Olá leitores, tudo bem? Antes de postar o ponto de vista da Charlote, decidi colocar mais um conto aqui, uma história nova e que por hora está sendo curta, se for do agrado de vocês, posso até alongar mais no futuro, por hora, vamos aqui. Bora pro conto novo?
Deixando claro já, que isso é mais um conto fictício.
Me chamo Camila, tenho 24 anos, e atuo com fotografia, sou independente e antes de chegar ao presente, vou contar como tudo começou, aos 18 anos. Tenho uma melhor amiga a Yasmim, somos amigas desde os 8 anos de idade e nada mudou entre nós. Ela sabe minha orientação sexual e sempre respeitou. Mas este conto não se refere a um romance entre nós e sim uma prova de confiança e que tudo mudou quando a mãe dela e eu nos conhecemos de verdade, afinal, desde que éramos crianças, pouco víamos sua mãe, ela sempre fora uma mulher poderosa e ocupada, porém, sempre teve um bom casamento, tudo mudou, justamente quando ela se separou. Passei a ver a D. Beatriz mais presente e atenciosa na vida da filha.
Vou descrever me um pouco, morena clara, 1,70, cabelos longos, corpo mediano e se eu continuar no pique atlético, meu abdômen deixa de ser tanque, pra virar tanquinho.
A Yasmim é daquelas meninas que parecem uma boneca, 1,65, um loiro puxando pro castanho claro, olhos claros igual ao do pai, e magra de ruim, aquela criatura come massa quase todo dia e não engorda nada, eu só respiro o cheiro do molho e é capaz de eu engordar kkkkkkk.
Já sua mãe eu nunca havia reparado tanto, até nos conhecermos melhor, mais a frente eu conto.
Era mais uma semana qualquer, Yasmim e eu íamos sair pra night, mas eu estranhei, pois, ela não atendia minhas ligações, achei que tinha acontecido algo, então eu resolvi ir até sua casa. Ao chegar, me deparei com ela abraçada com a mãe, que estava chorando, pois havia pego no flagra o marido traindo-a e assim decidiu se separar e naquele momento, aquela mulher poderosa, parecia frágil. Isso aconteceu ainda por volta dos meus 18 anos. Nunca tinha visto a tia daquele jeito, ela ficou um bom tempo reclusa, a Yasmim decidiu ficar um pouco com a mãe e eu respeitei. Como era um tempo delas, eu continuava indo pras festinhas do mesmo jeito, conhecendo pessoas, ficando com outras e tals.
Em uma noite, conheci uma menina super simpática, devia ter seus 20 por aí e muito gata, onde essa história foi parar? Na cama dela óbvio, eu me achava super ativona, a poderosa, a pessoa que conquista, vi que isso no futuro iria mudar rapidinho, mas por enquanto, partiu curtir.
Um dia resolvi ir à casa de Yasmim, ela ainda não havia chego e como eu era praticamente da casa já, eu fiquei esperando. A Família da Yasmim, é uma das mais ricas do Tocantins, moram em mansão e tudo.
Do nada sua mãe surge, eu não vou mentir, fiquei surpresa por vê-la daquele jeito, ela estava de pijama, um pouco bagunçada, e simpática. Geralmente as únicas ocasiões que a via e que ela cumprimentava eram, aniversários, eventos da escola ou alguma festinha, tirando isso, ela quase nunca cumprimentava ninguém, nem Yasmim.
- Oi Camila, tudo bom? – Perguntava ela para mim indo se sentar na poltrona.
- Olá D. Beatriz, sim, tudo bem e com a senhora? – Dizia eu
- Por favor não me chame de senhora, me faz parecer velha, posso estar meio bagunçada agora, mas é só uma fase. Ainda estou nos meus perfeitos 38 anos. – Retrucava a mim.
- Desculpa então, como devo trata-la então?
- Beatriz apenas, ou você. Nada de Bia, pois esse é só para os íntimos. – Ela disse me encarando.
- Sim senho... Beatriz.
- Assim é melhor...
Eu só fiz um sorrisinho amarelo de quem ficou sem graça. Realmente, ela podia estar bagunçada, mas ainda era uma mulher bonita, alta e elegante.
- Você e a Yasmim são amigas há anos não é? – Perguntava ela me analisando, enquanto eu mexia no celular.
- Sim, desde os 8 anos, a gente pensa que amizade de escola não leva pra vida toda, mas leva sim, Yasmim é minha melhor amiga. – Falava com o celular na mão respondendo-a.
- Ela me falou sobre sua orientação sexual, você e minha filha namoram? – Ela perguntou com a cara de quem geralmente pergunta quando tem interesse em algo.
- Em? – Nessa hora derrubei até o celular no sofá. – Não, não mesmo. A Yasmim é hétera, não curte garotas. E além do mais é minha melhor amiga, não ficaria com ela.
- Mas vocês já ficaram certo? – Ela levantou o semblante.
- Não posso mentir sobre isso, sim já ficamos algumas vezes, mas sem compromisso, ou até pra chamar atenção de outras pessoas que queríamos ficar, mas sua filha é super hétero e tem certeza disso. – Eu fiquei nervosa com essa pergunta.
- Não fique nervosa Camila, eu não tenho preconceito, aliás, a orientação é da minha filha, é ela quem vai sentir, não eu.
- Que bom que é uma mãe bem aberta.
Nesse momento a Yasmim chega e perguntando sobre o papo.
- Hello girls, qual o papo de vocês? – Chega ela toda animada.
- Nada demais filha, apenas conhecendo melhor sua amiga, afinal, nunca fui muito atenta sobre vocês. Me dá orgulho em ver que a amizade é sincera e verdadeira. – Aquela mulher me olhava de um jeito que me assustava um pouco. – Deixa eu subir, preciso descansar. – Falava ela se retirando.
- Ah mãe, sai dessa bad, um mulherão desses, pode ter todos aos seus pés se quiser. Não concorda Cam? – Dizia Yasmim.
- Sim, a tia... – Beatriz me interrompe.
- Tia?
- Desculpa, a sua mãe, a Beatriz, é mulher muito bonita. – Falava eu meio sem graça.
- A Beatriz? – Perguntava Yasmim.
- Sim Yasmim, me chamar de tia parece que me deixa mais velha, prefiro que ela me chame pelo nome, do que dona, tia e adjetivos semelhantes ok?
- Você que manda neh mamis? – Respondia Yasmim.
- Assim é melhor... – Falou ela se retirando e me dando um olhar que me pergunto como a Yasmim não sacou aquela fitada.
- Você e minha mãe conversaram sobre o que Cam?
- Ela veio perguntando sobre nossa amizade, que achava linda e tals. Perguntou se a gente namorava as escondidas, por que sempre somos próximas e tudo.
- Mortaaaaa, babado miga, sério que minha acha que sou lésbica? Kkkkkkkkkkk, e tu disse o que?
- Eu disse que a gente já ficou, mas só de diversão mesmo, pra conseguir chamar atenção das pessoas que realmente queríamos. Ai ela disse que não tem problema algum você ser lésbica, porque quem vai estar sentindo a atração é você.
- Tô chocada com a pergunta dela e ao mesmo tempo de boas em saber que se um dia eu me sentir atraída por uma garota ela vai apoiar minha orientação.
- Estranho que ela perguntou isso na lata, nem sequer deu aquela enrolação básica, ela perguntou como se fosse dizer “oi tudo bom? ”. Do nada viu Mimi.
- Mimi? Affs, esse apelido é uó, mas como vem de você eu respeito kkkkkkkk. Minha mãe sempre foi direta Cam, acho que agora ela esteja se recuperando mais, sabe? Ela e meu pai tinham essa relação de idas e vindas, até eu me acostumei, pois, eles brigavam e sempre voltavam, mas dessa vez não. Meu pai foi definitivo em tudo e disse que não volta e isso já tem alguns meses. Acho que minha mãe esperava pelo retorno, afinal, ela vivia a vida por ele de certo modo. E estranho é que as discussões deles nunca eram por traição, e sim por discordarem quase sempre como administrar o dinheiro. Não imaginava que meu pai faria algo assim com ela.
- Engraçado que ela tinha aquele jeitão durão e nem eu imaginava que ela era sentimental.
- Minha mãe é uma mulher de poucas palavras sobre sentimento, mas lá no fundo ela tinha ou ainda tem, não sei explicar, algum amor por meu pai ainda. Espero que ela volte ao de sempre, mulher forte.
- Ela vai voltar Mimi, ela vai voltar ao normal até mais forte do que antes eu acho, tenho uma forte intuição sobre isso...
O mês correu bem, a Beatriz voltou a administrar sua fortuna e parte dos negócios dela, voltou ao trabalho e a ser aquela mulher de sempre, poderosa e com o nariz em pé. Claro que toda vez que ela passava por mim, ela me olhava de um jeito diferente e eu meio que estava me assustando, afinal, uma mulher que me conhece a praticamente 10 anos e só reparar que a melhor amiga da filha dela é lésbica agora, é meio “impactante”.
Eu comecei a fingir que isso era apenas uma paranoia minha e que estava tudo bem e pelas contas, já haviam se passado mais 2, ou seja, 3 meses ao todo. Um dia a Yasmim me chama pra ir a sua casa porque queria me contar pessoalmente sobre um garoto que ela estava saindo e queria muito pedir conselho e tals. Um detalhe sobre Mimi, quando ela diz “vai até minha casa”, acreditem, ela demora pelo menos 1 hora pra chegar também. Mas eu sou uma pessoa que sou meio pontual e acabo indo na hora neh.
Fiquei esperando aquela doida chegar, como praticamente já sou de casa, a Dona Maria que a secretária do lar, sempre pergunta se quero comer algo, e claro, sempre aceito.
Nesse dia realmente havia se atrasado, parecia até que vinha de ré, fiquei na sala um bom tempo, até a mãe dela chegar. “Aja naturalmente Camila, finge que é coisa da sua cabeça”.
- Camila, você por aqui? Que bom vê-la. Esperando a atrasada da minha filha como sempre, não é? – Ela me cumprimentou bem-educada.
- Acho que o trânsito de hoje deve estar mais pesado, afinal, muitos turistas na cidade e isso influência.
- Amigas sendo amigas, uma defendendo a outra kkk. – Ela soltou uma risada leve.
Ficamos jogando papo fora, ela perguntou sobre minha vida, eu perguntava coisas básicas sobre a dela, nada que fosse relacionado ao casamento. Estava começando a achar que realmente eu estava vendo coisa onde não tinha e que a Beatriz era uma mulher legal, mais a frente vocês vão ver que eu possuía razão.
- Sabe Camila, às vezes acho que você que realmente mora nesta casa.
- Por quê Beatriz?
- Por que sinceramente, a Yasmim só pode ter se perdido no caminho, estamos conversando aqui há um bom tempo e ela ainda não chegou. Me diz, meio cansativo, não?
- Costume já kkkk.
- Humm... Pessoa de costumes...
- A Yasmim deve estar com o crush dela, por isso a demora, tenho que respeitar o momento.
- Namoradinho novo? Que interessante, espero que esse seja firme mesmo...
- Somos jovens, o momento sempre é discutível.
- Verdade, na idade de vocês, mesmo com tanta ladainha sobre “mulher tem que se dá ao respeito”, eu sinceramente fazia o mesmo e não me arrependo, até incentivo a minha filha a curtir o máximo que ela quiser com quantos quiser, a vida e o corpo pertencem-na.
- Que bom que é uma mãe bem aberta sobre as escolhas da sua filha, ela deve sentir bastante orgulho desse seu lado.
- Sim, ela sente.
Nessa hora a Mimi me manda uma mensagem dizendo que já estava no portão da garagem e que estava esperando o segurança abrir.
- A Yasmim chegou, ufa kk. – Soltei uma risada leve.
- Já que ela chegou, vou subir pra deixar vocês a vontade. Ah fiquei com uma coisa na cabeça...
- Sobre? – Perguntei eu tentando entender.
- Pessoa de costume você neh?
- Acho que sim kkk.
- Então se acostume com isso. – Ela me roubou um beijo que eu retribui de leve, sem língua, sem nada. Sabem aquele beijo que chamam de técnico, mas é bom também? Basicamente isso.
- Até mais Camila... – Dizia ela subindo as escadas.
Eu fiquei com cara de “Que porra foi essa em?”. Ai a doidinha chega toda animada.
- Cam! Cheguei gostosa, adivinhe, o crush beija muito bem, quero te contar tudo e... Que cara é essa em? Parece até que viu fantasma.
- Nada não, estive contando o tempo da demora, vinha de ré era? Demora da peste foi essa em?
- Ah bebê, vou te contar os detalhes.
Ela ia me contando tudo, eu prestava atenção, mas mesmo assim a minha cabeça estava em outro lugar, o que foi aquilo? A Beatriz praticamente é minha tia, mãe da minha melhor amiga, o que estava acontecendo? Preciso esquecer e certificar que nunca mais aconteça.
Durante o mês de novembro, parecia até agora correr tudo bem, eu despistava o máximo que conseguia da Beatriz, e só ia quando a Mimi estivesse lá mesmo. Um dia, fui chamada para um jantar para oficializar o namoro da Yasmim e do Roberto (Betinho), claro que nessas ocasiões eu sempre fui pontual e não podia dar mancada. Ao chegar, todos estavam presentes, foi um jantar simples, mas como eu disse, a tia Beatriz, é uma mulher sempre elegante.
Ela chegou com uma calça formal, um salto preto (ela já tem 1,68m e ainda ficou mais alta) e uma blusa de seda, acompanhado de um colete aberto. Parecia até que ela ia para uma apresentação de trabalho. Seus cabelos castanhos claros, lisos meios ondulados, soltos. Combinando com seus olhos acinzentados. Pela primeira vez eu sinceramente vi um mulherão, não minha tia ao qual sempre respeitei por ser mãe da minha melhor amiga. Nesse momento passo a ter meus pensamentos éticos e paro de babar. “Se controla doida”.
Eu tentei agir o mais natural possível, mas toda vez que aquela mulher falava, ela sempre terminava me fitando e eu estava com medo. Por um momento eu pedi licença para ir ao banheiro, molhei um pouco um rosto (viva quem inventou maquiagem a prova d’água) e fiquei me encarando no espelho e pensando “que merda é essa Camila, para de pensar na mãe da sua amiga, finge que aquele beijo nunca aconteceu e que tá tudo bem”.
Eu abro a porta e me deparo com um belo par de olhos cinzas me encarando.
- Uou! – Me assustei de leve.
- Algum problema Camila? – Perguntava ela naturalmente como se não estivesse me comendo com os olhos.
- Não, nenhum problema, só vim lavar um pouco o rosto, está um pouco quente.
- Um pouco quente neh? – Ela falou aquilo num tom irônico maldoso.
- Sim, está chegando o verão, bem, vou retornar a mesa, com licença. – Dizia eu agindo naturalmente ou fingindo que sim.
- Você pode me esperar? Queria que segurasse meu colete, realmente está meio quente.
- Tá, tudo bem, eu espero. – Dizia eu.
Ela saiu do banheiro, reclamando do salto.
- Acho que exagerei no look hoje, é só um pedido de namoro, vim muito formal. Mas afinal, amo ser elegante, me deixa mais poderosa. O que acha?
- Eu? Bem... Tá linda como sempre.
- Me acha linda Camila?
- Sim ué, olhos cinzas, sempre anda bem arrumada, nem parece que chegou aos 30, é sempre muito certa do que quer... “Pra que eu fui falar isso vá? Camila você tem problemas, só pode, a mulher tá querendo aplicar o kamasutra contigo só de olhar e você dá corda? ”
- Isso eu concordo, sempre fui uma mulher que sabe o que quer. – Direta não, tiro na cara.
Voltamos pra mesa e eu estava mais pálida que o normal, parecia até os vampiros de crepúsculo, podia até brilhar eu acho.
- Camila você está bem? – Perguntava Yasmim.
- Sim, estou porquê?
- Está mais branca que o normal, parece até que morreu e virou fantasma kkkk.
“Tecnicamente a sua mãe está me fuzilando com o olhar e eu nem posso fazer nada”
- Impressão sua bebê, acho que tô emocionada só.
- Own, vem cá sua louca. – Falava ela me abraçando. – Tu é minha irmãzinha mesmo, e que tá emocionada agora sou eu, geralmente você não dá a mínima pra isso.
- Pra você ver.
Após o jantar, o Betinho e pais iam embora, a Yasmim até queria ir, mas ficaria cansativo pra voltar, até que Beatriz deu uma sugestão.
- Faz o seguinte, no lugar de vocês chamarem um Uber, meu motorista leva vocês, minha filha vai e se despede do namorado também e depois ela retorna.
- Que ótima ideia mamis. – Falou ela toda empolgada. – Mas e a Cam? O carro só cabe 5.
- Minha filha o namorado é seu, fora que ela sempre aguenta seus atrasados, ela já é de casa.
- Mas ai vai ficar bem tarde pra ela voltar.
- Eu ligo pros pais dela e peço pra dormir aqui, fique tranquila, sua amiga não sairá daqui até você voltar. Eu faço companhia.
- Tá certo então, me espera aqui viu Cam.
- Não tudo bem, eu posso ir de Uber. – Dizia eu tentando fugir do que estava por vir.
- Que isso Cam, parece até que não quer dormir aqui. – Dizia Yasmim.
- Não é isso, é que não quero atrapalhar.
- Deixa de frescura vá, você já é de casa como mamis disse, fica ai, volto já.
Eles se foram e eu subi pro quarto da Yasmim, ia pegar algumas roupas pra me trocar, afinal sempre deixo umas roupas aqui, pra não precisar trazer uma bolsa sempre. Após me trocar, fiquei procurando algum filme na internet (Final de 2012 Netflix nem existia direito), como estava com fone, não escutei a porta abrindo. Do nada sinto uma mão tocar meu ombro de um jeito que me arrepiou.
- Está assustada Camila? – Adivinhem quem era? Isso ai, mãe da Yasmim.
- Não, é que eu estava distraída procurando algum filme de comédia ou ação para assistir por enquanto. – Agi como se não desse importância, vai que ela para com isso.
- Eu tenho alguns filmes no meu quarto, você pode ir lá escolher algum e volta pra assistir.
- Que isso, não quero atrapalhar.
- Não atrapalha em nada, e outra, disse a minha filha que te faria companhia, a não ser que você não queira.
- Não é isso Beatriz, apenas que não quero te atrapalhar, e você deve estar cansada. – A atuação está indo bem, se continuar dá certo.
- Assim você me ofende, por favor, venha escolher um filme, não mordo.
- Tá, tudo bem.
Eu fui sabendo dos riscos, qualquer coisa eu pulava da janela kkkkk.
- Pronto, vou escolher um rápido e saio pra te deixar descansar. – Dizia eu.
- Sinta-se à vontade, não há pressa.
Realmente, ela tinha ótimos filmes, acabei ficando distraída pra escolher algum e nem percebi que ela trancou a porta.
- Me diga, qual foi sua sensação após aquele beijo? – Ela perguntou me olhando diretamente.
- Como é? – Perguntei eu meio sem reação.
- Bom ou ruim?
- Como assim? Primeiro, nem era pra ter acontecido.
- Camila, eu não sou idiota, sei o jeito que me olhou aquele dia que estava numa fase ruim e sei como olha agora.
- Mas o que isso tem haver? Eu só fiquei admirada pois, voltou a ser a mulher que sempre foi.
- Engraçado que você diz isso, mas que no fundo mente.
- Eu minto? Você me rouba um beijo e fica me cantando.
- Você não tem problemas em cantar alguém quando está na balada. E fica com várias pessoas.
- Como sabe disso? - Fiquei surpresa.
- Um dia eu fui pra experimentar novas coisas, me sentir mais potente sobre minha vida amorosa e te vi. Beijou várias e mal se importou.
- Não sabia que curtia baladas.
- Após anos de fidelidade em um casamento e no fim não ser valorizada, te faz querer curtir tudo e mais um pouco.
- Foram 18 anos de casamento, muito tempo.
- 6 anos.
- Hã?
- Aquele canalha pode até ser pai da minha filha, mas só fomos casados mesmo durante 6 anos, quando eu tentei ser alguém mais dedicada, mas quer saber, não valeu a pena.
- Olha sinto muito, fico feliz por essa sua nova fase, aproveite bastante, mas acho que comigo se confundiu.
- Sabe Camila, até uns meses atrás eu nunca tinha dormido com uma mulher, até recentemente, achava sexo lésbico muito fraco e realmente, das 2 vezes que fiz com estranhas foram. Mas ai eu vi, que não é o sexo que é fraco e sim com o tipo de pessoa, acho que nem todas sabem.
- Ah mas é assim mesmo, algumas muitas vezes precisam de dildos com cinta ou mais prática com a mão, mas todo mundo aprende.
- E você?
- Eu o que?
- Como prefere?
- Não estou gostando desse assunto, estou ficando constrangida.
- Por favor não fique, senta aqui na cama, eu não mordo.
- Senta logo! – Que mulher mandona. – Agora me diz.
- Eu aprendi como todo mundo eu acho, com a mão.
- Mas atualmente, usa dildo ou mão?
- Modéstia parte, dizem que minhas mãos são ótimas. Mas uma vez ou outra é bom usar acessórios como: vibrador, dildos, etc. Até porque, mão de fotógrafa tem que estar sempre alinhada, então é bom não forçar as vezes.
- Interessante...
- Posso ir agora?
- Eu já disse que não mordo, só se precisar...
- Porque esses assuntos comigo, essa curiosidade repentina na minha vida?
- Qual seu medo?
- Nenhum, mas simplesmente o fato de você ser mãe da minha melhor amiga é alguma coisa neh?
- Então o problema é esse? Por que sou mãe da Yasmim? E se não fosse?
- O que quer dizer?
- Teria algum problema em sair com uma mulher mais velha?
- Claro que não, nunca liguei pra isso, já sai com mulheres mais velhas até.
- Próximas dos 40?
- Não, próximas dos 30 mesmo.
- Humm...
- Mais alguma coisa ou posso ir?
- Tudo bem, pode ir.
Tento abrir a porta, mas está trancada.
- Me dá a chave. – Dizia eu.
- Vem aqui pegar. – Balançava a chave na mão. Fui tentar pegar e ela diz. – Não ainda.
- O que foi?
- Quero uma coisa.
- Que coisa?
- Um beijo.
- Sabe que não posso fazer isso.
- Por que?
- Já disse o porquê.
- Então vai ficar aqui comigo a noite toda.
- Por favor me dá a chave Beatriz, o que a Yasmim vai achar se vir a mãe dela e sua amiga trancadas no mesmo quarto?
- Não faço ideia, porém, não dou a mínima.
- Não?
- Não mesmo, e enquanto não me der esse beijo eu não dou a chave.
Eu dei um selinho rápido nela.
- Sinceramente, eu beijo até minha filha assim, sei que pode fazer melhor que isso.
- Você disse um beijo, e eu dei.
- Disse certo beijo, não selinho. Vamos lá garota, é só fingir que não sou a mãe da sua amiga e pronto.
Falar era fácil, mas sabe quando você se sente mal por estar mentindo pra sua amiga, mas também faz uma mentira pra que ela não se machuque? Me sinto assim. Eu iria beijar aquela mulher, a vantagem é que ela é muito gata, sério, quem não conhece, acha que a Beatriz é irmã mais velha da Mimi, não mãe.
Eu não tinha outra escolha a não ser beijar. Foi um beijo que começou sem língua, mas aí ela começou a segurar minha cabeça e me arranhar de leve no braço me deixando arrepiada, fui cedendo e rolou beijo de língua. Sinceramente foi um beijo incrível, com uma vontade disfarçada, até demorado. O beijo acabou e ela foi sarcástica.
- Viu? Morreu alguém?
- Não... – Eu respondia um pouco sem reação ainda.
- Aqui a chave, pode ir.
Eu estava abrindo a porta e ela disse.
- Se acostume com isso também, não será o último Camila.
Eu sai daquele quarto e fui deitar diretamente na cama de Yasmim, geralmente dormimos na mesma cama as vezes, coisa de irmã praticamente
CONTINUAAAA...