Histórias do Ale
Chegamos no DA e o Paulão já foi apresentando o Ale:
- Pessoal este é o Ale que fez a gentileza de nos esperar, para vermos os uniformes.
- Primeiramente quero falar que o meu nome é Alessandro Bueno da Silva, Sr. Silva. Ale é só para os íntimos. E vamos rápido com isto porque não tenho o dia inteiro para ficar aqui.
O Ale falou tão sério e com jeito de bravo que eu e o Rodrigo ficamos até espantados, não passou um minuto e o Ale e o Paulão vendo a nossa cara começaram a rir e o Ale já foi falando e rindo:
- Não podia perder a oportunidade, de brincar com vocês. O Paulão falou que estava vindo com alguns amigos e se eu podia esperar vocês virem aqui. E o Paulão sabe que eu o amo, como a um irmão, uma pena que não sou a favor de incesto, senão eu já tinha atacado ele... rs
O Paulão ficou vermelho e falou:
- O Gustavão tá lá no fundo ?
- Sim, eu e ele ficamos limpando este DA a manhã inteira igual escravos.. rs
- Ale, então você ajuda eles com os uniformes, mas para pagar espera eu voltar. Não se aproveita deles.... rs
- OK, chefe!!! O que eu não faço por você. Nada que você me peça rindo que eu não faça chorando... rs
- Ale, para de encher. Eu sei que você me adora... rs
O Paulão foi para o fundo do DA, em outra sala, e o Ale continuou falando:
- Rapazes, quem fisgar o Paulão, terá muita sorte. É uma das melhores pessoas que eu conheço e com um coração enorme, que não mede esforços para ajudar. Eu que o diga. Eu e o Paulão nos conhecemos no banheiro... rs Agora eu dou risada, mas na hora foi terrível.
- Não sei se vocês sabem, eu sou gay. Então tudo começou no final do segundo semestre do ano retrasado.
- Eu fui ao banheiro e como sempre estava entrando no reservado, para ninguém falar que eu estava olhando o pau dos outros, quando alguém me atacou pelas costas e me jogou com tudo na parede do reservado. Neste momento eu quase apaguei fui prensado na parede e o cara que fez isto me estuprou...
O semblante do Ale, era de uma tristeza, ou de raiva. Não sei dizer ao certo, mas é como se ele estivesse revivendo o que tinha acontecido. E ele continuou falando:
- Eu gritei, mas ninguém me ajudou. Quando o cara foi embora, eu não tinha forças para nada, só sentei no chão do reservado, com as calças pelos joelhos e fiquei chorando.
- Foi neste momento que o Paulão entrou no banheiro e me viu chorando, ele perguntou o que tinha acontecido, eu não falava nada, só chorava. E ele fez uma coisa que nunca esperaria de um estranho, me abraçou e ficou falando que já tinha passado e que não aconteceria mais nada de ruim. E eu fui me acalmando, e só neste momento que eu consegui falar o que tinha acontecido. Ele me ajudou a levantar e foi quando eu vi a camisa dele toda ensanguentada, e ele disse que não era nada, que era uma coisa boba, que eu tinha cortado a testa na batida.
O Ale parou neste momento mostrando uma cicatriz na testa, falando que era uma lembrança daquele dia e continuou contando:
- O Paulão ligou para um médico amigo dele perguntando o que deveria fazer, foi quando ele perguntou se o cara tinha usado camisinha, e eu não sabia, tudo tinha sido tão rápido que acho que não tinha. Ele me levou ao hospital, e levei três pontos naquele corte bobo... E tive que ficar tomando remédio por um bom tempo para evitar o risco de adquirir AIDS. Pois me falaram que algumas pessoas revoltadas de ter AIDS acabam querendo contaminar outras pessoas.
- Quando o Paulão me deixou em casa de madrugada, o meu tio estava desesperado, pois ligava para mim e eu não atendia o celular, nem sei onde que eu tinha perdido. Eu contei tudo o que tinha ocorrido e meu tio me abraçou e eu chorei muito e decidi que tudo que este fato merecia eu já tinha chorado nos ombros do meu tio. Meu tio queria fazer BO, mas no momento eu não quis, ser humilhado na delegacia e depois passar por exame de corpo de delito.
- Não sei como as pessoas da faculdade souberam, o Paulão me deu a maior força. Ele falou com a reitoria que deveria haver uma campanha de prevenção do estupro e das pessoas denunciarem, mas não quiseram se envolver, pois isto mancharia a imagem da Universidade. Ele ainda tentou conversar com o pessoal do DA, também não obteve êxito, na época o DA estava mais preocupado em fazer com que os alunos fizessem greve, muitas vezes sem razão, em fazer política do que pensar no que era melhor para os alunos e para a Universidade.
- Eu sei que o Paulão começou a fazer cartazes sobre o assunto e colocar nas salas. Conseguiu com a ajuda de alguns professores e de outros alunos que houvesse algumas palestras sobre o tema, sobre prevenção de DST´s e foi agitando a Universidade. No ano seguinte deu força para montar uma chapa para concorrer ao DA com o Gustavão encabeçando e eu também fiz parte. Ganhamos de forma arrasadora.
- Então rapazes, esta foi a forma como eu conheci o Paulão e ele se tornou um dos meus melhores amigos.
- E algum dos dois é entendido?
Ficamos vermelho na hora e não sabíamos como responder, e o Ale rindo já falou:
- Brincadeira, meninos! Era só para quebrar o clima de velório que estava aqui. Qual é o tamanho de roupa que vocês usam?
Eu já fui dizendo que dependendo da confecção é ‘p’ ou ‘pp’. O Rodrigo não me lembro bem que tamanho falou, mas acho que foi ‘GG’ e dependendo da confecção ficava curta. O Ale já foi disparando:
- Meninos! Infelizmente não é permitido experimentar as sungas ou troca-las. Então é melhor eu medir a cintura de vocês para não ter erro.
Nisto chega o Paulão e já vai falando:
- Ale, Ale! Já querendo se aproveitar deles... rs
- Até parece Paulão! Estou fazendo só o meu trabalho.
O Ale mediu a minha cintura e já falou:
- Nossa que cinturinha, é tamanho ‘pp’, mas não sei se temos, deixa eu olhar. Aqui, achei! Mas só temos o modelo de lateral estreita. Tudo bem?
- Ok! Sem problemas, fazer o quê.
- Nossa que hora é o treino de vocês? Não quero perder de vê-lo de sunguinha... rs
Eu fiquei vermelho e todos ficaram rindo da minha cara, e o Paulão já foi falando:
- Não liga não, o Ale não perde uma oportunidade de soltar uma piadinha. E você Sr. Ale...
- Ihhh, já vem bronca. Quando ele fala Sr. Ale, nunca é coisa boa... rs
- O Sr. não me falou que a Marta também veio ajudar a limpar o DA, preciso falar com ela e não queria incomoda-la se ela ainda estivesse na casa dos pais.
- Tinha até esquecido. Você sabe como ela é detalhista, teve uma hora que eu quase briguei com ela, quase pulei naqueles cabelos de evangélica.
- Vocês vivem brigando, mas eu sei que vocês se adoram.
- Eu gosto dela, mas ela de vez em quando me tira do sério. Acho que o problema é ela ser evangélica.
- Ale! Que coisa mais feia, isto é preconceito. E justo você que é o primeiro a dizer que não devemos ser preconceituosos.
- Tá bom! Admito o meu erro. Mas você sabe que meus pais são evangélicos fervorosos, e só porque eu dei um beijo em um menino e eles viram, já brigaram comigo e me colocaram na rua. Se não fosse o meu tio me acolher, eu não sei como estaria hoje e pensar que só tinha 16 anos. E ainda fiz o meu tio entrar em divida, pois a casa do meu tio era herança dos meus avós, metade dele e metade do meu pai. E você sabe que o que o meu Pai falou para o meu tio, se eu continuasse naquela casa, ou que meu tio comprasse a parte dele ou que a casa deveria ir a venda. O meu tio teve que comprar a parte do meu pai. Por causa disto o meu tio nunca mais falou com meus pais ou tocou no nome deles.
- Você já falou com o seu tio, que você quer se mudar quando ele se casar.
- Paulão, eu nem te conto. Conversei com a noiva do meu tio, que estava pensando em mudar de casa, para eles terem mais privacidade, e ela falou que de jeito nenhum, que ela gostava muito de mim e ainda por cima que meu tio tinha falado para ela se eu era algum problema para eles se casarem, então que eles deveriam terminar naquele momento, pois nunca ele me colocaria para fora de casa e que eu só sairia quando tivesse comprado a minha casa ou quando eu fosse morar com o meu amor... Não nego que chorei, o meu tio me ama muito mais que os meus próprios pais. Então está resolvido fico morando lá com eles.
- Viu Ale, e você fazendo tempestade em um copo d’água com isto.
- É verdade, mas eu continuo o ALESSÓ...
- Ale, nada de baixo astral agora. Você é novo, daqui a pouco você encontra o gato que vai mexer com este coração e você já estará namorando. E como minha vó dizia “Melhor estar só, do que mal acompanhado”.
Eu e o Rodrigo já tínhamos experimentado o resto do uniforme quando o Paulão, falou:
- Rodrigo você tem condições de pagar em três vezes? Ou seria melhor parcelar em dez vezes?
- Não, Paulão! Eu tenho condições de pagar em três vezes sem problema.
- Vê ai Rodrigão, não vai se complicar.
- Sem problemas. Só não vou poder comer mais no Mc Donalds... E acredito que isso será até melhor para mim... rs
- Com certeza... O do peixinho aí, eu vou pagar em três vezes. Acredita que ele ganhou de mim hoje, Alê...
- Paulão, o peixão da universidade perdeu para o Pedro... rs Mas isto todo mundo vai ficar sabendo...rs Pedro, você que participou da peça como o menino valente, não foi?
Nem consegui responder e o Paulão já respondeu:
- Foi Ale. O que você está maquinando nesta cabecinha, deve ser algo que não presta. Fala logo.
- Sabe Pedro, quem fez o enredo da peça fui eu. Vocês mudaram o final da peça. Mas tudo bem, porque aquele golpe fatal que você deu, derrubou o Paulão de jeito e olha que já teve muita gente que tentou e levou uma surra... rs Então posso dizer que você foi o único que derrubou o Paulão na frente de todo mundo e também foi aquele que o venceu na piscina... rs E quem olha para você não dá nada... rs
- Ale, como assim? Quem olha para mim não da nada.
- Pedro, vamos combinar, você não é alto e nem musculoso... rs Para ter feito estas duas proezas, derrubar o Paulão e ainda ganhar na piscina. Rs
- Pronto, eu o Paulão, o peixão da faculdade, já serei motivo de chacota... rs Mudando de assunto, rapazes, o outro dia escutei uma conversa de vocês sem querer, de que estão procurando lugar para ficar. Vocês ainda estão procurando?
O Rodrigo não deu tempo de eu falar e já falou:
- Estamos! Está difícil, ou os valores são muito altos, ou é muito longe. Nós íamos comer alguma coisa agora e ver mais alguns lugares.
- Então Rodrigo, tem um lugar aqui perto, é uma boa caminhada para chegar lá, é um quarto de empregada integrado a casa com duas camas, vocês podem ir dar uma olhada lá. Se vocês forem agora a tarde tem gente e é só falar que vocês são amigos do Paulão, acredito que quem vai atendê-los é o NP. Não posso ir com vocês, pois tenho alguns compromissos.
- Comemos um lanche rápido e partimos para o endereço que o Paulão tinha nos passado.
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Agradecimentos:
seluh: Pelo que eu entendi, você achou que o texto estava pequeno e os agradecimentos maiores que o texto, mas vamos aos números o texto possui 1.108 palavras e 4.716 caracteres, já os agradecimentos possuem 221 palavras e 1.130 caracteres, quanto a números não podemos discutir...rs Brincadeira, gosto de separar os textos por assunto, por isto alguns ficam maiores e outros menores. Acredito que textos muito longos o pessoal acaba ficando com preguiça de ler, mas tentarei escrever textos maiores. E obrigado por estar lendo, acho que esta gostando... rs Um feliz 2018, continue lendo e comentando.
VALTERSÓ: Espero que o conto de hoje tenha respondido a sua duvida.Com certeza você irá mudar para VALTERJUNTO, ou VALTERCOM, etc... rs Mas não tenha pressa, a minha vó já dizia “Antes só, do que mal acompanhado”. Eu tenho amigos que se envolveram com cada curva de rio, nestas condições era melhor que eles ficassem só. Um feliz 2018, e com certeza você encontrará o príncipe encantando montado em um cavalo branco! Cavalo branco, hoje em dia na cidade, acho muito improvável, dê chance aos outros...rs
Geomateus: Caro príncipe, como já temos mais intimidade, não usarei uma linguagem tão formal... rs Mesmo porque me atrapalho todo com a conjugação verbal da segunda pessoa do plural...rs Então vamos ver, acho que os dois vão demorar um pouco para ficarem juntos... rs Desejo ao príncipe um feliz 2018, e vida longa ao futuro Rei !!!!
de porto alegre: senti a sua falta... Espero que você esteja fazendo coisas muito mais interessantes do que ficar lendo contos... rs Feliz 2018!!!
Espero que todos tenham tido uma boa passagem de ano e que 2018 seja de muita esperanças, amor, paz e realizações.
Caso alguém queira entrar em contato segue o e-mail: andrezito.abc@gmail.com