A antecipação de tutela (2ª Parte)

Um conto erótico de Clarissa
Categoria: Heterossexual
Contém 2303 palavras
Data: 08/01/2018 18:10:43
Última revisão: 18/01/2019 10:00:47

“Arrisque-se! Pois tudo que é bom começa com um pouco de medo.”

Meu companheiro de vida não retirou a medida antecipatória, e sempre me incentivou (pelo menos é o que ele diz) a ter uma experiência com outro homem. Nesse hiato de três anos, meu querido leitor, continuamos viajando em busca de aventuras sexuais – obviamente que mais ele do que eu. Não vou negar que minha libido nesse período diminuiu: eu já não tinha mais o mesmo entusiasmo, por vezes preferia ficar dentro do quarto do hotel a sair, ou, se saía, procurava rapidinho uma forma de achar a noite ruim e voltar para a cama do hotel correndo! Período estranho e infeliz. Parecia que a autorização para o sexo casual tinha provocado um efeito reverso: a cada dia eu ficava mais retraída e hostil.

Claro que meu marido percebeu tudo o que se passava, e fez de tudo, tudo mesmo, para que eu voltasse a me alegrar com os prazeres da carne. Recebi massagem tântrica profissional de uma mulher (massagem, e não sexo tântrico, ok!), que foi sensacional, entrei no Tinder, e fiz vários ménages com meu maridinho, sendo que o último deles foi inesquecível (terei que escrever um conto somente para esse fato!).

Mas hoje prefiro falar dessa armadilha (ou não, ainda não fechei a questão) que é o Tinder, um aplicativo de encontros. O maridão foi quem criou meu perfil, fotos, dados, etc., com um celular pré-pago e Facebook fake, por óbvio. Dei muita risada usando o Tinder!!!! É cada figura que aparece! Como resultado das buscas no aplicativo, dentre homens cariocas e paulistanos, acrescentei uns 10 contatos no meu whatsapp. Desses, encontrei pessoalmente três: um de Sampa e dois do Rio. Mas para não me estender muito, contarei sobre o homem do Rio de Janeiro.

Era novembro de 2016. Na cidade maravilhosa, acabei conversando de forma mais interesseira pelo whats com dois homens: Carlos, 41 anos, e Marcos, 32 anos. Esse último acabei não encontrando (mas é importantíssimo referi-lo meu querido leitor – mais tarde você entenderá...), e o Carlos, a julgar pelas fotos, parecia um fofo lindo, além de o papo virtual ter fluido. Marcamos, por sugestão minha, um restaurante situado dentro de uma livraria em Botafogo. Foi uma decepção! Nem parecia ser o rapaz do Tinder. Não era bonito como nas fotos, mas isso até não era um empecilho. O problema foi a falta de assunto, de sintonia: ele devia ter sérios problemas relacionais. Foi uma noite desastrosa! Ele me levou até a porta do hotel e nos despedimos com um beijo no rosto. Ao menos arrumei uma companhia para jantar!

O tempo passou, e eu fui ao Rio em janeiro de 2017. Acho que esqueci de comentar o fato de o meu marido ir muito ao Rio de Janeiro, por motivos profisisonais. E ele, como um querido que é, sempre quer a minha companhia, ao menos a diurna! Não olvide, querido leitor, que meu marido amante vem fazendo um esforço para que eu volte a ser a safada que era antes. Para tanto, ele me sugeriu usar o Tinder, por entender ser mais fácil eu ter um encontro, e por achar que eu ficaria mais excitada com esse recurso. Até tentei o aplicativo, mas não estava animada. Foi aí que resolvi ressuscitar os contatos que havia no whatsapp. Mais precisamente o Marcos. Mais precisamente 10 anos mais novo do que eu. Onde estava eu com a cabeça??

Ele escolheu um pub de cervejas artesanais para o nosso encontro. Fiquei tensa no trajeto, que fiz a pé, afinal era 700m de distância do hotel. A idade dele me incomodava; era um rapaz perto de mim. Chegando no local, o reconheci imediatamente, e acho que ele também percebeu que era eu. As fotos eram fiéis ao que meus olhos via: olhos claros, cabelos grisalhos (daí porque dei um “like” na sua foto no Tinder antes mesmo de ver sua idade), magro, boa altura, sorriso largo. Ficamos conversando das 21 até a hora em que o garçom nos expulsou... deveria ser passando da uma da manhã. Não vi o tempo passar. Marcos era uma companhia para lá de agradável. Como ele estava de carro, me levou até o hotel, onde nos despedimos com um único beijo muito gostoso. Ele me deixou empolgada. Diferentemente dos encontros anteriores, e de outros que não referi nesse relato, eu estava excitada com a situação. Não gosto de homens que avançam rápido demais. E Marcos parecia saber disso. Confesso: a noite foi perfeita! Com gosto de quero muito mais do que um beijo... Não resisti, e ainda na madrugada escrevi para ele uma mensagem, talvez encorajada pelas cervejas fortes que tomamos: “Marcos, gostei muito de ter tido a oportunidade de conversar contigo. Saiba que me senti muito à vontade em tua companhia. Tu é um cara muito alto astral, gentil e lindo! Espero um segundo encontro...onde possa utilizar meu sentido mais apurado...E que não fique somente num único beijo...Boa noite!” Com essa mensagem atirada, obviamente que o segundo encontro aconteceria na outra noite. E assim ocorreu. Passamos o dia trocando mensagens de whatsapp a fim de combinar o melhor local para nosso date. Ele tentou me persuadir a ir para sua casa, onde teríamos mais sossego e nenhum garçom para nos escorraçar. Fiquei com medo, e ele, percebendo minha aflição, desistiu de sua ideia, e acabamos indo a um bistrô no Leblon. E mais uma vez, o encontro foi muito descontraído, regado, desta vez a uma espumante. Fomos os últimos clientes a ir embora, e como achávamos que era cedo, fomos a um boteco famoso no bairro por ficar aberto 24 horas. Lá bebemos cerveja (era o que tinha) em pé, na calçada mesmo, em meio a um bando de notívagos e boêmios. Foi então que um segundo beijo aconteceu. E tantos outros na sequência. Meu caro leitor, nem lembro bem como aconteceu, mas quando vi estava concordando em irmos juntos para o meu hotel. Pegamos um Uber. No trajeto até o hotel, parecia ser eu outra pessoa: dentro do corpo de uma mulher madura havia uma menina em plena puberdade. Não nos agarramos no carro, que fique claro. Eu estava nervosa, ansiosa, excitada com a possibilidade de, finalmente, estar com outro homem.

O quarto do hotel era muito confortável. Havia uma sofá-cama, além da cama queen, e estava a meia luz. Ele primeiramente foi ao banheiro, afinal havíamos bebido uns dois copos de cerveja no boteco. Depois fui eu. Quando retornei, ele estava deitado na cama, sem os sapatos. Foi automático: sentei no sofá-cama, de pernas cruzadas – acho que a minha linguagem corporal não deve ter sido das melhores.

Para continuar a narrativa, confidente leitor, tenho que deixar claro que, a partir daqui, tenho minhas lembranças meio desconexas, talvez fora da ordem. E motivos para isso não faltam, pois eu havia bebido uma certa quantidade de álcool, estava num misto de ansiedade e excitação, e acho até que inconscientemente apaguei certas fotografias mentais que fiz. Espero que entenda do que eu estou falando. A partir desse ponto, tudo foi muito novo e surreal.

Explico.

Eu estava vestindo pouca roupa, já que a cidade maravilhosa não combina com roupas pesadas, ainda mais no mês de janeiro: sapatilhas pretas, um vestido de alças, solto e curto, estampado em tons de azul e preto com um zíper atrás, e calcinha fio dental preta, toda rendada no bumbum. Look descontraído e fácil de ser sabotado. Da cama, ele partiu para onde eu estava. A impressão que tive foi a de que ele se ajoelhou para me beijar. Foi tão bom aqueles beijos todos! Estava entorpecida. Foi nesse torpor que ele levou as mãos para o meu vestido, a fim de ergue-lo e deixar a mostra ainda mais as minhas coxas.... e ele continuava me beijando... passou a mão por cima de minha calcinha...e continuava me beijando...e eu deixando. Nessa altura, acho que estava com seu quadril entre as minhas pernas, para em seguida, deslizar sua cabeça para minha calcinha. Ele foi muito ágil nessa hora. Senti minha calcinha ser afastada, para que ficasse a mostra o meu sexo, e o Marcos imediatamente passou a lamber o meu clitóris. Eu não esperava!

Atirei minha cabeça para trás, e não contive minha respiração ofegante. E Marcos se deteve um bom tempo a brincar com o meu “ponto erógeno”. Eu estava gostando, eu estava me deleitando com aquele toque que nunca havia recebido de outro homem. Comecei a respirar com dificuldade, minha garganta secou, estava com medo, estava com tesão. Então pedi que parasse, que eu precisava tomar uma água, que ele estava me deixando num estado muito difícil. Estava desnorteada. Tomei a água, já em pé, e ainda vestida. Ele já estava sem a camiseta. Seu tórax era muito atraente. Era forte, mas longe de ser exagerado. Me beijou uma vez mais, beijou meu pescoço e, nossa, como eu gosto de mexam no meu pescoço! Ele se afastou e fitou-me mais uma vez. Foi nesse instante que eu tomei a decisão de tirar a roupa, e me entregar àquele corpo, o desejo em mim exalava pelos meus poros, tudo era sexo. Posicionados como se fôssemos espelho e reflexo, abri o zíper do vestido, tirei com os pés as sapatilhas, ergui a saia do vestido para poder tirá-lo por cima, ao passo que ele tirou seu jeans e suas meias, e sua cueca! Ele ficou nu de repente. Diante de meus olhos surgiu uma nudez que não estava acostumada a ver. Diego estava, como deveria ser, com seu membro ereto. Estava diante de mim o segundo pênis adulto que meus olhos, pessoalmente e ao vivo, viam. Fiquei assustada não pelo formato, calibre, espessura, cor, etc, etc, mas sim porque sempre achei a nudez masculina um tanto agressiva, e tão diferente da minha.

Antes que eu dissesse qualquer coisa ou insinuasse a fazer algo (acho que fiquei meio petrificada), ele me abraçou e me beijou novamente, molhando minha boca, que a essa altura não tinha mais saliva alguma, de novo. E assim, abraçados, ele foi me posicionando na cama. Mais beijos. Sentia seu membro febril descansar na parte anterior da minha coxa. Mais mãos no meu quadril, e agora, também nos meus seios. De repente, ele se ergue, e coloca as duas mãos nas laterais da minha calcinha, e puxa para baixo. Instantaneamente, ergui um pouco o quadril, para que ele conseguisse descerrar o último pano que ainda teimava em me cobrir. E ele brincou uma vez mais com o meu clitóris.

Nesse momento algo dentro de mim gritava exigindo a minha atenção: a razão. Minha mente, tomada pela luxúria, foi aos poucos sendo retomada novamente pelos meus valores. Mesmo de olhos fechados, enxergava a cena: dois corpos, onde um deles estava prestes a ser penetrado, invadido, pelo outro. Percebi o movimento do Marcos: ele tirou sua boca do meu sexo para encontrar a minha, e nesse diminuto instante abri os olhos, e percebendo a iminência do encontro de nossas carnes, recuei, recobrei o juízo. Ali, naquele recuo, tudo se passou na minha mente em fração de segundos: se eu transasse com ele, talvez me arrependesse; talvez não gozasse; talvez gozasse; talvez perderia o amor da minha vida; perderia minha inocência; meu orgulho; minha “superioridade”; iria contra a tudo o que penso e quero para a minha vida. Se eu não transasse; eu perderia a grande chance de matar a minha curiosidade; perderia o “foda-se”, perderia o meu “se permitir”, e não tinha ideia de qual seria a reação daquele homem desconhecido entorpecido de tesão.

O fato é que eu disse a ele que eu não conseguia mais avançar, que não transaríamos, que eu não tinha capacidade de me entregar àquela situação. Ele deve ter ficado estarrecido. Olhe, leitor, o ponto que deixei a situação chegar! Só faltava colocar o preservativo e me invadir.

Marcos foi um cavalheiro. Foi sensível. Foi gentil. Claro, não sou tão boba assim, que ele deveria estar achando que me dobraria com o passar do tempo. Ficamos um longo período deitados na cama, nus, conversando sobre qualquer coisa. Nos beijamos, nos abraçamos. Não me senti, em nenhum momento, envergonhada com a minha nudez, e ali já não me incomodava a nudez dele, em que pese eu não ter olhado para o seu sexo.

Já era muito tarde. Hora da despedida. Nos vestimos. Ele chamou um Uber. Levei-o até a porta do quarto e mais um beijo...e ele sumiu atrás da porta.

Voltei para Porto Alegre. Era domingo, com cara de ressaca. Eu estava envergonha com toda a situação. Tinha vergonha dele, tinha vergonha do meu marido. Tinha vergonha de mim. Ainda nesse dia troquei mensagens com Marcos, e me permito aqui leitor, transcrever um trecho do que ele me enviou: “Cheguei em casa cheio de sono e fui dormir direto. Mas aí comecei a sonhar contigo. Comecei a sonhar que estava te chupando, aliás uma delícia. Aí não deu. Tive que ir pro banheiro para me aliviar. Estava sonhando que estava chupando sua bucetinha deliciosa. Avisei que era proibido para menores hein. São só verdades. Ainda vou sonhar outras vezes...”

E mais uma vez o tempo passou... Era março deAh, as águas de março... Estava de passagens compradas e hotel reservado. Destino: Rio de Janeiro. Dia: sexta-feira. Compromisso: um happy hour num boteco qualquer... Mas aqui, atento leitor, paro de escrever, porque o futuro tem hora certa para acontecer.

Segue (...)

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Beijos da Clarissa

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LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

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Comentários

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O futuro é agora!rs Adorei... vou correndo ler a continuação! Bjs

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