Capítulo 1
“Era uma vez um rei e uma rainha, que moravam em um belo castelo às margens de uma vasta floresta, que abundava em vida e alegria. Este simpático casal tinha dois filhos, um rapaz, mais velho, e uma moça, mais jovem. Os quatro membros da família real viviam felizes em seu palácio, e a vida era boa”. Geralmente é assim que os alegres contos começam. Mas infelizmente esse não é um conto cheio de alegrias. O nosso monarca, rei Bartholomeu, encontra-se vítima de uma severa doença, que o faz sofrer dores agudas durante todo o dia. A rainha, Mariah, se perdeu em sua biblioteca particular tentando encontrar uma cura para o marido, e afoga suas tristezas com excessivas doses de álcool, sempre às escondidas. Suellen, a princesa, é o oposto de tudo o que se imagina de uma princesa, sendo uma excelente arqueira, uma espetacular cavaleira e uma exímia espadachim, tudo isso somado ao seu ódio mortal pela rotina do palácio. Mas é o príncipe Henry que está sempre nas fofocas da cidade. Não por ser um caçador, ou um guerreiro, ou algo do tipo. O que chama a atenção do povo são as suas “escapadas”, ou suas constantes solicitações por sevos, ou ainda a forma como ele conversa com esses servos, como se eles fossem mais do que apenas isso. Apesar de todos esses problemas, a família real mantém a postura de realeza, de forma que só sabem de tais “problemas” o número mínimo de pessoas. Para o restante dos súditos, tudo o que se sabe são os burburinhos que surgem vez por outra. Sendo assim, acredito que seja seguro dizer que “era uma vez um rei e uma rainha, que moravam em um belo castelo às margens de uma vasta floresta, que abundava em vida e alegria. Este simpático casal tinha dois filhos, um rapaz, mais velho, e uma moça, mais jovem. Os quatro membros da família real viviam felizes em seu palácio, e a vida era boa”.
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O sol entrava pela janela e batia no peito desnudo de Henry. Sua pele branca refletia essa luz, brilhando de forma doce e inocente. Seus cabelos negros cobriam o travesseiro, mas seus olhos permaneciam fechados, adormecidos. Thomas estava ao seu lado. Apoiando a cabeça com a mão, e o cotovelo na cama, observava a forma como o sol matinal iluminava seu amante, e sorria. Olhou pela janela, e se levantou calmamente, com cuidado para não acordar vossa alteza. Vestiu suas calças, sua camisa, seu manto e saiu pela pequena porta de serviço no canto do quarto.
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Suellen acordou com a luz matinal adentrando seu quarto. Na mesinha ao seu lado, jazia um vaso branco com uma rosa vermelha, recém colhida. A princesa olhou para a rosa, e sorriu. Todo dia, desde que ela podia se lembrar, amanhecia com uma rosa em sua mesa de cabeceira. Ela não fazia ideia de onde essas rosas vinham. Não haviam roseiras no palácio. Na verdade, não existiam roseiras em um raio de quilômetros do palácio. Mas Suellen havia desistido há muito tempo de solucionar o mistério das rosas. Agora ela só aceitava a flor como parte do seu dia.
Levantando-se devagar, Suellen pode ver a outra parte de sua rotina matinal: o café da manhã deixado na mesa em seu quarto. Sem se vestir, pegou um pedaço de pão e foi até a janela. Ao abri-la, sentiu a brisa da manhã tocar gentilmente seu corpo nu. Respirou aquele ar fresco calmamente, debruçando-se na janela, seios à mostra. Seu pai possivelmente ficaria louco com isso, mas Suellen não se importava. Ele já estava louco mesmo.
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Mariah olhou de relance para o sol que adentrava as janelas da biblioteca. Sua cabeça doía, tanto pelas horas de leitura intensa, como pelo vinho da noite passada. Mais pelo vinho. Já havia se conformado com o fato de que o marido iria morrer, e que ela não podia fazer nada. Não existia cura para a doença que o acometia. A rainha movimentou seu corpo dolorido para fora da biblioteca, e em direção a seu quarto, mas antes de abrir a porta já pode ouvir os gemidos de dor de seu marido. Os gemidos que a mantinham acordada durante toda a noite. Ela já não podia mais suportar o estado do marido. Precisava fazer alguma coisa. Criando coragem, abriu a porta e entrou.
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Thomas desceu pela escada de serviço até a cozinha. Era cedo ainda, mas esse cômodo já estava a todo vapor. Pessoas corriam por todos os lados, mexendo panelas, carregando sacos de mantimentos, equilibrando bandejas. No centro de toda aquela confusão, o cozinheiro chefe, Clayton, gritava ordens e gesticulava expressivamente sua grande colher de pau, pronto para dar uma bela bordoada em quem fizesse qualquer coisa fora do planejado.
Ao caminhar em direção à bandeja de café da manhã do príncipe, Thomas pode sentir diversos pares de olhos voltando-se em sua direção. Sem dar atenção a nenhum deles, seguiu graciosamente pela cozinha, pegando a badeja e saindo da mesma forma que entrou.
Subiu novamente pela escada de serviço, e entrou no quarto que a poucos minutos havia saído. Henry ainda dormia inerte na cama. Thomas colocou a bandeja na mesa do quarto e se virou para sair. Quando abria a porta, pode ouvir uma sonolenta voz falar com ele:
“Obrigado por noite passada, Thomas”
“Claro, alteza, sempre que o senhor desejar”, respondeu. “Com sua licença”, e saiu, antes de ouvir a resposta do príncipe. De fato, noite passada havia sido intensa, e ele agora conhecia um outro lado do príncipe. Quem iria imaginar que o herdeiro de um dos maiores reinos do Leste seria uma putinha na cama?
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Oláaaa!!
Depois de muito tempo sem postar nada, eu voltei com um conto medieval, algo que eu sempre tive vontade de escrever... Se você gostou, por favor vote e deixe um comentário, para eu continuar fazendo mais!
Sei que ainda estou devendo o final de “Pra Inglês Ver”, mas fiquei meio de saco cheio dessa história, e não estava conseguindo escrever uma continuação decente. Sendo assim, vou deixa-la em standby por mais um pouco de tempo...
Críticas e sugestões podem ser feitos nos comentários, ou você pode me mandar um email para <matt.taylor.cdc@gmail.com>. Sua privacidade é garantida ;)
Até o próximo conto
xoxo