— Mãe, já falei,eu não vou levantar. — minha mãe estava em cima de mim como todas as manhãs,tentando arrancar minha coberta.
— Eu não estou pedindo pra você levantar, eu estou ordenando,e você não tem escolha. — Ela conseguiu tirar minha coberta e a jogou no chão.
— Que droga mãe.
— Eu não vou falar mais uma vez,então levanta dessa cama agora, Vitor Júnior Oliveira Ramos.
Olhei pra ela e revirei os olhos. Minha mãe nunca me chama pelo meu nome quando está feliz, na verdade ela nunca me chama pelo nome. Por um breve momento eu pensei que isso devia me preocupar.
— Só um momento. — Eu disse me espreguiçando.
— NADA DE UM MOMENTO, VAI AGORA LAVAR ESSA CARA POR QUE EU TENHO QUE TE LEVAR PRA ESCOLA. — Ela gritou e saiu batendo a porta.
— Affs esse inferno nunca vai acabar?
— Você tem cinco minutos antes que eu volte ai e bagunce a sua cara Vítor. — Escuto ela gritando da sala.
E assim meu dia começa.
Depois de vinte minutos eu já estava na sala esperando minha mãe, ela reclama de mim mas demora uma eternidade pra se arrumar.
Antes de continuar eu gostaria de me apresentar: meu nome é Vítor Junior, mas todos me chamam de V,moro em São Paulo,tenho 17 anos e estou no último ano do ensino médio, sou alto 1,75 de altura, pele clara, cabelos negros e olhos claros. Sou um pouco definido não musculoso,mas sou forte.
Trabalho na loja de produtos esportivos do meu tio Vagner,seria o emprego perfeito se não tivesse trabalhando lá,meu primo Pablo. Se tem alguém que eu odeie no mundo não chega nem perto do meu ódio por Pablo.
— Filho podemos ir agora. — Minha mãe me tirou dos pensamentos.
— Vamos dona Táis. — Falei rindo e abraçando ela.
— Dona é a senhora sua avó garoto, eu ainda sou muito jovem. — Falou minha mãe com uma cara fechada.
— Mãe, só estou brincando.
— Não sou seu brinquedo menino.
— Tá mãe vamos logo.
Estávamos calados dentro do carro, oque era estranho se tratando da minha mãe, ela sempre me bombardeia com muitas perguntas, algumas delas são muito constrangedoras.
— E como vai seu trabalho meu príncipe? — Ela perguntou quebrando o silêncio, tirei a atenção do livro que eu estava lendo e olhei pra ela.
— Vai bem, mesmo o estúpido do Pablo estando lá. — Revirei os olhos quando falei dele.
— Ah filho, seu primo é um gato e vocês dois um dia vão casar. — Disse ela rindo.
Ela estava louca de falar isso, eu preferia milhões de vezes virar um tiozão a ter que ficar com Pablo.
— Depois a senhora diz que me ama!
— E amo, mas você precisa arrumar um namorado, e logo.
Minha mãe sempre soube da minha orientação sexual eu nunca escondi nada dela, afinal cedo ou tarde ela ia ficar sabendo,ela foi a primeira pessoa para quem eu me assumi, confio na minha mãe mais que tudo.
Meu pai nem sonhava porque se não, eu não estaria aqui, ou pelo menos é oque eu acredito.
— Não sei porque a senhora tocou nisso e falou de Pablo, eu prefiro morrer a ficar com ele mãe, que horror! — Fechei a cara.
— Mas filho, você não pode negar que ele é lindo. — Ela estava rindo. Parece que minha mãe tirou o dia para me irritar.
Eu nunca parei pra olhar para Pablo ele era um grosso, sempre caçando briga comigo por tudo, meu tio cansou de separar nossas brigas.
Pablo é muito arrogante e depois que descobriu que eu sou gay, as coisas ficaram piores. Ele se negava a ficar perto de mim, e desde então tem feito de tudo para meu tio me demitir.
— Eu não fico perdendo meu tempo com ele, e no final, eu não estou sozinho. — Eu voltei a atenção para o livro que estava nas minhas mãos.
— Como é? Você escondeu isso de mim? Eu achei que não existisse segredos entre nós, você é um péssimo filho. — Ela começou seu pequeno show dramático.
— Mãe menos. — Eu fiquei feliz por temos chegado na escola. — Obrigado por me trazer.
— Vamos conversar mais tarde. — Ela não ia desistir até descobrir tudo. — Eu te amo bb. — Ela beijou minha buchecha.
Mães,sempre grudentas.
— Eu te amo também mãe. — Desci do carro e ela foi embora.
A minha escola era a maior chatice,minha sala só tinha adolescentes sem graça, e muitos deles preconceituosos, bem típico.
As minhas aulas foram tão chatas que acabei dormindo e acordado por Marta, minha melhor amiga desde que nascemos. Os pais dela são amigos dos meus pais, então eles acharam que ia ser lindo continuar essa tradição. Marta e eu já falamos que nossos filhos também seram amigos, e os filhos dos filhos deles também. Nos divertimos com a ideia de criar uma tradição.
— V, você quase foi pego pelo professor.
— Eu não ligo,ando muito cansado últimamente, não me importo em visitar o diretor, afinal ele é um gato. — Falei bocejando.
— Isso é verdade, a escola se tornou melhor depois que a velha múmia saiu da diretoria! — Caímos na gargalhada, odiamos a antiga diretora ela é um terror, amamos o diretor Sandro, ele é muito gato.
— E eu estou com sono como te disse, aula de matemática é muito chata.
— Sei porque você está com tanto sono! — Ela me lançou um olhar safado, eu capitéi a mensagem na hora.
— Credo, você me respeite não sou você!
— Ta bom santo. — Ela falou rindo. — Vamos pra praça? Eu quero ver o Edy!
Edy é o namorado da Marta,ele é um cara bastante bonito e popular, eu não sei como Marta foi se interessar por ele ou melhor, como ele foi se interessar por Marta, ele é o tipo de garoto que pega aquelas líderes de torcidas que tem tudo em cima. Mas olhando para Marta eu entendi o porque, ela era a garota mais bonita da sala,tudo nela era perfeito,sem faltar nem sobrar,então Edy não era lá essas coisas pra ela,comparando que ela se parece mais uma modelo,e ele,apenas um jogador de basquete.
— Vamos. — Falei vencido.
A praça estava quase deserta só estava Edy e Carlos e o grupo deles. Todos em uma roda, bêbendo, olhei no relógio era 13:34 e eles já estavam bebêndo, bem,se você é filho de um advogado famoso você pode fazer o que quiser, pelo menos era oque Edy passava.
— Eai V. — Falou Edy. Edyson era o nome dele, ele tinha vinte e três anos, forte, malhado tenho certeza qua deixa Marta louca. Ele tem os olhos verdes, cabelos negros, ele é alto um pouco maior que ela, um pouco maior que eu. Talvez muito mais alto que eu.
— De boa Edy?
— De boa.
— Oii. — Falou uma voz grave que eu sabia muito bem de quem era. Carlos, o tipo de cara que qualquer um se jogaria na frente do carro só pra chamar a atenção dele.
— Oi Carlos. — Respondi sorrindo.
Meu celular vibra na hora, era uma mensagem dele.
*Eu só não te agarro aqui porque não quero que ninguém veja. Mas minha nossa, você está muito gostoso.
Eu corei na hora.
— Então V, eu tenho um trabalho da escola pra fazer de matemática, e eu sou horrível com contas. — Falou Carlos.
— É Carlinhos você é mais burro que uma pedra. — Falou Edy, todos riram, Carlos deu um soco no ombro dele.
— E você espera que eu faça o que? — Cruzei os braços.
— Que me ajude é claro. — O bom de ser Carlos é que só o fato dele sorrir faria qualquer um se deitar no chão para ser pisado por ele. É impossível dizer não a qualquer coisa que ele pedisse.
— Ah, cadê o trabalho?
— Ta na minha mochila, vamos lá pegar?
— Sim, claro!
Fomos para um lado bem afastado da praça onde ficava as árvores, ninguém poderia nos ver aqui, comecei a me perguntar o por que da mochila de Carlos estar fazendo aqui.
— Onde está sua mochila, Carlos?
— Ah, acabei de me lembrar que não trouxe minha mochila.
— Ah Carlos seu mentiroso! — Eu me virei pra voltar onde Marta estava, mas antes ele puxou meu braço.
— Mas eu tenho algo mais interessante aqui. — Ele pegou minha mão e colocou dentro da sua calça. Eu fique sem reação,mas apertei seu membro e ele sorriu.
Ele me puxou para perto dele e me beijou com tanto desejo! Ele tem uma pegada forte e eu como não sou difícil joguei os braços em volta do pescoço dele. Eu queria esse beijo mais do que ele, o perfume de Carlos me embriagava.
Eu conheço carlos a muito tempo, somos amigos desde o jardim de infância. Ele gosta de mim, eu também gosto dele, não estou falando que sou completamente apaixonado por ele, porque eu não sou, eu sentia apenas tesão por ele, gosto de ficar com ele.
Seus olhos azuis eram intensos, seu cabelo era meio loiro e marrom. Muito lindo, e fofo na maioria das vezes, não seria difícil se apaixonar por ele.
— Senti saudade V. — Falou ele ainda me beijando.
— Eu também. — Respondi com difículdade pra respirar.
Ele me empurrou contra uma árvore e eu já pude sentir seu volume no meio das minhas pernas! Ele levantou minha camisa e apertou meus mamilo e mordeu minha orelha. Eu me arrepiei da cabeça aos pés.
— Ah Vítor como eu te desejo!
Eu também queria ele muito, mas tinha medo, veja bem, eu ainda sou virgem e quero que minha primeira vez seja perfeita. É meio brega mas meu corpo, minhas regras.
— Eu também! — Ele mordeu meu pescoço.
— É sério? — O tom da sua voz era de surpresa, já que nunca divemos nada além de beijos.
— Sim. — Falei recuperando o fôlego.
— Eu prometo não te machucar! — Ele tinha um sorriso tão lindo, seus dentes eram incrívelmente brancos.
— Eu sei,mas agora eu preciso trabalhar não posso chegar tarde!
— Ah mas por que? Ta tão bom nós dois aqui. — Ele disse fazendo uma cara de dó. Me fez pensar se eu devia abrir mão desse garoto pra ficar em uma loja por cinco horas com meu primo, mas definitivamente, se eu não for Pablo irá me matar.
— Eu sei, queria ficar mas tenho que ir.
— Você me deixou todo animado aqui olha só. — Ele falou apontando pro enorme volume que tinha se formado na calça dele.
— Ah eu sinto por isso. — Olhei pra ele e mordi o lábio.
Ele começou a me beijar outra vez, sua mão foi descendo até minha bunda eu soltei um gemido baixo, ele mordia e chupava meus lábios!
Eu sei que se não parasse ele agora eu não ia conseguir parar, então o empurrei e sai correndo, ele ficou sem entender nada, parei e gritei:
— Eu já estou atrasado. — Lhe mandei um beijo. Eu senti muito por deixar ele assim mas com certeza vou infrentar a fera do meu primo.
Meia hora depois eu tinha chegado na loja, desci do taxi vagarosamente.
— Obrigado por me trazer de novo Mario. — Sorri pra ele.
— Que nada V, manda um abraço pro seu pai. — Paguei o taxista e ele foi embora.
— Ai está você. — Pablo apareceu muito mal-humorado. — Eu estou sozinho na loja e você estava dando por ai né seu viado!
— Blábláblá Jesus,por que eu tenho que passar por esse castigo todo dia?
— Da pra parar com essas boiolices aqui.
— Ai cala a boca muleque! — o Empurrei e entrei.
— Não vai falar a onde você estava?
— Ah agora você deu pra cuidar da minha vida? — Fui pra atrás do balcão. Ele estava na minha frente tão perto, que eu sentia o cheiro do seu hálito de menta.
— Se você fosse um pouco mais cooperativo eu podia me dar bem com você sabia!
— Dispenso, eu não me vejo como seu amigo! — Nessa hora uma pessoa entrou na loja e Pablo se afastou.
Era um homem forte e bonito, o bom de se trabalhar em uma loja de produtos esportivos é que sempre um gatinho entra na loja.
— Em que posso ajudar? — Perguntei sorrindo.
— Bem,eu preciso de um equipamento. — Ele me deu uma lista enorme.
— Já vamos te ajudar. — Ele sorriu pra mim.
Fui até o estoque onde Pablo estava.
— Ei seu traste, vai pegar tudo isso, e anda o homem que está la dentro não pode esperar. — Me abanei com a folha.
— É um viado mesmo. — Ele puxou a folha da minha mão. Eu gostava de provocar Pablo, era divertido.
— Aquele menino ali foi pegar seus produtos. — Apontei para Pablo.
— Eu não sou um menino. — Pablo agora estava zangado. Ele desapareceu no depósito.
— Meu nome é Adriano.
— Prazer Adriano, meu nome é Vítor, mas pode me chamar de V, ou como prefir.
— Então V, eu sou professor de esportes, sabe, e de judô, se você quiser umas pegadas, digo aulas, eu adoraria ajudar você. — Ele tinha um sorriso sedutor
— Bem, quem sabe. — Ele pegou um papel e uma caneta.
— Meu número. — Fui tirar o papel da mão dele e ele a segurou. Pablo apareceu logo em seguida.
— Deu quinhentos e sessenta e sete reais. — Falou ele grosseiro.
— Querido, eu cobro aqui, e você leva os produtos para o carro do nosso amigo aqui.
— Ele não é meu amigo. — Pablo pegou as coisas e foi até lá fora.
— Meu carro é aquela caminhonete vermelha. — Gritou Adriano.
— Desculpe o comportamento dele,é que ele é sempre muito grosseiro!
— Tudo bem! — Ele pagou. — Me liga em. — E saiu da loja. Eu amacei o bilhete e joguei no lixo.
— Achei que você ia ligar pra ele.
— E pra que? Eu não preciso.
Ele se sentou no sofá e ficou mexendo no celular dele.
— Meninos vamos fechar a loja mais cedo! — Meu tio apareceu bem na hora que eu ia atacar uma bolinha de papel em Pablo.
— E por que?
— Vai chover!
— Então vou nessa. — Falei pegando minhas coisas. — Ah e amanhã eu venho cedo já que não tenho aula.
— Tudo bem Vítor. — Respondeu meu tio.
Passei por Pablo e parei na frente dele.
— Tchau Pablinho. — Falei dando gargalhadas da cara dele e sai. Parei de rir quando cai na realidade de que amanhã eu terei que ficar mais tempo com ele.
— Por que comigo Jesus?