Laços Do Destino - Capítulo 19: Chuva

Um conto erótico de Daniel R.M
Categoria: Homossexual
Contém 2086 palavras
Data: 24/01/2018 01:43:49

O médico tinha confirmado minhas suspeitas: Meu braço estava quebrado.

Ele o enfaixou e deu alguns remédios para mim tomar para quando eu sentisse dor, e me obrigou a ficar na cama, como se meu pé estivesse quebrado e não meu braço, isso me irritou.

Pablo não saiu do meu lado, até parecia que eu estava a ponto de morrer. E pra acabar uma tempestade estava vindo pra essa região. ótimo agora vou ficar aqui preso com Pablo.

— Está dizendo na TV que a tempestade vai durar três dias! — Falou Pablo colocando outro travesseiro na cama!

— Três dias? Meu Deus, três dias eu aqui com você. — Falei desesperado.

— Você fala como se fosse algo ruim! — Ele disse com malícia.

— É a pior coisa, ficar preso com você aqui!

— Aé? — Ele me olhou nos olhos. — Você ter certeza? — Ele foi chegando mais perto, eu senti o hálito dele, isso me deixou tonto. Seus lábios tocaram os meus, então eu decidi fazer algo imprudente, puxei ele para mais perto com meu braço quebrado!

— Ai, meu Deus que dor. — gritei.

— Vítor, mais cuidado. — Ele ria. — Vou pegar um remédio pra você!

Ele saiu e eu fiquei pensando em como ele podia mexer tanto comigo. Eu estive a ponto de arrancar a roupa dele e transar com ele aqui mesmo. Mas qual seria o erro disso? Até porque fomos namorados ou ainda somos, nem sei oque somos agora. Mas eu estava sendo injusto comigo mesmo, e com a própria filha dele, essa criança. Eu sei o que é ter um pai ausente. Meu pai foi ausente por tanto tempo. Se estivesse nas minhas mãos essa criança não ia ficar sem pai, mas não garanto que vai continuar com a mãe.

Eu levantei da cama não aguentava mais ficar deitado. Fui até a sacada que tem no quarto e observei o tempo. Grandes nuvens negras estavam se formando, o vento estava forte balançando as folhas das árvores, e desarrumando meu cabelo, estava começando a ficar frio, me abracei pra manter a temperatura do meu corpo.

— Aqui está você! — Pablo veio por trás e me abraçou. Eu senti seu calor e fechei os olhos.

— Tudo isso aqui é lindo não é? — Eu assenti com a cabeça. — Sabe como nosso avô conseguiu tudo isso?

— Não, você sabe?

— Claro, meu pai sempre me contou essa história! — Ele cheirou meu pescoço me fazendo arrepiar todo. — Ele trabalhava aqui a muito tempo, morava na casa que ficava ali no quintal, hoje destruída claro! — Ele apontou para algumas árvores, ainda era possível ver os destroços de uma antiga construção . — A fazenda estava falindo, então o patrão dele demitiu todos os empregados, nosso avô amava essas terras e então ele a comprou, ele levou muito tempo para arrumar o dinheiro pra pagar as terras, veja, ele poderia ter perdido tudo e ter feito um mal negócio, mas não foi assim, se ele tivesse desisto do que ele amava, então nada teria feito sentido.

Meu avô poderia ter perdido tudo e por sorte não foi assim. Meu avô lutou até o fim e não desistiu do sonho dele, talvez eu também devesse lutar pelo meus sonhos, e não desistir de Pablo.

Ele beijou meu pescoço e deslizou sua mão no meu braço! Me arrepiei todo, eu senti algo duro roçando a minha bunda. O que me deixou mais louco. Me virei de frente e agarrei ele. Quando toquei os lábios dele a adrenalina passou sobre meu corpo, eu apertava ele queria o sentir por completo!

Pablo segurou minha cintura.

— Você disse que séria chato ficar aqui comigo! — Falou ele ainda me beijando.

— Foda-se oque eu falei! — Eu levantei a camisa dele, mas fiz uma careta quando meu braço começou a dor, ele percebeu. E parou o beijo.

— Você está bem?

Droga Pablo logo agora que eu estou de fogo ele para de me beijar. Merda.

— Eu estou bem. — Senti um pingo cair no meu rosto. Era um pingo de chuva!

— Parece que vai começar a chover! — Ele disse. E não deu outra o chuva caiu de uma vez!

— Vem vamos entrar!

— E então Vítor, o que você pretende fazer agora que terminou a escola?

— Ah slá, engenharia talvez!

Ele me olhou e sorriu.

— Um engenheiro na família!

— Sim senhor advogado!

— Sabe, nem sempre eu tive o sonho de ser advogado!

— É? E qual era seu sonho? — Ele pensou um instante.

— Ser pintor, eu sempre quis ser pintor, mas o direito falou mais alto!

Era difícil ver Pablo pintando. Mas me lembro dos quadros que estavam na casa dele, pintados por ele, ele desenhava muito bem.

— Então além de cozinheiro, advogado, rico, gostoso, lindo, ainda sabe desenhar? — Eu falei rindo.

— Você dúvida?

— Não, nada que venha de Pablo Daniel me espanta, além do mais alguém que escondeu uma família não dúvido de mais nada!

Só quando eu falei aquilo que eu percebi o que eu disse!

— Olha só, eu não disse nada pra você porque eu não sabia ta legal? Não fique me martirizado toda hora com esse assunto, já é difícil demais pra mim, e você fica jogando isso na minha cara sempre que pode. — Ele se levantou da pequena poltrona do quarto e saiu. Um raio cortou o céu!

Eu só dou mancada mesmo. Eu estava com lágrimas nos olhos, odeio ser sensível assim. Fiquei um tempo no quarto pensando, mas Pablo não voltou então eu tive que descer.

A chuva estava cada vez mais forte, o vento batia nas janelas de vidro!

Pablo estava na cozinha, cozinhando!

— Pablo? — Ele se virou mas quando me viu voltou a fazer o que estava fazendo!

— Por que você desceu?

— Eu estou com o braço quebrado e não a perna!

— Eu lamento por isso, foi minha culpa!

— Não se preocupe com isso!

— Eu lamento estar chovendo, assim você poderia ir embora. — Ele estava muito frio, e eu não gostei disso.

— Qual o seu problema?

— Nenhum, por que?

— Por que você esta agindo como um idiota? Se você quer que eu vou embora, eu vou! — Eu sai pela porta, não sei oque eu estava passando na minha cabeça de sair na chuva assim, Eu estava procurando o carro dele, não sei porque, a chave estava com ele então de nada me serveria achar o carro.

A chuva me deixou com muito frio, eu não conseguia ver nada além da água. Uma mão me agarrou.

— Você ficou louco Vítor?

— Me solta Pablo!

— Não, eu vou te levar pra dentro!

— Me solta você não me quer aqui. — Eu puxei meu braço!

— Vítor, eu fui um babaca, desculpa! — Ele parecia arrependido.

Porque tudo está acontecendo comigo, o meu mundo esta desabando e eu não posso fazer nada pra reverter isso. Eu me ajoelhei no chão, eu estava farto de tudo isso. Comecei a chorar. Pablo se abaixou e me abraçou.

— Tudo vai ficar bem Vítor, eu sinto muito ter machucado você. — Eu coloquei minha cabeça no ombro dele. A chuva caia sobre nossas cabeças, como se estivesse lavando nossas almas.

Ele me pegou no colo, eu passei o braço pelo seu pescoço, e me levou para dentro!

— Nunca mais saia correndo daquele jeito Vítor, por favor e na chuva ainda!

— Eu estou bem. — Então espirei! droga agora vou pegar uma gripe? Ele cruzou os braços e fez uma cara feia!

— Tô vendo que você esta bem, por que você não vai tomar banho? A água quente vai te ajudar!

— Aé? Você acha? — Falei com uma voz sexy e cheguei mais perto dele. Tirei a camisa e joguei no chão e tirei a calça ficando com a minha cueca box azul. Eu puxei ele e lhe dei um beijo de língua. Sua mão foi parar na minha bunda!

— Se você não tirar essa mão dai eu vou arrancar ela. — Mordi o lábio dele, ele só sorria e me beijava, Eu sentia o volume que se formou na calça dele!

— Você deixa ele todo animado!— Ele disse apontando pro volume dele. Eu apertei seu volume, e ele abafou um gemido. Eu sorri e corri para o banheiro e tranquei a porta.

— Isso não é justo! — Ele falou batendo na porta.

— Muitas coisas não são justas! — Eu dei uma gargalhada!

A água me ajudou muito a pensar, era difícil resitir a Pablo, era difícil não querer ir com ele pra cama toda hora que ele chega perto de mim. Mas e depois? O que vai ser quando voltarmos pra cidade? Ele vai voltar pra Katarina e a filha dele e vai me deixar, isso já estava escrito. Odeio meu destino, parece que qualquer escolha que eu fizer vai me levar pra longe de Pablo.

Mas não queria que isso me deixasse mal. Não essa noite!

Sai do banheiro com tanto calor que quando entrei no quarto o frio me fez encolher!

— Ótimo minhas roupas todas molhadas! — Eu fui no guarda roupa e por sorte havia algumas roupas de Pablo lá. Curtas e apertadas demais, ótimo serão perfeitas!

Me senti tão bem com aquela roupa. Valorizou meu corpo, preciso rouba-las.

Desci a escada achando que ele estaria na cozinha. Mas não estava!

— Pablo?

A cozinha estava vazia apenas a luz fraca do dia deixava tudo claro. Devia ser umas cinco da tarde!

Fui em todos os cômodos da casa e ele não estava em nenhum. Então lembrei que tinha esquecido um quarto. E lá estava ele dormindo tão vulnerável, tão calmo, ver ele assim me lembrou o porque eu o amava!

Ele era alguém tão bom pra mim me fazia completo!

Peguei a coberta e o cobri estava fazendo frio. E ainda chovia!

Sai do quarto pensando em algo pra fazer. Quem sabe eu deva ir pra cozinha hoje, então eu sabia que ia ser um desastre, mas a minha mãe esses últimos meses me ajudou a fazer alguns pratos.

E lá estava eu de avental e pensando oque preparar. Não achei nada que eu poderia fazer. Então decidi fazer um peixe grelhado com algum acompanhamento. E pra sobremesa minha famosa torda de morango, todos a amam (não quero me gabar mas minha torta já ganhou uma competição gastronômica na escola).

Enquanto o peixe grelhava, eu corria de um lado pro outro pegando tudo que eu precisava pra fazer a torta. Espero não ser um desastre total aqui. E a chuva ainda caia mais ferozmente!

°°°

Eu era um verdadeiro desastre na cozinha, ou apenas um bagunceiro, eu estava todo sujo de farinha, tinha varias queimaduras na mão. Apesar de tudo isso a comida estava pronta e cheirava muito bem, espero que esteja comestível!

Subi e fui tomar outro banho. Quando desci de novo já eram 21h39. Eu não estava cansado.

Quando cheguei na cozinha Pablo estava lá!

— Eu achei um verdadeiro milagre você não ter colocado fogo na minha cozinha! — Ele estava com os braços cruzados e uma cara feia.

— Não seja ridículo, eu sei cozinhar! — Revirei os olhos.

— Por que você fez o jantar hoje?

— Você estava desmaiado lá em cima Pablo, não ia te acordar!

Ele veio perto de mim e disse:

— Eu pensei que você gostasse da minha comida!

— Eu adoro sua comida. — Comecei a rir.

— O que foi?

— Nada não, venha vamos comer, eu fiz alguma coisa pra gente! — Falei com um sorriso de confiança.

— Pablo não estava tão ruim assim!

— Estava péssimo, você quer dizer, sua ideia era me envenenar?

— Não, claro que não. — Eu cruzei os braços zangado.

Parece que minha comida não agradou Pablo nem um pouco! O peixe havia ficado amargo demais e cru. Eu estava decepcionado, mais quase morri de tanto rir quando eu vi a cara feia dele, foi hilário!

— Nunca mais tente cozinhar Vítor por favor! — Eu revirei os olhos.

— Não quer experimentar minha torta? — Ele me lançou um olhar desesperado. — Calma Pablo, dou minha palavra de que está comestível!

— Tudo bem, só espero não morrer hoje!

Eu trouxe a torta, estava tão bonita, quase senti pena de comê-la.

— Bem, está linda, me da um pedaço ai! — Eu cortei a torta e entreguei a ele.

Ele olhou, e olhou e enfim pegou um pedaço e colocou na boca. Eu esperava anciosamente.

— Esta uma delícia. — Ele sorriu maravilhado, eu me senti aliviado. — Você vai fazer essa torta pra mim todo os dias!

Nós rimos muito. Depois assistimos muitos filmes no DVD. E a chuva não parava lá fora. Quer saber, não me importo mais com a chuva, se ela tiver que durar então que dure.

Aquela foi a melhor noite da minha vida, e acabamos na cama.

Eu estava feliz por estar com Pablo, o homem da minha vida.

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MUITA COISA AINDA PRA EU SABER. PRIMEIRO SE A FAZENDA É DOS PAIS DELES, PORQUE VITOR NÃO IA MAIS LÁ? PORQUE ESSES PAIS NÃO FALAM SOBRE ESSA FAZENDA. E POR QUE PABLO REFORMOU A FAZENDA SEM FALARO PRA VITOR JÁ QUE VITOR TB É DONO. PABLO NÃO FAZ BEM NENHUM A VITOR MUITO PELO CONTRÁRIO SÓ LHE FAZ MAL. MAS VITOR É O MAIOR IDIOTA DESSA HISTÓRIA TANTO QUANTO O MAL CARÁTER DO PABLO E DO CARLOS. OS PAIS DE VITOR NÃO EXPLICARAM NADA. AGIRAM CINICAMENTE COMO SE NADA HOUVESSE ACONTECIDO. E AGORA, COMO VAI SER VITOR COM O PAI DE PABLO? VITOR TEM QUE CONTAR ISSO AO PABLO. ESSE CONTO ESTÁ SE PERDENDO. LAMENTÁVEL.

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