O aniversário de Pablo enfim havia chegado, eu estava muito nervoso ainda, não queria que nada desse errado, não hoje, seria pedir demais?
Como eu havia prometido a Pablo que eu seria bonzinho e deixei ele me levar para onde ele quisesse, ele estava feliz, e isso era oque importava, mesmo eu estando odiando essa situação por dentro.
— Você não está falando nada hoje. — Comentou Pablo.
— Estou tentando ser bonzinho.
— Prefiro quando você não é, pelo menos não é tão forçado quanto fingir que está gostando disso tudo. — Eu revirei os olhos. — E eu sei da sua festa.
— COMO É? — Ele riu.
— Vítor é tão comum isso, você tira a pessoa da casa dela no dia do aniversário, e depois que ela volta a casa está cheia. — Eu estava desapontado agora, Pablo é bastante esperto.
— Mas é bom você se fingir de surpreso Pablo Daniel, não se atreva a tirar a excitação das pessoas que me ajudaram. — Era uma ameaça. E ele ia pagar caro se não me ouvisse.
— Eu prometo, você vai ter o aniversáriante mais surpreso de todos os tempos.
— Acho muito bom.
Fomos assistir a um filme que eu não sei do que se tratava, o filme todo eu e Pablo ficamos nos pegando, mas eu o parei quando ele queria me levar para o banheiro do shopping.
— Sabe a festa de hoje a noite! — Ele falou.
— O que tem? — Perguntei cheirando seu pescoço.
— Não sei se é uma boa ideia.
— Claro que é amor.
— Não quero ver você estressado se algo der errado! — Ele me abraçou
— Não se preocupe Pablo, nada vai sair errado hoje a noite. — Eu puxei a cabeça dele e lhe dei um beijo de língua. — O que poderia dar errado em uma festa de aniversário?
— Eu não sei, só prometa que vai ficar bem. — Ele tocou meu rosto com as costas da sua mão. A voz dele estava caida como se algo o incomodasse.
— Tudo bem. — Encostei minha cabeça no peito dele.
Depois do shopping ele me levou para minha casa e foi para o apartamento dele, Pablo tinha uma casa e um apartamento, e eu conhecia muito bem os dois, ele disse para mim ligar pra ele quando estivesse pronto para ir.
— Eu comprei uma roupa linda pra festa. — Disse minha mãe eufórica.
— Mãe qualquer coisa fica boa na senhora, até porque, a senhora tem uma silhueta incrível.
— Eu sei, isso é pra quem pode, não pra quem quer. — Eu ri, minha mãe era uma comédia.
— Diga isso por você, eu vou ter que me vestir com aquelas roupas apertadas. — Reclamou meu pai. — Até porque eu não tenho uma silhueta incrível. — Todos rimos.
— Pai, o senhor não precisa ir tão formal, vai do jeito que te deixe confortável, mas nada de usar chinelo.
— Ah mas eu gosto tanto do meu havaianas. — Eu revirei os olhos e subi para meu quarto.
Diferente de todos, eu tinha que estar bem. Então revirei meu guarda roupas atrás de algo que ficasse bem em mim, achei minha calça Jeans vinho, eu amava ela, mesmo ela sendo um pouco apertada, mas agora que eu tinha um corpo ela ficava apertada nos lugares certos, e eu amei. Coloquei uma camisa comprida preta com letras que diziam "neon" que brilhavam. Eu estava bem, e confortável. Nada daqueles ternos quentes. Mas eles deixavam Pablo bastante excitante. Tirei esse pensamento da cabeça antes que fosse tarde demais.
— Pronto Vítor, a noite de hoje vai ser perfeita, nada vai dar errado. — Falei pra mim mesmo. Eu esperava mesmo. A noite de hoje tinha quer ser perfeita.
°°°
A festa de aniversário de Pablo havia comecado e todos estavam se divertindo muito. Eu achei que a casa de Pablo seria perfeita porque ela era imensa. Eu não desperdicei a ideia de marta de colocar uma pista de dança e tudo o mais, mas eu não sei da onde sairam tantas pessoas, é como se a cidade toda estivesse ali, e o pior eram todos adolescentes. Espero que a casa de Pablo continue inteira depois de hoje.
Vi uma pessoa que me deixou feliz, não que eu me importasse com ela, mas fiquei feliz por Pablo. Lá estava tia Clara vestida com um vestido azul comprido cheio de brilho, um lindo vestido, seria perfeito para qualquer evento, menos para um aniversário, mesmo assim ela estava bonita, o cabelo dela estava arrumado em um coque alto.
— Uau você se superou querida. — Falei indo até ela.
— Eu sempre me supero garoto, mas que festinha mais cafona.
— Talvez a senhora esteja cafona demais.
— O que disse?
— Curta a festa, ela esta demais.
Sai de perto dela antes que eu perdesse o controle, ela tinha o dom para me tirar do sério. Vi Marta no canto da festa dançando.
— Que festa não!
— Incrível, eu nunca vi algo tão legal e tão cheio de frescura antes. — Eu ri.
— É o aniversário do Pablo.
— E cadê o aniversáriante que eu não vi até agora? — Ela estava certa, Pablo havia desaparecido da festa, na verdade desde que chegamos ele desapareceu.
— Não sei, mas eu vou atrás dele.
A musica que tocava era Bang My Heard da Sia, a batida da musica fazia meu corpo se mexer. Claro, Edy era o Dj da festa, e ele mandava muito bem.
Vi meu tio sentado na escada, ele parecia desanimado.
— Tudo bem tio? — Ele se assustou.
— Ah oi Vítor, parabéns pela festa, está demais. — Me sentei perto dele. Algo incomodava ele, como se ele tivesse alguma agonia.
— Então por que não está se divertindo?
— Esse tempo já passou, não sou mais tão jovem.
— Que isso tio, sempre somos jovens não importa a idade, o que importa é o espirito. — Minha mãe havia chegado e eu fiquei feliz por meu tio ter alguém pra conversar, afinal eles eram irmãos.
Fui até a piscina, eu ainda estava caçando Pablo, mas eu meio que desisti depois de olhar a casa toda. Mas lá estava ele, na piscina, o único lugar mais óbvio que eu não procurei, mas ele não estava sozinho, estava com Beto. Eu senti muito ciúmes me deu a vontade de socar Beto, muito, ele despertava a parte violenta que eu tenho, pra mim ele foi, e vai sempre ser uma ameaça.
Beto chegava cada vez mais perto de Pablo e então o deu um beijo na boca, eu fiquei rígido sem saber oque fazer. Pablo empurrou Beto pra longe. Senti meu sangue fervilhar de raiva, eu tinha certeza que estava em chamas.
— Nossa que coisa mais fofa! — Gritei.
Beto e Pablo deram um salto de susto.
— Vítor não é nada que você esta pensando! — Falou Pablo se defendendo.
— Nada do que eu tô pensando, hmm então se você me vesse beijando outro na boca, e eu falar "não é nada disso", você vai ficar de boa? — Eu não estava bravo com Pablo e sim com Beto que nos olhava e ria.
— Vítor por favor me deixa explicar. — Suplicou Pablo.
— Seus convidados estão te esperando! — Falei com uma voz calma, em momento nenhum tirei os olhos de Beto, ele me olhava me desafiando. — Não deixe eles te esperando sim.
— Mas...
— Vá Pablo! — Falei com uma voz dura, ele se virou e foi para dentro da casa, me deixando a sós, agora com meu inimigo.
— Acho que já está na hora da gente ter uma conversa, não acha doutor Beto?
CONTINUA...