Ele me olhava com curiosidade, nao sabia quem ele era mais logo descobri quando uma voz grossa rompeu o silencio, e ela era a voz mais perfeita de todas que ja ouvi:
Rafael- Ola doutor Eduardo quanto tempo, o que faz aqui?
Eduardo- Oi Rafael realmente faz tempo que nao nos vemos, eu vim prestar meus serviços ao menino Bernardo.
Rafael- Acho que nao nos conhecemos, sou o Rafael muito prazer.
Ele falou me olhando e estendendo a mao. E assim que a apertei nao senti um arrepio como seria o normal pra alguem apaixonado, senti dor pois o aperto de mao foi literalmente um aperto, muito doloroso por sinal.
Bê- Muito prazer sou o Bernardo.
Paulo- Depois volto pra falar com voce bernardo, descanse um pouco, logo a empregada lhe trará algo para comer, vamos doutor lhe acompanho ate a porta.
(Narrador Paulo)
Depois de acompanhar o médico ate a porta meu filho apareceu, me olhando como se me repreendesse por algo e eu ja sabia sobre o que.
Rafael- Quem é aquele pobretao la no quarto de hospedes?
Paulo- Nao me venha com seus preconceitos Rafael, eu ja lhe falei que apesar de voce ter tido a sorte de ter nascido numa familia rica isso pode mudar, se voce nao melhorar esses seus modos arrogantes perante as pessoas tomarei atitudes para que te tornes tao pobre quanto aqueles que costumas julgar.
Rafael- Nao entendo esse teu facinio pelos mais necessitados.
Paulo- Isso nao te interessa, e trate de tratar bernardo respeitavelmente, ele nao fez nada que mereça sua falta de modos, se voce fazer algo que o magoe ou o faça sentir se mal, esqueço que voce é meu filho e te deserdo, estou farto dos teus caprichos, estamos entendidos?
Rafael- Sim senhor.
Meu coração pesava toda vez que tinha de tratar meu filho desse jeito, mas as atitudes dele ainda o fariam um enorme mal, eu ate tentava o fazer mudar mas se ele nao escolhesse mudar por si mesmo, sofrerá muito na vida ainda.
(Narrador Bernardo)
Assim que o gostoso quero dizer Rafael saiu do quarto junto a seu pai e o médico, dona celia sentou se na cama e me questionou o que havia me acontecido para que desmaiasse na praia, confesso que fiquei com vergonha de dizer que havia sido expulso de casa por ser gay, mas resolvi ser corajoso e contei toda a minha vida pra ela, durante o relato lágrimas escorriam por meus olhos e ela me abraçou confesso que me senti acolhido pela primeira vez na vida, depois de tudo ela me passou a bandeja que a empregada deixou no criado mudo comi tudo e depois levantei determinado a ir embora pra onde eu nao sabia, so que dona Celia nao me deixou sair falou que era pra mim tomar um banho no quarto de hospedes e espera la pois ela iria falar com o marido e depois viria falar comigo, e em hipotese alguma deveria sair sem antes falar com ela.
(Narrador Paulo )
Estava no meu escritorio pensando em algo que ajudasse meu filho a se tornar alguem mais tolerante, mais o convivio dele era restrito a pessoas que tinham o mesmo padrao de vida e de pensamento, seus amigos eram tao ou mais mesquinhos e arrogantes que ele, apesar de crialo para respeitar tudo e todos, mas seu comportamento destorcia tudo.
Celia- Amor conversei com bernardo e depois de saber por tudo que esse menino passou nao posso permitir que ele saia daqui e va pra rua pois nao tem pra onde ir.
Ver a aflição no rosto de minha mulher me fez ouvi la e depois de me contar tudo pelo qual passou esse menino, senti que nao poderia deixa-lo desamparado tinha que ajuda- lo de algum modo.
Paulo- E como pretende ajuda- lo querida?
Celia- Por que nao o abrigamos? Ele nao parece ser um mau menino muito pelo contrario, alem do mais o Rafael para so mais no seu apartamento do que em casa e a Laura estudando em São Paulo so vem nas ferias, seria otimo te-lo como compania, e poderiamos ajuda-lo arrumando um emprego na empresa pra ele acredito que nao sera dificil, o que voce precisa entender amor é que o que eu vi foi um menino que precisa de muito amor é carinho e nos podemos proporcionar isso a ele, o que voce acha?
Paulo- Eu acho falar que nao, nao vai adiantar pois voce parece decidida ja hahahahahahaha. Mas eu realmente ja havia pensado em emprega- lo, agora so precisamos que ele concorde em ficar aqui conosco.
Celia- Ai amor obrigado, eu te amo eu tenho certeza que ele vai ficar ele nao tem pra onde ir, fora que so queremos ajuda-lo.
Paulo- Sim eu sei, mas voce sabe que seu filho nao reagira muito bem a isso nao sabe?
Celia- O Rafael teve todas as oportunidades na vida Paulo, ele nao pode se achar no direito de privar os outros de terem pelo menos um pouco da sorte que ele teve, alem de que ele nem vera quase o bernardo pois ele passa pouquissimo tempo aqui.
(Narrador Bernardo)
Depois de tomar um dos melhores e mais relaxantes banhos da minha vida arrumei minha mochila e fiquei sentado na cama esperando dona Celia vir falar comigo, confesso que a curiosidade estava me matando ao ponto de me fazer roer as unhas.
Celia- Bernardo eu e o Paulo conversamos e gostariamos de fazer uma proposta pra ti.
Be- E qual seria?
Paulo- Eu sei que somos estranhos uns para o outro mas gostariamos que ficasse aqui morando conosco, podemos ajuda- lo, eu posso conseguir um emprego pra voce em uma de minhas empresas, e voce mora conosco nos fazendo compañía.
Celia- E claro que se depois de um tempo voce nao quiser mais morar conosco e arrumar um lugar pra voce morar nos o ajudariamos, e entao topa?
Eu jamais pensei que depois de desmaiar numa praia sem ter um real no bolso o mundo daria tamanha volta ao ponto de chegar onde estava sendo convidado por um casal de pessoas de muitas posses para morar com eles e trabalhar, confesso que apesar de nao ter pra onde ir eu nao sabia se era correto aceitar tal proposta. E agora aceito ou nao?