Celina preparou-se para o inevitável, mesmo sem saber a razão que a impelia a entregar-se de modo tão irrestrito ao desejo insaciável de seu parceiro. Segurando a rola com uma das mãos, Eleutério avançou a glande em direção ao ânus dela, golpeando com um único movimento. Celina, em uma reação inesperada, recuou, gritando: “Ai! Tá doendo!”.
-Eu te disse! – retrucou ele, segurando-a com firmeza – Agora, aguenta!
A medida em que a rola de Eleutério era introduzida no pequeno orifício de Celina, esta gemia alto e tentava se livrar daquele suplício; a dor, lancinante, parecia rasgá-la ao meio, e por mais que implorasse, seu parceiro mostrava-se impiedoso, dominado por um desejo animalesco que o fazia insistir em seu intuito.
-Eita, rabinho apertado! – ele murmurou – Minha bengala não vai caber toda ai dentro …
Imediatamente, Eleutério começou a estocar com parte de sua rola enfiada no traseiro de sua parceira; Celina gemia, soltava gritinhos, mas sabia que tudo isso era inútil …, depois de algum tempo, ela sentiu que a dor e a ardência diminuíram, apenas o suficiente para minimizar seu sofrimento.
Eleutério estocou com violência, até que, algum tempo depois, soltou um urro rouco, enquanto ejaculava; Celina viu-se invadida por uma onda quente que preenchia suas entranhas, causando uma estranha sensação que ia e vinha do prazer para a dor e vice-versa. De uma maneira inexplicável, mesmo com toda a dor e sofrimento, Celina antegozou o momento, pois, enquanto seu parceiro ejaculava, ela teve um orgasmo quente e delicioso.
Inadvertidamente, Eleutério sacou a rola, e seu sêmen escorreu do orifício dilatado de Celina, que mal conseguia manter-se de pé, sentindo uma espécie de esvaziamento que causava dor e prazer ao mesmo tempo, enquanto todo o seu corpo era tomado por um espasmo doloroso, que funcionava com uma lembrança da experiência pela qual havia passado.
Percebendo o estado precário em que Celina se encontrava, Eleutério a ajudou para deitar-se na cama, colocando-a de lado e aconchegando-a ao seu corpo. “Eu sabia”, ele sussurrou no ouvido de uma Celina a beira do desfalecimento. “Eu sabia que você me queria, sua safada! Estava doida por uma rola de macho de verdade!”, ele completou. Celina, com a mente turvada, não foi capaz de responder.
Algum tempo depois, Eleutério sacudiu o corpo inerte de sua parceira, dizendo-lhe que estava na hora de partir; com dificuldade, Celina vestiu-se e arrastou-se em direção da porta; ela sentia todo o seu corpo doer, e uma parte dele arder. Eleutério abriu a porta para ela, e antes que ela saísse, segurou-a pelo braço e lhe deu um longo beijo quente e molhado, que foi bem recebido por ela, mesmo ante todo o desconforto.
-Até um dia, Dona! – ele disse após o beijo – Espero que você nunca se esqueça do macho que te fez fêmea …, eu não vou esquecer de você …, mas como nenhuma mulher presta eu sei que daqui há pouco serei apenas uma lembrança …, apenas uma rola para preencher os seus dias vazios.
Sem esperar por resposta, Eleutério conduziu-a para fora da edícula. Celina foi para casa. Lá chegando, ela correu para o banheiro, livrando-se de suas roupas e entrando debaixo da água morna do chuveiro; e enquanto se lavava, sentiu a ardência de seu traseiro tornar-se mais incomoda; ficou assustada ao, passando a mão, ver a ponta dos dedos meladas de sangue. Ligou para uma amiga, que era farmacêutica, inventando uma história e pedindo sua ajuda; ela lhe indicou uma pomada, frisando que seria importante procurar um especialista, caso o sangramento não parasse. Para sorte dela, a pomada resolveu o inconveniente, o que deixou Celina mais tranquila.
Na segunda-feira, Olavo lhe contou que Eleutério havia partido; não deixara nem um mísero bilhete. E enquanto seu pai reclamava do gesto do sujeito, Celina olhava para o infinito, tomada pela sensação de saudade do morador de rua que lhe deu uma experiência inédita e inesquecível.
Muitos meses depois, ela o reencontrou; estava trabalhando como frentista em um posto de gasolina. Eles se entreolharam enquanto ele abastecia o carro, e quando terminou, Celina lhe deu o dinheiro, segurando sua mão. Os olhares pareciam dizer muitas palavras que a boca não ousava pronunciar. Sem saber muito bem o que estava fazendo, Celina puxou Eleutério para próximo de si, que ficou surpreso com a atitude, mas aproximou-se mesmo assim.
-Você tinha razão – ela disse em voz baixa, mas olhar cheio de desejo – Tenho saudades …, de você e também da tua rola!!!!
-Você quer mais, Dona? – Eleutério perguntou, escondendo o sorriso malicioso.
-Quero …, quero sim! – ela respondeu, ansiosa e excitada.
-Vem aqui, mais tarde, Dona – ele respondeu com tom de safadeza – Eu durmo aqui nos fundos …, vem que eu dou o que você está precisando.
E foi assim que Celina e Eleutério mantiveram um relacionamento prolongado. E a desculpa usada por ela para sair, algumas vezes, durante a noite era sempre a mesma:
-Vou levar algumas roupas usadas para uns desabrigados …, coitadinhos, eles estão tão precisados!
Nem mesmo Douglas desconfiava do que acontecia; e Celina aproveitava essas escapadas para saciar sua vontade da rola de Eleutério. “É, Dona …, a Senhora não é igual as outras …, eu me enganei!”, ele comentava sempre que estavam juntos. Celina olhava para ele e nada dizia …, apenas seu sorriso de satisfação era suficiente para que ele compreendesse o quanto ela se sentia bem com ele.