Laços Do Destino - Capítulo 3: Encontro

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 2383 palavras
Data: 21/01/2018 02:40:11

Eu estava sentado na mesa do café, brincando com a minha comida, acordei nessa manhã com enjoou e uma dor de cabeça horrível.

— Meu filho, tem algo errado? — Perguntou meu pai.

— Ah,não, só não me sinto bem. — Eu espirrei.

— Talvez seja gripe! — Falou minha mãe colocando o bule de café na mesa.

— Você tem que levar esse garoto no médico Taís, ele nunca vai!

— E você acha que eu não tento? Mas ele faz de tudo pra escapar.

— Dãã eu ainda estou aqui! — Falei irritado. — Mãe eu posso me retirar?

— Não vai pra escola? — Perguntou ela cortando uma fatia de pão.

— Não!

— Tudo bem então. — Me levantei bem devagar. — O que você ainda faz aqui Roger?

— Ah querida, estou esperando o filho do Vagner, ele ficou de me trazer alguns papéis.

— Pablo? — Falei surpreendendo todos.

— Ele mesmo, por que a surpresa? Você sabe que o Vagner sempre manda esses papéis. — Olhei pra eles e dei de ombro.

Subi a escada,degrau por degrau,quando alguém entrou pela porta.

— Bom dia Vítor! — Anunciou Pablo. Hoje ele estava vestido de uma forma diferente. Com um macação jeans preto, umas das alças ficava pendurada, uma camisa fina branca que deixava seu peitoral a mostra, fiquei impressionado por ver o corpo dele assim tão forte.

— Dia. — Voltei a subir a escada.

— Você está bem?

— Ótimo!

Ele foi para a cozinha e eu para meu quarto. Minha mãe estava certa, eu estava com gripe.

Já era possível sentir a febre, sentia meu corpo queimar. Eu tinha calafrios. Deitei na cama e me enrolei na coberta.

— Você está muito bem vejo! — Falou Pablo entrando no meu quarto.

— O que você quer?

— Nada. — Ele se sentou na minha cama, e tocou na minha testa. O toque da sua pele me queimou como se a febre tivesse aumentado, mas eu senti que era outro tipo de febre, algo mais forte.

— Minha nossa. — Pablo saiu correndo do quarto ouvi ele gritando pra minha mãe. Eu me senti pior.

— Meu filho você está bem?

— Não tia, ele está queimando em febre. — Minha Mãe me tocou e arregalou os olhos.

— Eu vou sair pra comprar um termômetro, por favor Pablo fique com ele.

— Mãe nã...

— Eu fico! — Minha mãe saiu igual uma desesperada pela porta.

— Eu não preciso que cuidem de mim!

— Tá tá. — Ele fechou as cortinas. — Eu vou ficar mesmo você não querendo.

Eu me senti feliz por ele ter ficado comigo, mas no fundo eu não gosto de depender de ninguém,ainda mais dele.

Pablo se sentou na minha cama outra vez, ele me olhava com preocupação.

— Eu ainda não estou em um caixão!

— Não mesmo, cadáveres são mais bonitos.

— Ha ha ha

— Brincadeira!

— Sabe, você é bonito!

— Vish tá delirando já! — Pablo colocou novamente a mão dele na minha testa. — Por que você não dorme? Pode te fazer bem, pra mim isso é só uma mal estar.

— Você vai ficar comigo?

— Não vou sair do seu lado. — Eu sorri e fechei os olhos, fiquei feliz por ter sido o rosto dele o último que eu vi.

Dormi apenas quatro horas, mas foi o suficiente pra mim, eu já estava me sentindo melhor. E triste porque Pablo não estava do meu lado, e sim minha mãe.

— Cadê o Pablo?

— Ele teve que ir embora, parece que a loja está cheia, já que é véspera de final de semana.

A loja sempre fica cheia nesses dias, pobre Pablo deve estar louco.

— Eu já me sinto perfeito. — Levantei da cama.

— Está louco? — Minha mãe se levantou da cama com um salto.

— Não, eu preciso ajudar o Pablo, e não tente me impedir! — Falei com uma voz dura.

— Tá bem, eu vou te levar! — Ela saiu do quarto arrastando pé.

Me troquei e me arrumei, em cinco minutos eu já estava lá em baixo.

— Estranho você estar fazendo isso!

— Isso o que?

— Ajudando seu primo.

— Ah isso, eu quero me dar bem com ele, só isso.

— Falei que vocês ainda seriam amigos.

Chegamos na frente da loja e eu já pude ver as pessoas todas bagunçadas na loja. Entrei empurrando todo mundo e fui para o balção!

— Vítor o que você 'tá fazendo aqui?

— Ué, te salvando!

As pessoas falavam todas ao mesmo tempo, era muito difícil distinguir oque elas queriam.

— CHEGA! — Gritei. Todos ficaram calados, mas um grupo de adolescentes continuaram conversando. — Calem a boca ai no fundo, aqui não é a casa da mãe Joana!

Eles me olhavam com raiva, eu arqueei a sombrancelha.

— Aquilo ali são senhas. S-E-N-H-A-S. Senhas, servem pra vocês chegarem e aguardarem um minuto.

— Sabemos oque é uma senha! — Falou um garoto todo de preto com lápis de olho,muito mal-humorado.

— Não é o que parece. Então se vocês querem ser atendidos peguem uma senha, AGORA! — Todos correram atrás da senha. — E em ordem, ótimo, agora naquele painel vai aparecer números, quando seu número for chamando por favor, venha até o caixa e faça seu pedido. Fui claro?

— Sim senhor. — A pequena multidão gritou em resposta. Eu senti que era um tenente do exercito. Logo todo aquele caos foi dissipado e as pessoas ficavam cada vez em menor número na loja.

Quando a última pessoa saiu Pablo respirou aliviado.

— Obrigado, não sei da onde saiu aquele Vítor mas eu gostei dele! — Sorri.

— Eles me irritaram!

— Você é ótimo nisso, coloca ordem em qualquer coisa. — Eu fiquei vermelho. — Mas totalmente louco, por que você está aqui quando devia estar descansando?

— Eu já tô bem, sério.

— Então já que é assim, eu gostaria de convidar você pra jantar comigo hoje a noite como forma de agradecer por ter salvo minha cabeça!

— Bom, está bem. — Sorri feliz, uma noite com Pablo parecia divertida.

— O roxo da sua boca já sumiu! — Comentou ele.

— Sim graças a Deus.

Meu celular começa a vibrar era uma mensagem do Carlos.

Carlos: espero que você esteja bem,eu não queria te machucar eu juro. Quero te ver hoje.

Eu revirei os olhos, Carlos ainda se lembra disso.

EU: Carlos,eu estou no trabalho agora.

Carlos: Ok mas eu quero te ver outra hora Bj.

EU: Ok

— Chato, mas parece que você gosta dele.

— De quem?

— Carlos.

— É, mas não gosto dele, talvez um pouco, já faz pouco tempo que eu passei de gostar de outro. — Olhei no fundo dos olhos de Pablo.

— Ah! — Ele deu de ombro.

— Estranho como as pessoas são devagar pra entender algo que está na cara delas, você não acha?

— Ah, sim! — Ele pegou a vassoura e começou a varrer o chão. Fui para trás do balção organizar os papéis.

— Eu odeio o silêncio. — Comentou Pablo ligando o rádio. — Eu amo essa música!

— Como assim? É Florence, Howl, você não tem cara de que gosta de Florence!

— Mas eu gosto. — Ele chegou perto do balção. — Se você pudesse apenas ver a besta que fez de mim, eu me contive,mas agora parece que você a libertou.

— É você gosta mesmo pra decorar a letra.

— Eu disse que gostava!

Quando a proxima música começou ainda era Florence, Kiss With A Firs.

— Ooh ooh. — Pablo dançava com a vassoura como um louco. Eu ria da cena, minha barriga doía. — O que foi? — Perguntou ele rindo também.

— Nada, é só você dançando assim, eu não esperava!

— Bem, eu mudei! — Seus olhos fixaram nos meus e eu parei de Sorrir, senti meu rosto queimar.

°°°

Era noite, eu estava me arrumando, começei a me perguntar se fiz bem em aceitar jantar com Pablo, dentre todas as pessoas ele era a última com quem eu sairia, mas nos últimos dias ele se mostrou diferente comigo, mais calmo. Então sinto que posso confiar nele.

Estava colocando perfume e meu celular vibra. Nem olhei quem estava me ligando e atendi.

Eu: Alô

Oii V sou eu o Carlos.

Droga!

EU: Carlos o que você quer?

Carlos: Nada só queria te ouvir.

EU: Então já ouviu, mais alguma coisa? Estou ocupado, eu vou sair.

Carlos: E a onde você vai?

EU: Bem, vou sair com Pablo!

Carlos: Como você pode sair com ele? Ele é tão asqueroso!

EU: Acho que o único asqueroso aqui é você, e se não tem mais nada pra falar tchau!

Eu me assustei comigo mesmo agora.

Carlos:Tudo bem, vai com calma ai, mas depois que você quebrar a cara não reclama!

E ele desligou. Eu revirei os olhos, como se ele pudesse saber que eu ia quebrar a cara, eu gostava cada vez menos dele.

Quando deu oito em ponto alguém bateu na porta. Era Pablo, ele é bem pontual. Eu abri a porta e quase cai pra trás, ele estava incrívelmente lindo.

— Uau você esta muito lindo Pablo! — Falei de boca aberta. Ele estava com uma calça jeans preta bem justa marcando suas coxas grossas, uma camisa vermelha apertada nos braços e a camisa era toda apertada marcando sua barriga, e um tenis nike branco. (eu estava fazendo o maior esforço pra não ficar de pau duro ali).

— Fecha a boca você está babando. — Eu fiquei vermelho. — Você também esta lindo Vítor. Da uma volta pra mim te ver!

— Quê?

— Só uma volta pro seu primo do coração! — Falou ele brincando.

— Seja menos,"primo do coração".

— Tá, mais de uma volta. — Revirei os olhos. Dei uma voltinha pra ele mas tropecei e cai em cima dele, ele me segurou colando seu corpo no meu.

— Opa, parece que você e a grávidade não se dão bem!

Fiquei muito vermelho e ele percebeu.

— Desculpa!

— Não se preocupe bobo.

Ele me levou pra fora e lá estava o carro dele, um lindo conversível azul. Meus olhos brilhavam. Eu não entendia muito de carros, mas sabia que aquele era um carro veloz, e muito caro!

— Gostou?

— Sim, eu nunca pensei que você ia ter um carro desses. — Ele abriu a porta pra mim.

— Bem essa é uma das muitas coisas que você não sabe sobre mim.

— Então espero descobrir tudo hoje! — Ele fechou a porta.

°°°

O restaurante era muito elegante, aqueles lugares que só tem gente rica e fina vai. Eu me sentia mal no meio de tanta elegância.

— Por favor venham comigo! — Falou um homem de terno muito bem alinhado.

— Que coisa mais chata!

— O que?

— Esse restaurante, eu esperava que você me levasse pra um barzinho de esquina. — Ele riu alto.

— Eu não gosto muito de bares de esquina! — Dei de ombro.

— Querem fazer o pedido agora?

— Não, traga apenas um champanhe por favor! — Pablo sorriu para o homem.

— Eu não gosto de beber. — Comentei.

— Não seja chato Vítor, seja mais cooperativo lembra? — Dei um sorriso falso pra ele, me contendo para não mostrar a lingua. — Vamos falar de você!

— Nada disso, você já sabe o suficiente de mim.

— Tá bem, então o que você quer saber? — Falou ele vencido.

Pensei um pouco, vasculhei na minha mente as fichas de milhões de perguntas que eu tinha pra fazer, escolhi uma sem importância nenhuma.

— Qual a sua cor favorita? — Ele arqueou a sombrancelha.

— Branco!

— Ah? Branco, mas branco é tão…

— Neutro! Branco é o começo de tudo sabe, tudo começa do branco, uma folha de papel não é preta ou azul, e sim branca, e ele é a mistura de tudo. Branco é a paz, um áurea boa, então, branco.

Me calei, eu fiquei encantado com a pequena explicação dele.

— Próxima pergunta! — Ele falou quando passei tempo demais olhando pra ele.

— Você é hétero mesmo? — Perguntei por impluso, depois que fui ver o peso da minha pergunta.

— Não da pra ver? Claro que sou hétero! — Sorri desconcertado pra ele. — Brincadeira, eu não sou!

— Uau, então bi?

— Não, gay, e me espanta você não saber disso, éramos crianças Vítor, eu gostava de você! — Ele falava calmamente.

— Você o que?

— Gostava de você.

O garçom trouxe o champanhe me tirando a concentração. Eu virei a primeira taça que Pablo me deu.

— Assim vai ficar bêbado.

— Então por que você me perseguia tanto por eu ser gay? Você é um idiota sabia? — Cruzei os braços.

— Eu sei, e você está sendo infantil, se não pegasse tanto no meu pé talvez nós nunca nos dariamos mal.

— Todas as vezes que você me insultou, e no fim você é a mesma coisa!

— E as vezes que você me provocava como um retardado? — Então percebi que estávamos falando alto demais, as pessoas das mesas ao lado estavam começando a olhar para nós, eu estava debruçado na mesa tão perto dele. Me afastei com vergonha.

— Desculpa. — Falei.

— Me desculpe também, nós dois erramos, eu quero paz.

— Eu também! — Falei vencido. — Eu não conheço você mesmo.

— Claro que conhece, eu apenas cresci um pouco! — Ele ria. — Mas agora me fale sobre você Vítor, e chega de perguntas sobre mim!

— Você vai ficar entediado.

— Eu acho que não!

— Tá bom então! — Nós brindamos.

— E ai ela subiu na mesa da diretora e começou a dançar Kkkkkkkkkk! — Eu estava falando da Marta e o dia que ela foi expulsa da escola. Eu estava muito feliz ali falando alto, rindo.

— Vítor,você bebeu demais, foi péssimo eu ter pedido bebida.

— Xiii gatinho estamos curtindo aqui, me da mais um gole ai! — Falei pegando a garrafa de champanhe.

— Não, você não vai mais beber! — Falou ele tirando a garrafa de mim.

— Chaaaatooo hahaha.

— Garçom a nossa conta por favor. — Ele pagou a conta e me levou pra fora do restaurante.

— Por que? Eu quero beber mais!

— Não Vítor você ja passou da conta por hoje.

Não sei por que mas acho que dei mancada. Ele estava sério quando me colocou dentro do carro.

— Fiz algo errado?

— Eu não posso te levar pra sua casa assim, seus pais me matariam, vamos pro meu apartamento. — Eu não falei nada.

Ele passou o caminho todo sem falar ou olhar pra mim, acho que ele estava bravo, mas muito pensativo.

Já tínhamos chegado na frente do apartamento dele.

— Olha pra você, se sua mãe te pega nesse estado! — Falou ele rindo.

— Ela nem pode sonhar com isso Pablo.

— O que eu faço com você! — Falou ele cruzando os braços e ficando serio.

— Eu me sinto tão cansado, então se você puder me levar pra cama eu agradeço.

Ele me levou para o quarto dele, eu não estava em condições para observar o quarto,eu só cai na cama e apaguei. Mas senti a mão de Pablo no meu rosto, eu dormi sorrindo.

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VITOR CONTINUA IRRITANTE. VEJO UM PABLO MAIS AMADURECIDO TENTANDO REFAZER ALGUMA COISA ESQUECIDA. VITOR FOI GROSSEIRO COM CARLOS E ISSO NÃO É BOM.

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