— Quero te apresentar o Vítor! — Quando vi quem era o amigo do Robert meu sorriso desapareceu na mesma hora.
— Pablo, Vitor, Vítor, Pablo! — Apresentou Robert educado. Tive que fingir não conhecer Pablo, sim ali estava Pablo Daniel na minha frente com um sorriso de cínico, ele é meu primo mas de qualquer jeito não quero que Robert descubra que Pablo já foi meu namorado, e por culpa dele eu fiquei tão mal.
— Prazer, seja bem vindo a minha casa. — Peguei a mão de Pablo,ele me abraçou. — Muita falta de caráter você aparecer aqui! — Ele só sorriu.
— Essa é a noiva dele, Katarina! — Continuou Robert.
— Prazer! — Falou ela com uma cara de nojo. Ela me olhava como se eu fosse algum tipo de ameaça.
— Olá! — (Mas o que eu queria dizer era, oi sua vagabunda)
— Vocês são amigos? — Perguntou Katarina.
Eu abracei Robert, vi no rosto de Pablo que ele não gostou nada dessa aproximação!
— Somos, como posso dizer, mais que isso. — Eu sorri debochado! Robert ria como um tolo do meu lado. — Venha Robert eu quero te apresentar para meus pais. Vocês não se importam não é? — Perguntei olhando pra Pablo e Katarina.
— Na verdade. — Começou Pablo. — Eu acho...
— Que bom, não vamos demorar. — E sai deixando Pablo falando sozinho.
Eu estava olhando para o chão pensando, acho que Robert não percebeu, mas eu estava errado.
— Eu já conheço seus pais.
— Eu sei. — Falei baixinho.
— O que aconteceu?
— Eu estou pensando no seu amigo. — Ele fez uma cara feia. — Digo, como vocês se conheceram? — Ele pensou um pouco, eu achei que ele não ia me responder.
— Bom, ele é um dos advogados do meu pai, viramos amigos, sabe até cheguei a gostar dele, mas nunca foi nada além disso! — Eu estava feliz por ele estar sendo sincero comigo. — Mas por que o interesse?
— Não, só achei ele legal! — Eu mentia muito mal. Por sorte encontrei minha mãe.
— Mãe, eu quero que você conheça alguém.
Quando minha mãe viu Robert ela ficou encantada.
— Eu já conheço você ,Robert não é?
— É sim. — Ele sorriu educado.
— Seu namorado é lindo filho!
Minha cara foi ao chão, fui do vermelho ao roxo!
— Mãe ele não é meu namorado, é meu amigo. — Robert não falava nada, ele apenas sorria. Peguei ele pelo braço e o levei para longe da minha mãe.
— Me desculpe pelo que minha mãe falou!
— Mas por que? Eu não achei nada demais, eu até gostei.
— Mas eu não, claro não por você é só que minha mãe vive se metendo na minha vida! — Marta apareceu nessa hora e me levou pra longe dele.
— Eu estava com o Robert! — Falei aborrecido.
— Tá depois vocês se comem, mas agora me diz que aquela lá não é Katarina!
— Infelizmente é ela mesma.
— Eu vou dar na cara dela!
— Não, você vai ficar aqui!
Não reparei que Katarina estava muito elegante, com um vestido longo vermelho, joias cintilantes, uma bolsa prateada e um salto alto. Seu cabelo loiro amarado no topo da cabeça, ela era de fato um mulher muito bela e interessante, os olhares iam todos para ela, tenho certeza que ela adorava isso, e Pablo do lado de Katarina ficava um casal perfeito, ele com um terno preto. algumas garotas tentavam chamar a atenção dele, mas ele não ligava, só ficava me fitando e eu sorri para ele!
— Olhe para eles parecem um casal americano ricos! — Uma voz famíliar falou comigo.
— Carlos minha nossa. — Eu o abraçei, ele me apertou me deixando sem ar. Ele não havia mudado nada, só estava um pouco mais maduro, seu cabelo agora negro.
— Feliz natal. — Ele me deu uma caixinha de veludo, dentro tinha uma fina corrente de ouro com um pequeno mas muito belo diamante.
— Meu Deus Carlor isso é caríssimo! — Eu devolvi.
— Nem tanto, eu gostei do diamante, achei que ia ficar linda em você, e também eu precisava de algo chique pra te dar de boas vindas, um presente meu e de Beto. — Ele se negou pegar a caixa de volta. — Estou magoado com você por não ter me procurado.
— Desculpa, Beto veio com você?
— Não, ele ficou em casa, mandou um abraço. Eu também não vou ficar.
Olhei para a corrente outra vez.
— Eu não gosto de joias tão caras!
— É mas aquela mulher lá adora. — Ele apontava para Katarina. — O que eles fazem aqui?
— Um amigo os trouxe!
— Aquele playboy lá? — Robert me olhava atentamente e curioso, e eu acabei encontrando os olhos de Pablo em cima de mim, sua expressão era de raiva, ódio, claro pelo fato de Carlos estar perto de mim!
— Acho que não posso ficar tão perto de você, ou seus amigos vão me matar. — Ele ria. Eu me preocupava com Carlos agora. — Mas eu já vou, venha até minha casa, temos muito que conversar. — Ele me abraçou e se foi.
Eu fui tomar qualquer coisa que eu achasse, acabei encontrando a minha turma afastada em um canto.
— Ei seus vacos!
— Vítor, desculpa não estar lá dentro mas essa festa está chata!— Falou Marta!
— Cala a boca Marta você já está bêbada, mas de fato está muito calmo lá dentro!
— Então que tal uma música? — Edy apareceu com uma caixa de som!
— Coloca Sia! — Eu gritei! E em poucos minutos já estava tocando The Greatest, melhor música. Metade da festa veio pra fora com a música e quase por mágica todos estavam entregues ao som!
Robert estava sentado na poltrona da sala mexendo no celular!
— Se você quer me acompanhar não pode ser tão parado! — Eu já estava alto pelas bebidas e sentei no colo dele.
— Você me deixou aqui então eu fiquei até que você me procurasse. — Nossos rostos estavam tão próximos, eu fiquei tentado a beijar ele.
Eu estava a ponto de fazer isso se Pablo não tivesse aparecido. Ele ficou espantado e surpreso por me ver naquela situação com Robert.
— Será que podemos conversar Vitor?
— O que eu teria que tratar com um desconhecido?
— Não seja tolo e venha! — Ele me puxou do colo de Robert e eu me desequilibrei.
— Qual é o seu problema Pablo? — Robert levantou furioso.
— Isso não é problema seu! — Robert encolheu na mesma hora.
Pablo me arrastou para meu quarto!
— Me solta! — Protestei. — Você está me machucando!
— Antes você vai me dizer qual é a sua! — Eu puxei me braço, ele estava vermelho onde Pablo apertou.
— Não sei do que você está falando!
— O que Carlos estava fazendo aqui? Não posso acreditar que você o perdoou!
— Isso é problema meu não seu! — Eu estava começando a me irritar!
Ele viu a corrente no meu pescoço, e a puxou e jogou no chão!
— VOCÊ FICOU LOUCO? — Bati no peito dele.
— Não vou deixar você usar essa corrente que aquele almofadinha te deu.
— E quem você pensa que é? — Eu estava bem perto dele.
— Eu sou seu homem. — Ele me puxou e me beijou, eu me entreguei ao momento e relaxei nos braços dele. A bebida ou o beijo dele me deixou mais tonto. — Viu só como você gosta de mim. — Ele me jogou na cama e subiu em cima de mim, ele chupava meu pescoço e o mordia. Eu estava pirando, então alguém bateu na porta.
— Filho? Você está bem? — Pablo me olhou calmamente mas eu estava desesperado. Sai correndo do quarto!
— Estou sim mãe, vim pegar meu celular! — Descemos juntos. Me encostei em uma parede para ordenar meus pensamentos, Pablo desceu as escadas sorrindo, fui para o lado de fora da casa.
Já era 02h25 meus pais não estava mais na festa, na verdade quase ninguém estava, apenas Marta, Edy, Karol, e os amigos deles que eu esqueci o nome assim que me falaram. Eram doze pessoas no total, mais quinze com Pablo, Robert e Katarina. Sim, eles estavam todos aqui. Eu não sei porque.
— Vítor, eu preciso ir! — Falou Robert. Ele parecia muito chateado.
— O que foi Robert?
— Nada só estou um pouco cansado!
Eu estava mega bêbado e o abracei na verdade pulei no colo dele e trancei as pernas em sua cintura.
— Você não passou muito tempo comigo! — Ele falou no meu ouvido.
— Me desculpe eu não percebi! — Alguém me puxou e eu quase cai no chão.
— Você nunca mais toca nele! — Gritava Pablo batendo no peito de Robert!
— Não me toca, qual o seu problema? — Robert estava irritado.
— Pablo seu idiota não grite com Robert.
— E você fica quieto Vítor, olha só pra você, parece um bêbado ridículo.
Robert deu o primeiro soco, e Pablo caiu no chão. Os amigos de Edy ajudaram ele a levantar.
— Não, eu não quero briga na minha casa! — Eu puxei Robert pra fora.
— Ele que começou! — Pablo nós seguiu e deu um soco na boca do Robert!
— Parem, vocês parecem dois animais! — Gritei. — Vem Robert, vamos sair daqui.
— Você não vai com ele! — Protestou Pablo!
— Por que você não pega a sua noivinha e desaparece da minha casa? — Eu entrei no carro de Robert e deixei que ele me levasse pra qualquer lugar sem rumo. Pablo havia acabado com o meu natal, foi o natal totalmente fracassado, o pior que eu já tive.
— Eu estou muito envergonhado.
— Pelo que Vítor?
— Por tudo, esse foi o pior natal de todos.
— Não se preocupe, foi divertido, tirando a parte que Pablo estragou tudo. Mas foi legal, porque eu estou com você. — Ele se inclinou para perto de mim e me beijou. Eu não me afastei dele. Eu queria esse beijo mais do que qualquer coisa. — Eu esqueci de te desejar feliz natal. — Ele disse sorrindo.
— Feliz natal Rob. — Nós rimos e eu encostei minha cabeça no banco do carro e peguei no sono.