Havia amanhecido meio lento,ou talvez eu tenha acordado mais lento do que o normal hoje. quando eu levantei da cama bati meu pé na cômoda. Eu não imaginava oque o dia estava me reservando,acordei super feliz,mais feliz ainda foi quando eu vi o anel no meu dedo,eu não gostava muito de joias, ainda mais joias de relacionamento, francamente, um anel não significa nada. Porém, era um anel bem bonito, um pouco brilhante demais, mas lindo.
Olhei em volta e não tinha mais espaço no meu quarto por causa de todas aquelas caixas,fiquei meio sem jeito.
Fui tomar banho,a água fria relaxou todo o meu corpo. Quando sai de lá fiquei pensando em Felipe,será que ele ia vir me ver? Será que eu devia ligar para ele? E se ele pensar que eu estou o sufocando?
Nem percebi que minha mãe estava no quarto,ela estava sentada na minha cama e com os braços cruzados,e com a cara fechada.
— Da para me explicar tudo isso?
— Ah mãe é uma longa história,mas eu tenho que te contar uma coisa. — Falei sorrindo.
— Fala logo porque eu não entendi o porque do seu quarto estar cheio de caixas.
— Felipe que me deu. — Me sentei perto dela.
— E por que ele ia te dar alguma coisa? Vocês não se supotam. — Ela estava desconfiada.
— Mãe eu e Felipe estamos namorando.
— Como? Esse garoto e você? A quanto tempo?
— Calma mãe, ele me pediu ontem,mas o importante é que eu estou tão apaixonado.
— Não ache que eu estou feliz Ewerton, você é muito sonhador,você sabe oque aconteceu da última vez que você se apaixonou.
— Mãe, eu sei oque aconteceu da última vez,não venha tentar me lembrar.
— Eu só não quero te ver sofrer outra vez. — Ela me abraçou. — Espero que ele não te machuque porque eu acabo com ele.
— Então a senhora vai permitir?
— Claro que sim,te ver feliz é o que eu quero,só espero que não se machuque.
Ela saiu logo depois. Fiquei em casa sozinho como sempre assistindo e morrendo de tédio,eu estava vestido com uma das roupas que Felipe comprou para mim,claro depois que minha mãe jogou todas as minhas roupas fora,ela disse que eu não precisava mais delas.
Meu celular vibra com uma mensagem.
• "Abra a porta"_Felipe.
Corri para a porta e Felipe estava segurando um buque enorme de rosas vermelhas e amarelas,achei tão fofo. Um pouco clichê, mas fofo.
— Entrega de flores.
— Que estranho não lembro de ter pedido flores. — Cruzei os braços.
— Hmm me falaram que aqui mora um príncipe.
— Não tem príncipe mas tem eu. — Peguei as flores. — Obrigado Lindo. — O beijei.
— De nada.
— Eu fico mal com isso,você me da muitos presentes e eu não posso te dar nada. — Ele segurou meu rosto de beijou minha cabeça.
— Você me deixa tão feliz,tão completo,não preciso de nada apenas de você. — O abraçei.
— Você quer almoçar comigo?
— Eu vou amar,sua mãe está?
— Não, ela nunca está.
— Que bom. — Ele me beijou,eu deitei no sofá ele ficou no meio das minhas pernas,suas mãos foram deslizando pelo meu corpo, eu fiquei arrepiado. Quando sua mão chegou na minha bunda eu fiquei um pouco nervoso e afastei ele.
— O que foi?
— Nada só que. — Eu fiquei calado.
— Ah,então era verdade,você ainda é virgem?
— É sim. — Eu senti meu rosto queimar.
— Tudo bem amor,quando for eu juro que vou te tratar com muito carinho. — Ele me beijou.
— Eu quero isso muito, mas ainda acho que é cedo. — Ele se levantou, pude ver o volume que estava nas suas calça,parecia ser grande.
— Gosta do que vê? — Ele sorria malaciosamente.
— Adorei. — Me levantei e o abraçei. — Eu não consigo ficar longe de você.
— Eu também não,parece que tem um imã no seu corpo.
— Te amo.
— Te amo muito mais!
— Você nunca me falou que sabia cozinhar. — Falou Felipe, ele estava perto da pia me olhando enquanto eu cozinhava.
— Você nunca perguntou.
— Ah é mesmo.
— E você? Sabe cozinhar?
— Sim,mas as comidas que eu faço você não está acostumado.
— Ah,aqui não tem aquelas comidas cheia de frescura que você tá acostumado, nem chef pra faze-lá,mas tem eu,acho que serve. — Ele sorriu e me abraçou por trás.
— Ah serve e como serve. — Ele deu um tapa na minha bunda.
— Ei que abusado. — Me virei para ele e o beijei.
— Sua mãe nunca está em casa quando eu venho aqui!
— É minha mãe nunca tem muito tempo,eu mesmo não vejo tanto ela.
— E seu pai? Você já teve notícias dele? — Fiquei sério,não gostava de falar do meu pai,eu não queria falar,nem pensar nele,é uma pessoa que não merece meu respeito.
— Não,e também não quero saber dele. — Falei rispido.
— Você devia procurar saber dele sabe,ele pode estar querendo saber…
— Olha Felipe,esse é um problema meu tá, eu não quero saber dele e ponto final. — Felipe ficou calado.
— Tudo bem,mas eu sempre vou estar aqui quando você quiser desabafar.
— Obrigado amor,agora vamos comer. — Eu sorri para ele,ele estava sério mas logo ele sorriu e me beijou.
Foi um almoço bem agradável,Felipe comia demais,estávamos assistindo TV.
— Amor eu preciso ir embora agora. — Senti um aperto no coração.
— Mas agora?
— Queria ficar mas minha mãe falou que queria todos lá em casa a tarde. Não posso contrariar minha mãe né.
— Tá bom então,vou morrer de saudade mas tudo bem.
— Não faz essa carinha,eu ligo para você tá, eu te amo. — Pulei em cima dele e o beijei, foi ai que eu percebi que uma lágrima correu pelo meu rosto.
— Você está chorando? — Ele a limpou.
— Não, eu só não quero que você vá. — O abraçei com tanta força,mas ele era mais forte se ele quisesse se soltar seria fácil.
— Mas tenho que ir,não é porque eu quero e porque eu tenho que ir. — Eu não o soltei,ele puxou minhas mãos de volta do pescoço dele,ele se soltou, como eu disse. Ele sorriu e segurou meu rosto e me beijou.
Quando ele saiu levou com ele a minha felicidade com ele, como eu fui me deixar ser tão dependente dele assim? Faz apenas alguns dias que eu estou com ele e já estou assim,deve ser o amor,ele deixa as pessoas dependentes das outras. E por isso que o amor é uma droga.
Corri para meu quarto e me deitei na cama. Comecei a chorar,só quem já se apaixonou vai me entender,quando você ama você quer a pessoa sempre ao seu lado. Isso é muito dificil. Acabei dormindo com os olhos ardendo.
**
Os dias se passaram,era quarta feira,Felipe não me ligou mais,nem me procurou, e também não apareceu na escola. Eu chorava todos os dias,será que eu fui só um brinquedo para ele? Será que tudo que passamos não significou nada. Ele não tinha nenhuma consideração comigo.
Os outros dias também foi a mesma coisa,já fazia três semanas que eu não tinha nenhuma notícia dele,eu estava entrando em depressão,fui mandado para a diretoria por ter batido no Ivan porque ele estava caçoando da minha cara,quebrei aquele nariz empinado dele. Gabriella parou de falar comigo, ela estava muito estranha acho que tinha terminado o namoro dela. Minha mãe estava começando a achar que eu ia me matar por isso deixou o emprego dela para ficar me cuidando. E ela estava se sentindo culpada,era como se eu tivesse voltado no passado. Eu estava me afundando cada vez mais.
Um mês se passou,eu estava deitado na minha cama,eu estava muito mudado,tinha me fechado para o mundo, como Felipe pode me dar a maior felicidade da minha vida e depois desaparecer? Era injusto. Eu ainda usava o anel que ele me deu.
Peguei meu celular e pluguei no meu rádio. Coloquei a música Born For This da banda Paramore,era uma música muito barulhenta e rápida,eu ia deixar os vizinhos surdos,eu não lutava pra isso,eu faria qualquer coisa para não pensar.
— Filho. — Gritou minha mãe.
— O que você quer?
— Meu filho tem uma pessoa na sala querendo te ver.
— Eu não quero ver ninguém.
— Abaixa o volume do rádio por favor, você precisa descer.
Eu me zanguei e desci bem irritado. Quando eu vi ele ali parado na minha sala com um sorriso no rosto,como se nada tivesse acontecido. Fui para cima dele e o dei um soco,ele caiu no chão.
— Quem você pensa que é pra fazer isso comigo? — Gritei,Felipe me olhava com espanto.
— Ewerton,vamos conversar eu tenho muita coisa para falar.
— Cala a boca,eu não quero te ouvir,some daqui. — Eu batia nele,ele segurou meus braços.
— Não é isso que você quer. — Ele estava perto de mim agora. Eu o beijei queria matar ele,queria fazer ele sofrer eu queria que ele sentisse o que eu senti. Mas uma parte de mim estava se sentindo tão aliviada por ele estar na minha frente.
— Eu te odeio. — O abraçei e comecei a chorar. — Ele me abraçou mais forte.
— Eu te amo,eu sinto muito por deixar você assim.
— Pra onde você foi?
— Pra fora do Brasil,eu ia te avisar mais eu não consegui,não conseguia te ligar la de Nova York!
— Nova York? O que você foi fazer lá?
— Meu avô morreu Ewerton,eu tive que ir para o velório dele com os meus pais,mas não me deixaram voltar antes,eu estou brigado com os meus pais por me terem feito ficar.
— Eu sinto muito pelo seu avô.
— Eu sai de casa,agora estou morando em um apartamento,eu nunca mais vou me separar de você.
Eu fiquei tão feliz com essa notícia, agora eu não corria o risco de ver a desagradável da mãe dele.
— Eu estava muito mal,estou péssimo. Tive dias de cão.
— Mil desculpas.
Ficamos conversando sobre tudo que ele fez esse tempo,ele disse que em nenhum momento parou de pensar em mim.
— Fiqueu sabendo que você bateu no Ivan, Por que?
— Ele me tirou do sério, ele falou que você foi embora e que nunca mais ia voltar,ele dizia que eu ia ficar sozinho,então quebrei o nariz dele. — Eu não estava nem um pouco arrependido.
— Você não devia ter ligado,o que aconteceu com você depois?
— Eu quase fui expulso, tive que pedir desculpas para ele,foi horrível.
— Bom,mas agora eu voltei e quero ver como ele vai engolir essa história.
O beijei de novo. Toda a minha raiva havia passado. Mas não foi fácil sentir que foi abandonado e achar que ninguém se importa com você. Mas no final era um grande mal entedido.
Felipe foi embora, e eu voltei para o meu quarto, eu estava mais aliviado depois de ver ele,ele trouxe minha alegria novamente,trouxe minha vida de volta.
