Laços Do Destino - Capítulo 9: Revelações

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 2080 palavras
Data: 22/01/2018 01:40:34

Eu nunca pensei que ia chegar nesse dia, eu tentei de todas as formas fazer com que Pablo mudasse de ideia, mas eu falhei miseravelmente em todas elas. Agora eu estou na frente da casa da minha tia, estava petrificado parado no portão de ferro, agora a casa dela parecia sinistra pra mim, meu estômago embrulhou com meus pensamentos. Pablo insisitiu que tinha que me apresentar como o namorado dele pra ela, eu desejava que ele não fizesse isso, eu desejei que as coisas fossem mais devagar, lentas, quase que parando. Mas ele estava indo com isso até as últimas consequências, oque deixaria qualquer outro cara mais apaixonado, mas não eu.

— Você quer me matar Pablo Daniel. — Repreendi ele.

— Você está verde,está bem? — Ele tocou meu rosto, eu senti sua mão quente queimar meu rosto, então presumi que eu estava frio, talvez eu já estivesse morto.

— Estou bem, eu acho.

— Calma amor, você está tremendo.

— Claro você acha que eu estaria como? Eu não sei porque eu estou aqui com você, e o pior é que você está rindo, e está muito calmo! — Ele pegou no meu rosto e me deu um beijo, isso me deixava mais calmo, mas dessa vez não surtiu efeito nenhum.

— Vamos amor eu vou estar do seu lado, prometo não deixar ela te matar! — Falou ele rindo.

— Por favor, não faça piadas. — Ele passou sua mão pela minha cintura e me levou para dentro.

A casa era como a dele, enorme, espaçosa e com muitas flores, claro isso não é igual a casa de Pablo, havia rosas em volta da casa toda, seria uma visão linda, se eu não estivesse em choque.

— Não posso! — Travei quando chegamos na porta.

— Vamos logo. — Ele me puxou pra dentro da casa.

Ela não estava na sala, foi um alívio não dar de cara com ela. Mas ela apareceu do nada, descendo a escada. Ela usava um longo vestido florido.

— Mãe! — Anunciou Pablo.

— Meu filho aqui, que bom que veio ver sua mãe.

— Desculpe não ter vindo antes,estava muito ocupado!

— Você sempre está ocupado igual seu pai, e por isso que terminei com ele. — Ela desceu a escada vagarosamente.

— Oii tia Clara. — Falei, ela me olhou como se estivesse surpresa por eu estar aqui.

— Olha só os dois juntos, isso é épico. Quando eu te via pela última vez, você era só um garotinho magrelo Vítor, e olha pra você agora, um homem muito belo! — Eu estava mais que vermelho.

— Nos vimos no hospital tia.

— Nem me lembre disso.

Minha tia clara era muito linda, olhos azuis, cabelo louro, era alta e magra, faria qualquer jovem ter inveja do corpo dela, Pablo lembrava muito ela, a diferença é que Pablo não tem olhos azuis e sim verdes. Mas não deixava de ser lindo e chamativo. As vezes isso me irritava, o fato dele sair comigo e as garotas e alguns garotos ficarem secando ele.

— Então, qual o motivo dessa visita? — Minha tia se sentou no grande sofá braco, e Pablo me sentou logo em seguida, eu não conseguia nem me mover, isso vai ser constrangedor.

— Eu não gosto de rodeios, então vou ser direto. — Eu olhei pra ele e engoli seco, minha tia olhava para ele com olhos cuidadosos. — Eu sou gay, e Vítor e eu estamos namorando. — Minha tia se levantou do sofá em um salto.

— Você espera que eu aceitei isso? — Ela não estava com raiva. — Você ser gay, é novo pra mim Pablo,até porque você…

— Mãe, cuidado com as suas palavras. — Pablo a interrompeu, fiquei intrigado, por que ele não deixou ela terminar?

— Segundo, você namorando seu primo, seu próprio primo, deviam ter vergonha de vir até minha casa e dizer tamanha safadeza. — Eu me encolhi atrás de Pablo, eu estava tremendo.

— Mãe, não é nossa culpa termos nascido assim, e a culpa não é nossa também se acabamos apaixonados. — Ela riu como se a última palavra fosse uma piada.

— Apaixonados? Gays não se apaixonam, é só uma desculpa pra mascarar a safadeza deles.

— A senhora é o pior tipo de pessoa que eu conheço. — Falei enfim,eu estava tremendo sim, mas agora era de raiva, minha tia, a pessoa que eu achei ser mais digna depois da minha mãe era uma preconceituosa ridícula. — E quer saber mais, você não merece o filho que tem, aliás, você nem sabem quem é seu filho, JÁ QUE VOCÊ ESCOLHEU O DINHEIRO EM VEZ DO AMOR. — Ela me deu uma bofetada, eu não senti a dor, algo queimava nos olhos dela. Pablo me puxou pra perto dele, ele estava com uma expressão de pânico.

— Leve esse muleque nojento daqui Pablo Daniel. E me escute bem, eu aceito você ser um boiola, mas eu não aceito que você fique com esse maldito garoto.

Pablo me puxou para fora da casa, antes ele olhou pra minha tia com olhos de negação. Eu lutei contra o pânico que agora crescia dentro de mim, ela nunca vai me aceitar, e o pior, ela vai fazer a vida de Pablo um inferno.

— Me desculpa, por favor, eu só vou me sentir melhor quando você me perdoar! — Pablo segurou meu rosto, seus olhos estavam lacrimejando.

— Te desculpar? Por que? Você não sei fez nada! — Eu o abraçei, afundei meu rosto no seu ombro, eu não ia chorar, não agora.

— Vamos falar com meu pai! — disse Pablo.

— Você quer mesmo isso?

— Ele vai me entender, ele é o único que me entende.

— Tudo bem. — Eu não ia ser contra a vontade dele.

Fomos para a casa do meu tio. Ele morava nos fundos da loja, ele abriu mão da vida de fazendeiro pra morar na cidade, não sei se foi um bom negócio. A casa dele era pequena, mas muito organizada, e tinha um tom de azul bem claro.

— Pai! — Meu tio apareceu do nada, e veio abraçando Pablo, que foi pego de surpresa.

— Sua mãe me ligou, meninos, entrem. — Segurei em Pablo, eu não tinha medo do meu tio, ele é um homem bom, e tem um coração mole.

— Então, ela disse sobre eu ser gay?

— Disse, e eu não ligo, realmente, só fui pego de surpresa, ela estava bufando pelo telefone. — Meu tio me olhou e segurou minha mão. — Eu fico feliz por Pablo ter encontrado alguém como você Vítor, meu filho já errou nessa vida, mas desde que você entrou na vida dele outra vez ele mudou muito. — Eu sorri, não tinha nada mais que eu pudesse falar. — Mas devo te alertar, sua tia te odeia. — Eu estremeci.

— Bem, foi oque eu pensei.

— Tudo vai se ajeitar com o tempo, você vai ver. — Ele deu um tapinha nas minhas costas.

— Eu sabia que o senhor ia me entender pai, o senhor é a única pessoa que sempre me entendeu e me ajudou. — Pablo falava com tanta admiração do pai, que eu fiquei feliz por eles.

— Você é meu filho, e sempre se lembre disso, aconteça oque acontecer, você é meu filho. — Eles se abraçaram, e eu pude ficar um pouco em paz comigo.

°°°

— Você está me ouvindo?

— Ahn?

— Você está bem amor? — Perguntou Pablo.

— Ah tô sim lindo, na medida do possível. — Falei rindo e peguei no seu rosto.

Eu estava deitado no colo de Pablo, estávamos no seu quarto, eu amei o quarto a primera vez que eu vi, misturava muitos Pablos aqui, um Pablo feliz, brincalhão, maduro e um Pablo que amava música clássica, ele tinha pilhas e pilhas de cds de música clássica.

O quarto era todo azul com papéis de paredes de jogadores de futebol (e alguns autografados pelos próprios jogadores), tinha uma sala no quarto dele cheia de livros, eu adorava ficar lá dentro lendo por horas. O teto era oque eu mais gostava, era pintado pra se parecer um céu, era incrível ficar olhando pra cima, era bom pra pensar. A noite o céu trocava suas nuvens por grandes estrelas e a lua, como ele conseguia fazer isso? Quem sabe, era intrigante.

Eu agora estava não só apaixonado por ele como também eu estava apaixonado pela vida dele. Em poucos tempo ele me fez ficar tão ligado a tudo que ele faz, e ele me surpreendia a cada dia se mostrando um cara respeitador, mas as vezes ele parecia que escondia coisas de mim, mas eu não perguntava da sua vida, ele sempre ficava irritado e mudava de assunto.

— No que está pensando?

— Em nada de especial! — Abraçei ele forte.

— Hoje foi um dia difícil não foi?

— Muito. — Eu queria esquecer de todos os eventos ocorridos hoje. Queria passar uma borracha nas minhas lembranças.

— Eu só lemento ter feito você sofrer.

— Você não fez nada, eu te amo, e sei que você nunca vai me machucar. — Ele me apertou mais em seus braços.

Ele me deu um beijo tão calmo que foi evoluindo. Eu já estava ofegante, eu ficava assim muito facilmente, tenho que me lembrar de respirar sempre que ele me beija. Ele parou de me beijar.

— O que foi? — Perguntei.

— Nada, só lembrei de uma pessoa!

— Quem? — Fiquei irritado, porque diabos ele ia pensar em alguém quando está me beijando.

— Carlos!

— O que tem ele?

— Não sei,me diga você, o que aconteceu com ele?

— Ele foi pro Rio de Janeiro, até onde eu sei ele precisava ficar sozinho. — Falei pensativo.

— É melhor assim, eu não confio nele. Me prometa que vai ficar longe dele.

— Mas por que?

— Só me prometa, por favor!

— Tá eu prometo. — Eu disse e ele me abraçou.

— Eu só quero manter você protegido de todos.

Já era muito tarde ele acabou dormindo, eu fiquei com muitas coisas na cabeça, e uma delas é por que ele queria que eu não falasse mais com o Carlos? ele não tinha motivos para odiar ele, ou tinha? Mas o que seria? Cada vez eu me sinto mais perdido nessa história, existe milhões de perguntas e nenhuma resposta. Fiquei olhando Pablo dormindo tão calmo o abraçei e acabei dormindo também.

°°°

Acordei no outro dia procurando Pablo na cama mas não o encontrei. Fui até o banheiro tomei um banho bem relaxante, escovei meus dentes e coloquei o roupão do Pablo (Azul ♥) e desci. Era difícil imaginar alguém morando sozinho nessa enorme casa. Será que ele tem empregados? Escutei um barulho vindo a cozinha, entro na cozinha e vejo a cena mais erotica que já vi, Pablo estava só de cueca fazendo o café. Ele estava de costas, pude ver o quanto ele é forte, e ele tinha um bundão. Risos.

Ele estava tão concentrado que não reparou minha presença, e eu não queria tirar a atenção dele. Depois de algum tempo ele se vira e me vê ali. Falei pra mim mesmo "Vítor olhei apenas para o rosto dele,o ROSTO"

— Bom dia amor a quanto tempo você está ai parado? — Ele me deu um beijo de tirar o fôlego.

— A pouco tempo amor! — Respondi o abraçando.

— Vem eu fiz um monte de coisas!

— Você não vai se trocar? Vai tomar café vestido assim?

— Assim como? — Ele parecia confuso.

— Só de cueca.

— Ah — Ele riu. — Bobo, eu me visto assim toda manhã, roupas demais cansam.

— É, mas vai acabar me tirando a atenção. — Falei baixinho.

— O que disse?

— Eu disse, vamos comer. — Sorri por ele não ter me escutado.

— Fiquei em dúvida do que fazer então fiz tudo oque supostamente você gosta. — Falou ele. Eu sentei e ele sentou do meu lado.

— Assim você vai me deixar mal acostumado. — Disse rindo.

— Que tal um morango? — Ele pegou um morango e colocou metade dele na boca a outra metade eu mordi e nos beijamos. Nós rimos muito disso.

Depois de comer ele me levou pra casa, segundo ele eu tinha que estudar para as provas finais.

— Mas Pablo, eu tenho muito tempo pra estudar, agora eu quero ficar com você! — Falei todo manhoso.

— Nada disso amor, e além do mais eu vou passar o dia com meu pai, ele quer achar uma forma de melhorar o negócio dele. — Falou ele fazendo uma cara de sono.

— Tudo bem! — Dei um beijo de língua nele e sai do carro.

Vi ele ir embora e isso me deixou triste. Entrei em casa e minha mãe e meu pai estavam lá.

— Olha só a visita chegou. — Brincou meu pai.

— Oi pai. — Me sentei no meio deles. Eles estavam assistindo um filme sei lá do que, com sei lá quem. Eu só pensava em uma pessoa, e em uma cena. Pablo de cueca fazendo café pra mim.

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VAMOS LÁ: PRIMEIRO MAIS UMA VEZ PABLO FOI IDIOTA. TUDO BEM QUERER APRESENTAR VITOR COMO NAMORADO PRA MÃE. MAS PERMITIR QUE ELA O ESBOFETEASSE ISSO NÃO PERDOO NESSE BANANA. POR OUTRO LADO, VITOR NÃO TINHA NADA QUE DESAFIAR A TIA CLARA. PABLO HAVIA PROMETIDO NA PORTA QUE NÃO PERMITIRIA QUE A MÃE MATASSE VITOR. MAS NÃO CONSEGUIU NEM IMPEDIR UM TAPA. GOSTEI DO PAI DE PABLO. PELO MENOS ALGUÉM COM A CABEÇA ABERTA. POR QUE SERÁ QUE PABLO NÃO QUER VITOR PERTO DE CARLOS? CERTAMENTE PABLO E VITOR JÁ FORAM NAMORADOS. RSSSSSSSSSSSSSSSSS ISSO NÃO VAI DAR COISA BOA. PABLO NADA TEM DE MADURO E SIM INCONSEQUENTE E BANANA DEMAIS. LAMENTÁVEL. POBRE VITOR, VAI SOFRER.

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