseiros e abriu os braços, nuazinha, e me convidou dizendo vem cá, vem cá...

Entrei no paraíso, como disse, primeiro beijando sua boca e seu pescoço, depois beijando e chupando seus peitinhos duros e depois desci em direção do caminhozinho e o olhei: era mesmo uma estradinha de penugens aparadas de forma rente, que iam até a entrada de uma rachinha tão pequenininha, a menor que eu tinha visto, bem pequeninha.

Beijei aquela entradinha delicadamente de lado e de frente, enquanto Má se contorcia e dizia coisas tipo “como é que pode a menina fazer isto? Como é que pode? Não é pra fazer, caralho! Que merda que eu sou... Onde já se viu? Como pode, como posso?”.

Eu não respondi, vendo no seu corpo que sua reação aos meus ataques era boa. Sentia seu cheiro. Fui aumentando a pressão, meu coração disparado, separei suas belas coxas de academia e me instalei de frente na preciosa gruta de Marisinha e comecei a beijar e a chupar levemente seus lábios divinais, de gosto e cheiro excelentes.

Senti que ela contorcia a bunda, contraía a pélvis de forma acelerada e ronronava apertando cada seio com uma das mãos. Então cheguei ao seu grelo e, pasmo, vi que ele era apenas a metade da metade de um pequeno grão, inchadinho, vermelho como toda a buceta pequenininha da dona, apenas um rachadinho lindo.

E comecei a chupar seu grelinho e ela arfou ao toque da minha boa e da minha língua. Primeiro devagar e depois mais rápido, mais rápido, mais rápido, e ela tirou as mãos dos peitinhos e agarrou-se ao lençol, que puxou até arrancá-lo das bordas. Até que gritou “vou gozar, vou gozar, tira, tira, tira, tira...” E enfim eu parei. E ela gozou sucessivamente três ou quatro vezes, como eu nunca tinha visto!

Ele tremia no corpo inteiro. Tomou fôlego:

- Nossa, Bem! Que coisa louca! A menina nunca... Meu Deus, que caralho de coisa boa que você fez, Bem! Não sabia que isso existia assim com toda essa intensidade... Nunca gozei assim na minha vida - sublinhou fortemente.

- Deixa eu morrer, Bem, deixa eu morrer aqui na tua cama, que morrerei feliz e loucamente gozada, a mulher mais feliz do mundo!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Balestrante a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários