Esse texto é uma continuação. Então, para melhor entendimento da história, sugiro aos leitores que visitem desde a parte I.
Nota de esclarecimento: Decidi escrever essa nota por conta de alguns comentários e porque não fiz um prólogo ou introdução muito elaborada. Quero deixar muito claro que esse texto não é um conto, é um relato verídico, com pessoas e acontecimentos reais. Inclusive para manter o maior realismo mantive os mesmos nomes, embora não identifique ninguém explicitamente. Não se propõe a ser um conto gay romântico, uma fantasia ou fetiche e sim uma passagem da minha vida. É a vida como ela é. Classifiquei como homossexual por conta do teor da história. Ela se passa na década de 80, com vários adolescentes. Adolescentes estes com todos os conflitos, indefinições sentimentais, sentimento de pertencimento de grupo que a idade trazia...em uma época muito mais inocente, onde não existia o conceito ou termo "bullying", onde se transava sem camisinha tranquilamente, onde o que de mais explícito que se via de sexo eram em revistas masculinas: "Ele e Ela, Homem, Playboy, etc.." ou a "revistinha sueca" que o amigo descolava escondido. Na minha cidade não tinha violência, todos se conheciam e brincavam na rua. Era uma época também menos acelerada...sem celular, rede social ou qualquer tipo de influência externa daquele meio. Por conta disso, alguns comportamentos que hoje são politicamente incorretos, reprováveis ou contestados eram bem mais tolerados ou relevados. Espero que isso ajude a situar melhor o leitor nos acontecimentos...
- CONTINUAÇÃO -
No último dia, acordei mais tarde com o sol forte batendo e esquentando a lona da barraca. Os outros já tinham levantado fazia tempo. Eu estava bem cabisbaixo e desanimado. Nem sei como eu consegui dormir depois do acontecido. Ao sair da barraca pude ver o estrago que a tempestade fez: a lona que cobria a comida tinha levantado e molhado tudo, apenas enlatados, como latas de sardinha, por exemplo, tinham ficado intactos. O resto estava tudo molhado. A grama na clareira que ficamos estava toda encharcada e a terra uma lama só. Vi o Rafael, todo ativo, tirando grandes galhos e limpando o terreno enquanto o Vinicius estava sentado na beira do rio jogando pedras na água. Sai da barraca e os dois me viram:
- Ah! Até que enfim você acordou! Esse imprestável do Vinicius não faz porra nenhuma... peso morto. Nunca mais a gente chama ele, por favor! – Rafael esbravejou, juntando o que estava espalhado de comida, panelas e tudo mais que saiu do lugar com a ventania.
- Ele quer que eu fique carregando tora de árvore pô! Eu não aguento não! – Justificou Vinicius.
- Que tora seu idiota?!? Esses galhos aqui? Porra, tu é um inútil!
Fiquei olhando aquela discussão imbecil sem falar nada. Peguei a pasta e a escova de dente e me dirigi para um lugar mais afastado do Rio para escová-los. Os dois ficaram me olhando de longe. Eu geralmente era muito alegre e gostava muito de ajudar. Certamente que aquela minha atitude apática deve ter deixado eles bolados. Quando Rafael se aproximou:
- E ai?
- Oi, muita coisa para arrumar né? – Falei, disfarçando meu desânimo.
- Cara, você está diferente...foi ontem né?
- o que você acha? Estou com muito medo, Rafael. O Vinicius é muito tagarela e sem noção. Vai falar para todo mundo e eu estou fudido.
- Bem, você que quis trazer ele. Te falei, ele é muito bobo para acampar. Mas eu posso dar um jeito dele não falar nada...
- Pode?!? Como? - Exclamei para ele com ânimo, contrastando com aquela minha atitude segundos atrás. A chance de passar uma borracha no que aconteceu já me motivava totalmente.
- Eu tenho meu jeito, mas tem um preço... – Falou ele com um riso sacana.
- Sabia...lá vem você me chantagear de novo. – Suspirei e respondi cabisbaixo, puxando o canto da boca e voltando à minha apatia.
- Tá bom, desculpa te incomodar...vê se anima para a gente curtir o final do acampamento. – Se retirou em seguida para continuar a arrumar a área das barracas.
Fiquei lá pensando, ouvindo o barulho da água correndo no Rio. O Rafael era mais maduro e tinha a perder se soubessem o que fez. Com certeza ficaria calado, como ele disse: O que aconteceu ali morreria ali. Mas o Vinicius era muito sem noção, tagarela, e mesmo sem querer podia dar com a língua nos dentes. Sem o Rafael para negar a coisa podia complicar para o meu lado. Eu não sabia qual era a estratégia que o Rafael ia fazer com ele, mas se ele freasse o Vinicius de alguma maneira já seria um lucro grande. E eu ficaria apenas com um problema, o Rafael, ao invés de dois. De longe acenei para o Rafael que se veio ao meu encontro.
- Fala, o que você quer para calar o Vinicius? – Perguntei como se vendesse a alma par ao diabo.
- Bem...até agora eu não te comi, que foi o que eu queria desde o início. Se você me der por sua vontade, sem resistir, eu faço ele não falar. – Falou esperançoso.
- Sabia que era isso...- fiquei alguns segundo titubeando - tá bom, se você conseguir isso, que eu acho bem difícil, e me provar, eu faço isso.
Rafael levantou as sobrancelhas surpreso, e voltou correndo para falar com o Vinicius. Durante a conversa eu vi o Vinicius levantar e sentar umas vinte vezes. Ele gesticulava, apontava para mim, colocava a mão e balançava negativamente a cabeça. Eu fiquei de longe olhando. O que ele iria fazer para me garantir que o Vinicius ia ficar quieto? Passado uns cinco minutos de conversa o Vinicius veio ao meu encontro e o Rafael ficou sentado ao lado da barraca, nos olhando, na expectativa. Chegando perto de mim pude ver que o Vinicius estava com uma feição bem triste, quase chorando.
- Oi Zak, o Rafael falou que você não quer mais falar comigo, que não quer ser mais meu amigo... – Tentei abrir a boca, mas ele emendou direto sem me deixar falar – Cara, eu não queria fazer aquilo! Ele me disse que foi ele que te forçou, que você não é viado. Cara, eu não sabia! Me desculpa!!!...eu não quero deixar de ser seu amigo. Eu fui um babaca, sei lá...nunca tinha visto aquilo, fiquei fora de mim...por favor, me perdoa!
- Cara, o que você fez não se faz... – Pensei em falar mais, mas não saiu...calei. Estava muito magoado. O Rafael era um cara da turma que nos encontrávamos esporadicamente, mais distante, mas o Vinicius era o amigo que eu mais andava junto. E era da minha idade. O fato dele ter me comido doía muito mais em mim do que as artimanhas do Rafael que propiciou isso.
- Cara, ele falou que vai falar para a turma que nós dois te forçamos. Porra, meu pai vai me matar cara! Não deixa ele falar isso não! Eu não sou igual a ele, não sei o que deu na minha cabeça. Ele disse que só você pode decidir isso...se você perdoar a gente ninguém fala mais nada que ninguém fez e tudo morre aqui. Cara, não quero que ninguém saiba que eu fui canalha com você assim. Perdoa a gente, por favor!
A voz do Vinicius ficava mais fina quando ele ficava nervoso e ele começava a quase miar. Ficava muito irritante. Ainda mais com um ensaio de choro que deixava o rosto dele deformado. Comecei a ficar angustiado com aquela situação toda. Percebi a jogada do Rafael de colocar ele como culpado também e contar para todos que eu era a vítima, que de fato fui. Tudo morrer ali parecia uma boa ideia. E do jeito que o Vinicius estava transtornado me convenceu que ele estava sendo sincero em não querer mais tocar no assunto. Respirei fundo e falei:
- Tá bom, tá bom...tá perdoado se morrer o assunto aqui. Jura que não vai abrir mais a boca sobre isso não é?
Vinicius pulou em mim dando um abraço sincero, muito aliviado e falou:
- Juro pela minha mãe mortinha, cara! Obrigado, desculpa mesmo, obrigado, cara! – o abraço me apertava tanto as minhas costelas que eu tive que segurar os braços esqueléticos dele e afastar um pouco para poder respirar.
- Ok! Ok...vamos voltar lá para as barracas – Falei colocando um ponto final naquela conversa angustiante e desconcertante.
Chegando perto o Rafael se levantou e bateu palmas, se portando como o grande salvador da pátria. Mas ele não estava mais do que colocando panos quentes na merda que ele próprio começou. Levantei os braços meio que falando: “Chega dessa porra toda!” E para mudar de assunto falei:
- Bem, agora vamos ver o que vamos fazer para comer né? Pelo jeito a chuva estragou bastante coisa.
- Agora o sol firmou. Vinicius, agora não tem problema você ir lá venda comprar comida. Você deve isso para o Zak depois de tudo, no mínimo. – Falou o Rafael dando uma piscada para mim. O Cara era mesmo muito esperto e sabia envolver e manipular um cérebro de ameba como Vinicius.
- Claro, Claro! Eu vou agora, Zak...vou rapidinho. – Pegou uma sacola e saiu todo animado para venda, muito diferente do corpo mole de sempre.
Após ele sumir na trilha no mato o Rafael se voltou para mim:
- Então, convencido?
- Sim, ele me pareceu bastante decidido e com sentimento de culpa. Não deve falar mesmo.
- E nem eu, mas você me deve uma coisa...
- Eu sei... – Falei com uma expressão de gado que ia para o abate.
Então Vinicius passou o braço pelo meu ombro e foi me conduzindo, margeando Rio acima. Fizemos a caminhada toda calados. Eu como se estivesse cumprindo uma penitência, ele sem querer falar nada que atrapalhasse ou me fizesse mudar de ideia. Nos afastamos uns quinhentos metros e descemos uma ribanceira de um metro e meio que tinha em uma parte do Rio. Nessa parte o Rio se estreitava e fazia uma curva acentuada. Com a ribanceira alta era difícil de alguém nos ver, a não ser que entrasse no Rio e seguisse no mesmo caminho que nós. Mas se alguém fizesse isso ouviríamos quando estivesse se aproximando com certeza. Era um local perfeito para o Rafael fazer o que queria sem ser incomodado.
- Agora tira a roupa e coloca ali do lado. – Ordenou o Rafael e eu obedeci. Ele fez o mesmo.
- Agora encosta na margem do Rio de frente para mim e morde isso. – Rafael me estendeu um pedaço de galho quase reto, pequeno, de uns trinta centímetros. Nem tinha visto ele pegar aquilo enquanto eu tirava a roupa. Peguei e mordi.
Nesse momento o Rafael pegou uma perna minha e colocou no ombro dele e fez o mesmo com a outra, escorando minhas costas no leito do Rio. Para não escorregar, cravei minhas mãos no barro da parede da ribanceira. Fiquei arregalado olhando a cara dele de prazer, escorrendo o suor pelo peito definido e com um sorriso bobo no rosto. Dava para ver que era uma experiência nova para ele, que estava curtindo o momento e de me comandar. Enquanto isso eu respirava forte, assustado, com a boca meio aberta devido ao toco, sentido a brisa bater no meu cu totalmente exposto. Aquela posição, tipo um frango assado em pé, me deixava totalmente imobilizado e com as duas mãos do Rafael livre para fazer o que queria. Ele poderia ver todas as minhas reações e eu as dele, e desse jeito ele pegou a pica e começou a forçar meu cu. Foi milímetro por milímetro entrando com olho no olho. Eu sentia uma dor lancinante, as pernas tremiam e eu mordia o que podia o toquinho na boca, arfando arregalado. O Rafael mostrava cara de prazer e franzia o nariz cara vez que empurrava mais um pouco, como que espelhando a minha dor...e foi assim até alargar todas as minhas pregas e enfiar aquela pica enorme toda dentro de mim. O meu cú, involuntariamente, piscava apertando a pica dele e ficamos assim até ele achar que ficou acomodado o suficiente para iniciar o vai-e-vem, que foi se intensificando até ele acelerar e bombar impiedosamente. A partir de um momento a dor começou a se dissipar e, sem querer, eu fiquei de pau duro. Fiquei morrendo de vergonha enquanto que o Rafael adorou ver aquilo, percebendo que eu estava sentindo prazer. Ai começou uma cena que para mim foi impactante. Pude ver o abdômen definido do Rafael começar a tremer em espasmos e ele, com os olhos fechados, levantou a cabeça em intenso prazer. Ele começou a perder o sincronismo e segurou no meu pescoço com as duas mãos, gemendo baixinho a cada estocada. Depois de um tempo comecei a sentir também um tesão enorme e não deu outra, gozei esporrando na minha barriga. Nunca tinha imaginado que conseguiria gozar desse jeito, com uma pica no cú. Aquele cara me mostrou uma sensação que eu não conhecia, pude ver um lado do sexo que eu nunca tinha imaginado existir se não tivesse relaxado e me deixado levar por aquele prazer. Para mim foi realmente revelador. Por fim, o Rafael jorrou tudo que pode dentro de mim e quase perdeu o equilíbrio, com a perna bamba, me deixando escorregar e ralar as costas no barro da margem. Cai meio de lado e levantei com o gozo quente do Rafael escorrendo pelas minhas pernas...
- Tudo bem contigo? – Falou o Rafael resfolegando e me levantando pelo braço. Eu afirmei que sim com a cabeça, também bastante cansado.
- Cara, que foda maravilhosa! Gozei como nunca. – Falou ele. Eu fiquei olhando assustado. Eu não queria admitir, mas gozei muito também. Fiquei muito confuso com aquilo tudo.
- Bem, cumpri o que te devia, agora acabou né? – Respondi.
- Ah sim! Claro! Vamos voltar agora...
Nos lavamos, vestimos e voltamos para o acampamento. Quando o Vinicius chegou mantivemos a rotina como se nada tivesse acontecido. Tomamos banho todos juntos, brincando no Rio, arrumamos todas as mochilas e barracas e caminhamos até a venda, onde tomamos um refrigerante antes de pegar o ônibus de volta para casa. Pude ver como Rafael era discreto com aquilo tudo. Após o episódio no Rio ele não falou mais nada, me deixando sempre a vontade em todas as conversas sem insinuar nada a respeito. Após o retorno todos mantiveram a palavra de não contar nada e felizmente o que aconteceu lá morreu lá, apesar de eu ter me lembrado durante alguns dias mais depois com fisgadas no cú que me não me faziam esquecer do acontecido.
Porém, curiosamente, eu fui me afastando do Vinicius, por decepção talvez, paulatinamente...e outros fatos aconteceram nos meses seguintes fazendo com que eu continuasse servindo às vontades do Rafael durante os próximos três anos. Tivemos uma relação de amizade muito boa, próxima e sincera. Saíamos juntos para a noitada, pegávamos mulher e ia cada um para um lado. E quando batia vontade nele, ficávamos só nós dois. Aprendi um pouco da lábia dele e do lado sacana da vida. Ele me mostrou que isso era possível, dois tipos de prazeres, com mulheres – nossa preferência - e com homens. Isso durou até eu passar para uma universidade em outra cidade e nos afastarmos definitivamente. Nunca mais eu o vi, mas tenho lembrança daquela foda no Rio como uma das melhores da minha vida em intensidade e prazer.