O carro preto parou na frente do prédio velho e caindo aos pedaços. Dois homens, ambos na casa dos vinte e poucos anos desceram do carro e seguiram até o prédio. Uma freira veio ao encontro deles.
–Vieram ver as crianças? – Ela perguntou aos dois. A madre sabia que ali, à sua frente, haviam dois homossexuais, mas tentando seguir a cartilha do politicamente correto para evitar problemas para a instituição, fingia aceitar a opção dos homens ali parados.
–Viemos ver o garoto – Respondeu um deles – “Aquele” garoto.
A madre não conseguiu esconder o desprezo em seu rosto. “Aquele” garoto. Ela sabia exatamente à qual garoto o homem magro à sua frente se referia. Adrian Mootkins, o jovem que completaria 18 anos amanhã. Havia chegado naquele orfanato para rapazes com 15 anos e sempre causou problemas. Nunca conseguiu ser adotado e a madre sabia bem o por que. Por baixo do garoto estava um demônio, um ser perverso com perversões que ela jamais poderia pensar. E agora dois homens estavam ali para adotar o jovem que logo faria 18 anos.
–Venham comigo – Ela respondeu áspera. O casal a seguiu subindo as escadas – Devo avisar que ele é um jovem complicado. Podem não entender as ações dele e...
–Nós compreendemos – Respondeu o homem loiro ao lado do homem magro – Apenas nos leve até ele.
A madre os levou até o quarto do jovem. Ela olhou pela buraco da fechadura. Como imaginou. Ele estava se masturbando. Bateu na porta e abriu em seguida.
–Adrian? – Ela perguntou olhando o jovem que segurava o pênis ereto e a olhava com desprezo – Você tem visitas. Suba suas calças agora.
Os dois homens entraram. Adrian os observou. Um deles tinha olhos verdes, cabelos loiros espetados para o alto e um corpo razoavelmente musculoso. Usava uma camisa preta, bermudas coladas e um coturno negro até a canela. O outro tinha o rosto fino, cabelo raspado escuro e olhos negros, profundos como um abismo. Usava uma camisa preta com uma corrente no pescoço, uma calça jeans e um coturno.
–Olá, Adrian – Disse o homem loiro – Sou Hans e esse é meu marido Peter.
–Oi – Disse ele desconfiado.
Peter fitou o jovem. Olhos verdes, cabelo castanho claro e sua excitação era percebida através de suas calças.
–Viemos te conhecer – Disse Peter – Faz tempo que queremos ter um filho.
–Eu vou embora daqui amanhã – Adrian respondeu.
Peter riu e apontou para o meio das pernas do jovem.
–Posso ver que está sem cueca.
Adrian olhou para o meio das pernas onde seu volume pulsava.
–Eu nunca uso cueca – Ele respondeu.
–Vou deixar vocês sozinhos – A madre disse envergonhada e fechando a porta.
Adrian sentou na cama.
–Olha, eu fico feliz em saber que um bom casal que sonha em ter filhos queira me adotar. Feliz pra caralho. Mas eu não sou o filho que vocês desejariam ter.
–E por que não? – Hans indagou – Conversamos com várias pessoas que passaram um tempo com vocês e gostamos do que ouvimos. Não é, Peter?
Peter sorriu e começou a falar como se houvesse decorado uma lista.
–Masturbador compulsivo, predador sexual, ninfomaníaco e, esqueci de algo? Ah sim, comedor de merda.
Adrian corou.
–Isso é um hábito comum entre nós dois. – Hans afirmou.
–Vocês comem merda? – Adrian indagou olhando interessado para os dois.
–Posso ver olhinhos brilhando – Hans disse rindo – Sim. Dentre outras coisas.
–Várias taras – Peter afirmou – Somos como você.
–E por que não vieram antes? – Adrian perguntou quase se jogando à eles – Eu passei todos esses anos imaginando que era o único no mundo. Sempre me senti um lixo.
–Você é um lixo – Peter afirmou – E nós dois também.
–Por favor, eu quero ir com vocês. – Adrian disse agarrando a camisa de Hans.
–Amanhã, querido – Hans soltou a mãos de Adrian – Amanhã você completa 18 anos. E vai sair desse local para entrar no inferno da luxúria.
O casal parou o carro na porta do orfanato no dia seguinte. Adrian desceu as escadarias correndo e pulou para abraçar Hans enquanto a madre se benzia.
–Vamos pra casa. – Peter disse entrando no carro.
O caminho não foi tão longo como Adrian imaginou. Adentraram um pequeno prédio de apartamentos bastante decadente num bairro de periferia. Adrian não se preocupava com dinheiro, mas não tinha certeza se o nível de perversão do casal era compatível com o seu. Hans abriu a porta do apartamento e Adrian tirou suas dúvidas.
Era.
O cheiro de merda invadiu suas narinas. O apartamento, apesar de limpo, exalava um odor podre saído das estranhas de alguém. Mijo, merda peido, tudo aquilo se misturava e entrava nas narinas de Adrian. Esperma. Ele sentia o toque de esperma em meio aos odores desagradáveis.
–Seja bem vindo ao seu lar – Peter disse sorridente, mas com um semblante preocupado se Adrian iria gostar ou não.
– De onde vem esse cheiro? – Adrian perguntou empolgado.
–De todos os lugares – Hans respondeu – Não damos descarga no banheiro, a geladeira vive abarrotada de merda, pode ver que tem manchas de gozo no sofá inteiro.
–Vocês guardam merda na geladeira? – Adrian perguntou empolgado já querendo ir até a cozinha.
–Hey, por que não vai ao seu quarto enquanto preparamos algo para o almoço? – Peter indagou desviando a atenção de Adrian da porta da cozinha – Coloque suas malas lá. Segunda porta no corredor em frente ao banheiro.
Adrian seguiu pelo corredor a contra gosto. O banheiro realmente fedia merda. Ele entrou numa porta branca que estava fechada e pôde ver seu quarto.
Era pequeno, mas confortável. Uma escrivaninha com um computador e um videogame, prateleiras com livros eróticos e uma cama arrumadinha com um ursinho que exibia um reluzente dildo rosa entre as pernas. Mas o que chamou a atenção de Adrian foi o tolete em formato de coração no meio da cama. Dois cocozinhos, um amarelhinho e outro bem marrom formavam um coração lhe desejando boas vindas.
–Você quer sorvete? – perguntou Hans atrás de Adrian.
–Sorvete no almoço? As madres nunca me deixavam comer sorvete no almoço.
Hans sorriu.
–Aqui as coisas são diferentes.
Adrian pegou a tigela da mão de Hans. Sorvete de chocolate com um creme branco em cima. Ele levou até a boca sem se preocupar.
Era amargo e havia algo podre no fundo daquele sabor terrível. O creme salgado invadiu sua boca. Seu pau subiu imediatamente ao sentir o sabor desagradável e uma onda de prazer percorreu seu corpo.
–Isso é merda – Ela falou – Merda e porra.
–Minha merda e a porra do Peter – Hans respondeu – Considere um presente de boas vindas.
–Eu adorei!
–Fico feliz que gostou – Peter disse se aproximando – Agora tire a roupa. Ficamos nus em casa.
Ali estava Adrian.
Parado em seu quarto.
Nu.
Seu pênis meia bomba já pingava.
E naquele apartamento estavam dois homens nus.
Hans fazia o almoço completamente pelado.
E Peter se masturbava no sofá com grampos de sucção nos mamilos e um ferro que enfiava diretamente em sua uretra.
No criado mudo uma tigela com merda e esperma aguardava para ser devorada.
Adrian estava em casa.
CONTINUA