Eu estava em casa sozinho,Felipe foi ver seu pai,ele anda muito preocupado com o pai. Eu estava entediado rezando para algo cair do céu. Ouvi alguém bater na porta,bom,não caiu do céu mas bateu na porta.
Quando abri não acreditei no que vi,ele também estava surpreso.
— Senhor Lorenzo?
— Ewerton? você mora aqui?
— Bem sim,e o senhor o que faz aqui?
— Me mudei para cá,sou seu vizinho,bom,eu vim atrás de um encanador.
— Me de um bom motivo para não achar que o senhor está me seguindo. — Ele sorriu.
— Não estou te seguindo,bom,em parte,seria bom morar perto de um conhecido,mas eu não sabia em que apartamento você morava.
— Ah,quer entrar? — Ele entrou e observou tudo em volta.
— Muito legal seu apartamento.
— É,mas não é meu. — Ele me olhou, fiquei receoso se contava que era do meu noivo,não quero afastar ele.
— Então você não mora sozinho?
— Não. — Sorri. — Eu posso te oferecer algo?
— Um copo d'água por favor. — Corri para a cozinha, eu não sabia porque gostava tanto dele,como se tivessemos uma ligação. Ouvi a porta se abrir. Era Felipe.
— Oi. — Falei nervoso.
— Boa tarde meu rapaz. — Felipe encarava Lorenzo de uma forma matadora,eu temi por Lorenzo.
— Olá, não fomos apresentados.
— Ah sim,sou Lorenzo.
— Prazer Lorenzo, me chamo Felipe.
— É bem legal seu amigo. — Falou Lorenzo para mim.
— Na verdade ele é meu noivo.
Vi que Lorenzo ficou desconfortável,ele me olhava com curiosidade, e de uma forma que dizia "você devia ter me contado isso antes".
— Então você é g…g…
— Sim eu sou gay. — A dificuldade que ele teve para pronunciar a palavra não deixou dúvidas,ele não vai me aceitar. Felipe estava olhando para ele de braços cruzados,isso me fez temer por Lorenzo outra vez.
— Acho que é melhor você ir Lorenzo. — Falei,eu não estava tocando ele,mas da forma que Felipe olhava para ele não me deu escolha.
— É,acho que é melhor mesmo. — Quando ele cruzou a porta, eu sabia que nunca mais ia o ver de novo.
— O que ele estava fazendo aqui? — Felipe estava autoritário.
— Não começa. — Eu cai no sofá e fitei a tv desligada.
— Por que você está assim?
— Ele era meu amigo.
— Você nem conhece ele,Ewerton ele pode ser um homem perigoso e você trás ele para dentro da nossa casa.
— Olha não estou com humor para te ouvir.
— Claro né, você estava se pegando com ele aqui. — Eu olhei nos olhos de Felipe.
— Você pense oque você quiser Felipe.
— Pra onde você vai?
— Pra longe de você, e pra lá que eu vou. — Sai pela porta, desci até a recepção,alguém estava se mudando,mas não me dei o trabalho de ver quem era.
Fui para a praça que ficava perto da minha antiga casa,eu andei muito para chegar até aqui. Quando eu era menor mamãe me trazia até o parquinho,eu lembro da vez que cai no balanço e cai de cara na areia,minha mãe riu tanto que ficou roxa.
Fico agora pensando no meu pai,será que ele tinha filhos? Será que ele brinca com eles,os ama,da tudo que ele não me deu,talvez ele deva ser feliz. Eu queria muito que as coisas fossem de outra forma.
Felipe está destruindo isso,essa desconfiança que ele tem em mim,esta me deixando confuso, era injusto. Eu estava no balanço,a praça estava vazia. Meu celular começou a vibrar.
•Por favor volte _Felipe.
Eu não tinha escolha, já ia anoitecer. Quando cheguei no edifício,havia pessoas na recepção,eu não conhecia nenhuma delas,parecia que eles iam morar aqui. A julgar,eles tem dinheiro, a forma que se portam e suas roupas caras,eles não eram do Brasil. Um garoto alto de cabelo caído nos olhos olhou para mim e sorriu,eu retribui o sorriso e entrei no elevador.
**
— Você sabe quem são as pessoas novas?
— Não, eu não os vi ainda.
— Ah. — Tirei as minhas roupas e fui para o banheiro, eu não trancava a porta,de qualquer forma se Felipe quisesse entrar não ia existir porta que o impedisse.
Me encostei na parede enquanto a água caia no meu corpo,me dando arrepios. Eu só pensava em Lorenzo, quem é ele? Da onde ele veio, porque ele tinha tanto interrese em mim,e agora eu nem sei se vou voltar a ver ele. Sai do banho bastante desanimado. No jantar eu estava cabisbaixo e triste o suficiente para Felipe ficar preocupado.
— O que foi? Você nem tocou na comida, e você ama espaguete.
— Nada,só estou sem fome,desculpe. — Me levantei da cadeira e fui para o quarto,Felipe foi atrás de mim.
— Ta bom,Ewerton o que esta havendo com você?
— Nada.
— Tem a ver com aquele homem não é?
— E se eu falar que sim? O que você vai achar de mim? É eu estou desesperado,por não saber quem ele é, e porque ele mexe comigo.
— Então ele mexe com você? — Felipe estava gritando agora.
— Mas não da forma que você está pensando,eu não vejo ele como homem,é algo muito maior que isso.
— Eu não entendo.
— Eu também não. — Comecei a chorar,Felipe me abraçou.
— Calma,não tem porque você ficar assim. — Ele me deitou na cama e me abraçou. Logo eu dormi,mas com Lorenzo na minha cabeça.
°°°
O dia seguinte foi melhor. Eu acordei de manhã e Felipe não estava na cama,eu o procurei por todo o apartamento, mas ele não estava. Fui me arrumar. E desci até a recepção. Lá estava ele,com aquele garoto que sorriu para mim,estavam tão próximos quanto podiam,mas o garoto chegava cada vez mais perto dele. Não sei quem é,mas já não gosto dele.
— Bom dia amor. — Falei abraçando ele por trás, o garoto se afastou um pouco assustado.
— Ooi. — A voz dele era melancólica.
— Olá, meu nome é Ewerton. — Sorri enquanto me apresentava.
— Um nome tão belo quando o próprio. — Ele beijou a minha mão, me deixando intrigado. Felipe fechou o pulso dele.
— Bom eu tenho que ir agora,foi um prazer Felipe, Ewerton. — Ele se curvou e foi até o elevador.
— Bem,e esse garoto? — Perguntei animado.
— Um nome tão belo quanto o próprio,que babaca. — Disse Felipe estressado.
— Ei pera ai,você é que estava aqui com toda a intimidade com ele,eu sou o ofendido aqui.
— Eu amo esse seu cíume. — Ele me abraçou e tentou me beijar, eu me esquivei,e depois o beijei.
— Bom dia. — Lorenzo estava atrás de nós,eu me virei para o olhar,ele seguva algumas sacolas,eu fiquei vermelho.
— Bom dia senhor. — Felipe não me soltou,ele me apertou ainda mais nos braços dele,logo Lorenzo foi para o elevador. Eu fiquei triste, seu olhar de reprovação era desesperador.
— Vamos tomar café fora? — Antes que eu me negasse Felipe me puxou para fora.
— Então, o nome daquele garoto é Alwlert!
— Almert?
— Não amor Alw-Lert. — Falou Felipe.
— Que nome mais estranho.
— Ele é um príncipe, você acredita? — Eu me engasguei.
— Um o que?
— Isso mesmo,ele conhece meus pais.
— Que diabos um príncipe faz aqui? Ainda mais morando em um apartamento.
— Ele veio com um tutor,parece que se cansou da vida que tinha.
— Nossa,um príncipe. — Fiquei pensando quais eram as chances de eu conhecer um príncipe, seria uma em um milhão. — Eu achei que os príncipes fossem mais…
— Você não achou que ele ia se vestir como nos filmes da disney né?
— Se seguir essa linha de pensamento,sim. Porém ele é um príncipe moderno. — Felipe sorriu. — E o que vocês falavam?
— Ele queria conhecer a cidade,eu falei que adoraria levar ele para conhecer os lugares.
— Ah vai,uhum você com um príncipe,já foi e voltou,espero que tenha curtido o passeio. — Fechei a cara.
— Você vai com a gente é claro,eu quero mostrar pra ele que tambem tenho um príncipe.
— Só não me faça eu me vestir igual a um. — Nós rimos.
Era noite e eu estava termindo de me arrumar,não é toda vez que você sai para apresentar a cidade a um príncipe, eu me olhei no espelho quantas vezes eu consegui. Eu estava usando uma calça vermelha jeans, um tenis preto de cano alto,e uma camisa cinza com detalhes prateados brilhantes,uma roupa bem bonita. Usava um colar com as iniciais "F&E", um anel com as mesmas inicias,e uma pulsei que tinha uma pedra da lua,com as mesmas iniciais,eu quase devolvi esse presente de Felipe, era incrível, e caro,mas amei.
Felipe estava usando uma jaqueta verde musgo,uma calça jeans apertada,e um buti branco,estava confortável.
— Você está lindo. — Falou ele,ele me abraçou por trás e cheirou meu pescoço, ficamos nos olhando no longo espelho,formamos um lindo casal.
— Eu nunca estive tão feliz. — Falou ele colocando sua cabeça no meu ombro.
— Eu também,você me faz me sentir completo.
— Hmmm que lindo.
— Agora vamos,não é bom deixar a realeza esperando. — Ele riu alto.
— É só um príncipe, nada mais. — Falou ele calmo arrumando minha camisa.
— Nada mais. — Repeti.
Fomos até o elevador. Felipe me empurrou contra a parede e me beijou me deixando tonto. Quando a porta se abriu ele me soltou,mas me segurou para não me deixar cair.
E lá estava o príncipe,ele parecia bastante deslocado,a roupa dele tinha informação demais, as cores das roupas eram fortes,ele ia chamar muita atenção, e todas as jóais que ele usava na mão, brilhavam como estrelas. Mas ele ele parecia confortável daquele jeito.
— Boa noite. — Ele se curvou apenas para mim, e beijou a minha mão outra vez.
— Senhor, não acho que seja boa ideia sair dos seus aposentos,a cidade é violenta. — Falou um homem alto é forte para Alwlert, era muito bonito, e branco,e jovem demais.
— Não se preocupe Zelar,eu lutei guerras,uma cidade não é nada.
— Mas meu senhor…
— É Zebra ou como você se chamar, não se preocupe iremos cuidar dele muito bem. — Falei puxando o príncipe e Felipe para fora,o homem não nos acompanhou.
— Obrigado Ewerton, as vezes Zelar estrapola.
— Então, vamos primeiro a onde? — Perguntou Felipe.
— Ah um shopping e rápido!
— E por que?
— Olhe para ele Felipe,eu não quero ser morto,não hoje. — Um carro muito luxuoso estava nos esperando.
— Para o shopping mais próximo, ou seja lá o que for isso. — Falou Alwlert para o motorista. — Então, vocês são um casal?
— Sim. — Falou Felipe sorrindo, ele me abraçou.
— Vejo que se amam muito, não entendo o que o resto das pessoas tem contra isso,o amor entre pessoas do mesmo sexo é tão verdadeiro e forte,e dura mais, esse amor vai salvar o mundo. — Eu sorri sem graça,o rapaz não tirava os olhos de mim.
— E o que veio fazer no Brasil,Aler?
— Alwlert. — Corrigiu ele.
— Desculpe, Alwlert, o que veio fazer pra cá?
— Descobrir novas coisas, novas culturas,estava cansado de viver na mesma rotina de sempre. — Ele tinha um sorriso perfeito.
— Então você veio para o lugar certo. — Falou Felipe.
— Eu espero que sim, vocês vivem de forma estranha,mas acho que posso me adaptar. Nós sorrimos.
Quando chegamos no shopping Alwlert olhava para todos os lados desconfiado com cada movimento das pessoas, as garotas olhavam para ele,mas ele parecia não ligar para elas. Felipe estava segurando a minha mão.
— É expirador vocês dois,mostrarem o amor de vocês para todos.
— E por que não Alwlert? Se as pessoas se incomodam então elas que se retirem. — Falou Felipe.
— Muita coragem Felipe, gosto disso. — Ele colocou a mão no ombro de Felipe,eu me incomodei um pouco.
— Qual a sua idade Alreart?
— Alwlert.
— É isso ai.
— E isso importa, senhor Ewerton? As pessoas realmente não se importam com sua idade, ou qualquer outra coisa,elas são vazias demais para se importar,mas eu tenho 19. — Ele estava certo,eu não ligava para a idade nem pra vida dele, eu só queria que ele tirasse as mãos de Felipe.
— Então você é mais velho que eu,claro apenas um ano.
— Um ano é muita coisa, eu posso ter mais conhecimento que você por ter um ano a mais. — Ele estava começando a me irritar, e muito.
— Olhe lá, é um boa loja. — Falou Felipe, ele estava completamente desligado da nossa conversa.
— Legal. — Fomos até lá, uma moça baixa e muito feliz veio nos atender.
— Boa noite, eu posso ajudar vocês?
— Olá bela dama,me chamo Alwlert,príncipe Alwlert. — Ele beijou a mão dela. Ela olhou espantada para ele,depois para mim.
— Por favor Alwlert, seja menos.
— Fiz algo errado? — Perguntou confuso.
— Não, nada. — Olhei para ele e depois para a garota. — Pode nos ajudar a comprar algo que caía bem nele?
— Claro, por aqui. — Alwlert olhava tudo com muita curiosidade, as vezes ele ria. — Ele estava falando sério sobre ser príncipe? — Perguntou a garota do meu lado.
— Não,mas ele é rico o suficiente. — Ela sorriu animada e logo foi para perto dele.
— Quem diria que você ia ensinar um príncipe a se vestir.
— Ele precisa de ajuda. — Falei me abraçando em Felipe.
— E você acha que consegue?
— Eu vou tentar. — Felipe beijou minha cabeça.
Rimos quando vimos Alwlert com um chapéu de couro na cabeça.
— O que? Não estou bem?
°°°
Depois de muito tirar e colocar,enfim achamos a roupa perfeita para Alwlert, uma calça verde,uma camisa branca,ele estava usando um casaco preto por cima,e um sapato azul marinho. Ele estava muito bem,como um garoto descolado e normal.
— Vocês se vestem estranho. — Eu comecei a rir. Felipe não estava com a gente. Estávamos em uma casa noturna,Alwlert queria tanto conhecer esses lugares.
— Você não precisa comprimentar todo mundo, e também não beije as mãos, não é uma forma errada,mas se torna antiquada. — Falei enquanto andavamos.
— Tudo bem. — Ele ouvia tudo tentando aprender tudo.
— E por favor não me chame de senhor.
Born Yesterday da Sia começou a tocar,isso era música para os ouvidos. A música alto e os falsetes da Sia me davam zumbidos no ouvindo.
— Vocês escutam músicas estranhas também.
— Não é estranha,apenas ame. — Eu sorri,peguei ele pelo braço e tentei ensinar alguns passos a ele,no fim ele só mexia de um lado para o outro. Felipe tinha voltado,ele segurava um copo com um líquido azul.
— Quando eu vou ver uma bebida normal?
— Ela é normal amor, só tem cor.
— É.
— E Alwlert gostou muito. — Felipe ria,ele estava olhando para Alwlert que fazia cara feia toda vez que tomava sua bebida de cor amarela.
— O Alw vai se adaptar bem aqui.
— Alw?
— É, ele deixou eu chamar ele assim.
— Que intimidade.
— Ele é seu amigo e não meu. — Falei, e eu estava certo,foi Felipe que começou a falar com ele,não eu.
— Certo. — Pessoas se juntavam em volta de Alw que dançava com eles,do jeito dele é claro,ele chamava atenção por ser bonito e também um desconhecido. Seus olhos eram de um tom te azul e verde,era interresante.
— O que vamos fazer? Aquele amigo dele não vai gostar de ver ele bêbado.
— O tutor dele,e não vai mesmo. — Falou Felipe. — Mas deixe ele se divertir afinal ele está feliz, e você também,parece que esqueceu os problemas.
— É, de certa forma eu gosto de relaxar. — Ele me beijou e logo eu estava grudado no pescoço dele.
— Ei vocês, Felipe vai engolir Ewerton. — Falou Alw,nós rimos.
— Você já quer ir?
— Sim,por favor, Zelar vai ficar pirado. — Ele riu.
Saímos da boate e fomos para limosine.
— E então oque achou?
— É legal,mas eu prefiro a minha casa,talvez amanhã mesmo eu volte para casa.
— Como? Assim tão rápido?
— Eu preciso voltar, tenho um reino para governar,eu só queria sentir a emoção um vez antes de me tornar rei. — Eu fiquei um pouco triste,gostei dele no final.
— Você foi um ótimo adolescente. — Falei pegando na mão dele.
— Obrigado,você é um rapaz de bom coração, Felipe teve sorte. — Eu sorri e depois olhei para Felipe, ele estava quase dormindo, nós rimos.
No fim eu tive muita sorte,quando eu ia ter a chance de conhecer um príncipe, que estava prestes a se tornar rei,e ajudar ele a se vestir e se portar como um cara normal. Tivemos um dia bem agitado, Felipe estava dormindo do meu lado,tão largado na cama,ele estava bêbado.
De todas as coisas que podem acontecer eu tenho certeza que vai acontecer,talvez amanhã eu conheça um dragão legal,Sqn.
E assim minha história segue.