— Essa não, essa também não, essa muito menos. — Eu estava na frente do espelho tentando decidir oque usar. Não podia aparecer na frente de Pablo como um mal trapilho (Não que eu vivesse mal vestido, mas sempre tem que causar).
Peguei meu celular e tirei foto de todos os conjuntos de roupas e mandei pra Marta.
EU: Amiga Socorro.
Marta: Hmmm vejamos!
Marta: Cinza e azul não. Branco e laranjado? Sério gato, fora de questão. Vermelho e roxo não gosto.
EU: Marta não esta me ajudando muito não.
Marta: Xiiii estou me concentrando.
EU: ...
Marta: JÁ SEI
EU: Fala
Marta: Usa a camisa preta, a calça jeans Cinza e o casaco branco, o buti amarelo.
EU: ♥♥ Eu adorei mors brigado ♥♥
Marta: De nada lindo ♡♡♡
Fui tomar outro banho, eu precisava estar impecável, me depilei me esfoliei, me hidratei, e até me perguntei o porque de estar tão bem visto. Sai de roupão do banheiro e minha mãe estava sentada na cama!
— A julgar seu traje aqui você vai sair hoje não é?
— Claro que não, Pablo está vindo pra cá, sabe como é, tenho que causar mãe! — Falei rindo.
— Ah sim, vocês estão se dando tão bem. E como ele está?
— Graças a Deus está curado. — Eu disse arrumando minha sombrancelha. Foi fácil convencer ela, pois eu estava sendo verdadeiro. — Ou não. — Dei de ombro.
— Enfim, vim avisar que eu e seu pai vamos sair, no domingo voltamos!
— O que? Mas mãe, é quinta-feira!
— Eu sei dãã, mas eu e seu pai precisamos de um tempo pra nós, e pra fazermos se...
— Não se atreva a terminar de falar mãe, que horror! — Falei como se eu estivesse constrangido.
— Não seja dramático. — Ela se levantou. — E eu sabia que você e seu primo iam acabar juntos!
Eu nem ligava para oque minha mãe dizia, ainda mais se ela falasse que eu ia ficar com Pablo pra sempre, esse era meu plano, mesmo a gente não tendo nada!
— Nossa estou estranhando você não me xingar por isso filho! — Disse minha mãe.
Bem dançe conforme a música Vítor.
— Aii mãe nada a ver eu eo Pablo, haha prefiro virar padre ou coisa do tipo. Pablo e eu hahaha nunca! — Eu estava de costas então ela não viu me sorriso.
— Ah esse é você. Agora eu vou indo. — Minha mãe me deu um beijo e saiu.
Já era sete horas e eu estava pronto e muito bonito. Escuto alguém buzinar na frente da minha casa quando sai era Pablo num carro conversível preto (Afinal quantos carros ele tem?), esse era muito mais bonito que o outro, e com certeza mais caro. Me fiz de difícil quando vi ele.
— Nossa que carro incrível. — Disse observando o carro atentamente.
— Mais incrível está você Vítor, desta vez você caprichou! — Revirei os olhos.
— A gente faz oque pode né!
— Mas você está bem de qualquer jeito! — Eu fiquei vermelho. — E quando você fica vermelho é mais lindo ainda.
— Para, eu tô muito vermelho, que horror.
— Cadê seus pais?
— Viajaram. — Falei me olhando no espelho da sala.
— Então eu não vou deixar você sozinho aqui, que tal você ir conhecer minha casa?
— Eu sei que você mora em um apartamento.
— Jamais, eu só fico lá de vez em quando. — Olhei para ele e cruzei os braços.
— Pensei que você quisesse conversar.
— Vamos conversar no caminho, você tem dez minutos para fechar tudo.
Eu sai rindo da vida, nada podia ser mais perfeito que isso, estar com ele sozinho, era tudo que eu queria.
— Vamos logo! — Ele abriu a porta pra mim.
— Bem educado!
— Pronto para conhecer minha "casinha"? — Não sei porquê ele colocou tanto ênfase na palavra casinha.
— Ah sim, eu sempre sonhei ir pra sua casa. — Falei brincando.
— Por que você saiu daquela forma do hospital? — Perguntou ele sério, já estávamos dentro do carro.
— Bom, você não estava prestando muita atenção em mim lá! — Eu estava pensando em uma forma de não parecer um estúpido pra ele. — E eu não gosto de segurar vela.
— Não é verdade, eu estava te tratando daquela forma pra ver se você se zangava e estrangulava o Beto, aquele cara fala de mais! — Ele riu,e mostrou seus dentes impecáveis e brancos.
— Vocês parecem tão íntimos!
— Ele é meu amigo, quer dizer, um velho amigo, fazia muitos anos que eu não o via. — Ele pensou um pouco. — Depois que você foi embora, ele me salvou te tentar o suicídio.
— O que? está me dizendo que você tentou se matar? — Eu estava praticamente gritando.
— Eu não queria continuar vivendo sem você!
Eu estava tão feliz em saber que ele gostava de mim, mas nervoso com o fato dele chegar ao ponto de querer tirar a própria vida por minha causa.
— Eu era apenas uma criança Pablo, eu não podia decidir a minha vida.
— Eu sei, éramos jovens, eu fiquei triste por você ter quebrado a promessa.
— Eu nunca a quebrei, eu ia voltar de alguma forma! — Sorri e ele também.
— Então você não gosta do Beto?
Pablo começou a rir.
— Eu não sinto nada por ele, você não está com ciúmes, está?
— Ciúmes eu? Nunca, só queria saber! — Ele sorriu.
Eu também sorri eu estava sendo idiota achando que Pablo pudesse estar gostando do Beto, mas era óbvio que eu estava caçando chifre em cabeça de cavalo (eu sei, essa frase é muito bizarra tipo, chifre em cabeça de cavalo? É um unicórnio? Kkk).
— Desculpa te deixar lá, eu estava com muito ciúmes do Beto! — confessei.
— Então você estava com ciúmes mesmo! — Ele sorriu vitorioso — Eu achei que vocês eram amigos!
— Amigo daquele doutorzinho? Não mesmo.
Eu olhei para fora e reparei que estávamos em um bairro de gente rica, as grandes mansões, era inacreditável estarmos aqui. Crianças brincavam no parque, pessoas passeavam com seus cachorros, esse bairro com certeza não conhecia a miséria.
— Me pergunto a onde você deve morar!
— Bem ali! — ele apontou para uma grande, enorme casa, casa não, uma mansão.
— Ta brincando né? Você não mora aqui nem em um milhão de anos! — Disse admirando a enorme construção de longe.
— E por que não? Eu comprei ela quando me mudei pra cá, eu quase não venho aqui, sabe, você sabe que eu moro com meu pai.
— É eu sei, estranho. — Ele me olhou e sorriu.
E pra minha surpresa ele estava entrando com o carro na casa. Bem eu não sei porque isso me deixava espantado, uma pessoa que tem dois conversíveis não podia morar em uma simples casa. Era estranho pelo fato de trabalharmos juntos e eu nunca ter suspeitado disso.
Ele colocou o carro na garagem e desceu mas antes de eu abrir a porta ele já tinha aberto pra mim (que cavalheiro). Mesmo eu não gostando, isso fazia eu parecer um inútil.
— Valeu. Eu adorei seu carro ele é muito lindo! — Passei a mão no carro
— Depois eu te mostro os outros! — Falou ele.
— Pera, outros?
— Sim!
Antes que eu pudesse falar ele me puxou para dentro da casa!
A casa de Pablo era fabulosa, ela era toda branca a sala parecia uma exposição de quadros (que depois eu descobri que foi ele que os pintou). A sala tinha um enorme lustre de cristal que toda vez que a claridade o tocava ele refletia milhões de cores! Tinha uma escada que levava para o andar de cima da casa. E tinha muitas janelas no topo da escada era possível ver o quintal da casa (quintal não, era uma floresta mesmo). Muitos sofás lindos todos coloridos. Ele tinha um bom gosto incrível. A cada minuto eu me perguntava quem era aquele Pablo que ele me apresentou, que parecia ser tão desorganizado.
— E então o que você achou? — perguntou Pablo no meu ouvido, me arrepiei todo.
— É linda, estou impressionado, por que você nunca me disse que era rico?
— Isso importa?
— Na verdade não, mas devia ter me avisado pra mim me vestir mais elegante! — Falei olhando pra minha roupa que agora não parecia mais tão linda.
— Não diga isso, você está muito lindo assim, e muito gostoso também! — Falou ele e deu um tapa na bunda
— Eii, que intimidade é essa que eu não te dei?
— Desculpa, não resisti! — Ele me abraçou, ele tinha uma pegada bem forte.
Fique de frente pra ele sorrindo. Era tão bom estar perto dele, sentir o corpo dele perto do meu, ele me deixava febril.
— Eu te amo sabia! — Falou ele.
— E quem não ama?
— Estou falando sério, eu te amo!
— O que quer que eu fale? Eu também te amo, e não posso mais negar. — Eu soltei seus braços do meu corpo e comecei a andar pela casa.
— Então, por que você não me da uma chance?
— Eu não sei, acho que estou com medo, medo de você brincar comigo! — Olhei para o chão, eu tinha medo mesmo, dele estar apenas brincando comigo. Ele pegou meu rosto com sua mão.
— Você nunca vai saber oque vai ser de nós, se você não tentar. — Eu lhe dei um selinho.
— Não quero só um selinho Vítor. — Falou ele todo manhoso.
— Então de dou outro.
— Não, eu quero um assim!
Ele me tomou nós braços dele e me deu o maior beijo. Seus lábios se encaixava perfeitamente nos meus como se eles foram feitos pra mim. Ele colocou suas mãos na minha cintura, eu o puxava pra mais perto queria sentir ele por completo. Eu sinti que algo duro estava crescendo nas minhas calças, boa hora pra ele dar sinal de vida, bem,que se dane. Ele percebeu e deu um sorrisinho safado, ele apertou minha bunda e eu soltei um gemido.
Estávamos perto do sofá eu puxei ele pra cima de mim! Nós já estávamos com muito tesão. Ele mordia e chupava o meu pescoço (ótimo agora vou ficar marcado, mas é tão bom), ele lambeu meu rosto me deixando cada vez mais louco por ele.
— Pablo… — Tentei falar mas eu não conseguia
— Eu quero você Vítor quero te sentir por inteiro!
Nessa hora eu empurrei ele, ele me olhou e ficou sem entender nada.
— O que foi? Te machuquei? desculpa!
— Não, é que eu nunca fiz isso na vida! — Falei com muita vergonha e sentei no sofá. Ele sentou perto de mim
— Bobo, isso não é problema eu te entendo, quando você tiver pronto a gente faz! — Ele me abraçou.
Ele era sim o homem mais maravilhoso do mundo pelo menos no meu mundo ele era. E era bom saber que ele não ia desistir.
— Obrigado por me entender! — Falei colocando minha cabeça no ombro dele.
— De nada lindo. Vamos comer? Eu andei investigando e descobri seu prato favorito!
— Aé? Então qual é? — Perguntei o desafiando.
Meu prato preferido era Strogonoff de frango.
— Strogonoff de frango? — Perguntou ele.
— Acertou. — Falei e ele riu.
— Minhas fontes sabem de tudo!
— Que? — Perguntei confuso.
Mas ele não respondeu, ele me levou pra sala de jantar! Tinha uma mesa de vidro a coisa mais linda. Minha mãe ficaria louca,ela venera mesas de vidro.
— Por favor senhor sente-se aqui! — Falou Pablo afastando a cadeira pra mim!
— Obrigado!
Ele me serviu o Strogonoff, estava com uma cara ótima e parecia delicioso.
— Eu não vi cozinheiras aqui então quem fez isso? — Eu estava muito curioso.
— Ora eu né, quem mais!
Já não sabia se estava mais tão saboroso assim!
— Ah! — Fiquei um pouco desanimado.
— Da pra experimentar pelo menos? — Falou Pablo um pouco chateado.
Dei uma garfada no Strogonoff e levei a boca, estava delicioso o melhor que eu já comi!
— Está uma delicia Pablo, você sabe fazer tudo mesmo, e eu bem, não sei fritar nem um ovo! — Falei desanimado.
— Tudo bem Vítor, você já me completa, e eu não amo menos você por isso, pelo contrário vou adorar te ensinar! — Ele pegou a minha mão e a beijou,eu sorri.
Continuei comendo e ele ficou olhando o tempo todo pra mim (foi muito desconfortável, mas ele era tão fofo que nem liguei).
°°°
Nós estávamos no balanço, no grande quintal dele. Ele me balançava e eu me imaginava voando!
— Eu te amo! — Falou ele.
— Se você continuar falando isso eu vou acabar acreditando!
— Mas é pra você acreditar mesmo!
— Eu já acredito e eu te amo mais! — Falei e ele me balançava mais alto.
— Eu tenho que te pedir uma coisa Vítor! — Ele parou o balanço.
— Então fale!
— É uma coisa muito importante pra mim! — Pablo ficou sério e eu comecei a ficar aflito.
— Fala Pablo por favor, eu já estou aflito aqui! — Ele ficou na minha frente.
— Vítor Junior você aceita ser meu namorado?
Eu nunca esperava que ele ia me pedir isso, de novo. Uma lágrima safada escapou dos meus olhos.
— Eu sei que já te pedi isso mas bem,tudo acabou! — Contínuou ele!
— Eu aceito sim, claro que eu aceito! — Respondi pulando no colo dele.
Ele me girou, eu estava mais feliz agora a vida não podia ser mais perfeita!
Ele me beijou e foi um beijo de amor, o nosso primeiro beijo como namorados. Como namorados oficiais.