O futuro chegou veloz a avassalador. Era madrugada de sábado, e eu tecia algumas linhas em um pedaço de papel, sentada num quarto de hotel no Rio. Estava devidamente de banho tomado, sorvendo um cappuccino.
Meu querido leitor: não serei hipócrita com você, e muito menos comigo. Saí de Porto Alegre resoluta, decidida. Desde os acontecimentos de janeiro, fui amadurecendo a ideia de permitir que meus desejos fossem satisfeitos. Para tanto, era necessário me despir da Clarissa que todos conhecem. Precisei me reinventar para chegar até aqui.
Tudo certo para o nosso encontro às 18:30. Cheguei 05 minutos antes do combinado no barzinho, que estava vazio. Marcos chegou uns 10 minutos depois. Seus trajes não eram dos melhores: camiseta, bermuda e sapatênis. Enfim, vestido como um carioca típico. Eu trajava uma saia preta com fenda na coxa, uma cropped estampada e sapatilhas. Até que não ficou tão díspare o nosso vestuário.
Ele escolheu os petiscos. Eu, a espumante. Ora, sou eu a gaúcha, portanto entendo mais do que ele de espumantes! Mais uma vez conversamos bastante, de forma bastante animada. Desta vez, o beijo surgiu mais cedo, pois a disposição das cadeiras, lado a lado, facilitava o contato de nossos lábios. Como ele beijava bem! E volta e meia, durante o nosso date, ele repousava sua mão em minha coxa, à mostra por causa da fenda de minha saia.
O local era muito bacana. Ficava numa casa muito antiga, com paredes aparentes e muita garrafa espalhada servindo de decoração. Entretanto, era pequeno, e à medida que enchia, o barulho aumentava. Ademais, um DJ apareceu e colocou o som alto demais, atrapalhando quem queria apenas conversar. A espumante também já havia acabado, e eu não queria beber mais, afinal, essa é uma bebida que tira o meu juízo, me inebria além da conta. Resolvemos, de comum acordo, ir embora, e ele me “escoltou” até o hotel, distante uns três quarteirões. Saímos de mãos dadas, meio ridículo. Chegando no hotel, como ainda estávamos de mãos enlaçadas, continuamos nossa caminhada rumo ao elevador, sem eu dizer uma palavra.
Adentramos no quarto. Ele foi ao banheiro; depois eu fui. Quando retornei, ele não estava na cama, como na vez anterior, e sim de pé, aos pés da cama. Nos beijamos, e ele, ao mesmo tempo, deslizava suas mãos na minha cintura, por baixo da cropped. Não demorou muito para ele encontrar o zíper lateral da minha saia, até esta ficar nos meus pés. E continuávamos nos beijando. Na sequência, ele ergueu meus braços e tirou minha blusa, me deixando apenas de calcinha e sutiã. Tirei sua camiseta, em retribuição. Ele abriu seu cinto, livrando-se da bermuda e da cueca. Tentou tirar meu sutiã, mas como o fecho do mesmo é difícil, dei uma mãozinha. Ele beijou cada um dos meus mamilos, para depois retirar a minha calcinha.
Nus, enfim.
A ansiedade e o nervosismo que me corroeram em janeiro não estavam mais presentes. Eu finalmente consegui incorporar a Ale sem freios morais. Marcos me colocou suavemente na cama, deitou por cima de mim e mais beijos ardentes...depois ele perdeu um tempo saboreando meus seios (que apontava para o céu, diga-se), para depois dedicar sua boca ao meu sexo. Minha garganta secou, minha respiração ficou descompassada. Gozei naquela boca. Quando ele voltou sua atenção para o meu rosto, disse a ele que agora era a minha vez, e pedi que deitasse. Ele prontamente atendeu meu pedido.
A partir daqui leitor, tudo é novo. Tudo foi a primeira vez. Se você leu até aqui, respire, tome uma água, caminhe um pouco, e depois retorne a leitura. O que contarei agora não é obra da minha imaginação; é obra da realidade que me permiti vivenciar, sentir, provar. Sem cortes.
Fiz em seu sexo uma das coisas de que mais gosto: chupar com maestria. Marcos, entregue na minha boca, só podia aproveitar o momento. A anatomia de seu pênis era alienígena aos meus sentidos da visão, paladar e tato: era extremamente fino, e não sei se pelo efeito do calibre, parecia ser muito longo. Mas sem problemas: foi um deleite proporcionar prazer àquele homem que havia sido o responsável por um orgasmo clitoriano tão intenso. Ele gemia baixinho...um tesão!
De repente, ele me chamou. Fui ao encontro de sua boca, e mais um beijo rolou. Ele levantou da cama, procurou a carteira, e extraiu dela o preservativo. Enquanto via esses movimentos, minha mente dizia que não havia mais como retroceder, e meu sexo estava totalmente pronto para receber outro pênis. E meus pensamentos racionais, a minha razão? Onde estavam? Por óbvio, encarceradas em algum lugar escuro de meu cérebro, aprisionados pelo meu desejo de me atirar ao desconhecido. O acordo com o meu desejo estava firmado, e não tinha mais volta. Assim como com contrato assinado com sangue entre eu e o diabo.
Marcos colocou o preservativo, e quedou, lentamente, em meu ébrio (o desejo era tanto, que seu efeito foi similar a uma borbulhante espumante) corpo. Afastei minhas pernas o suficiente para que seu quadril se encaixasse por entre minhas coxas. Ele me olhou nos olhos e simplesmente me invadiu.
Rompi minha última barreira.
Foi tão gostoso. Ele iniciou de forma lenta, e, gradualmente, passou a intensificar os movimentos. Eu estava adorando aquilo tudo... mas de repente algo aconteceu: ele gozou! Não me esperou! Confesso que fiquei um tanto desapontada, em que pese ter gozado em sua boca momentos antes.
Ele foi ao banheiro. E eu fiquei ali, na cama, estarrecida. Afinal, eu tinha pensado tanto, tinha ultrapassado todos os meus limites para chegar à decisão de estar com outro na alcova. E para quê? Para uns instantes de sexo? Eu, que estava tão acostumada com o sexo demorado e cheio de luxúria do Dario...
Tão logo ele retornou do banheiro, fui ao banheiro também. Quando voltei, Marcos estava deitado ainda nu na cama. Deitei ao seu lado, conversamos enquanto ele passava a mão delicadamente em minhas costas. Ele me beijou, e depois beijou meu corpo (eu estava de bruços). Para minha grata surpresa, ele estava em ponto de bala novamente. Era o segundo tempo daquela partida sexual. E ele possuía mais um preservativo em sua carteira.
Ele começou de onde havia parado: seu corpo pesava sobre o meu. Eu gemia. Estava uma delícia. Estava entorpecida de prazer. Gozei com seu pênis dentro de mim. Quando percebi sinais de cansaço de Marcos, pedi que mudássemos de posição. Eis que surge a amazona... Sentada em cima de suas pernas, segurei seu membro, o lambuzei por entre minha vulva ensopada e satisfeita, e o fiz deslizar suavemente dentro de minha macia vagina! Comecei suave, para, na sequência, cavalgar como se não houvesse amanhã. Dominava aquele pau, enquanto beijava sua boca, não sem antes olhar em seus olhos... Contato visual é tudo!
Resolvi mudar o trote. Virei-me de costas, para que ele pudesse admirar melhor minhas ancas, e assim pudesse sentir com as suas mãos a minha cintura. Acho minhas costas bastante atraente. E volta e meia girava meu pescoço em sua direção, para que o contato visual se restabelecesse. Foi nessa posição que ele novamente chegou ao ápice de seu prazer.
Bem, considerei que o ato sexual em si havia chegado ao seu termo final. Depois de fazermos uma higiene, voltamos para a cama. Conversamos mais um pouco, e ele parecia não querer ir embora. Trocamos beijos e mãos bobas. E Marcos estava com seu membro ereto pela terceira vez. Se eu achei que nossa partida sexual se assemelhava ao futebol, eu estava indo agora para a prorrogação.
Marcos diz então: “Você tem camisinha? As minhas acabaram.” Nem me dei ao trabalho de responder. Levantei-me e fui até o armário pegar um dos três preservativos que eu tinha. Peguei o “meu brinquedinho” sexual, e o agasalhei com minha boca e com o látex da proteção. Devidamente encapado para adentrar novamente em meu sexo. Desta vez mudamos de posição: fiquei de quatro na cama, entregue, esperando ser invadida pela terceira vez naquela noite...
Nossos movimentos foram minuciosamente sincronizados. Ele me penetrava. Eu avançava contra aquilo que me violava. Cerrei os olhos. Enxergava através das sensações, das contrações que fazia. Gozei. Ele também.
Mais uma vez a dança do banheiro. Mais uma vez deitados nus naquela cama. E, mais uma vez Marcos me queria... Parece que o jogo se resolveria nas penalidades. Dessa vez, ele não precisou pedir a camisinha. Rapidamente, peguei outro pacote e entreguei a ele. Na medida em que ele se levantou, eu deitei em cima daqueles lençóis. E pacientemente esperei. Marcos veio engatinhando pela cama, e me beijou com volúpia. Que beijo quente! Depois afastou minhas pernas, e a segurou pelos joelhos, que estavam dobrados. Ele ficou de joelhos entre minhas coxas. E, olhando em meus olhos, me penetrou. Com vontade. Com velocidade. Era tanto tesão, que eu mal conseguia manter os olhos abertos. Eu queria “viajar” naquela loucura... Mas então fui resgatada do torpor: Marcos estava gemendo. Abri os olhos e vi na face daquele homem o orgasmo. Ele estava em transe. Ele estava gozando!
Enfim, aquela partida de puro sexo havia chegado ao final. E você deve estar se indagando: Quem venceu?
A resposta, meu querido leitor, é simples: venceu a Clarissa que se permitiu viver tudo isso numa noite carioca qualquer. Venceu a Clarissa que realizou uma fantasia ousada, mas que sabe que sua vida só se completa com o homem que ela escolheu para amar...
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Beijos da Clarissa
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LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.